Eu estava mais confusa ainda, se isso era possível, o que ele queria aqui? Minha mente fazia criava mil possibilidades, motivos do por que ele teria vindo aqui.

      - Sam...o que o presidente estava fazendo aqui? – Perguntou a Jess me olhando toda inquiridora.

     - Eu não sei...acho que ele veio me parabenizar pelo relatório que eu o entreguei a pouco, acho que foi isso.

      - Muito estranho isso, o todo poderoso nunca desse do seu pedestal para falar com simples funcionários, nada contra você amiga, mas isso é estranho tem alguma coisa ai...

       - Não tem nada de mais, Jess ele só veio dizer que o relatório estava muito bom ,só isso para de ficar imaginando coisas que não existem. – Ninguém podia desconfiar que o cara que eu beijei naquele dia era o Sr. Romannelli, e não teria paz se alguma delas descobrisse isso e por mim ele não vão ficar sabendo disso nunca.

     - Tudo bem não precisa ficar assim, só estava comentando.

     - Ok. Mas o que você queria aqui mesmo? – Precisava ficar sozinha e pensar no que me tinha acontecido agora mas com a Jess aqui isso seria i possível, alem do que quando ela desconfiava de uma coisa ela podia ser muito mais esperta do que o de costume e não deixava passar nada.

     - Que horror, quanta agressividade com uma amiga, o que aconteceu?

     - Nada só não dormi direito ontem e tenho um monte de coisas para fazer e por cima meu chefe não está aqui.

     - Atá entendi, então vou te deixar trabalhar, só queria dizer que vamos todas nos reunir na final do trabalho e vamos para a casa da Clara conversar, tudo bem pra você?

     - Tudo bem. Me esperem na porta.

      - Pode deixar, beijos até mais tarde.

      Fico olhando para ver se ela não vai voltar de novo, e quando me convenço disso desabo totalmente na cadeira, o que foi isso que tinha acontecido? O que foi isso que eu tinha sentido? E como foi acontecer de o cara que eu conheci e me interessei é o meu chefe? E alem do mais por que diabos ele veio aqui na minha sala?

      Minha cabeça estava uma confusão, mal conseguia me concentrar de tão nervosa que estava, ainda bem que faltava aproximadamente uma hora para o fim desse dia estranho. O que será que as meninas queria falar e por que íamos pra casa da Clara?

      Parei de arrumar os documentos, e fui tomar um pouco de café, pequei minha caneca e coloquei o café, não ia colocar açúcar e sim tomar puro mesmo, precisava ficar acordada e que meu cérebro trabalhasse em vez de ficar parado.

***

       Finalmente deu seis horas, já estava ficando impaciente de tanto olhar para o relógio e não passar a bendita hora. Pequei minha bolsa e meu blaser e sair pela porta, antes claro de fechá-la, o elevador não demorou muito a chegar e logo me vi saindo no saguão do prédio, como imaginava as meninas estavam me esperando na porta.

     - Finalmente, pensei que íamos ficar te esperando a noite toda.

     - Nem exagera estou na hora.

     - Tá, vamos logo, preciso sair dessa empresa um pouco.

     - O que aconteceu com ela? – Pergunto para a Maria que estava ao meu lado.

     - Você  vai saber logo.

     Alguma coisa deve ter acontecido para a Jess estar assim, ela sempre é bem animada.

     Como não ia caber todo mundo no carro da Jess, nos dividimos no meu carro e no dela para irmos, claro   que a Clara foi comigo e com a Maria, a Clara e a Katy foram comigo no meu carro. Chegamos no mesmo tempo que as outras.

     A casa da Clara era linda, e muito aconchegante. Fomos todas para a sala, quer dizer eu segui as meninas até a sala e então nos sentamos, o clima parecia pesado e isso estava começando a me deixar inquieta.

     - Gente o que está acontecendo? – Perguntei para elas que permaneceram em silencio, o que me deixava mais nervosa ainda, elas não eram de ficar quietas e quando ficavam era por algum motivo muito serio, e eu tinha medo do que pudesse ser.

     - Fala pra elas o que é Katy

      Todas olharam da Jess para a Katy, esperando que elas falassem algo.

     - Gente...eu não sei bem como falar isso para vocês, mas...eu vou embora. Vou para outra cidade, eu estou noiva. – Disse levantando a mão para nos, mostrando um lindo anel com um solitário simples mais ainda sim muito bonito. – E o meu noivo é médico, bem...ele foi transferido para Liverpool...e...eu vou junto com ele.

     Quando ela terminou de falar a casa estava um silencio, nenhuma de nos ousava falar nada, era musa surpresa essa noticia e imagino que ninguém imaginava isso, eu mesma não imaginava uma coisa dessas.

      - Mas não se preocupem sempre que eu puder eu virei visitar vocês, e se quiserem poderão me visitar também, Liverpool não é tão longe de Londres. Por favor não fiquem assim,  eu também vou sentir muita falta de vocês. – Percebi que ela chorava e então fui abraçá-la, mesmo sendo a mais nova no grupo, tanto na idade quanto em tempo, eu tinha me apegado muito rápido a todas elas.

     - Obrigado Sam.

       - Pode ter certeza de que vamos visitar você é só conseguirmos sincronizar as nossas férias, mas o mais importante é que temos que mantermos contato. E obrigado por me receber também.

      - Você sabe que não foi nada de mais e todas nos gostamos muito de você.

      Sorri e então finalmente me separei dela, e decidi beber alguma coisa estava com sede e começando a ficar com fome. Depois que voltei da cozinha com um copo d’agua, conversamos e tentamos não pensar na ida da Katy porem era uma coisa muito difícil de se fazer.

***

     O resto da semana foi triste por causa da noticia de que a Katy ia embora de Londres, as meninas estavam muito tristes, mas como tínhamos que trabalhar.

      E para completar Joe ainda me disse que a esposa dele estava hospitalizada, parecia que não tinha sido nada de grave somente um desmaio por causa da pressão, mas na idade em que ela se encontrava podia ser uma coisa muito perigosa.

      Estava terminando de preparar os documentos para a reunião que ia ter na segunda de tarde e como já estava acabando o dia eu teria que correr para que tudo estivesse pronto ainda hoje, e ainda faltava muita coisa para eu terminar, provavelmente teria que ficar até depois do horário, e isso seria a primeira vez que acontecia, desde que eu vim trabalhar aqui, e isso não era uma coisa que me deixava feliz, mas não tinha outro jeito então...

     - Sam, estou indo, você vai ficar muito tempo?

     - Ah! Oi Joe, não tinha percebido você ai.

     - Não faz muito tempo que eu estava aqui, na verdade chequei agora.

     - Atá. Eu vou ter que ficar, tenho que terminar os documentos que você tinha me pedido mais cedo, para segunda.

       - Ah sim. Então estou indo, tente não sair muito tarde e se cuida.

       - Pode deixar Joe eu sei me cuidar. – Disse me levantando e dando um beijo na bochecha dele. – E manda um beijo para a Olivia também.

     - Pode deixar querida. Até segunda.

     Logo que voltei ao trabalho o telefone tocou e tive que atender, já imaginando que seria, ou quem seriam.

     - Falem meninas.

     - Sam sou a Jess. Tu ainda está ai criança?

      - Tenho que terminar umas coisas.

      - Termina segunda. Vamos sair.

      - Que horror nos saímos todas as sextas daqui a pouco vamos ficar pobres.

       - Nem, fica tranqüila. E então vamos?

       - Não vai dar mesmo, esses documentos são para segunda.

     - Tá sua chata.

      Tive que rir dessa, dava muito bem para imaginar a cara da Jess pelo telefone.

     - Vão vocês e se divirtam por mim.

    - Nem pensar, não saímos sem nenhuma ainda não aprendeu isso.

     - Ok então deixa para semana que vem, vou procurar um lugar bem legal para irmos.

      - Vou cobrar isso, e falar com as outras meninas pra você não me enrolar.

      - Você ainda não me conhece não Jess?

      - Claro que sim, mas mesmo assim só pra garantir.

        - Tudo bem Jess, agora posso terminar as minhas coisas?

          - Tá. Até mais.

         Voltei ao meu trabalho, esperando não demorar muito.

***

     Uma hora depois finalmente eu estava saindo daquele escritório, fecho tudo e sigo em direção ao elevador. Depois de um minutos o elevador chega e abre a porta , eu não podia acreditar, que ele estivesse ali depois de quase uma semana, ele estava lindo como das outras vezes, o terno que usava se ajustava perfeitamente ao seu corpo.

       - Você vai entrar ou não? – Ele falou com um discreto sorriso, me tirando dos meus pensamentos.

       - Ah sim. – Disse envergonhada e entrando no elevador.