Capitulo vinte: a conversa  

Agora ferrou dava para ver a raiva em seus olhos.

- por que você não me contou – ele estava quase surtando – por que você não me contou o que esse cara fez com você? – os olhos dele estavam negros, já havia visto vários vampiros assim, mas nunca o imaginei assim. Ele estava realmente me assustando, com isso dei dois passos para trás.

Ele percebeu na hora o que estava fazendo comigo.

- desculpa Bella eu – ele estava agoniado – eu não queria ta assustar, não queria mesmo – ele hesitou, mas deu um passo em minha direção, eu o abracei – eu estou com raiva daquele cara e descontei em você, me desculpe. – ele disse passando a mão no meu cabelo

- Edward não tem o porquê de você se desculpar, eu que fui burra.

- me diga o que aconteceu, o que aquele cara faz com você? – me veio uma luz. Ele tinha entendido tudo errado, ele estava achando que o cara tinha me atacado… Bem, em parte era verdade.

- vou contar. Eu estava em Port Angeles, fui para uma boate que tem no centro da cidade na sexta feira – ele não me deixou terminar.

- eu estava lá! Eu poderia ter feito alguma coisa! – ele começou a bater na própria cabeça. Ele era masoquista fato. – eu sou um inútil, não mereço ter você ao meu lado! – ele estava errado, eu que não merecia ele ao meu lado.

- Edward – falei calma, mas ele não me deu atenção, estava murmurando coisas ininteligíveis – Edward!- gritei e ele olhou para mim – pare com essa crise de existência! – eu já tenho eu aturar as minhas, falei para mim mesma – me deixa acabar a história – ele nada disse. – então, eu tinha ido para rua um pouco para mudar os ares, eu estava encostada no meu carro quando vejo um homem praticamente carregando uma mulher e ele estava com dificuldades, então, fui oferecer ajuda.

“Ele recusou minha ajuda, disse que não me importava e passei o braço da mulher pelo meu ombro comecei andar ele também, mas a mau gosto. Resumindo: quando chegamos aonde seria para estar o carro dele não tinha nada lá. Foi ai que percebi qual era a intenção do cara, a mulher teve um rápido surto de lucidez e saiu correndo o cara me imprensou na parede e ai, bem, ai você viu, mas antes que você se preocupe ele não fez nada contra mim. Antes que algo acontecesse algo apareceu um cara lá tirando o homem de cima de mim”.

Contei, pelo menos não menti só… omiti partes.

- tem certeza que ele não te fez nada? Você esta realmente bem?

 - ele perguntou

- sim Edward

- certeza?

- sim – disse já me cansando dessa preocupação. Ele abriu a boca parecendo que iria me perguntar de novo, mas eu o impedi. – sim Edward eu estou bem. – falei num tom que tenho certeza que ele não perguntaria mais uma vez.

A partir desse dia nunca mais beberei sangue de nenhum humano em minha existência.

- você tem alguma idéia de quem fez isso com você? – ele perguntou

- não faço a mínima, pode ser qualquer um… hei por que você está me perguntado? Quem lê mentes é você! – tudo bem que eu também faço isso, mas não é o tempo todo.

- bem… eu não prestei muita atenção nas mentes hoje de manhã quando vi as fotos – ele disse envergonhado – mas quando formos a escola amanhã eu reparo.

- Edward – disse baixo, meio envergonhada – eu não sei se vou à escola amanhã.

- Bella, você não pode fazer isso, primeiro porque você já perdeu muita aula e porque é isso que essa pessoa que fez isso quer.

- ok

- eu vou indo, pois seu pai chegou. Qualquer coisa me liga. – ele me deu um pequeno selinho e foi embora, instantes depois meu pai abre a porta. Comecei a chorar novamente.

- Bells – ele disse solidário vindo até mim e me dando um abraço

- pai – disse retribuindo

- o que fizeram com você?

- você viu as fotos?

- sim, chamaram a policia para dar queixa e eu acabei vendo. Bella quem fez isso com você?

- não sei pai

- mas o mais importante: você está bem?

- sim pai estou, ele não fez nada comigo. Chegou um outro homem lá na hora e tirou aquele cara de cima de mim.

- ele não chegou a te ferir?

- não

- Bells, posso te fazer um pedido? – afirmei com a cabeça – carregue isso com você. – ele disse me dando um spray de pimenta. Fiz uma careta – por mim, eu não vou agüentar se eu te perder.

- ok, pai

            - vou te deixar um pouco sozinha agora. – ele disse e saiu do quarto.

Mas eu não queria ficar sozinha, fazia eu me sentir sozinha e definitivamente eu não queria me sentir sozinha naquele dia.

Eu estava meio depressiva esses dias, eu não era assim.

Peguei meu celular e disquei o numero do Edward, ele atendeu no primeiro toque.

- oi

“oi” – ele disse meio em duvida

- o que está fazendo?

“nada”

- poderia vir para cá?

“claro, já estou a caminho”

- estou te esperando, beijos

“beijos”

Desliguei o telefone. Alguns minutos se passaram e o Edward entrou pela a minha janela.

- aconteceu alguma coisa? – ele perguntou. Eu estava sentada em minha cama abraçando os joelhos e com o queixo apoiados neles.

- não, só não queria ficar sozinha e como você não estava fazendo nada…

- sempre que você precisar de mim eu nunca vou estar fazendo algo. – a frase estava meio confusa, mas entendi perfeitamente. Abri um sorriso.

            Ele se aproximou de mim, sentou na cama ainda olhando para mim e me beijou. Dessa vez não foi exatamente um beijo comum, foi igual ao da clareira, só que um pouco mais intenso. Assim que sua língua invadiu minha boca um delicioso gosto veio junto com ela, gosto que eu conhecia muito bem, que era viciante, me dava água na boca só de pensar nele. Intensifiquei mais ainda o beijo e Edward para o bem dele separou.

- Bella, você sabe o risco que corre fazendo isso comigo? – não – não posso machucar você Bella. – o ouvindo falar assim, pensei bem. Isso que ele está falando é verdade, só que ao contrário. Eu não podia machucá-lo. Se ele não tivesse separado esse beijo algo muito ruim poderia ter acontecido, eu nunca teria me perdoado.

- você tem razão – disse olhando o edredom

- não fique triste, faço isso pelo seu bem. – e eu pelo seu. Disse para mim mesma.

- então, vai a escola mesmo amanha, não? – perguntou ele tentando mudar de assunto.

- vou sim, mas gostaria de ir sozinha – olhei para ele, seu sorriso fraquejou por um segundo, mas voltou ao normal. Ele me abraçou e minha garganta ardeu mais um pouco. Vou ter que caçar novamente. – se importa de não vir aqui essa noite?

- por que Bella?

- eu quero pensar em tudo, aconteceram tantas coisas esse dias

- você confia em mim não é, Bella?

- sim – eu o abracei novamente – eu só quero pensar um pouco.

Eu confio em você só tenho medo, inseguranças. Qualquer um tem inseguranças não? Eu tenho as minhas, como a de ele não gostar de mim do jeito que eu sou.

- você pode sempre contar comigo, vou sempre estar ao seu lado – se ele não parasse de falar esse tipo de coisas. Meus olhos começaram a lagrimejar e ele percebeu isso. – então, por que você sempre está de lentes? – ele perguntou.

Era uma boa pergunta, era quase pelo mesmo motivo que eu não conto para ele sobre minha verdadeira natureza. Medo. Medo que não aceitem por ser diferente. Mas agora eu tinha que começar a demonstrar confiança nele.

- já volto – disse e fui para o banheiro. Tirei minhas lentes e voltei para o quarto de cabeça abaixada andando até ele. – não se assuste, ok?… Essa é a verdadeira cor dos meus olhos. – disse e levantei minha cabeça

- Bella! – ele ficou um tempo sem dizer nada com a boca entreaberta. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto. – porque está chorando? – ele disse limpando o rastro da lágrima

- eu também não gosto deles

- do que está falando? Eles são lindos! São tão diferentes.

- eu preferia como eles eram antes.

- Bella, olhos não mudam de cor.

- os meus mudaram, antes eles eram verdes claro tinham um contorno em verde escuro e perto da Iris eles eram amarelos alguns tons abaixo da sua cor, eles eram lindos. Agora eu tenho esses com cor de chocolate com uma cortina de leite jogada em cima, eles são foscos! Já viu algum olho ser fosco?!

- Bella, eles são foscos, mas são lindos – disse ele calmo – não sei porque escondia eles.

- Edward. – peguei uma foto minha no criado mudo de quando era mais jovem – esses eram meus olhos. - Seu rosto ficou numa expressão de espanto.

- eles eram bonitos sim, mas agora eles também são bonitos, seu pai está subindo as escadas, tenho que ir.

- ok, até amanha. Por favor, não venha hoje à noite.

- não venho, deixarei você refletir em paz. – ele disse e saiu, mais segundos e Charlie bateu em minha porta.

- pode entrar pai.

- Bella, vou pedir uma pizza, quer?

- que horas são?! – disse espantada, parece que acabei de sair da escola.

- quatro, por quê?

- nossa passou rápido o dia.

- vai querer?

- obrigada, pai, mas não estou com fome.

- Bella, você tem que comer. – então porque perguntou se eu iria querer então? Se iria insistir para eu comer não perguntasse. – você irá comer, não é?

- pai, eu realmente não estou com fome.

- ok – ele disse a contra gosto e saiu.

Meia hora depois ouvi o entregador chegando, meu pai perguntou, gritando, se eu não queria mesmo comer e eu novamente recusei. Depois de comer meu pai foi para a sala, ele assistiu TV até umas nove horas. Antes de dormir ele passou no meu quarto e desejou boa noite. Esperei até ele cair totalmente no sono para começar a me arrumar.