Capitulo trinta e dois: o ultimo recomeço de todos (POV Cullen)

Não sabia o que avia em minha cabeça, não sabia no que pensar. Não acreditava no que ela havia feito, não acreditava no que eu havia feito, não acreditava no que eu havia feito.

- Edward – Alice adentrou a sala desesperada – você não fez isso não é? Diga, por favor, que eu vi errado – diria também que ela estava angustiada.

- o que ela viu Edward? Nós estávamos caçando e de repente Alice fica nesse estado, ela disse que nós precisávamos voltar o mais rápido possível – disse Esme – sobre o que ela está falando?

- cadê a Bellinha? – perguntou Emmett sabendo que ela não gosta desse apelido, após notar a sal ausência.

- onde está aquele homem, o tal Marc? – perguntou Rosalie também.

- ela foi levá-lo para casa. – notei todos prestando atenção em mim, exceto pelo Jasper que estava pensativo.

- ela irá voltar depois não é? – disse Alice temendo a resposta.

- não – disse vagarosamente – eu pedi um tempo para eu pensar.

- seu idiota! Você não tinha o direito de fazer isso com ela, comigo! Ela era minha amiga também! – ela começou a discutir comigo.

- ela mentiu para mim Alice! O que você queria que eu fizesse?! – perguntei revoltado.

- ela não mentiu para você coisa nenhuma! Você sabia que ela guardava segredos e você mesmo disse a ela que não importava – Rosalie respondeu por Alice entrando na discussão – e ainda por cima o segredo era da menina, se ela quisesse esconder do papa ela esconderia! Parem de fazer tanto drama por causa disso!

- Rosalie e Alice têm razão, ela não merecia isso. Você não pensa que ela te ama e está sofrendo nesse momento por essa sua indecisão? – Emmett também tomou seu lado no seu breve momento de lucidez. Sabia que, apesar de gostarem da Bella, Esme e Carlisle não tomariam partido na discussão, mas Jasper sim, só que ele estava a alguns passos atrás de Alice andando de um lado para o outro alheio a tudo.

- ela saiu daqui brava, nervosa, estressada ou irritada? – ele perguntou finalmente, tirando todos os olhares assassinos de meus irmãos que estavam em mim.

- parecia – disse confuso. Ele voltou a refletir, agora com todos olhando para ele.

- droga – murmurou ele – você é um idiota, Edward. Você não tem a mínima noção do que se passou ela e já a julga! – ele gritou comigo. Como assim o que ela passou? – droga, droga, droga – murmurou ele enquanto pegava o celular andando de um lado para o outro novamente – tem sorte por ela não ter se descontrolado e reze para que ela ainda esteja inteira e não por ai caçando coisas para descontar a raiva – ele disse para mim e discou um número.

 Para quem você está ligando? – perguntei.

- para quem você acha? – ele perguntou irônico – para Bella, vou ver se ela ainda está viva – todos pararam de respirar ficamos esperando ela atender.

“Fala” ela atendeu ao primeiro toque, Jasper nada disse. “Fale Jasper o que foi?” ela disse ficando preocupada “estão todos bem?… já estou indo para ai” ela falou realmente preocupada conseguimos ouvir barulhos no fundo, como se ela  estivesse correndo.

- não precisa Bella, estão todos bem. Como você sabia que era eu? – ele perguntou.

“Como se você não soubesse” – ela disse dando uma risada dura.

“Identificador de chamadas, identificador de chamadas” ouvi Jasper dizer repetidamente em sua mente tentando esconder algo.

- onde você está? – ele perguntou preocupado

“Os outros estão ouvindo?” ela perguntou ao invés de responder a pergunta dele.

- Bella – ele a repreendeu.

“Estão?” ela perguntou novamente.

- se eu dissesse que sim, o que você estaria fazendo?

“Nada, absolutamente nada” ela respondeu rapidamente. Ouvimos um estrondo vindo do telefone “porcaria” ela murmurou para si

- droga, Bella onde você está?!

“Em alguma parte do universo” ela riu “brincadeira, estou brincado com algumas árvores”.

- os outros estão ouvindo – ele a avisou.

“Estou pouco me lixando” ela falou só que não foi bem essa expressão que ela usou. “Minha vida já está toda ferrada mesmo”

- Bella, pare de ‘brincar’ com as árvores e vá para a sua casa.

“ok, isso aqui não tava bom mesmo, é mais legal quando o alvo se move”

- o Emmett se voluntária para isso. Agora vai para tua casa – ele disse a última frase duro.

“Já estou em casa, já estou em casa” ela disse.

- o que está fazendo?

“Você está parecendo o meu pai… não, você está pior que ele, uma vez eu cheguei em casa depois das 5 e ela estava dormindo se fosse você capaz de já ter ido atrás” ela disse rindo. Pêra ai, depois das quatro?! A menina ainda é menor de idade!

- é porque ele não sabe o que você faz, agora, o que está fazendo? – o que ela faz?!

“Estou vendo meu sangue escorrer” ela disse na maior tranqüilidade “conforme eu aumento o corte ele sai mais rápido”

- Bella do céu, hoje você realmente não está bem. Para de se cortar, uma hora tem que ficar a marca!

“Para que ligou Jasper?” ela disse se entediando com a conversa.

- para saber se você estava viva e pelo visto quase que não encontro você assim.

“Conferiu Jasper… agora tenho que desligar, vou dormir.” Ela disse apressada.

- ah eu também, já estou até de pijama, conta outra Bella.

“Ta bom, me pegou é que o absinto caiu no meu lençol e eu tenho que limpar logo. Beijos até qualquer dia.”

- olha Bella, eu sei que você está pirando ai, mas saiba que o Edward foi um idiota e até Alice está brava com ele, agora para de se cortar e vai limpar isso.

“Ta, ta, beijos” ela disse e desligou sem dar tempo para ele para ele se despedir.

- ela não vai parar – ele disse e se deixou cair na poltrona – e fique sabendo que ela é orgulhosa demais para vir até aqui – ele disse para mim e fechou os olhos como se quisesse dormir.

- como você pode estar nessa calma? Ela acabou de falar que derrubou absinto no lençol dela! Isso é ilegal.

- Alice calma, isso é um esmalte – Jasper disse a acalmando.

- como você sabe disso? – Emmett perguntou abismado e Jasper deu de ombros

- aquele amigo dela, o Matt, trouxe para ela do Brasil.

- e você sabe se é bonito? – Alice perguntou, mas eu não fiquei para ouvir a resposta até porque ela não me interessava.

Sai de casa e fui para a nossa clareira, estava me sentindo péssima e não sabia o real motivo, havia tantas possibilidades. Depois de ouvir a conversa do Jasper com a Bella e ler os pensamentos que ele tem para com ela me senti um idiota por todo aquele ciúme bobo, como Bella havia descrito, que eu tive. Como sempre a Bella tratava os seus amigos como se fossem irmão e eles devolviam esse afeto do mesmo modo. Ela nunca via maldade nas pessoas e isso a machucava muitas vezes pelo que soube. Isso era um problema.

Por que eu estava bravo com a Bella mesmo? Cheguei a me perguntar depois de um tempo de reflexão.

Seria por ela não ter me contado seu segredo, mas o segredo era dela, não poderia exigir isso. E pensando, se fosse eu no lugar dela, nem precisaria mudar muita coisa. Se ela não soubesse que vampiros existiam quando eu a conheci, será que eu contaria realmente meu segredo para ela? A resposta era clara. Não, eu não contaria. Eu teria medo, assim como ela teve.

Percebendo que eu havia mesmo sido um idiota ao agir daquele modo com a Bella levantei-me rapidamente. Iria falar com ela.

Fui para sua casa correndo o mais rápido que eu consegui. A poucos metros dela senti um cheiro maravilhoso me atingir, o cheiro mais doce que eu já senti em minha vida, o sangue da Bella.

Lutei com todas as minhas forças para não deixar o monstro que havia dentro de mim se aflorar consegui repetindo em minha mente a frase que ela mesma disse: nunca beba o meu sangue Edward, não importe em que estado de vida eu esteja, não beba.

Andando a passos humanos cheguei à parte de trás de casa, as duas janelas que davam para o quarto de Bella estavam fechadas, junto com as cortinas. O cheiro da Bella estava muito forte, parei de respirar para que nada trágico acontecesse, como se todo seu sangue estivesse exposto. Desesperado, dei a volte entrando pela janela da cozinha. Subi até seu quarto e abria porta com um pouco de violência. Não tinha nada lá. O lençol estava praticamente todo manchado de sangue e em uma pequena parte dele estava verde, o abiscinto.

Ela não estava brincando quando disse ao Jasper que estava se cortando, manchou o lençol inteiro e não se preocupou, mas quando derrubou o esmalte foi ‘limpar’. Caminhei incrédulo para o banheiro com a mínima esperança de que ela estivesse lá e bem. Nada.  O banheiro estava vazio.

Entrei em total desespero, sai do quarto correndo apenas parando para fechar e trancar a porta, não queria que o pai dela chegasse e visse aquilo. Saquei meu celular do bolso e liguei para o Jasper.

“sim Edward” ela já atendeu falando.

- Bella está ai?

“não, ela deve estar na casa dela, ligue para o celular dela ou sei lá.” Ele disse despreocupado, não seria eu que tiraria essa calma dele. Agradeci e desliguei o celular.

Não achava que ela me atenderia, então, nem me dei ao trabalho de ligar para ela. Só me restava tentar achá-la através do seu cheiro, me distanciei da casa o suficiente para que o cheiro dela lá não me atrapalhasse. Inicialmente não senti nada que pudesse ajudar, apenas vaguei sem rumo floresta a dentro. Precisaria procurar onde ela poderia estar, mas não sabia de nenhum lugar de tal importância. Reparei que seu cheiro estava por todo lugar, ou eu estava louco, ou ela vagava mais por aqui do que eu imaginava.

Depois de um tempo andando sem perceber por onde, pensando em algum lugar onde ela poderia estar senti seu cheiro ficando mais forte. Mais uma vez segui em frente esperançoso de que ela estivesse ali e bem.

Encontrei-a ajoelhada no chão em uma abertura da floresta, eu já havia estado aqui antes. Era onde eu encontrei Bella chorando após ela ter matado o Jared, o que até hoje mesmo sabendo de tudo não acho que possa ser verdade. Ela estava com uma caixa lotadas de potinhos de plásticos com etiquetas brancas, cada uma com um nome.

- olá, Edward – ela disse com uma voz sinistra, mas calma.

- como… - não terminei a pergunta. Ela estava da costas, não tinha como. – como você sabe que sou eu?

- há muitas coisas que não sabe sobre mim - ela disse com a mesma voz, estava parecendo aqueles filmes de terror onde o assassino está tentando não assustar a vitima.

Ela não tinha olhado para mim ainda, estava voltada para o chão pegando potinho por potinho da caixa e derramando seu conteúdo num pequeno buraco, que pelas suas unhas eu diria que ela havia cavado, tudo lentamente.

- você está bem Bella?

- achei que queria um tempo – ela disse.

- desculpe Bella, eu não queria te magoar eu fui um idiota não tinha o por que eu ficar bravo com você, faria a mesma coisa no seu lugar. Espero que me perdoe, eu não podia ter agido daquele modo com você. – disse rapidamente e desesperado

- de que modo? Você não fez nada de mais Edward, não há do que você se desculpar. Você tinha vários motivos para pedir um tempo para pensar, muitas coisas bombardeando sua cabeça, eu sei como é ruim. – ela disse pegando mais um potinho lendo o nome da etiqueta abrindo um pequeno sorriso e derrubando seu conteúdo no buraco.

- o que você está fazendo? – perguntei.

- tentando me perdoar pelas coisas que eu fiz, o único modo de fazer isso e fazendo com que as pessoas a quem eu fiz mal me perdoem.

Fiquei sem falar nada, não sabia o que dizer.

- sabe Edward, depois de um tempo de desapontamentos você acaba perdendo um pouco a noção das coisas, e começa a temer fortes emoções, essas são as melhores eu não deveria temê-las, mas acontece, então, para disfarçar esse medo para mim mesmo eu torno a outras emoções menores nas melhores e mais verdadeiras possíveis deixando às vezes essas mais fortes, como o amor, de lado. Desculpe se eu fiz isso com você. – vi uma pequena lágrima escorrer pelo seu rosto, não sabia se era do que ela disse ou do nome que ela leu na etiqueta.

Ficamos os dois quietos, ela continuou a esvaziar os potes, ajoelhada e eu a sem entender nada, parado. Fiquei a observando até chegar ao ultimo pote.

- mas tem horas que você se arrepende de fazer isso, - ela disse olhando a etiqueta. Outra lagrima escorreu pelo seu rosto - pois percebe que não são as pequenas emoções que importam que as emoções não podem ser supervalorizadas, mas sim que uma amizade pode ser tão grande como o amor e não passar de nada disso, que as vezes confiamos em pessoas erradas e que certas pessoas não a merecem, pois no fim ela chegará para você e dirá apenas um adeus e irá embora. E todo medo do amor que já tinha se torna maior por ter sido burra de temer ele e valorizar uma coisa que não merecia. - ela moveu os lábios mais algumas vezes sem dizer nada realmente, derramou o conteúdo, que eu percebi ser pó, no buraco e começou a soluçar. Ela olhou com raiva para o pote – certas pessoas não merecem e outras que são prejudicadas por isso, a confiança nela pode ser grande, mas a confiança no mundo já está acabando. – peguei em sua mão curioso para ver o nome que despertou isso nela.

Jared Wilson

Essas eram as duas palavras escritas no pequeno pote. Senti meus olhos se arregalarem e Bella praticamente se jogar em cima de mim chorando forte eu a dei um abraço forte reconfortando-a. não queria acreditar que fosse realmente isso. Que toda essa caixa, todos esses potes, todo esse “pó”, na verdade, fossem cinzas, cinzas de pessoas que ela já matou.