Na Tempestade escrita por isasa_


Capítulo 3
Tudo que eu queria era não ter saído aquele dia.




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Capítulo 2 – Tudo que eu queria era não ter saído aquele dia.

 

            Não costumo contar minha história para ninguém, porque pena é um sentimento que eu na suporto, e jamais admitiria que alguém a sentisse por mim. Já vou logo avisando que se você não gosta de finais tristes, não deve ouvir a minha confissão, pois posso lhe garantir que a minha vida até hoje não tem nenhuma chance de me proporcionar um felizes no final.

 

            Eu já fui feliz, todos em algum momento de sua fida são felizes, mas esse sentimento para mim sempre foi passageiro.

 

            Tudo começou a desmoronar quando eu tinha cinco anos, eu estava morando com o meu padrinho por um período de tempo, meus pais viajavam muito e não tinham como ficar comigo, Jiraiya era o melhor padrinho do mundo e as vezes era mais pai que meu próprio pai. No dia do meu aniversário, eu discuti com ele, pois ele não tinha achado o presente que eu queria, e o convenci a sair a sua procura, acontece que estava chovendo muito forte e naquela noite ele não voltou, eu esperei por três dias, tia Tsunade estava desesperada, mas tanto quanto ficou após o telefonema, Jiraiya tinha morrido, e tudo era culpa minha e do meu egoísmo, o que só aumenta mais a minha culpa.

 

            Papai e mamãe vieram para o enterro, mas logo se foram teriam outra daquelas reuniões que os ocupava tanto, eu e Tsunade demoramos muito para superar a perda, mas dez anos depois não chorávamos mais e conseguíamos olhar suas fotos e sorrir para momentos que ele se atrapalhava, os que não eram poucos. Tsunade já estava velha e morreu cinco anos após Jiraiya, voltei a morar com os meus pais, eles não tinham mais que passar tanto tempo comigo, já que eu já tinha uns dez anos, os cinco anos seguintes foram os piores de minha vida, eu ficava sozinho o dia inteiro, só com os empregados, mas com esse não tinha permissão de falar comigo, não me adiantava muita coisa ter eles em casa.

 

Quando fiz quinze anos eu me apaixonei, era a garota mais bonita que eu já tinha visto em toda a minha vida, o nome era Haruno Sakura, e  que eu mais gostava nela eram aqueles olhos verde combinando com os cabelos rosa, achei que a minha solidão tinha acabado e que finalmente eu poderia ser feliz novamente, fiz de tudo para conquistá-la, deixava flores todos os dias em sua carteira do colégio, bombons em sua casa, bilhetes em seu armário, tudo assinado com UN assinado, seja no final ou em um cartão com poemas.

 

            Passou um ano até que resolvi me identificar, e não poderia dar mais, começamos a sair e logo a namorar, mas tudo chegou ao fim no nosso aniversario de dois anos de namoro, quando eu fui até a casa dela lhe dar o meu presente, me disseram que ela tinha ido ao parque, eu sabia onde ela estaria. Sakura amava se sentar no banco onde dava para ver toda a cidade, me dirigi para lá. Eu estava certo, a encontrei, mas não estava sozinha, estava com outro, mas não um outro qualquer, e sim com  o meu melhor amigo, Uchiha Sasuke, tudo estaria normal se eles não tivessem se beijando, larguei suas flores no chão e nunca mais falei com eles, que fossem felizes.

 

            Conversei com meus pais e resolvi me mudar, já tinha dezoito anos agora eu queria morar sozinho. Eles concordaram, e disseram que iriam se aposentar, morar em uma cidade do interior. Passei um ano e meio fora e voltava para o aniversario de casamento de meus pais, afinal eram suas bodas de Prada, e vinte e cinco anos juntos é um feito e tanto.

 

            Quando voltei passei o melhor meio ano da minha vida, finalmente eu tivera os pais que me faltaram na infância, íamos fazer uma viagem de barco em comemoração aos meus vinte anos, que fora no mês passado, os dois me chamaram para um jantar naquela noite, e eu idiota recusei, mal sabendo que seria a ultima vez que os veria, fui trabalhar, iria abri um pequeno restaurante na cidade, e os deixei onde iam jantar, tudo estava bem, mas mamãe esqueceu a bolsa e os dois resolveram voltar andando para buscar, afinal não era longe. No caminho eles foram assaltados, papai resistiu e os dois morreram baleados no peito.

 

            Não tive coragem de fazer um enterro, eu sabia que os dois queria ser cremados e que suas cinzas fossem jogadas no quintal onde moravam atualmente, ficariam eternamente onde tinham sido verdadeiramente felizes, e assim eu fiz.

 

            Não voltei para a casa deles, comprei outra e deixei aquela vazia, não poderia vendê-la, mas não conseguia morar nela, fazia dois meses que eles tinham morrido, e naquele dia eu resolvi visitá-los, mas como não tinham uma sepultura, eu fui ao quintal, devia fazer uma hora que eu estava la, e teria ficado mais se não tivesse começado a chover, entrei e resolvi tomar uma banho pondo as minhas roupas para secar.

 

            Era tão estranho estar de volta naquela casa, eu me lembrava de todos os momentos que estivera nela, e o mais estranho foi que não fiquei triste como pensei que ficaria ali, era agradável, eu me senti leve, de frente para a porta do banheiro tinha uma janela, e foi ai que eu a vi, no começo achei estar louco, pois ela parecia um anjo, parada na chuva e olhando para cima, e me vi atraído por sua imagem, e sem perceber eu estava ao seu lado com um enorme guarda-chuva nos cobrindo, não disse nada, e ela pareceu desapontada por não sentir mais a chuva, e eu não sei estava encantado, acho que a solidão me fez a inventar, como alguém pode ter olhos tão parecidos com a lua? E só de olhá-los eu sabia que estavam desapontados e irritados, confusos. De repente eu me vi furioso, a levei para a varanda, já que ela não parecia querer sair dali.

 

            - O que diabos você fazia na chuva? Quer morrer de pneumonia? – não conseguia me controlar, ela não podia não se importar com a própria saúde.

 

            Eu a encarava como se ela fosse louca, ficara parada na chuva por horas, estava tremendo mais parecia não ligar, estava com o mesmo sorriso que tinha nos lábios de quando eu a tirei da chuva, e eram lábios perfeito carnudos que me davam vontade de beijá-los, eu estava ficando louco, eu mal a conhecia, desisti da boca e encarei os olhos, me arrependi assim que os fitei, tão intensos como a lua, mas perto de seu olhos, provavelmente a lua se sentiria uma copia barata, eu me vi perdido, me vi preso, encarando aqueles olhos que parecia não ter fim, tão fundos e sinceros, tão belos, o seu cabelo preto que encharcado destacava mais a sua pele pálida, meu Deus e como ela estava encharcada, mas ela parecia se divertir com isso, o sorriso somente saiu de seu lábios quando reparou que eu estava só de toalhas. Mas o mesmo tinha acontecido comigo, ou o vestido dela era muito feio ou a mesma estava usando uma camisola de hospital.

 

            E eu me vi novamente desejando seu lábios. Minhas perguntas não foram respondidas por ela? A invés disso ela me respondeu a algo que eu não perguntei.

 

            - Sou Hinata, e você quem é? - Me vi respondendo as perguntas dela ao invés de insistir nas minhas.

 

            - Sou Naruto, mas o que fazia na chuva?

 

            De novo ela não me respondeu, mas me fez outra pergunta.

 

            - O que faz aqui fora de toalha? Será que agora posso voltar pra chuva?

 

            Ela estava louca? Voltar para a chuva? Será que ela tinha merda na

cabeça ou estava querendo jogar comigo, resolvi apostar na ultima e me vi questionando-a.

           

- Porque quer tanto ficar na chuva? - E ela me respondeu com o mais belo dos sorrisos, junto ao um texto que me impressionou vindo dela.

 

- A chuva é prefeita, e vem raras vezes por ano, tudo nela me cativa, seu cheiro, seu gosto, sua temperatura fria, o vento que a acompanha, e você me pergunta o porquê de eu querer ficar nela? Eu é que te pergunto por que não queres ficar nela. –

 

Me impressionei com o louvor com que ela defendeu a chuva, estava fascinado e queria ficar com ela por mais tempo, chamei-a para entrar e tomar algo quente, ela aceito sob a condição de que eu entrasse e me trocasse, o que logo fiz.


            Mas quando eu voltei, ela não estava mais lá. E quando percebi eu estava desesperado, eu teria que encontrá-la de qualquer jeito, ninguém podia sumir tão facilmente, peguei meu guarda-chuva e corri por toda a cidade, revirei cada canto. Quando a chuva parou eu voltei para casa e fiquei em jubilo quando encontrei um bilhete dela.

 

Me procure

Estou no hospital

Quarto dois.

 

Eu sabia de que hospital ela falava, a cidade tinha somente um, e logo eu estava do lado de fora esperando a sua permissão para entrar.


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Notas finais do capítulo

espero que tanham gostado beijinhos!!