Fui para a escola, ansiando para seu término, quero me encontrar com Naruto, e hoje eu vou lhe pagar o sorvete. Vou levar minha bola e se possível passarei a tarde toda jogando com Naruto. Talvez seja assim que quem tem pai se sentem na tardes que passam juntos. Quero tanto que o dia acabe que nem me concentrei na escola. Quando enfim o sino toca eu praticamente pulei da cadeira. Eu corri para casa, tirei o uniforme, almocei na padaria como minha mãe mandou, bom eu praticamente engoli sem nem sentir o sabor direito, e ao acabar eu corri para o parque.

Todos brincavam com alguém de sua idade, mas eu corria para assustar aquele que estava de costa para mim. Pulei em suas costas, mas ele não se assustou, o seu sorriso era tão grande quanto o meu.

- Oi Aiko! Belo jeito de cumprimentar, mas acho que não daria muito certo para mim fazer isso com você, consegue imaginar me imaginar nas suas costas?

Eu ri da piada sem graça, pois por mais que eu soubesse que talvez esta era a pior piada que eu já tinha ouvido, rir o faria se sentir bem então me fazia também. Jogamos futebol a tarde inteira, eu reparei que aqueles que ontem diziam que eu não tinha pai estavam observando com cara de espanto.

Não posso que dizer que sabia o motivo do olhar, eu não estava fazendo nada de mais e mamãe não estava por perto para eles dizerem algo. Acho que talvez seja porque esta é a primeira vez que eles estão vendo o Naruto, ontem por causa da briga não devem ter reparado direito, mas eu não ligo para o modo como me olham, eu sou observado assim desde o jardim de infância, é algo que eu aprendi a ignorar. Com o tempo esquecemos do passado doloroso, porque sempre existem as lembranças boas, basta somente relembrá-las.

- Ei Aiko. - Naruto me tirou de meus devaneios.- Se você não prestar atenção eu vou ganhar muito facilmente de você. - Abri um de meus maiores sorrisos, ele não ganharia, porque desta vez eu estava 100% focado na vitoria. 

- Eu não aguento mais.

- Deixa de ser velho Naruto! Não estamos jogando a muito tempo.

- Como não garoto, olha para o céu! - Somente naquele momento que percebi que ja tinha quase escurecido, eu tinha que voltar e logo para casa, se mamãe chegasse antes de mim ou ficaria extremamente preocupada, ou furiosa, e eu não sei o que é pior.

- Para a sua sorte eu tenho que ir Naruto. Porque se eu ficasse mais você sabe que eu ganhava, fico te devendo o sorvete.

Ele sorriu para mim e para marcarmos novamente, eu eu esperava ansiosamente por isso, porque este pequeno período de tempo com o Naruto lhe fez perceber que ele queria um pai, mais inda ele queria que o Naruto fosse seu pai. 

Eu sorri para mim mesmo com o sonho de que Mamãe e Naruto fossem um casal, eu queria isso, e daria um jeito para ter. Uma vez minha mãe me disse que quando desejamos algo muito forte e lutamos pelo queremos nós conseguimos. Eu sabia que se alguém tivesse que ser o meu pai este alguém era ele. Porque ele se parece com a pintura de mamãe. 

As vezes eu penso que Deus não é justo, como pode tirar o pai de uma criança sem o deixar conhecê-lo? Eu quero ser como os garotos desta cidade que tem seus pais na plateia de seu jogo, que estão sempre no portão quando eles saem da aula, ter segredos e conversas que só temos com os pais.

Estes dois dias me fizeram tão felizes que eu quero que durem para sempre, que seja assim todo dia. Eu farei com que eles fiquem juntos e assim o Naruto vai ser o meu pai. Mamãe vai sorrir mais e as pessoas não irão falar mal dela mais.

Quando cheguei em casa minha mãe ja estava lá, ela estava brava, mas quando eu disse que estava com o meu amigo, ela sorriu e se acalmou.

- Traga ele para jantar da próxima vez que se encontrarem. - Eu sabia que esta era a minha oportunidade.

- Então ele vai vir aqui amanhã. Tudo bem?

- Claro, então vou chegar mais cedo e fazer torta de limão para a sobremesa. 

Aquela noite foi como todas as outras, mas também foi a melhor para mim, porque se tudo desse certo eu teria um pai logo logo.

No dia seguinte eu acordei ante de ser acordado, chamei minha mãe e tomei meu banho e comi meu cereal. Fui para a escola sabendo que este dia seria mais longo que o normal, e eu ainda teria que encontrar o Naruto quando saísse da aula.

Não sei o eu deveria ter aprendido hoje porque não consegui prestar atenção, quando o ultimo sinal tocou eu ja estava quase no portão. E hoje parecia ser meu dia de sorte. O Naruto estava sentado no balanço perto da escola. Eu corri até la e tentei lhe dar um susto como da outra vez, mas sem sucesso novamente.

- Oi! Eu não sabia que estudava aqui.

- Sabe Naruto eu não tenho muitas opções na cidade, seria esta ou a escola que fica muito longe de casa, esta é mais cômoda. Vamos tomar aquele sorvete que eu estou te devendo?

- Claro! Vamos sim eu estou derretendo aqui.

- Hoje eu escolho o seu sabor! Minha mãe me disse que era para você tomar o de pistache porque é o melhor.

-Então vai ser de pistache.

A tarde foi passando e eu o chamei para jantar em casa.

- É claro que eu vou, estou morrendo de fome e não quero voltar tão cedo para casa mesmo.

Eu lhe mostrei tudo no caminho, desde a padaria onde eu sempre almoço até o muro onde eu treino o meu chute com a bola. Quando chegamos na frente do meu prédio eu vi que a janela estava acesa, eu virei para o Naruto e ele estava parado a alguns passos de distância.

- O que foi Naruto? Anda vamos que minha mãe ja chegou. - ele pareceu acordar de um sonho e sorriu para mim e juntos entramos no prédio.

- Mãe! Cheguei e meu amigo esta comigo.

-Aiko não faça tanto baru… NARUTO!