11 – As marcas de uma tarde realmente divertida.

            Quando eu voltei do parque fui para a casa do Kiba, como todos os dias. Mamãe trabalha até tarde e sempre me pega depois do jantar, mas desta vez foi diferente.

-       Ela está te esperando. – eu não entendi muito rápido,e quando minha fixa caiu eu sai correndo em direção ao apartamento ao lado.

-       Mãe!? – ninguém respondeu, eu fechei a porta e fui procurando pelo apartamento. – Mãe, você está ai?

-       Na cozinha filho! – eu fui em direção a cozinha e o cheiro começou a ficar forte. Fazia tanto tempo que eu não comia isso, que demorou para eu perceber o que era. – Não vai entrar gritando como você fazia antigamente? Sempre que eu fazia panquecas para o jantar você entrava correndo e me abraçava me pedindo muitas e tentando me convencer a não por recheio, que você queria comer com melado, e adivinhe só, hoje teremos panquecas com melado para o jantar, e por invertermos a situação vou fazer macarrão para o café da manhã!

Eu sabia que ela estava brincando, mas fazia tanto tempo que não tínhamos um jantar junto que resolvi entrar na brincadeira, disse-lhe que se fossemos ter macarrão para o café eu queria todos os tipos de molhos que encontrávamos no restaurante que sempre íamos.

A noite foi chegando ao fim, quando deu nove hora mamãe me mandou tomar banho e me arrumar para dormir, e foi o que eu fiz depois de reclamar muito.

 Nunca tínhamos tanto tempo juntos durante a semana e eu queria aproveitar o máximo possível. Como meu pai morreu antes de eu conhecê-lo, eu sempre aproveitei a minha mãe o máximo possível. Sei como é crescer na presença de somente um dos pais.

 Mamãe sempre tentou me esconder os olhares das pessoas, mas eu sei o que ela sofreu para me criar. Quantas vezes eu já a vi chorar em seu quarto quando pensava que eu dormia... Quando eu a vejo assim, a minha vontade é de tapar a boca de todos os que a criticam! Ela trabalha duro para nos dar uma boa vida, abandonou seus sonhos pelo nosso futuro.

Um dia desses achei uma caixa com alguns desenhos, estes que descobri serem feitos pela mamãe. Eu guardei um deles, espero que ela não perceba. No desenho, mamãe esta sentada no parque com um homem loiro que acredito ser meu pai.

Quando eu era menor, eu pedia fotos de meu pai, mamãe sempre me negou dizendo que não tinha nenhuma, que depois de sua morte era muito doloroso vê-lo somente em uma foto e que todas tinham ido para o lixo.

Gosto de acreditar que o cara do desenho é meu pai pois mamãe sorri muito no papel, me parece um quadro feliz, e é assim que eu espero que eles tenham sido.

As vezes quando me pego olhando a figura, penso que não podem ser os meu pais, parece somente o desenho de um artista, que ninguém pode ser verdadeiramente tão feliz quanto o que é retratado, mas para mim e assim que eles foram, mais felizes que a realidade permite.

Mamãe me botou na cama como em todas as noites, e conversamos ate eu cair no sono.

-       Mãe, fiz um amigo hoje. – o rosto dela se iluminou. Eu nunca falei de amigo nenhum e nunca trouxe um para casa, isso porque eu não tenho nenhum. As mães sempre me mandam ficarem longe do pequeno bastardo, do garoto sem pai. Por causa deste sorriso, resolvi não dizer que o meu amigo não tinha a minha idade e sim provavelmente a dela ou mais. – Nós jogamos bola a tarde toda e ele me pagou um sorvete.

-       Então amanhã você deve pagar um para ele. Tem dinheiro no pote da sala, pergunte se ele gosta do de pistache, é o nosso favorito.

Ela me deu um beijo na testa em me mandou dormir, saiu do quarto apagando a luz e fechando a porta, e eu dormi esperando encontrar o Naruto amanhã de novo.