Procura-se Uma Acompanhante escrita por lininhaaa


Capítulo 6
Capítulo VI - Mudança de Atitude




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Capítulo 6  -Mudança de Atitude

 

A cada dia Sakura aprendia algo diferente com Chyo.  Já havia se passado uma semana desde o jantar beneficente e ela não vira Sasuke durante aqueles dias. Segundo a governanta, ele voltaria hoje da viagem de negócios que teve que fazer de última hora.

Era um sábado e como sempre a Haruno tinha o fim de semana de “folga”, o que dava a ela tempo para preparar alguns detalhes do pequeno apartamento que comprara para sua tia e visitá-la, já que ainda se encontrava no hospital.

Todos os dias, pedia a Kami pela saúde da tia. Infelizmente a pneumonia que ela havia pegado há meses atrás tinha sido causada por um vírus resistente, existente somente em hospitais. Isso só poderia ter acontecido pelo descuido e descaso com que Sora tinha sido tratada no hospital público.

Como sempre fez, Sakura acordou cedo e olhou pela janela espelhada do quarto. Chovia e um vento frio vinha de encontro aos vidros. Pelo estado do jardim chovera durante toda a noite, mas seu sono não permitiu que ela escutasse o som agradável da chuva que caia.

Levantou-se preguiçosa e dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho antes de descer para fazer seu desejum e em menos de vinte minutos estava pronta, vestindo uma calça jeans preta e uma blusa branca de mangas longas com um par de botas escuras.

Desceu e para sua surpresa encontrou a porta principal sendo aberta e Sasuke passando com uma mala de carrinho preta. Parecia bem cansado e assim como ela pareceu surpreso com o encontro repentino.

- Bom dia, Sasuke-sama...

Sasuke só se deu ao trabalho de menear um cumprimento quase imperceptível com a cabeça e direcionar-se à mesa do café-da-manhã devidamente posta.

Sakura terminou de descer os degraus que restavam da escada e caminhou para a cozinha, mas no meio do caminho acabou encontrando Chyo.

- Bom dia, Sakura-chan. – cumprimentou-a sorrindo.

- Bom dia, Chyo.

- Que bom que apareceu, Sakura. Por que não se junta à Sasuke-san no café-da-manhã?

- Não creio que seja uma boa idéia, Chyo... – ela resmungou arregalando os olhos. Por que Chyo insistia em fazê-la  realizar suas refeições ao lado dele?! Já não bastava o jantar de dias atrás?!

Por mais que soubesse que tivesse feito tudo certo, não podia negar que estava com receio. Ele sempre parecia tão sério e arrogante, olhando-a pelo canto dos olhos como se fosse superior a ela. Sequer tinha a coragem de cumprimentá-la.

- Pare de bobagens! – a governanta colocou às mãos na cintura e bateu um dos pés no chão.

Sasuke olhava a cena um pouco distante, mas parecia que Sakura havia feito algo que realmente irritou a governanta.

- Algum problema, Chyo?!

Contornando a silhueta de Sakura, a senhora colocou-se aonde os olhos de Sasuke pudessem enxergá-la.

- Sasuke-san, você se incomodaria em Sakura lhe acompanhar para o café?! – Chyo juntou as sobrancelhas assim que terminou a frase, dando uma espécie de aviso para o Uchiha mais novo.

Ela andava bem irritada com ele. Tudo bem que Chyo lhe criara quando ainda morava com seus pais, mas Sasuke não entendia o motivo de a senhora defender tanto aquela garota.

 - Não me incomodaria, Chyo. – resmungou.

Com um sorriso aberto, a senhora virou-se para Sakura e fez um gesto para que ela se aproximasse.

Antes de se colocar a andar, Sakura bufou e encolheu os ombros. Maldita insistência de Chyo.

Andou tímida e sentou-se na cadeira vazia que ficava ao lado esquerdo do Uchiha.

- Eu já volto. – Chyo anunciou animada.

Os dois se entreolharam tentando entender o motivo da mulher ficar tão exasperada por um simples café-da-manhã. Não demorou muito para Sakura  e Sasuke tomarem o café, acompanhados de Chyo que ficara prostrada ao lado de Sasuke.

- Por que não senta, Chyo-san?! – Sakura perguntou depois de engolir o pedaço de torrada.

- Sou a governanta, Sakura e estou bem aqui. – sorriu.

- Ainda acho que deveria sentar, Chyo-san... – repetiu a Haruno.

- Sou uma empregada, Sakura.

- Com todo o respeito ao Sasuke-sama e a você Chyo, mas também sou uma empregada e estou sentada aqui.

Chyo desviou os olhos momentaneamente para o Uchiha que pareceu desconfortável com o comentário dela. Em momento nenhum ela demonstrou maldade com tal comentário, mas como Chyo mesmo tinha dito ela era uma moça simples.

- Sente-se, Chyo. – o Uchiha ordenou.

-Tudo b.-

- Sente... – ele repetiu. – Sakura está certa! Você é bem mais que uma empregada, assim como ela.

Sakura que tomava seu chá parou com a xícara no meio do caminho e olhou para o Uchiha. Ele não parecia irritado como antes.

Assim que a governanta realizou o pedido de Sasuke, ela sorriu. Chyo era uma companhia agradável à ela.

- Você vai visitar sua tia hoje, Sakura?!

- Vou, Chyo. Aproveito todos os fins de semana para visitá-la e resolver os detalhes do apartamento.

Ouvindo quieto a conversa entre as duas, Sasuke interessou-se pelo assunto do apartamento.

- Apartamento?!

- Sim. Com o dinheiro que ganho aqui consegui alugar um apartamento bom para que minha tia tenha um lugar melhor quando sair do hospital. – ela respondeu. – Claro que guardo boa parte para qualquer imprevisto e o resto eu gasto quase todo com o plano de saúde dela e compro algumas coisas.

- Hum.

Por mais que não demonstrasse, ele estava bastante impressionado com a administração do dinheiro dela. Sakura podia ser simples, como Chyo havia lhe dito, mas sabia fazer as coisas.

- Se me dão licença, vou arrumar minhas coisas para ver minha tia. – ela sorriu antes de levantar-se e retirar a xícara e os dois pratos que usara. Empilhando-os nas mãos, direcionou-se à cozinha.

Sasuke assistiu a tudo aquela cena com a sobrancelha arqueada.

- Pode me explicar, Chyo?! – ele perguntou curioso.

- Ela arruma a própria cama, ela tira a louça que usa. Por mais que eu diga que o trabalho dela não é esse, Sakura insiste... –Chyo deu os ombros derrotada. – Eu desisti... – sorriu.- Com licença, Sasuke-san.

 

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A chuva não dava tréguas naquele dia, fazendo com que o guarda-chuva de Sakura não desse conta de todos os pingos e conseqüentemente, não a impedia de ficar ensopada. Ainda faltava muito para chegar no hospital e duvidava que escaparia dessa sem uma boa gripe.

A bolsa que estava em seus ombros já estava encharcada e ela só esperava que os livros que tinha comprado a alguns minutos não estivessem no mesmo estado que sua roupa e sua bolsa.

O farol havia acabado de abrir quando um carro passou próximo a calçada e passando por uma poça d’água. Agora não só suas roupas como seu cabelo estavam pingando água.

- Droga. – resmungou.

Assim que o farol ficou verde para a Haruno, ela esperou todos os carros pararem e atravessou a rua na faixa de pedestres. Só faltava mais um quarteirão e logo estaria no hospital.

Dobrou a esquina e percebeu um carro de cor escura atrás de si. Aquilo começou a assustá-la e apressou o passo à medida que seus pés conseguiam enquanto tentava manter a bolsa no ombro.

- Sakura! – ela ouviu uma voz conhecida chamar e virou para trás.

Ela não conseguiu evitar os olhos se arregalarem ao ver Sasuke dentro do veículo.

- Sasuke-sama?! O que está fazendo aqui?! – ela estreitou os olhos para livrar-se dos pingos de água que atrapalhavam sua visão.

- Entre no carro!

Sakura fez um não com a cabeça. Estava ensopada e o que menos queria era deixar o carro do patrão com cheiro de cachorro molhado, como sua tia dizia.

- Não, tudo bem. O hospital fica logo ali e –

- Entre! – ele grunhiu entre os dentes.

  Derrotada, Sakura contornou a frente do carro e abriu a porta do passageiro, fechou o guarda-chuva e entrou.

- Não é necessário me dar uma carona, Sasuke-sama. Além disso, vou acabar molhando o seu carro.

- Onde fica o hospital?! -  ele perguntou  ignorando o protesto da rosada.

- É só seguir em frente. – sorriu doce. – Obrigada, Sasuke-sama.

O ar quente preenchia todo o interior do veículo, juntamente com um perfume de menta que a fez lembrar da noite em que enganou-se de quarto.

Sasuke tamborilava os dedos no volante do carro a medida que a música baixa tocava no rádio do mesmo. Como sempre estava sério e o olhar dele estava focado somente na estrada.

- É aqui. – ela murmurou envergonhada.

O moreno assentiu e andou mais alguns metros até encontrar o local onde era o estacionamento do hospital.

- O-o que está fazendo?!

- A chuva piorou e não havia local para estacionar lá fora. – ele respondeu-a.

Sem responder e não sabendo como agir, Sakura calou-se e esperou Sasuke arrumar a tal vaga no estacionamento.

- Desculpe o transtorno.

- Tudo bem. – resmungou olhando-a,

- Obrigada. – agradeceu abrindo a porta do carro.

Sakura saiu rápido e colocou-se a caminhar para a entrada do hospital. Escutou um barulho como se fosse um alarme e ao voltar-se para trás encontrou-o vindo em sua direção.

“Mas o que raios estava acontecendo com ele afinal?!” pensou. Pela manhã nem a olhara nos olhos e agora estava o senhor gentilezas com ela, dando carona e agora seguindo-a.

- Sasuke-sama..?! – Sakura abraçou ainda mais a bolsa.

- Não gosto de lugares fechados. – Nem ele mesmo sabia o porque de estar dando satisfações à ela.

- Ah sim, claro! – sorriu tímida.

 

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Assim como nas últimas visitas que fizera, Sakura  deixou a identidade na recepção e ganhou um crachá que permitia sua subida, e dessa vez foi acompanhada pelo Uchiha.

- Não precisava me acompanhar até aqui, Sasuke-sama.

Ambos caminharam lado a lado por um bom tempo sem dizerem uma palavra. Ele mantinha a face séria e sem quase expressão enquanto caminhava e Sakura  sorria para os funcionários do hospital que passavam por eles.

- Sem problemas.

- O quarto da minha tia é aquele ali. – Sakura apontou para a porta branca com o número 87. – Gostaria de entrar?!

- Esperarei aqui fora. – Sasuke colocou-se no meio do corredor e viu Sakura distanciar-se.

 

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 - Tudo bem, Sakura?! – Sora indagou assim que viu a sobrinha entrar no quarto. Estava praticamente encharcada pela chuva que ainda não tinha parado. – Você está toda molhada e... por que essa cara?!

- Acabei tomando chuva, mas estou bem. – sorriu. – Eu trouxe algumas coisas para a senhora.

- Que tipo de coisas?!

- Alguns livros para a senhora se distrair um pouco. Sei que não gosta muito de televisão,então comprei alguns para a senhora ler.

Da bolsa, Sakura tirou três livros devidamente embrulhados em papel de presente brilhante.

- São de romance, espero que goste. – avisou entregando os livros para a tia.

- Obrigada, querida. – Sora olhou para a janela e percebeu que ainda não tinha parado de chover. – Acho melhor você esperar essa chuva passar.

- Estou de carona, tia. Não se preocupe!

Sora que estava concentrada em abrir os pacotes parou no mesmo instante e olhou para a sobrinha.

- Carona?! – resmungou arqueando uma sobrancelha.

-O... filho do patrão me deu uma carona! – respondeu temerosa. Já até imaginava o que estava  passando pela cabeça da tia.

- Hum e onde ele está?!

- Lá fora!

- Gostaria de conhecê-lo!

- Ahn... E-eu vou c-chamá-lo.

“Droga!” praguejou. Não precisava de mais nada mesmo. O que iria dizer a sua tia? “ Esse é Uchiha Sasuke, o viúvo que acompanho nas festas!” Aquilo estava fora de cogitação.

Assim que abriu a porta, Sakura procurou apenas com os olhos a figura do Uchiha. Achou-o próximo à janela espelhada do corredor olhando as ruas embaixo de si. 

- Droga. – andando hesitantes, aproximou-se dele. – Sasuke-sama?!

- Hum?! – Ele olhou-a.

- Poderia lhe pedir um favor?! – Sakura franziu a testa e mordeu o lábio. – Minha tia quer conhecê-lo.

Sasuke suspirou pesado e voltou-se para ela sério.

- Tudo bem.

Ela ficou parada enquanto ele começou a dar alguns passos em direção ao quarto da tia da Haruno. Foi quando sentiu um leve puxão no seu braço e voltou-se para trás, encontrando Sakura o segurando.

- Eu... preciso que diga que é filho do meu patrão. – Sakura disse quase sem fôlego, vendo as sobrancelhas do moreno se juntarem e ele estreitar os olhos. – Minha tia nunca entenderia e iria pensar mil e uma besteiras! Aliás, ela já deve estar pensando besteiras, porque eu disse que havia vindo de carona e...

- Por que está mentindo para ela?! – perguntou ríspido.

- Não estou mentindo, Sasuke-sama. Apenas omitindo algumas coisas dela... – ela desviou o olhar para o lado. – Você não faria a mesma coisa para proteger a saúde de uma pessoa que você ama?!

Sasuke olhou-a por um momento sem dizer qualquer coisa. Pelo pouco que sabia dela, a tal tia era a única família que tinha e segundo Chyo, a Haruno foi criada em uma disciplina dura.

Os olhos dela pareciam brilhar de tristeza naquele momento e não teve como ele recusar.

- Tudo bem. – ele murmurou.

Sakura soltou o ar que estava preso nos pulmões  desde sua pergunta e quando foi respondida, sentiu como se um peso tivesse sido tirado de suas costas.

- Obrigada, Sasuke-sama. Venha, é por aqui. – ela apontou para o quarto.

Ambos entraram e o Uchiha reparou no lugar onde a tia da Haruno estava. Apesar do branco chegar a irritar-lhe os olhos, haviam pequenos  enfeites na cabeceira e uma violeta exatamente na frente da cama.

Sasuke sentiu o olhar da senhora sobre si analisando cada movimento que o mesmo fazia.

Aproximou-se do leito onde a tia da Haruno estava deitada e lhe estendeu a mão educadamente.

- Muito prazer, Uchiha Sasuke. – ele apresentou-se, recebendo um aperto de mão fraco da mulher.

- Haruno Sora. – sorriu. – O senhor é o filho do patrão da minha sobrinha?!

Uma gota de suor escorreu pelas têmporas de Sakura que mantinha-se um pouco mais atrás dos dois.

- Exatamente. – ele afirmou com a voz firme e séria. 

- Sinto muito pelo seu pai. – Sora disse solidária. – O que ele tem?!

Sasuke desviou os olhos por breves segundos para Sakura que mantinha-se estática e muda. Voltou-se para Sora que ainda o olhava curiosa.

- Ele já é uma pessoa de idade e precisa de cuidados como qualquer um.

- Ah, sim! Pensei que ele estivesse acamado por algo, mas se é assim é bem melhor.

- É verdade! – ele afirmou.

Sakura aproximou-se deles depois de conseguir recuperar o movimento de suas pernas.

- Tia agora precisamos ir. – Sakura beijou a testa da senhora e afastou-se. – Cuide-se.

- Foi um prazer, senhora Haruno. – ele assentiu.

- O prazer foi meu, Uchiha-sama.

 

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Os dois já estavam próximos do elevador quando Sakura finalmente resolveu dizer alguma coisa.

- Obrigada, Sasuke-sama. Não sei como agradecê-lo. – disse sem graça.

- Sem problemas. – ele bufou bagunçando os cabelos.

Naquele momento queria bater a cabeça na primeira parede que encontrasse. Por que estava fazendo favores à ela?! Sabia que Chyo tinha grande parte de culpa, mas tinha algo mais e ele sabia exatamente quando começou tudo isso:  no jantar beneficente.

Não podia negar que a presença dela era agradável, que sua voz era doce, que esbanjava simpatia e simplicidade e que era bonita. Com certeza ela não era do tipo dele e se a visse na rua não pararia para admirá-la, mas não sabia porque de estar sendo tão gentil.

- Sasuke-sama?!

- O quê?! – ele grinhiu irritado.

- Não vai entrar no elevador!?

Quando deu por si, estava parado em frente as portar do elevador abertas e Sakura já estava lá dentro. Bufou alto o suficiente para Sakura pensar que era ela o problema, o que não deixava de ser verdade, mas não do modo que ela pensava.

 

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Os dois trocaram poucas palavras durante o percurso até a mansão. Sakura não parava de agradecê-lo por tudo e pedir desculpas pelo banco que estava praticamente ensopado.

E isso era mais uma coisa que o irritava. Se fosse Naruto que precisasse de uma carona e estivesse um verdadeiro dilúvio na cidade, Sasuke não hesitaria em passar com a maior velocidade que conseguisse para molhá-lo ainda mais. E por que com ela não?! Por que quando ela disse que sairia, ele saiu de sua casa quente, seca e aconchegando sem dizer nada a ninguém, somente para procurá-la e lhe dar alguma carona?!

- Ridículo... – murmurou quando estacionou o carro na garagem.

- O que disse, Sasuke-sama?! – A pergunta lhe soou triste.

- Nada... – grunhiu. – E pare de me chamar de Sasuke-sama. -  a voz dele saiu alterada e bateu a porta do carro com certa violência.

- Desculpe...

- E pare de pedir desculpas! Isso é irritante, Sakura!

Com um discreto menear de cabeça, Sakura tomou sua bolsa em mãos e entrou na mansão  a passos rápidos. Definitivamente, Sasuke era uma pessoa difícil de se entender.

Passou pela sala onde viu Chyo ao telefone. Fez um discreto aceno com a mão e viu a governanta fazendo um sinal para que ela esperasse.

- Sakura! Que bom que chegou. –disse ela assim que colocou o aparelho em seu lugar. – Você voltou cedo.

- Sasuke-sama me ofereceu uma carona, Chyo. – Sakura coçou os olhos na tentativa de limpar algumas lágrimas que começavam a se formar.  

- Está chorando?

- Não.

- Comprou aqueles livros que te recomendei, Sakura-chan?! – perguntou Chyo ao vê-la com uma sacola com a marca de uma livraria. Não que ela tenha acreditado na resposta anterior da rosada.

- Sim, Chyo. – ela entregou a sacola à senhora. – Comprei apenas alguns, porque não tinham todos lá! – sorriu.

A senhora pegou a sacola nas mãos e abriu-a, retirando dois livros dela.

-Shakespeare  e Agatha Christie. Belas escolhas, Sakura-chan... – Chyo entregou os livros a rosada.

- Obrigada, mas ainda não entendo no que eles irão me ajudar Chyo.

A governanta riu.

- Além de te distrair, esses livros melhoram seu vocabulário e lhe ajudarão a falar em público. E Shakespeare é o poeta e dramaturgo mais conhecido de todos os tempos.

- Parece interessante. Obrigada, Chyo. – Sakura sorriu. – Acho que vou ler no jardim...

- Faça isso. Falando nisso, você sabe onde o Sasuke-san está?!

- Não, não sei. Com licença, Chyo.

Algo estava muito errado e não passou despercebido pela senhora. A pergunta feita para a Haruno foi respondida assim que viu o Uchiha entrar a sala de estar da mansão.

- Olá, Chyo. – cumprimentou-a seguindo para o bar e pegando uma garrafa de whisky.

- Sasuke-san, sua mãe ligou agora a pouco. Não se sei ainda se lembra, mas Fugaku-sama gostaria de dar uma festa para comemorar os trinta anos da empresa Uchiha.

- Aham, eu me lembro. –Respondeu-a preocupado em colocar a bebida no copo com alguns cubos de gelo.

- Mikoto-sama sugeriu que a festa fosse aqui.... na semana que vem!

Sasuke revirou os olhos. Odiava os sócios de seu pai e justamente por isso que ele tinha feito seu próprio escritório de advocacia.

- Eu não tenho escolha, Chyo. Faça a  festa aqui mesmo! – o Uchiha engoliu o líquido amarelado de uma vez, sentindo sua garganta queimar. – Avise-a para mim.

- Tudo bem.

Depositando o copo que acabara de usar na mesa, Sasuke estava prestes a sair da sala quando ouviu a governanta o chamando.

- É verdade que deu carona para a Sakura, Sasuke-san?!

Sasuke suspirou e fitou a senhora por alguns instantes.

- Sim. Por quê?!

- Por nada. – sorriu.  – O que disse à ela?

- Nada...

- Hum... – ela grunhiu frustrada.

- Não entendo, Chyo... – ele pausou a frase por um momento. – Por que gosta tanto de Sakura?!

- Pelo pouco tempo que a conheço, a considero como uma filha que nunca tive. Ela é uma boa moça, educada e gentil comigo e com todos nessa casa, Sasuke-san. Você não acha a mesma coisa?!

- Pode ser, Chyo. – Sasuke pensou por um momento. – Mas ela ainda tem muito o que aprender.

- Ela está se saindo bem... – defendeu.

- Bom para mim não é o suficiente, Chyo. – grunhiu irritado. – A festa da empresa contará com meus pais e meu irmão e preciso que ela se saia perfeita.

Chyo analisou bem a expressão do moreno. Algo lhe dizia que Sakura estava o incomodando de alguma forma.

-Não está gostando dela, está Sasuke-san?! – ela perguntou debochada. – Nunca o vi tão perturbado com uma simples moça.

- Não me faça rir, Chyo. – Sorriu irônico. – Você está realmente falando sério!?

- Estou falando muito sério.

Antes que Sasuke pudesse retrucar, ele viu a silhueta de Sakura passar pelo corredor entre a cozinha e a sala onde Chyo e ele estavam.

- Com licença.  – ela murmurou abraçada ao próprio corpo.

Sem olhar para nenhum dos dois, correu para o andar de cima da mansão e trancou-se no quarto.

- Ótimo, Chyo. Ela ouviu o que você disse... está satisfeita?! Quer saber, esqueça! – ele grunhiu indo direto para o escritório. – Não esqueça de ligar para a minha mãe. – disse Sasuke antes de bater a porta do escritório com força.

- Sim, senhor.

Enquanto isso, Sakura estava sentada no chão com as costas na porta trancada. Aquilo que ouvira de Chyo só poderia ser uma brincadeira.  

O modo como ele sempre a tratou – exceto pelas últimas horas – mostravam o quanto ela o incomodava com sua presença. Arrependeu-se amargamente de ter voltado para colocar a bolsa no seu quarto e acabou por ouvir a conversa.

- Os pais dele vão vir e essa farsa só vai aumentar como uma bola de neve. – lamentou-se. – Como se eu fosse a mulher mais maravilhosa que chamasse a atenção do grande empresário Uchiha Sasuke.

Aquela idéia de certa forma a magoara, por mais que não quisesse admitir e sem perceber deixou uma discreta lágrima escapar por um de seus olhos. Não era possível que estava gostando dele somente porque Sasuke fora gentil com ela por algumas horas... ou será que estava?!

 

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo que termina.
Desculpem a demora, mas como para a grande maioria, as aulas começaram e comigo não foi diferente. Estágio e finalização de TCC me esperam agora e andei sem tempo e cansada para escrever.
Gostaria de desejar boas vindas aos leitores novos. E agradecimentos especiais à pamy-love, kizy_00, GiGi_Haruno que recomendaram a fic!
Vou ficando por aqui.
Críticas e elogios podem ser mandados pelos reviews. Recomendsções merecidas também são de grande agrado!
Beijos. ;*


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