Procura-se Uma Acompanhante escrita por lininhaaa


Capítulo 13
Capítulo XIII - Explicações




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- Capítulo 13 - Explicações

Sakura olhava assustada para a figura parada diante de si. Houve um silencio sepulcral nos momentos seguintes a sua frase. Ele havia finalmente a encontrado mesmo ela se escondendo muito bem... ou pelo menos tentando.

A cada segundo, Sakura apertava os braços ao redor de si mesma como se quisesse se proteger dele. Ou talvez, evitar que ele visse a saliência do seu ventre.

- Estou falando com você! – a voz autoritária do Uchiha fez ela se sobressaltar.

- Não tenho nada o que falar com você, Sasuke-sama. – murmurou fitando o chão. Em seguida, virou-se para seguir seu caminho, mas foi interrompida por uma mão forte segurando seu braço. – Me solte, por favor.

- Não até termos uma conversa como adultos. – Sasuke estreitou os olhos e viu os olhos esmeraldas opacos. – Vamos para o carro.

- Não!

A Haruno puxou seu braço das mãos possessivas de Sasuke e colocou-se a andar, deixando-o mais uma vez para trás.

Incrédulo com a imaturidade da rosada, o moreno puxou-a mais uma vez com mais força arrastando-a para onde o carro estava.

- Me solta!

- Não até conversarmos. – respondeu por cima dos ombros.

- Se não me soltar, eu vou gritar.

- Grite! – Sasuke ordenou totalmente descontrolado. – Grite, Sakura! O que está esperando?

Naquele momento ela quis deixar o choro subir-lhe pela garganta, mas não o fez. Soltando-se das mãos dele, Sakura seguiu-o silenciosa. Depois de poucos passos, seus olhos avistaram o carro conversível do Uchiha. Tinha medo da conversa que teriam nos próximos minutos, do que teria escutar e o que responderia. Não tinha idéia do que Sasuke perguntaria, muito medo das suas próprias respostas.

Destravando o alarme do carro, Sasuke deu a volta no mesmo e abriu a porta do motorista.

- Entre.

Suspirando resignada, Sakura abriu a porta detrás do lado oposto ao dele, sendo observado pelo olhar incrédulo do moreno. Quanto maior a distancia entre eles, menor seria seu receio. Pelo menos era o que a Haruno pensava.

Quando ajeitou-se no banco confortável do carro, fez questão de colocar a bolsa posicionada estrategicamente a frente da saliência do seu ventre. Viu-o entrar com brusquidão no carro e bater a porta com raiva.

Nenhum dos dois dizia qualquer coisa, sendo possível ouvir somente a respiração descompensada do rapaz de cabelos escuros.

- Sasuke, eu – Quando ouviu-a, virou-se  com os olhos estreitos e surpreendeu-se com a forma que ela o encarava. Medo. – Eu não sei o que quer comigo.

- Quero explicações, Sakura. – respondeu com escárnio. – Pode ao menos me explicar o porque de ter desaparecido meses atrás? – perguntou-a. Sabia muito bem da resposta, mas queria ouvir da própria boca da Haruno.

- Houveram alguns contratempos. – ela respondeu pausadamente, procurando as palavras certas e tentando não comprometer a si mesma. – Precisei ir embora e não tive tempo de me despedir.

- Você fugiu como uma ladra! – Sasuke bateu no volante com força. – Qual o seu maldito problema? Acha que fugir é o melhor jeito de resolver as coisas? Não! Não é, Sakura.

Seu coração disparou ao ouvir Sasuke dizer aquilo. Viu-o dar partida no conversível e aos poucos, a rua e os postes começaram a passar rápido pela janela do carro. Estavam voltando para Konoha, para a mansão.

- Não sei d-do que está falando. – murmurou com a voz embargada. –Não temos mais nada a tratar e-

- Eu sei do seu segredo. – Sasuke a olhou pelo retrovisor. – É assim que resolve seus problemas? Fugindo? – ele repetiu a pergunta não respondida por ela.

- Não sei do que você está falando. – ela sussurrou. – Por favor, me deixa sair desse carro e ir para o meu apartamento.

- Você não vai a lugar nenhum até me contar o porque de ter fugido.

- Não é um assunto que lhe diz respeito. Eu não tenho mais nada a ver com você, Sasuke. Agora me deixe ir embora.

Apertando o volante por entre os dedos, Sasuke bufou raivoso. Por que ela não dizia logo a maldita verdade?

- Por quanto tempo você achou que esconderia a gravidez, Sakura? – disparou.

Os olhos esmeraldas quase lhe saltaram da face. Ele sabia, é claro! Por isso havia ido atrás dela.

- Essa criança não é sua... – mentiu.

- Acha que sou idiota de não ter investigado para ter certeza do que estou falando? É claro que essa criança é minha!

- Pare esse maldito carro e me deixe ir embora... – As lágrimas em seu rosto já eram abundantes e as mãos da Haruno tremiam.

- O único lugar onde você vai será a mansão.

- Eu não vou para lá! Meu lugar não é na mansão e não temos mais nada a tratar.

- Temos um contrato que diz claramente que você prestará seus serviços por um ano.

Não, não foi por causa do contrato que Sasuke foi atrás dela. Infelizmente, seu orgulho venceu seus reais sentimentos, magoando Sakura de uma forma que ele jamais imaginara.

Sakura sorriu triste. Então era o contrato que Chyo lhe dera para assinar depois de ter passado no primeiro teste. Sasuke jamais se preocupou com ela.

- Eu só me pergunto como iria cuidar dessa criança trabalhando naquela espelunca de restaurante... – Sasuke deu uma risada descontrolada enquanto pisava no acelerador.

- Irei sustentá-la com trabalho duro e honesto!

- Ah sim! – riu irônico. –E como faria depois que nascesse? Colocaria em uma das bandejas com os cafés que serviria durante  o dia? Por favor, Sakura. Me poupe.

- Se precisar farei isso com muita honra.

- Por favor, Sakura. Não me faça rir! Acha que me engana?! – Sasuke olhou-a pelo retrovisor do carro.

Sasuke estava sendo tão cruel, tão absurdamente ridículo em cada frase que era dirigida à ela. Não queria dizer metade do que havia falado, mas estava com raiva por ela ter sido tão irresponsável e tão infantil em largar tudo para trás.

- Já chega! Eu não vou ouvir mais nada de você! – Sakura gritou.

Ela tentou forçar a porta para abrir, mas parecia que não tinha forças. Já estava acostumada com a idéia de criar a criança sozinha e sumir da vida de Sasuke para sempre, então por que agora ele havia voltado e dizendo todas aquelas coisas? Sasuke se dirigia a ela como se quisesse engravidar de um magnata rico para garantir seu futuro confortável e luxuoso...

- As portas estão trancadas! Você só vai sair desse carro quando ele estiver estacionado na mansão.

- Está me seqüestrando? – perguntou incrédula.

- Não, estou tentando manter você e essa criança em segurança!

- Acha que me raptando e dizendo calúnias como se eu fosse uma vadia é uma forma de me proteger? Está enganado! Eu não quero nada vindo de você... Meu filho e eu não precisamos de nada!

Sasuke calou-se, mas continuou dirigindo. Olhou mais uma vez pelo retrovisor e percebeu a palidez em que o rosto da Haruno se encontrava. Os olhos verdes sem o costumeiro brilho e as manchas arroxeadas debaixo dos mesmos assustaram-no como nunca. Viu quando Sakura apertou os olhos com força, fazendo com que as lágrimas caíssem pelas laterais.

Resignado, ele diminuiu a velocidade do carro e olhando vagamente para frente percebeu o que estava fazendo consigo mesmo e com ela. Estava fazendo Sakura sofrer. Não era essa a intenção, não eram aquelas frases ofensivas que ele pensara em usar quando a encontrasse, e muito menos, não era fazê-la sofrer... nada daquilo era sua intenção.

- Sasuke... – ela chamou baixo. De prontidão ele virou-se, encontrando-a com a face encostada no vidro fechado e respirando com dificuldade. – Eu lhe peço... me deixe sair desse carro. – ela sussurrou quase sem forças.

Sasuke franziu o cenho preocupado.

- E-eu não estou bem...

O moreno brecou bruscamente o carro, saindo do mesmo e dando a volta. Quase arrancando a porta detrás do carro, Sasuke colocou Sakura sentada com as pernas para fora, sustentando-a com um dos braços. O peso da culpa lhe pesou nos ombros.

Percebeu que ela ainda tentou lutar para desvencilhar-lhe dele e ficar de pé. Ela definitivamente não queria voltar para a mansão.

- Sakura, pare com isso. – ele a continha com facilidade.

Ela afastou-se, olhando-o diretamente nos olhos.

- Por que está fazendo isso? – perguntou com a voz embargada. – Eu não preciso de você... não quero precisar, Sasuke. Não posso precisar... – a cabeça de Sakura pendeu para o lado, encostando no ombro do moreno. – Por favor... me leve de volta para Suna.

- Não. Você vai para Konoha. Não percebe que está fraca, você não está se cuidando...

Sakura nada respondeu e suspirou resignada.

- Sabe que está sendo irresponsável, Sakura. – a voz do Uchiha parecia assustadoramente calma. – Sente-se melhor?

- Um pouco.

Sem dizer nada, ele voltou as pernas dele para dentro do carro e arrumou-a confortavelmente no banco traseiro. Pelo jeito ela não resistiria a voltar, já que mal aguentava manter os olhos abertos.  Fechando a porta com cuidado, ele voltou ao seu posto de motorista e seguiu pelas ruas tranqüilas em direção à Konoha.

A todo instante, ele se pegava olhando-a pelo canto dos olhos. Parecia que sua respiração havia se normalizado e por fim não resistira ao sono.

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Chyo aguardava Sasuke há horas. Já passava da meia noite e ele sequer tinha avisado que chegaria tarde. Perdeu a conta de quantas vezes olhou pela janela para verificar se ele estacionara o carro, mas nada encontrava.

Inquieta, a governanta suspirou aliviada quando algumas luzes atravessaram as janelas e cortinas da sala. Finalmente ele tinha chegado. Em passos rápidos, Chyo foi até a porta da sala e abriu-a.

Qual não foi a sua surpresa quando o Uchiha mais novo atravessou a porta com Sakura nos braços.

- Mas o que?

Ele fez um gesto para que ela o seguisse. Fechando a porta, a governanta seguiu-o pelas escadas, assim como pelo corredor e chegando finalmente ao antigo quarto dela. Com cuidado, Sasuke a depositou na cama de forma que ela ficasse confortável e não acordasse. Não demorou muito para a rosada estar coberta e descansando em sua antiga cama.

Chyo encostou a porta do quarto assim que Sasuke juntou-se a ela no corredor.

- Sasuke-san, pode me explicar? – a voz de Chyo saiu tão baixo que somente os dois ouviram aquela conversa.

Sasuke puxou os cabelos negros tentando ao máximo se acalmar.

- Não tem o que explicar, Chyo. Ela fugiu, eu contratei uma detetive e ela a encontrou.

Sasuke deu alguns passos para frente, deixando a velha senhora um pouco confusa. Mais surpresa ainda foi quando ele voltou a falar com ela.

- Sakura é uma irresponsável! – ele completou apontando para a porta recostada. – Discutimos no caminho para cá, Chyo. – ela não disse nada. – Ela se negou a voltar para cá. Além disso...  Sakura está grávida... – disparou.

A velha governanta esqueceu de respirar com tal revelação. Já sabia da “novidade”, mesmo não contando nada ao Uchiha.

- Sasuke-san, eu...

- E essa criança é uma Uchiha. – completou, arrancando um gemido de surpresa de Chyo.

- Kami. Sasuke, como pôde?

- Aconteceu, Chyo. Não me faça dar detalhes. – Chyo corou com o comentário. – A questão é que ela foi irresponsável em fugir, ainda mais no estado em que se encontrava.

- Por isso ela andava tão estranha dias antes de fugir. – Chyo comentou. – Eu vou providenciar algumas coisas para Sakura alimentar-se e conversarei com ela, Sasuke. Pelo que vejo a conversa de vocês não foi uma das mais amigáveis.

- Discutimos grande parte do caminho...

- Já está tarde. É melhor ir deitar-se e não se preocupar... ficarei com ela. – a senhora sorriu vendo Sasuke concordar.

- Boa noite, Chyo.

Com um suspirou de desagrado, Sasuke entrou em seu quarto. Por mais cansado que estivesse, sabia que demoraria muito para dormir, se é que conseguiria pregar os olhos. As coisas estavam fugindo do controle, mas não era isso que o fazia ficar tão irritado.

O pior de tudo era que não somente as coisas estavam fora de controle, como também seus sentimentos.

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Sakura aos poucos despertava de um sono longo. Lembrava-se do colchão confortável onde estava deitada e não podia negar que sentiu saudades daquele conforto para suas costas. Pouco a pouco, abriu os olhos e viu Chyo sentada em uma poltrona próxima da cama. Realmente Sasuke havia levado-a de volta para a mansão.

- Sakura, que bom que acordou. – Chyo levantou-se caminhando até onde a rosada estava e sentando-se próximo dela. – Como se sente?

Ainda estava um pouco confusa, mas principalmente com vergonha. A essas alturas, Chyo já sabia da gravidez e o olhar preocupado da senhora sobre si só fez que com que tudo parecesse ainda pior.

- Chyo. – ela murmurou chorosa e sem pensar, abraçou a senhora que no mesmo instante retribuiu.

Fazia tempo que não recebia uma demonstração de afeto e por mais simples que fosse aquele abraço, Sakura sabia que era sincero. Estava feliz por acordar e não sentir-se tão sozinha como nos últimos três meses.

- Acalme-se, Sakura. Está tudo bem. – pouco a pouco, a rosada acalmou-se e se separou de Chyo. – Sabe que não pode ficar tão nervosa, não é?

- Você já sabe? – Indagou envergonhada.

- Sei desde o começo. No dia em que foi  embora, eu acabei achando os testes jogados no banheiro do seu quarto.

Sakura se surpreendeu com a revelação. Havia sido tão descuidada a ponto de fazer isso?

- Eu não disse nada para ele. Na verdade, Sasuke contratou um detetive para te encontrar, Sakura-chan. Estávamos desesperados a sua procura.

- Meu contrato ainda não venceu, não é mesmo? – Sakura sorriu triste lembrando da discussão no carro.

- Do que está falando?

- Foi por isso que Sasuke me procurou. Sou obrigada a cumprir o contrato que assinei... – Chyo a olhou interrogativa. – mas duvido que consiga acompanhá-lo no estava em que estou. – Sakura passou as mãos suavemente pela pequena saliência do ventre.

- Você não está se cuidando. – a reprovação era  notória na voz da senhora. – Você emagreceu, está com olheiras e pálida como uma cera.

- E-eu...

- Há outra vida dentro de você que depende da sua saúde... – Chyo levantou-se e andou até próxima da penteadeira, onde uma bandeja estava colocada com alguns alimentos. – Você vai comer tudo isso e sem discussão!

- Eu não estou com fome, Chyo...

- Mas eu não perguntei nada... – Chyo sorriu irônica. – Coma enquanto me conta o que andou fazendo nesses últimos tempos.

Enquanto saboreava pedaços de frutas frescas, uma vitamina reforçada e alguns pedaços de pães, Sakura contou a Chyo tudo o que tinha acontecido. Desde a reação de Sora ao saber da gravidez, passando pelo plano de fuga para Suna, o emprego no restaurante e finalmente a discussão dela e de Sasuke. Foi difícil conter o choro em muitos momentos, mas Sakura conseguiu e percebia em Chyo uma confidente e uma segunda mãe.

Chyo ficou impressionada o quanto Sakura havia sofrido, explicando a aparência doentia. Não houve como sentir pena dela, mesmo sabendo que algumas de suas atitudes foram irresponsáveis e deixando isso explícito para a própria rosada.

Depois de horas de conversa, Sakura acabou adormecendo e Chyo recostou a porta do quarto. Seus olhos a surpreenderam quando focaram Sasuke recostado ao lado da parede da porta com os olhos baixos.

- Você nos ouviu, Sasuke?- Chyo perguntou.

- Sim...

- Não estou a defendendo, mas percebe o quanto essa moça sofreu? Apesar de Sakura fazer tudo por Sora, aquela... senhora a tratou como uma qualquer. – Chyo murmurou baixo. – Aquela mulher era a única família dela e bom... era muito natural que Sakura fugisse.

Sasuke suspirou frustrado.

- Creio que a melhor coisa a fazer é cuidarmos dela, Sasuke-san. E, por mais resistência que ela tente demonstrar, precisamos ajudá-la pois tenho medo que ela perca aquela criança.

O Uchiha olhou-a assustado.

- Amanhã mesmo marcarei uma consulta com a obstetra que cuidou do nascimento dos gêmeos do Itachi.

- É o melhor a se fazer. Por mais que ela não queira, você precisa apoiá-la. – Chyo sorriu. – Com licença, Sasuke-san.

Meneando uma reverência, a senhora saiu e deixou Sasuke em pensamentos. Seria difícil fazer Sakura aceitar sua ajuda depois de tudo, mas lutaria com unhas e dentes para que ela o aceitasse.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Heeey! Capítulo novo e fresquinho. Finalmente a conversa que tantos esperavam. o/
Espero que tenham gostado de verdade e peço desculpas pela demora. Meu pendrive, onde guardo minhas fics, simplesmente faleceu! AQUELA BAGAÇA QUEIMOOU! >.< Perdi minhas todas minhas fics, minhas coisas da faculdade, fotos, etc etc... #FUUUUUUU
Perdi quase 3 capítulos dessa fic e as outras que pretendo postar em breve. Por sorte, tinha metade desse capítulo escrito e enviado por e-mail, o que me ajudou bastante...
Além disso, passei janeiro inteiro estudando para algumas provas. Só agora tirei "férias".
Por isso, a fic demorará um pouco para ser atualizada. u.u Sinto muito, mas é maior do que eu!
Adorei os reviews que vocês mandaram, de verdade. Obrigada!
Fico por aqui. Beeeijooo!


Twitter: @lininhaaa