Procura-se Uma Acompanhante escrita por lininhaaa


Capítulo 11
Capítulo XI - Consequências de suas Escolhas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/79355/chapter/11

Capítulo 11 – Consequências de suas Escolhas

Quase dois meses haviam se passado desde que ela deixara a mansão Uchiha para trás. Talvez fossem os piores meses de sua vida, sempre se escondendo por entre as pessoas e com medo de ser vista por alguém conhecido, principalmente por Sasuke.

As vezes ria de si mesma por imaginar que ele estaria a sua procura ou sequer tivesse dado falta de sua presença, já que sempre estava ocupado e quase não ia para a mansão.

Sentia falta das conversas e da presença de Chyo. Não sabia que doeria tanto ficar longe da mulher que considerava como mãe, mesmo com o pouco tempo de convivência. Não conseguia acostumar-se com a solidão em que estava vivendo. Era horrível chegar em casa e não ter ninguém para conversar.

Ainda conseguia se lembrar perfeitamente das palavras da tia ao saber da notícia da gravidez, e aquelas lembranças eram um verdadeiro martírio. Talvez se Sora fosse um pouco mais flexível, ela não estivesse se sentindo tão sozinha e abandonada.

Apesar de tudo isso, tinha conseguido um emprego numa lanchonete no subúrbio de Suna,onde passava boa parte do dia e saia somente altas horas da noite. Ganhava muito menos que seu último “emprego”, mas precisava ganhar dinheiro de alguma forma. Tinha suas economias que juntara desde o início do emprego na mansão, mas agora outra vida dependia dela e aquelas economias não durariam para sempre.

Enfornada naquele ambiente quente da pequena lanchonete, Sakura fazia um esforço tremendo para não desmaiar ou nausear com o cheiro do café e das comidas que os clientes pediam.

- Está tudo bem, Sakura? – uma senhora de cabelos grisalhos com grandes olhos castanhos aproximou-se da rosada.

- Sim, Yumi-san. Só estou um pouco enjoada. – respondeu sem graça, vendo o olhar reprovador da senhora.

- Você não parece bem, está mais pálida do que o normal. Por que não se senta um pouco? Hoje a lanchonete está parada...

Assentindo, a Haruno sentou-se num banco desconfortável próximo ao balcão e retirou o boné preto com o emblema da lanchonete, deixando os fios rosados caírem até a altura dos seus ombros. Apoiando sua testa em uma das mãos, fechou os olhos por alguns instantes para tentar diminuir o mal estar que sentia.

Não sabia que uma gravidez fosse tão complicada como estava sendo a sua. Sempre sonhou com uma gravidez tranqüila, vivendo em uma casa simples, onde esperaria seu marido todos os dias. Sempre imaginou uma pessoa especial para ser o pai de seu filho. Um homem bom que a acompanhasse ao médico, que ajudasse a comprar as coisas e prepará-las para a chegada do seu herdeiro.

Doce engano...

Estava totalmente sozinha no mundo, sem marido ou parentes, apenas com o filho que crescia em seu ventre.

O mal estar parecia que demoraria um bom tempo para passar, mas os clientes começavam a chegar e encher a lanchonete e não seriam atendidos sozinhos.

- Sente-se melhor?

- S-sim. Vou trabalhar, Yumi-san. – sorriu desgostosa. – Com licença.

-------------------------------------

A mansão havia ficado terrivelmente vazia sem a presença dela. O quarto permanecia trancado como Sasuke havia ordenado à Chyo.

- Sasuke-san, precisa de mais alguma coisa? – Chyo perguntou baixo ao entrar no escritório.

- Não, Chyo. – respondeu sem tirar os olhos da tela do computador.

A velha governanta via o desapontamento nos olhos do Uchiha mais novo. Perdeu a conta de quantas vezes o viu acabar com as garrafas de saquê do escritório, enquanto mexia no computador. Sabia que ele não estava somente trabalhando, aliás, não estava trabalhando.

Aquela noite não estava sendo diferente das outras. A garrafa de saque quase vazia estava ao lado do moreno e o copo ao seu lado também. Os olhos dele mal se mantinham abertos diante de algo que parecia fazer o maior esforço para ler.

- Sua mãe não iria gostar de te ver bebendo, querido.

Sasuke suspirou pesado, deixando a cabeça recostar sobre a cadeira onde estava sentado. “Chyo e seu amor fraternal...” pensou.

- Hum... pode se retirar, Chyo. Já é tarde.

Chyo suspirou frustrada, mas atendeu o pedido do moreno e deixou-o sozinho com seus próprios pensamentos. Se ele soubesse o que ela havia encontrado no banheiro da Haruno no dia do desaparecimento...

Ela relutava para tomar a decisão de contar ou não sobre o teste que tinha encontrado no banheiro jogado atrás do vaso sanitário. Suas dúvidas foram sanadas quando encontrou mais dois testes no lixo, juntamente com a caixa que embalava os produtos. Provavelmente os três resultados positivos dos testes de gravidez explicariam tanto a fuga quanto a maneira como estava agindo dias antes.

Do que adiantaria contar? Conhecia o gênio dos Uchihas e, mesmo sabendo o bom coração que Sasuke tinha e tentava esconder, duvidava que ele aceitaria tal coisa dentro da própria casa. Uma empregada grávida era algo quase inadmissível aos olhos dele.

A não ser que... o filho fosse dele!

- Kami... – murmurou para si mesma, sentindo um frio na espinha em pensar naquela possibilidade.

Agora sozinho, o Uchiha tamborilava na escrivaninha rústica enquanto pensava em como encontrá-la. Sua cabeça latejava ao tentar raciocinar qualquer coisa. O saque mais seu estomago vazio, faziam com que ele perdesse a capacidade de raciocinar.

Recostou-se preguiçosamente na cadeira de escritório e fechou os olhos. Pensava onde Sakura estaria e o que fazia a uma hora dessas. Não podia negar que gostava dela, bem mais do que pretendia. O envolvimento era inevitável.

-------------------------------------

Em um ponto distante da cidade de Suna, a Haruno terminava de pendurar seu uniforme de trabalho e pegava sua bolsa para finalmente ir para casa. Sentia-se exausta e tinha medo de não conseguir chegar em casa, tamanha dor que sentia em suas pernas.

Dando um aceno discreto à Yumi, Sakura andou pelas calçadas do subúrbio rumo ao seu apartamento. Já eram altas horas da noite e as ruas estavam desertas, fazendo-a apressar o passo para chegar o mais rápido possível.

Pelo caminho, encontrava um ou outro bêbado sentado na sarjeta, que fazia questão de dizer-lhe gracinhas. Era apenas ignorar e seguir seu caminho.

Poucas quadras depois, encontrava-se subindo a soleira do prédio onde morava. Sempre olhava ao seu redor com medo de que alguém a encontrasse, como uma verdadeira fugitiva.

Quando finalmente trancou a porta do apartamento, Sakura suspirou aliviada.

- Em casa... finalmente.

Colocou sua bolsa no sofá e foi direto para o banheiro tomar um banho para relaxar.

Poucos minutos depois, já estava vestida com a camisola que costumava usar para dormir. Não pôde deixar de notar  o quanto tinha emagrecido desde que fugiu da mansão. Quase não se alimentava, trabalhava a maior parte do dia e quando chegava em casa tudo o que queria era dormir. Os braços e as pernas estavam um pouco mais finos e a barriga de quase 3 meses estava mais saliente. Sabia que uma outra vida dependia de sua saúde, mas precisava de dinheiro para sustentar-se e sacrifícios eram necessários.

Deitou-se na cama que antes era ocupada por sua tia e não teve como evitar em pensar na senhora. Ela não tinha dado sequer notícias de onde estava e nunca mais havia a visto. Não sabia se estava bem, nem mesmo se estava viva.

Jamais imaginou que Sora faria algo tão cruel a ponto de abandoná-la dessa forma. Nunca cogitou a idéia de ser uma mãe solteira e viver escondida do pai da criança por medo... nada disso estava em seus planos.

Seu filho teria quase o mesmo destino que ela. Cresceria sem um pai, mas teria a mãe presente. Teria uma mãe que valeria pelos dois, que o protegeria nas horas de medo, que o defenderia com unhas e dentes de qualquer um que ousasse machucá-lo  e o educaria para ser um exemplo quando crescesse.

Sem perceber algumas lágrimas teimosas desceram-lhe pelas maçãs do rosto, molhando o travesseiro. Permitiu-se chorar por algum tempo em silêncio enquanto ouvia os primeiros pingos de chuva tilintarem na janela, seguidos de um clarão que a assustou um pouco.

Sakura encolheu-se um pouco na cama e afundou ainda mais a cabeça no travesseiro. A única coisa que temia era que algo acontecesse com ela ou com o bebê que carregava enquanto estava sozinha ali.

Outro clarão invadiu o cômodo pela janela e dessa vez, o bebe também se mexeu, fazendo a Haruno pousar a mão sobre o ventre e alisar de forma carinhosa.

- Está tudo bem, bebê. Foi só um trovão. – ela murmurou ainda sentindo remexer-se dentro de si. – Acalme-se, estou aqui. Nada vai lhe acontecer, pequeno.

Precisou de alguns segundos para que o bebê pudesse aquietar-se e, quando o fez, Sakura permaneceu com a mão sobre seu pequeno até adormecer.

-------------------------------------

A chuva parecia piorar cada vez mais e aquilo preocupava o Uchiha. Não ter controle das coisas talvez fosse o pior castigo para ele.

Já estava quase amanhecendo quando Sasuke finalmente desligou o computador e sairia do escritório para descansar, nem que fosse por algumas poucas horas. Estava prestes a sair do aposento quando seu celular vibrou na escrivaninha.

- Hunf. – resmungou. Jurou a si mesmo que iria ignorar o aparelho e quem quer que fosse e subiria para o seu quarto.

O telefone parou de tocar por breves segundos e voltou a fazer o mesmo barulho irritante. Ele sabia que somente uma pessoa seria descarada o suficiente para ligar aquela hora da madrugada.

- O que você quer, Naruto? – o Uchiha resmungou ao amigo que ligava. – Por acaso sabe que horas são?

- Quatro e meia, Sasuke. E não reclame, porque eu sei muito bem que você estava trabalhando até agora. – o moreno revirou os olhos pela razão do amigo. – Estou te ligando porque me ocorreu uma coisa.

- O que você lembrou em plena madrugada, Dobe? – perguntou tedioso.

- Conheço um detetive muito bom que pode achar a Sakura-chan. Posso levá-lo até aí amanhã?

- Que seja, Naruto. Ela não quer ser encontrada, eu acho...

- Assim que amanhecer estarei aí com ele. Acho melhor você descansar um pouco, porque sua voz parece a de um morto vivo. – Sasuke ouviu uma risada irônica do Uzumaki.

- Vá para o inferno, Naruto! – sem dó, desligou o telefone na cara do loiro e depositou o aparelho onde estava antes.

Precisava descansar e tomar um banho para tentar relaxar, mesmo que fosse apenas um pouco.

Seu banho foi rápido e, caindo na cama, Sasuke fechou os olhos para finalmente dormir um pouco.

- Sasuke-san... – ele ouviu batidas na porta, era Chyo.

- Hum... – resmungou.

- Sasuke-san...

O Uchiha suspirou resignado quando escutou a porta sendo aberta delicadamente e Chyo passando por ela com um semblante preocupada.

- O que quer, Chyo?

- Naruto-san está lhe esperando no escritório com uma moça...

- Mas o quê...? Que horas são?

- Passa das nove, Sasuke-san. – murmurou preocupada. – Não dormiu bem novamente?

Sasuke ergueu-se, sentando na beira da cama e esfregou o rosto com as mãos. Tinha a sensação de não ter dormido absolutamente nada. Era como se tivesse apenas fechado e aberto os olhos e seu corpo já sentia seu cansaço.

- Peça para eles aguardarem um minuto, Chyo. Já estou descendo.

-------------------------------------

O Uchiha olhava incrédulo para a mulher de estranhas roupas escuras e um enfeite no cabelo um tanto estravagante. Pelo que sabia, detetives eram discretos, tentavam sempre se passar por pessoas normais no meio da multidão e na sua grande maioria, eram homens.

- É ela? – Sasuke perguntou direcionando seu olhar para a mulher de cabelo azul com uma enorme enfeite de flor.

- Essa é Konan, Teme. Uma detetive muito competente que te ajudará a achá-la. – afirmou o Uzumaki.

Sasuke estreitou os olhos enquanto analisava a mulher. Praguejava-se por ter aceitado a opinião do amigo em conhecer o tal detetive.

- Hum... – ele analisou a mulher mais uma vez. – Não sei...

- Algum problema, Uchiha-san? Por que tanto me analisa? – Konan se pronunciou pela primeira vez.

- Não é nada, apenas pensei que detetives fossem mais discretos.

- Deveria pesquisar melhor sobre detetives, Uchiha-san. – ela replicou com ironia, arrancando um suspiro do Uchiha. - Por que não me mostra a pessoa desaparecida?

Sasuke olhou brevemente para o Uzumaki, que permanecia de braços cruzados próximo de Konan. Ele fez um sinal para o amigo prosseguir e, entendendo o sinal do loiro, Sasuke abriu uma das gavetas da escrivaninha e de lá retirou uma foto, entregando-a para a mulher.

- É essa moça? – ela resmungou, analisando a foto de Sakura com o vestido vermelho. – Qual o nome dela?

- Haruno Sakura.

- Idade?

- 23 anos. – respondeu entediado. – Quanto cobrará pelo serviço?

Alguns segundos de silêncio prolongaram-se desde a pergunta do Uchiha. Konan parecia muito compenetrada na foto em suas mãos.

- Costumo ver a dificuldade da resolução do caso para estabelecer meu preço. – ela respondeu-o com um sorriso. – Preciso de mais algumas informações sobre essa moça.

- No que podemos ajudar? – Naruto se exasperou.

Konan tirou do sobretudo um bloco de notas e um lápis e sentou-se, sem ser convidada, à frente do Uchiha.

- Quando foi vista pela última vez?

- Há pouco mais de dois meses...

- Existe alguma explicação para o seu sumiço?

Sasuke constrangeu-se com a pergunta.

- Não!

Konan ergueu uma de suas sobrancelhas. Conhecia quando alguém mentia diante de si. Era especialista em linguagem corporal e o modo como o rosto do Uchiha havia se contorcido, deduziu que tinha um motivo para o seu sumiço.

- Você sabe se ela tem parentes? – perguntou-o, enquanto anotava algumas coisas no bloco de notas.

- Tudo o que sei é sobre uma tia...

- Nome?

- Não me recordo muito bem... – Sasuke pensou por alguns instantes. – So..ra? Sara? Algo do tipo...

- Uhum. – murmurou. – Sabe onde essa mulher mora?

- Não faço idéia. A última coisa que sei é que é uma mulher doente e ficou internada há algum tempo no Hospital de Konoha.

- Entendo. – ela suspirou pesadamente, levantando-se. – Vou ver o que consigo descobrir. – ela sorriu.- Até daqui a uma semana.

Sasuke meneou um discreto sim com a cabeça.

- Ah sim! Posso ficar com isso? – ela mostrou-lhe a foto de Sakura.

- Claro.

- Ótimo. Até logo, Uchiha-san.

Logo Konan deixou o cômodo, deixando os dois amigos sozinhos.

- Então... o que achou? – O Uzumaki disse baixo. – Ela parece competente.

- Pode ser...

Naruto percebeu o olhar vago de Sasuke. Ele poderia não dizer, mas era lúcida a solidão que sentia nos últimos dias. Estava mais abatido que o normal e também mais quieto. O Uzumaki chegou a conclusão que o amigo havia realmente se envolvido com Sakura, por mais que ele não entrasse em detalhes.

- Preciso ir, Teme. Outra hora nós conversamos...

- Hum. Até, logo.

Pela primeira vez em meses, o Uchiha deu um discreto sorriso de canto e uma esperança brotou no seu coração. Ele só esperava que Konan fosse tão competente quanto Naruto tinha lhe falado. Competente o suficiente para encontrá-la.

- Vamos ter muito que conversar, Sakura.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu voltei! o/ Depois de mais de um mês sem postar, trouxe um capítulo da fic como "presente de natal"! *---*
Como muitos sabem, estava fazendo provas para pós-graduação e na reta final da facul. Pois bem, domingo me formei!!!! Graças a Deus e anos que vem, entro na pós-graduação.
Bom, terei um mês para escrever e tentar deixar a fic quase pronta para que não haja tanto atraso.
Tenho mais duas fics para postar, mas só o farei quando essa estiver bem adiantada no Word.
Bom, vamos a fic... as coisas mudaram bastante! Sakura sofrendo, Sasuke angustiado e nossa querida Konan aparecendo para desvendar o mistério de onde a rosadinha está!
Esse capítulo não ficou muito bom, mas o próximo compensará! Prometo! *----*
Antes de ir, não posso deixar de agradecer os reviews, todos muito lindos e sempre leitores novos aparecendo! ^^
Agtadecimentos especiais a: natycabral, larinhakl e mika_chan pelas recomendações! ^^
Bom, vou ficando por aqui. Um feliz Natal a todos e um Próspero Ano Novo e que Deus abençoe a família de cada um não só nesses dias, mas sempre!

Twitter: @lininhaaa

Um beijão :*