O Amor em Teus Braços escrita por Jucy Lima


Capítulo 27
Capítulo 20 - Escola


Notas iniciais do capítulo

Olá flores...
Agradecimentos especias a Milly Telles por me dar força,e ajuda necessária pra não desistir, e a minha irmãzinha Jacii por betar... Amo vocês!
Capítulo dedicado a deianunes que recomendou a fic, grande beijo flor.



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Capítulo 20 – ESCOLA

Pov Bella

No capítulo anterior:

- Eu te amo. Murmurei baixinho.

- Não mais do que eu minha linda... Minha Bella.

Aconcheguei-me ainda mais a Edward enquanto esperávamos a chuva passar. Sua temperatura estava melhor, eu podia sentir, e assim abraçadinhos, me sentindo segura e aquecida em seus braços... Adormeci. Ainda pude sentir seus lábios beijarem delicadamente a cicatriz na minha cabeça, depois disso, apenas paz, como há muito tempo não tinha!

“É parte da cura o desejo de ser curado.”

(Sêneca)

07:45, céus eu estava atrasada... Atrasada demais! Era o termo mais apropriado, mas ainda assim com um sorriso bobo no rosto. Apesar das circunstâncias foi a noite mais maravilhosa da minha vida. Não consigo descrever com palavras a sensação, como foi exatamente dormir e acordar ao lado de Edward, em seus braços... Quando penso que fomos flagrados dormindo espremidos no banco de trás do carro por uma pequena platéia sorridente (tia Patrícia, Rosalie, Alice e Ângela) e meu braço fraturado estar incomodando e muito, diga-se de passagem, foi tudo perfeito, não mudaria absolutamente nada, pelo contrário, se pudesse acordaria assim todos os dias da minha vida. Por isso pela primeira vez na vida vou perder a primeira aula, e tenho certeza que ele também, já que foi embora há exatos vinte minutos. Por mais bobo que possa parecer já estou com saudades. Saí de meus devaneios quando bateram na porta do quarto e em seguida tia Patrícia pôs a cabeça para dentro.

- Bella meu anjo, vamos! O primeiro horário já é um caso perdido e não queremos que aconteça o mesmo com o segundo não é? Pedi que as meninas fossem na frente, senão se atrasariam também, por isso vou levá-la. Além do mais, ainda temos que passar na secretaria, resolver algumas pendências por causa dos atestados, essas burocracias todas, que sinceramente me deixam meio desnorteada. Deu uma risadinha ao final.

Sorri para ela em resposta.

- Já estou quase pronta tia. Só falta mesmo pegar a minha bolsa, por o lenço... Aliás, será que a senhora pode me ajudar com isso? É que a Angie já foi e... Suspirei e meu sorriso morreu.

- É claro que posso meu amor. Falou sorrindo ao mesmo tempo que entrava e se postava atrás de mim. Dessa vez não consegui retribuir. – Hey, hey, cadê o sorrisinho bobo que estava estampado nessa carinha agora há pouco? Não há motivos para se preocupar Bella, tudo vai dar certo, já disse.

Assenti concordando e sorrindo pequeno. Sim, com fé em Deus tudo daria certo, até porque Edward estará comigo e isso é o que realmente importa.

- Está vendo? Seus cabelos já estão crescendo. Logo, logo serão como antes e se sentirá melhor. Embora eu ache que é linda de qualquer maneira. Ela arrumou o lenço na minha cabeça e enfim eu estava pronta.

- Obrigada tia, de verdade.

Me virei e a abracei com carinho, que foi prontamente retribuído.

- Tudo bem. Falou tentando não disfarçar os olhos rasos de lágrimas e sorrindo abertamente. Dessa vez meu sorriso de resposta foi autêntico, a alegria de ser e me sentir amada, se instalando em mim rapidamente.

- Não está esquecendo nada? Vamos conferir por via das dúvidas sim?

- Ok. Será que a senhora pode olhar enquanto escovo os dentes?

- Claro, vamos ver... Celular, materiais, analgésicos... Eu a ouvia citar enquanto conferia.

- Bem parece que está tudo em ordem. Os atestados e seus documentos estão comigo pra apresentar à secretaria, depois os devolvo sim?

- Tudo bem tia. Sorri. – Agora já podemos ir.

Descemos as escadas abraçadas, indo até o carro. Eu sabia que aquilo era uma forma de me apoiar em tudo o que estivesse por vir. A escola não era longe de casa então chegamos rapidamente. Nem sequer tive tempo de me preparar, só de imaginar todos os olhares sobre mim, o pânico começava a me dominar. Tentei respirar calma e regularmente, tentando evitar que o suor frio que brotou na minha nuca e nas mãos me deixasse ainda mais nervosa. Deus, será que Edward já chegou? Ele disse que me esperaria aqui... Ainda dentro do carro comecei a olhar para os lados procurando-o. Tinha muita gente, rostos que nunca vi, ou melhor, prestei atenção antes, mas definitivamente nenhum rosto conhecido. Tia Patrícia percebeu meu nervosismo e deu mais um daqueles sorrisos encorajadores, só que dessa vez não ia funcionar. Só um sorriso me acalmaria... Um pouco. O sorriso dele!

- E então, pronta meu anjo?

Não consegui falar, eu estava em pânico. O estacionamento que a essa hora devia estar praticamente deserto, não estava, pelo contrário. Pessoas e mais pessoas circulavam por ali em direção ao pátio que não ficava muito longe. Nada estava normal hoje.

- Não dá tia, não consigo, me leva de volta, por favor! Implorei ofegando.

- É claro que consegue filha. Você é a garota mais forte que já conheci, não me decepcione Bella, vamos minha linda.

- Eu não sou forte, não dá. Só de imaginar todos os olhos sobre mim, me sinto mal. Pelo amor de Deus, vamos voltar.

- Hey, se acalme sim? Não há nada demais, são só pessoas Bella. Você não vai poder fugir disso para sempre e que tal começar agora? Enfrente seus medos... Não eram essas palavras que o Charlie murmurava quando você tinha pesadelos? Lembra como ele te colocava no colo e dizia exatamente isso? E você imediatamente relaxava e voltava a dormir. Quantas e quantas vezes ouvi isso quando dormia lá em casa com a Angie e acordava assustada chamando pelo por ele. Só mesmo o Charlie com aquele carinho infinito e as palavras ternas e sábias conseguia fazê-la dormir novamente. Era mágico! Então... Feche os olhos e ouça a voz do seu pai, tenho certeza que seria exatamente isso que ele lhe falaria minha linda...

As lembranças tomavam conta da minha mente sem pedir licença. Fechei os olhos e imaginei o rosto do meu pai. Aquele sorriso carinhoso que só ele tinha, o calor protetor do seu abraço, mesmo quando eu molhava sua camisa de lágrimas. E então eu ouvi... – Enfrente seus medos, seja forte meu amor... Mais do que ouvir, eu realmente o senti comigo, o breve roçar de seus lábios nos meus cabelos, o cheiro que só o meu pai tinha.

- Sim papai, eu vou ser... Ou pelo menos tentar, por mim e principalmente por você. Murmurei baixinho, deixando a paz se instalar em cada poro do meu corpo.

- Isso mesmo, é assim que se fala, e não você não vai tentar... Vai conseguir. Falou limpando uma lágrima solitária que nem percebi descendo pelo meu rosto.

- Tudo bem, já podemos ir.

- Ótimo. Falou abrindo pegando a bolsa no banco atrás de nós e abrindo a porta do motorista em seguida.

Ela abriu a minha porta e pegou a minha bolsa também para que eu pudesse sair com mais facilidade. Assim que fiquei de pé todos os olhos imediatamente caíram sobre mim. Choque, incredulidade e logo após... Pena. - Seja forte, murmurei baixinho tentando ganhar forças. Um celular tocava insistentemente, e logo percebi que era o meu.

- Tia, o celular está tocando, a senhora pode pegar, por favor? Pedi de cabeça baixa, não tentando esquecer todos aqueles olhares em cima de mim.

Mas ela não pegou, ou pelo menos não me ouvia. Levantei a cabeça devagar só para vê-la fuzilando aqueles que me olhavam daquele jeito hostil e por incrível que pareça, estava dando certo.

- Tia... Chamei novamente e dessa vez ela ouviu.

- Sim querida?

- É que meu celular está tocando e a senhora está com a bolsa então...

- Oh, me desculpe meu bem, como sou distraída.

- Não, tudo bem. Falei sorrindo pequeno da sua atitude.

- Aqui está, atenda, deve ser importante, provavelmente é o Edward querendo saber por que estamos demorando aqui rodeadas de gente que não tem absolutamente nada mais interessante para fazer do que olhar a vida alheia. Falou a última parte em um tom mais alto, para que os presentes ouvissem.

Balancei a cabeça, tentando segurar o sorrisinho de triunfo. Foi como mágica, os poucos que ainda me encaravam, simplesmente deixaram de observar. Dei uma olhada e não era nenhum número que conhecesse. Não que a minha agenda fosse exatamente lotada, mas os poucos que tinham estavam salvos. Atendi acabando com o toque insistente e escandaloso, obra de Alice é claro. E falando nela...

- Bella, onde você está menina? Já era pra ter chegado, parece que dormiu mais do que a cama. Pude ouvir o risinho das meninas ao redor dela, inclusive uma gargalhada masculina bem alta.

Corei. Aquilo ia ser pior do que eu pensava.

- Nós já chegamos Alice. Estou indo com a tia Patrícia na secretaria pra resolver as pendências com os atestados, dias de fisioterapia, essas coisas todas. Mas, você não devia estar na aula?

- Sim, sim, não seja estraga prazeres... Todos devíamos estar em aula, mas por algum motivo deu pane no sistema elétrico em dois pavilhões, por isso estamos aqui, esperando um milagre em FHS. Como diz a Ângela, pelo menos algo aconteceu em Forks.

Ri do seu jeito de falar. Até ela que tinha pouco tempo morando aqui, percebeu que nessa cidade nada acontece.

- Já entendi Allie, mas onde vocês estão?

- Em algum lugar próximo a quadra, sentada embaixo de uma árvore enorme. Quer dizer, não literalmente na árvore, euzinha estou no colo do Jazz, porque não posso sujar a minha roupa, os outros estão no chão mesmo, inclusive a Rose, por incrível que pareça, mas se quer falar com ela, esquece. Está com a boca ocupada, e o Emm também... Explicou rindo e não pude deixar de fazer o mesmo. Alice era terrível.

- Bella filha... Tia Patrícia chamou enquanto andávamos até a secretária. 

- Oi, tia.

- É o Edward? Se quiser pode ir encontrar com ele, se precisar de você na secretaria nós a chamamos.

O que me fez lembrar que não vi o carro do Edward no estacionamento. Talvez ele tenha vindo de carona com os meninos. Será que tinha piorado? A febre parecia ter baixado hoje pela manhã, pelo menos ele estava menos quentinho...

Franzi a testa preocupada de repente.

- Ah sim, obrigada, mas não é ele, é a Alice...

- Hum, mas ainda assim vá ficar com eles, enquanto resolvo as coisas e esperam o início das aulas.

- Obrigada, vou sim.

- Quer ajuda, que eu a leve até lá? Falou ainda olhando brava pros lados.

- Não precisa tia, eles estão perto, posso ir sozinha. Não se preocupa.

- Ok, qualquer coisa grita. Brincou, mas sabia que aquilo tinha um fundo de verdade.

- Pode deixar. Garanti.

Virei a esquerda ainda com os olhos nos pés, o que de certa forma era mais seguro, porque me garantia que não caísse ao tropeçar nos lugares, ou até em mim mesma.

- Alice, estou indo encontrar vocês tá? A tia Patrícia disse que não vai precisar que eu a acompanhe.

- Ok Bellinha, mas e o cabeçudo do meu irmão onde está? Pensei que viria com você.

- Não... Engoli em seco. – Depois... Depois daquela hora, ele foi pra casa, ficamos de nos ver aqui. Ele bem que queria me levar, mas como a Tia Patrícia tinha que vir mesmo, e se fôssemos esperar ele voltar, íamos nos atrasar ainda mais combinamos aqui.

- Nossa que estranho. Já era pra ele ter chegado então.

- Ai meu Deus Alice, será que aconteceu algo? Praticamente gritei.

- Calma Bella, não aconteceu nada. Ele deve ter se atrasado, só isso. Espera vou ligar pra casa ok? Aliás onde você está que não chega?

- Estou quase ai, virando o último prédio.

- Certo, vou desligar e ligar pra casa, estou esperando.

- Tá, já to chegando. Mas liga logo pra casa Allie, por favor!

- Ok, ok. Sorriu.

Andei ainda mais rápido, praticamente correndo. Assim que terminei de dar a volta no último prédio, fui parada por duas pessoas que saíam do banheiro. Uma eu já conhecia, Lauren Mallory, mas a linda garota, que mais parecia uma mulher adulta, de cabelos longos e loiros, nunca tinha visto. Deveria ser aluna nova, com certeza.

- Ora, ora se não é a Isabella que está de volta. Lauren falou sorrindo com escárnio.

- Olá Lauren como está? Cumprimentei tentando ser educada e sair dali o mais rápido possível.

- Eu estou ótima, já você...

Ela gargalhou junto com a loira ruidosamente. Abaixei a cabeça e tentei passar por elas, não conseguia ficar ali mais um minuto sequer.

- Com licença, eu realmente preciso ir.

- É nisso que dá dar em cima do namorado da mãe, vê se aprende garota. Além de sair com fama de vagabunda, está toda quebrada. Aliás, desculpe falar querida, mas está horrível, ainda mais com esse lenço ridículo...

- Me deixa ir, por favor... Murmurei.

- O quê, não gosta de ouvir a verdade? Nossa, quem diria hein Swan? Logo você, a certinha, aluna número um, a filha modelo, e blá, blá, blá...

- Mas... Mas eu não fiz nada. Isso foi um acidente, eu caí da escada da minha casa... Tentei explicar da melhor maneira possível, quem sabe assim ela me deixaria passar.

Ela deu um passo à frente e eu me encolhi protegendo como podia meu braço fraturado.

- Pára de ser sonsa garota, não passa de uma vagabunda...

Arregalei meus olhos diante daquelas palavras. Como ela podia falar assim? Meu Deus, Lauren me conhece desde sempre. Tudo bem que nunca fomos amigas, mas inimigas também não.

- Você está errada...

- Algum problema por aqui?

Uma voz grossa perguntou, fazendo que com Lauren pusesse distância entre nós imediatamente.

- Não... Não Emmett, eu... Eu já estava indo encontrar vocês. Só estava... Lauren lançou um olhar ameaçador pra mim. - ... Cumprimentando as meninas.

- Sei. Falou sombriamente.

- Primo, onde estão os outros? A loira perguntou tentando soar entusiasmada e quebrar aquele clima estranho.

- Em algum lugar Tânia.

Respondeu olhando de mim para elas.

- Vamos Bella, o estávamos te esperando e como demorou vim te buscar cunhadinha. Sorriu pra mim de repente.

- Tudo bem, vamos. Falei de cabeça baixa novamente.

- Ok. Tenham um bom dia meninas e acho que nem preciso dizer que as quero bem longe não é?

- Não sei o porque dessa “distância”, mas pra mim tanto faz... Se prefere assim.

- Nós preferimos. Enfatizou bastante a parte do nós e olhou para mim em seguida, claramente ignorando-as.

- Podemos ir, e deixa que eu levo isso Bella, não deve se esforçar mocinha. A mamãe e o Ed falaram claramente.

- Obrigada Emmett.

- Já que você falou nele, onde está o meu Ed? Ainda não o vi hoje.

A loira que agora eu sabia se chamar Tânia perguntou e senti todos os meus músculos se retesarem. Como eu poderia competir com ela? E que história era aquela de “meu Ed”? A olhei brevemente só para constatar seu sorrisinho vitorioso. Ela percebeu que tinha me afetado... E muito.

Emmett gargalhou ruidosamente, antes de responder.

- O “seu Ed” eu com certeza não sei. Mas se por acaso está se referindo ao meu irmão...

- É óbvio que estou me referindo a ele quem mais seria? O cortou bruscamente.

Ele riu de novo, mas sem se virar ao responder. Olhei para ele e vi que piscou para mim de canto, o sorriso matreiro ainda estampado nos lábios.

- Continuando... Devo lembrá-la de que quem vive de passado é museu querida prima? Dessa vez sua gargalhada foi ainda mais estrondosa... - Agora sim podemos ir irmãzinha. Falou me rebocando dali em seu abraço de urso protetor.


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Notas finais do capítulo

Até semana que vem flores!