O Amor em Teus Braços escrita por Jucy Lima


Capítulo 24
Capítulo 18 - Apenas amigos?


Notas iniciais do capítulo

Depois de mil anos, sinceramente nem sei o que dizer. só espero que vocês ainda queiram ler. A única coisa que quero deixar bem claro é que se não estava atualizando era porque não estou em um bom momento. Quem tem um pouco mais de intimidade comigo sabe do que estou falando. Só tenho que pedir desculpas e se não for incomodar, força também.



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Capítulo 18 – APENAS AMIGOS?

Pov Bella

(...) No capítulo anterior:

Vamos Bella coragem. Fale!

- Pelo visto teremos um monólogo a meia noite. Que ótimo, mas estou indo dormir. Olha se for alguma amiga da Alice, vou avisando que esse celular não é dela, portanto liga pra ela agora porque estou cansado. Então...

Deus! Era agora ou nunca.

- Edward. Sou eu, a... Respirei fundo, pois o ar parecia não chegar o suficiente nos meus pulmões. – A Bella, será que nós poderíamos... Engoli em seco. – Conversar?

Ouvi um arquejo e depois dele somente o silêncio se fez presente.

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Céus! Por que eu simplesmente não desliguei? Estava mais do que claro pelos segundos passados em silêncio que ele não queria falar comigo. Mas mesmo assim, como tola que sou, ainda permanecia na linha, torturando-me a cada fluxo de ar que ele expelia. Masoquista! Uma vozinha conhecida sussurrava a todo instante na minha cabeça. Só existiam duas opções, ou eu simplesmente faria um monólogo ali mesmo, dizendo tudo o que tinha pra dizer, ou desligava o telefone. De qualquer forma, qualquer uma das opções que escolhesse teria que ser sozinha, como sempre. Seria mais fácil se eu desligasse e desse tudo por encerrado, mas não seria correto. Ele merecia uma explicação pelo meu “ataque” naquele dia no estacionamento. Pelo menos agora, com a cabeça “fria”, raciocinando direito, poderia explicar tudo. Respirei fundo, e como disse antes, é agora ou nunca!

- Edward... Eu, eu sei que... Que não está sendo fácil. Acredite, pra mim é ainda pior, mas... Acho que você merece uma explicação pela... Pela forma horrível que te tratei naquele dia, eu estava nervosa e... Confusa demais. Suspirei. Ia ser mais difícil do que pensei, ainda mais sem nenhuma resposta do outro lado. – Sei também que tem o direito de não querer me ouvir, vou entender, mas era a coisa certa a se fazer, foi... Está sendo melhor assim e... Suspirei. – Queria que você me perdoasse por tudo e soubesse que apesar de tudo, tenho um... Um grande carinho por você e... E, queria que começássemos de novo, gostaria muito que fôssemos amigos. É isso, amigos! Eu sei que é egoísta, mas assim posso ter você por perto, mas é só isso que posso oferecer. Você merece muito mais do que posso dar...

Ouvi um arquejo seguido por um... Soluço?

Ah meu santo Deus!

- Edward, você está bem? Responde, por favor!

Se eu já estava agoniada com tudo aquilo, consegui piorar.

- Edward? Exclamei e mais uma vez sem sucesso! Droga! – Você está me deixando preocupada, fala alguma coisa pelo amor de Deus!

Só o barulho de uma respiração irregular ainda me dizia que ele me ouvia, e era justamente isso que mais me angustiava.

- É isso o que você realmente quer Bella? Que sejamos somente amigos?

Senti o ar faltar. Céus! Lógico que não era o que eu queria, mas sim o que precisava ser feito.

- Responda Isabella! Porque sinceramente não é isso que eu sinto quando está nos meus braços. Quando você me beija. É muito mais do que amizade, vai além das minhas palavras.

Continuei muda.

- Se for mesmo o que quer, vou respeitar a sua vontade, mas vai ter que dizer tudo isso olhando nos meus olhos.

E então a linha ficou completamente muda.

O que ele quis dizer com “dizer tudo isso olhando nos meus olhos?” Com o coração ainda mais apertado, fui me deitar. Essa sem dúvida seria uma longa noite. Acho que tinha acabado de adormecer quando o som insistente de uma buzina me despertou. Continuei deitada, apesar de totalmente acordada enquanto pedia a Deus que aquele barulho passasse logo. Seja lá que for que esteja buzinando que fosse pra bem longe, antes que acabe acordando toda a vizinhança, mas para o meu desgosto isso não aconteceu, pelo contrário. Algo mais forte do que o frio e a dor de cabeça me fizeram levantar e olhar pela janela para ver quem era o mal educado do lado de fora. Se não tivesse visto com meus próprios olhos juraria que era mentira, ou algum piada de mal gosto. Um carro prata estacionado bem em frente à casa era o causador de tanto barulho. Reconheceria aquele carro há quilômetros de distância. Céus era ele! Nada mais, nada menos do que Edward! No mesmo instante, nossos olhares se encontraram.
Os dele, ansiosos, os meus estupefatos. Não pensei em nada, desci as escadas correndo, tropeçando em meus próprios pés quando estava quase chegando à sala. Qual não foi minha surpresa encontrar a tia Patrícia e a Angie acordadas, sentadas no sofá. Pelo que pude perceber elas já tinham visto quem estava causando aquele barulho todo.

- Acho que você tem visitas Bella. Tia Patrícia falou tentando ocultar um pequeno sorriso.

- Er... Eu não... Murmurei sem saber realmente como agir.

Aquela altura meu rosto devia estar vermelho escarlate. Céus! E agora?

- Não precisa ficar assim querida. Vocês realmente precisam conversar, por que não o convida pra entrar?

- Acho... Acho melhor eu sair e ver... Falarmos lá fora mesmo tia. Assim não os incomodam ainda mais.

- Tudo bem, faça como achar melhor meu amor. Só não demorem muito, lembre-se de que amanhã cedo tem aula sim?

Assenti devagar.

- Vamos Angie, você também tem que acordar cedo filha.

- Só vou beber um pouco de água e subo mãe.

- Ok. Boa noite amores.

Se despediu de nós e subiu. Ângela foi até a cozinha e voltou com dois copos de água me entregando um imediatamente. Bebi tudo de uma vez tentando me acalmar.

- Vamos Bella, mais cedo ou mais tarde teriam que se ver. Não precisa ficar com essa cara amiga. Tudo vai ficar bem. Agora vai antes que esse louco buzine mais uma vez e chamem a polícia. Nossa sorte é que o papai tem sono de pedra senão... Comentou dando uma risadinha no final, mas que fui incapaz de fazer o mesmo.

Coloquei o copo em cima da mesinha e respirei fundo. Abri a porta e o vi encostado no carro. Meu coração imediatamente perdeu uma batida. Uma chuva fininha se caia, mas o vento não era nem de longe calmo. Imediatamente corri até onde ele estava apenas. Apesar do casaco estava frio demais do lado de fora.

- Edward, você ficou louco? Está frio, pode ficar doente! Ralhei.

- Eu disse Bella, você teria que dizer olhando nos meus olhos que quer que sejamos somente amigos. Que não sente o mesmo que eu. Diz, assim dou a minha palavra de que vou respeitar sua vontade. Mas somente se for verdadeiro, se os seus olhos falarem com a mesma franqueza que seus lábios.

Seu olhar intenso me queimava por dentro.

Respirei fundo, ganhando coragem pra fazer o que tinha que ser feito. Mesmo que isso significasse que perderia a única parte dele que eu poderia ficar, sua amizade. A pergunta surgiu em meus lábios antes mesmo de me dar conta do que fazia.

- Então quer dizer que se não podemos nos relacionar, também não quer nada de mim, nem mesmo amizade? Foi isso que entendi?

A tristeza me tomou com força. Estava conformada que ao menos poderia mantê-lo como meu amigo, mas pelo que via não ia ser possível. Seus olhos não falavam de amizade, mas de algo mais profundo, algo que conforta e aquece e que eu não era digna de merecer.

- Não Bella, você não entendeu. Mas antes de qualquer coisa olhe pra mim. Diz que não me quer, que não sente isso. Falou pondo minha mão direita no seu peito, bem em cima do coração.

- Sente, me diz, acha que minto? Pensa realmente que me importo com o que aconteceu? Diz, acha mesmo que isso aqui... Falou pressionando ainda mais nossas mãos que agora estavam entrelaçadas no seu peito. É mentira?

Silêncio.

Não, não era mentira, porque eu também me sentia dessa forma. Porque meu coração também estava tão desenfreado quanto o dele. Negar seria mesquinho demais. Ele estava se abrindo, vulnerável, assim como eu, e merecia a única coisa que poderia te dar além da amizade, sinceridade.

Levantei meus olhos devagar para que ele pudesse ver através deles como desejava.

- Não, não acho que esteja mentindo. É impossível mentir quando me olha assim, quando sinto tudo isso aqui... Olhei rapidamente para nossas mãos ainda no seu peito.

- Sei que é verdadeiro, sincero. E é por isso mesmo que estou sendo o mais sincera possível, Edward. Por mais que deseje não posso ser o que precisa. Por mais que me sinta da mesma maneira, que meu coração sempre perca uma batida quando te vejo, até mesmo em meus sonhos, sua presença mexe assim comigo. Mas não posso! Entenda por favor. Supliquei.

- Não entendo e nem aceito amor. Não vou desistir de você, nunca. Põe isso de uma vez por todas nessa cabecinha Bella.

Através de nossas mãos entrelaçadas ele me puxou para seus braços e foi impossível resistir. Abracei-o com todas as forças e até onde meu braço doente permitia. Era tão bom estar novamente assim, segura, perdida na imensidão que era seu corpo perto do meu diminuto. Seus braços rodearam minha cintura com cuidado, enquanto minha mão livre acariciava seu rosto perfeito, um pequeno sorriso se desenhando na sua boca e que involuntariamente não pude deixar de acompanhar. Mas quando meus dedos passearam com mais cuidado sobre seu rosto percebi algo muito errado. Estava quente, muito, muito quente. Céus! Ele estava ardendo em febre.

- Edward, pelo amor de Deus, você está queimando de febre. Tem que sair daqui.

Eu praticamente gritava tentando me desvencilhar do seu abraço, o tocando em todos os lugares que conseguia com uma só mão, enquanto ele se recusava a me soltar.

- Calma amor, deve ser só um resfriado, estou bem.

- Não, não está. Vamos entre nesse carro agora. Não quero que fique ainda pior. Depois conversamos. Está em condições de dirigir? Quer que eu ligue pra Alice, ou tia Esme quem sabe?

- É muito bom saber que se preocupa comigo, minha linda, mas de verdade estou bem. Agora sim, com você aqui me sinto realmente bem como não estive em muito tempo. Embora tenha que concordar que está realmente frio e você esteve doente. Droga! Como sou idiota Bella, vem vamos entrar.

Entramos no carro rapidamente pela porta do passageiro mesmo. Edward sentou e me pôs no seu colo. Em outro momento estaria horrorizada com isso, mas só me importava em verificar desajeitadamente se ele estava realmente bem.

- Para com isso Bella, é só um pouco de ferbre. Prometo que assim que chegar em casa tomo um antitérmico e ficarei bem. Afinal foi isso que fiz nesses últimos três dias e deu certo.

- Quer dizer que não é a primeira vez que tem febre? Está doente! Você deveria estar na cama, não tomando chuva. Isso foi inconseqüente! Não sabia se o amava ainda mais ou ficava com raiva.

- Nada que fazemos por amor é inconseqüente. Tudo, absolutamente tudo, vale a pena.

Falou beijando a cicatriz na minha cabeça e encostando sua testa na minha, mas sem nunca desconectar seus olhos dos meus. E foi com esse gesto que me dei conta de que na pressa esqueci de por o lenço. Imediatamente fiquei tensa no seu colo e ele como sempre percebeu. Fechei os olhos sem coragem e encarar a pena no seu rosto como da última vez.

- Hey, não feche pra mim outra vez Isabella. Não levanta esse muro novamente, porque não vou permitir. Veja a verdade nos meus olhos.

Neguei.

- Não confia em mim? È isso?

- Não posso. Não posso ver a pena em seus olhos como da última vez... Isso me destroçaria Edward. Simplesmente não conseguiria suportar.

- É isso o que acha que sinto por você Bella? Pena? Riu amargamente. - Pelo amor de Deus, olhe nos meus olhos e me diga se é pena o que vê agora. O que viu quando estávamos conversando agora há pouco. Foi isso que viu? Que pensa que senti?

- Eu vi como me olhava naquele maldito dia Edward. Aquilo em seus olhos, era a mais pura pena. Murmurei.

Meus olhos já estavam cheios de lágrimas traiçoeiras desde que começamos essa conversa e eu lutava pra não derramá-las.

- Vamos olhe pra mim agora, amor! Pedia acariciando meu rosto.

Abri os olhos lentamente e as malditas lágrimas caíram sem controle por meu rosto. Edward beijou cada uma delas com uma ternura que chegava a ser dolorosa.

- Sim, não vou negar que senti pena, mas pela beleza que você acha que perdeu, e sim por tudo que permiti que você passasse. Pena e culpa Bella. Porque simplesmente não consegui manter minha promessa de mantê-la a salvo, de que nada ia te acontecer. Na primeira oportunidade falhei amor, me descuidei de você e te fizeram mal, porque sei que isso não foi um acidente, eu sinto e no fundo você também sabe.

- Mas... Mas não é culpa sua que o que aconteceu Edward. Eu caí. Me senti tonta e caí, só isso. Não é culpa de ninguém além de minha!

- Nós dois sabemos que há mais por trás disso do que gostaríamos, infelizmente. Mas o que posso garantir é que isso nunca, nunca mais acontecerá minha linda. Nunca mais, enquanto eu viver vou descuidar de você. Mesmo que não me queira, que não me ame como eu te amo, mesmo que seja só como seu amigo, não descumprirei mais minha promessa.

Estava completamente atordoada com tudo aquilo. De alguma forma ele sabia, sabia que não tinha sido um acidente. Mas infelizmente não mudava as conseqüências. E mesmo se não tivesse acontecido o “acidente” nunca estaria à sua altura.

- Como linda Edward? Nunca fui bonita, nem antes da queda, quanto mais agora. Sem cabelos e com essa cicatriz enorme na cabeça. Pareço mais uma aberração. É assim que me sinto cada vez que me olho no espelho, um monstro. Ri sem um pingo de humor.

Ele beijou mais uma vez a minha cicatriz e esse gesto se repetiu por toda a minha cabeça praticamente sem cabelos, o meu rosto e por último calidamente meus lábios. Quando se afastou me olhou profundamente e uma emoção desconhecida sufocava meu peito tornando difícil até mesmo respirar. A ternura contida naqueles gestos derrubou qualquer barreira que tinha dentro de mim.

- Acha mesmo que cabelos e uma cicatriz tiraram a sua beleza? Pra mim continua perfeita como sempre foi, linda, absoluta e inigualávelmente linda, a minha princesa, o meu amor. Os cabelos crescem Bella e a cicatriz desaparece com o tempo. E mesmo que isso não aconteça, ainda assim será a minha Bella, minha linda!

Seu sorriso era tão magnífico que não resisti e num impulso selei nossos lábios. Só para sentir e comprovar tudo o que via nos seus olhos e foi dito em palavras. Eu o queria e podia ver e sentir que ele também me queria e aceitava assim, aos pedaços, destruída por dentro e por fora. Mas aos seus olhos, ah Deus! Vendo pelos seus olhos, por um momento consegui me sentir a pessoa mais linda do mundo, e isso, isso bastava. Isso me devolvia a vida. Isso essa coisa que só podia ser denominada amor...

Encontre um homem que te chame de linda em vez de gostosa. Que te ligue de volta quando você desligar na cara dele. Que deite embaixo das estrelas e escute as batidas do seu coração, ou que permaneça acordado só para observar você dormindo. Espere pelo homem que te beije na testa. Que queira te mostrar para todo mundo mesmo quando você está suando. Um homem que segure sua mão na frente dos amigos dele. Que te ache a mulher mais bonita do mundo mesmo quando você está sem nenhuma maquiagem e que insista em te segurar pela cintura. Aquele que te lembra constantemente o quanto ele se preocupa com você e o quanto sortudo ele é por estar ao seu lado. Espere por aquele que esperará por você... Aquele que vire para os amigos e diga "Éela!"


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Notas finais do capítulo

Um agradecimento especial a Ana Candeo e Milly Telles, minha grande amiga!