O Amor em Teus Braços escrita por Jucy Lima


Capítulo 22
Capítulo 16 - Acerto de contas


Notas iniciais do capítulo

Flores do meu corê, como estão?
Sejam bem vindas as leitoras novas!
Sem mais delongas, leiam as notas finais sim?



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Capítulo 16 – ACERTO DE CONTAS

Pov Edward

(...) No capítulo anterior:

Então ela me abraçou. Eu já não chorava mais. Foi como se um peso tivesse sido tirado dos meus ombros.

- Nunca me senti assim antes. Nunca me apaixonei, não sei como é, mas o que eu sinto pelo Edward é diferente de todas as definições de sentimentos. Nos braços dele eu me sinto viva. É como se estivesse muito tempo sem respirar e de repente recebesse o mais puro oxigênio... Não sei explicar, só sei que é forte, intenso, seguro, e a coisa mais bela que já senti na vida. Não acho palavra pra definir isso, só sei que é maravilhoso Rose...

- O nome disso é amor Bella. AMOR!

Pense nisso minha amiga...

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Realmente não há dor pior do que a culpa. E agora seria mais uma para a minha cota de culpas a refletir. Admito que tudo o que menos queria e precisava era refletir. Minha cabeça parecia que ia explodir. E nem mesmo assim não consegui deixar de pensar nas palavras da mamãe depois da cena lamentável protagonizada por mim e Alice na sala. Tudo o que dona Esme despejou em cima de nós caiu como uma bomba literalmente. Ela nunca tinha falado conosco naquele tom e daquela maneira, mas também nunca tinha presenciado uma briga daquelas, porque por mais que nos desentendêssemos nunca chegamos a esse ponto e era exatamente isso que estava me deixando mais magoado. Com certeza a Alice também está da mesma maneira, eu sinto, embora tenho certeza de que ela vai fazer birra pra admitir, o que significa que como sempre serei eu que vou ter que tomar a iniciativa. Nunca levei tão a sério essa coisa de “ligação de irmãos gêmeos”, como hoje.

Céus! Tudo o que queria e precisava era dormir pra ver se tudo não passou de um pesadelo, mas nem o maldito sono queria colaborar. Me sinto estranho, pesado. Não sei explicar se é mágoa que dói, ou dor que magoa. Se bem que a essas alturas não sei nem mesmo o que estou falando. Diga-se de passagem sozinho, deitado, olhando para o teto do meu quarto.

- Droga! Murmurei e me levantei.

Tinha que resolver isso agora mesmo, porque dormir desse jeito estava fora de cogitação. Mesmo que sentisse sono, tenho certeza que seria cheio de pesadelos. Até os sonhos estranhos seriam bem vindos no lugar no olhar decepcionado estampado no rosto da minha mãe.

Desci as escadas lentamente. Antes de mais nada precisava de um copo de água, ou comer algo, já que não fiz isso o dia inteiro. Quem sabe na cozinha não conseguia pensar melhor em como consertar essa merda toda. A verdade é que estava arrependido, ou melhor, nem eu mesmo me reconheci hoje. Nunca estive tão fora de mim em toda a minha vida. Nunca senti tanto ódio de ser comparado a “ele”. Sei e graças a Deus tenho consciência de que nada justifica tratar minha irmã daquela maneira. É minha obrigação dar o exemplo, não o contrário. Magoá-la doeu mais em mim do que poderia imaginar. No fundo, no fundo eu sabia que ela não falara aquilo tudo de coração. Foi da boca pra fora como tudo que a Alice faz quando está com raiva ou não. Ao contrário de mim. O que mais me envergonha é que estive plenamente consciente de cada palavra proferida, infelizmente minha intenção foi mesmo fazê-la sentir, machucar. Acho que foi a única maneira mesmo que inconsciente de fazê-la parar, de dizer que eu estava no meu limite. E foi olhando esses “limites” particulares que extrapolei os dela. Tinha que consertar essa merda o mais rápido possível, por ela, por mim e principalmente pela mamãe.

Percebi que estava falando sozinho escorado no corrimão da escada, mais precisamente sentado no último degrau. Levantei balançando a cabeça em desaprovação rumando para a cozinha. Abri a geladeira em busca de algo para acalmar a revolta em que meu estômago se encontrava, por passar mais de doze horas sem ver comida. Infelizmente não tinha restado absolutamente nada do jantar. Inferno! Esqueci que tenho o Emmett como irmão. No mínimo deve ter comido até as panelas, monstro!

- Inferno, inferno, inferno! Xingava e batia a cabeça contra a segunda porta da geladeira. Ok. Tudo o que pudera dar errado hoje aconteceu, e amassar a porta da geladeira com a minha cabeça não ia ajudar em nada, pelo contrário, só ganharia uma bronca da Maria pela manhã. E como se não bastasse à insônia, ainda teria que morrer de fome. Eu sei, eu sei... Estou exagerando. Poderia fazer um lanche, mas...

- É Cullen o único jeito é encarar um belo copo de leite e quem sabe pão com manteiga, se é que restou algum depois do jantar. Nada mal pra quem não comeu nada o dia inteiro. Murmurei tentando me conformar.

Peguei a jarra de leite e pus em cima da bancada ao meu lado, sem ao menos olhar, procurando a manteiga, e se Deus quisesse algumas coisas pra montar um sanduiche. Felizmente achei queijo e meia, eu disse meia, mísera fatia de presunto. Isso me renderia quase um misto quente. Definitivamente estávamos precisando de uma visita ao supermercado e com urgência. Bati a porta da geladeira com força exagerada, mas nem me importei com os danos. Pelo barulho algumas coisas caíram lá dentro, mas... Paciência.

Ok, ok Edward. Onde ficam os talheres ein? Melhor, talheres e pratos? Droga! Desde que tínhamos nos mudado não pisei nessa cozinha. É, eu sei. Isso soa meio estúpido, mas é verdade. Quer dizer, quase! Pisar bem que pisei, mas não me “familiarizei” com ela. Passar rapidamente para beber água foi fácil. Justamente porque os copos estavam à minha frente na bancada. Procurar por uma faca há essa hora, e com a fome e o humor que me encontro está fora de cogitação.

Suspirei irritado, mas comecei a revirar algumas gavetas aleatoriamente, que jeito? Só para achar de tudo menos uma porcaria de faca. O jeito era mesmo comer pão sem manteiga, uma fatia de queijo e meia de presunto. Maravilha! Em meio a busca acabei encontrando achocolatado o que amenizou meu mau humor, um pouco. Despejei o chocolate em pó diretamente da lata no leite. O único jeito de misturar tudo era sacudindo o copo levemente, já que colher seria um verdadeiro milagre, imagine uma...

Congelei ao sentir algo gelado e afiado pressionando minhas costelas.

- Faca! Quase gritei o nome. Mas felizmente tenho amor à vida. Deus um ladrão! Senti o suor brotar na minha nuca e uma gota escorrer lentamente costas abaixo. Pensa Edward, pensa! Minha cabeça girava desconfortavelmente procurando uma maneira de dominar quem quer que fosse, não sair ferido e o mais importante, dar uma boa surra no vagabundo.

A pressão da faca nas minhas costelas diminuiu significantemente. No momento em que ia agir, ouvi uma gargalhada bastante sonora e bem conhecida por sinal. Me virei lentamente tentando acreditar no que ouvia e me recuperar do susto. Qual foi minha surpresa ao encontrar a Alice rindo a morrer com a faca de pão na mão. Aliás, faca essa que estava a poucos segundos nas minhas costelas e que quase, mas quase, me matou de susto. Ela ria tanto, mas tanto que tinha que se apoiar na mesa da cozinha para manter o equilíbrio.

- Quer que eu passe a manteiga Ed? Perguntou ainda rindo descaradamente.

- Eu tenho uma bem melhor irmãzinha. Falei entre dentes. A fome que me dominava, agora estava completamente esquecida. Todo o choque evaporando dando lugar a incredulidade e a outra coisa? Seria alívio? Não sei. A única coisa que tinha certeza era que ela me pagaria, ah e bem caro. Enfiei a mão no pote da manteiga, pegando uma quantidade bem generosa, diga-se de passagem.

- Agora sim Mary Alice Cullen, você me paga.

Ela parou de rir imediatamente. Arregalou os olhos olhando espantada pra minha mão.

- Você não vai fazer o que eu tô pensando que vai né? Perguntou atordoada.

- Vamos brincar maninha... Murmurei rindo maliciosamente, avançando na direção dela que já corria cozinha a fora.

Não demorei muito a alcançá-la justamente ao pé da escada.  Fiquei com um pouco pena, mas só um pouco... Afinal aquela manteiga toda faria um belo estrago nos sagrados cabelos dela. Porém dar o troco além de revigorante seria muito engraçado. Deixei que subisse uns três degraus até puxá-la pelo pé arrastando-a escada abaixo.

- Aaaaaaaaaaaai Ed me solta, por favor? Está estragando meu pijama da Victória Secret’s.

- Não mesmo Alice. Pense nisso como um favor.

- Fa... Favor? Gaguejou.

- Sim, favor. Seus cabelos estão um pouco ressecados, por isso mesmo vamos fazer uma hidratação... Diferente, no mínimo. Falei com um dedo nos lábios, como que analisando seu aspecto.

- Ressecados, os meus cabelos? Tá louco? Guinchou levando a mão à cabeça instantaneamente como se para verificar o que eu dizia.

Gargalhei vendo a sua cara de horror.

- Agora quietinha. Tenho um palpite que o Jazz vai adorar “Alice com manteiga”.

Aquilo estava mais divertido do que pensei.

- Não, não... Eu faço tudo que você quiser. Peço desculpas de joelhos, qualquer coisa. Você sabe que eu nunca seria capaz de te fazer mal Edward. Foi só uma brincadeirinha. Você estava tão distraído que nem percebeu que eu também estava na cozinha. Então começou a procurar e procurar, como eu sabia que você mal pisou lá e não imaginava onde ficavam as coisas estava disposta a te emprestar a faca, só que de um jeito mais divertido. Sorriu amarelo.

- Muito engraçado não foi?Tenho que admitir e dar os parabéns pra você. Nunca tinha levado um susto tão grande... Ri lembrando de como suei frio quando senti o frio do metal pressionado nas minhas costelas. – Por isso mesmo quero me divertir também, não acha justo?Ela abriu a boca para retrucar, mas não dei tempo. - Nem responda. Já que você teve o seu momento de alegria por que não posso ter o mesmo prazer?E agora vamos ao trabalho...

- Mãaaaaaaaaaaaaaaaae, socorro!

- Nem adianta maninha, a mamãe está de plantão hoje. Menti descaradamente e seus olhos duplicaram de tamanho.

Dei um meio sorriso, que como diria a própria Alice, “um sorriso torto” e praticamente sentei em cima dela aos pés da escada lambuzando todo o seu cabelo de manteiga. Era muito engraçado.

- Jazz me ajuda amor, estou sendo violentada!

- Emm, Rose, Maria, São Benedito das escovas progressivas, alguém me salva!

Ela gritava a plenos pulmões, me amaldiçoando cada vez que esfregava minha mão com gosto no seu rosto também, como se ainda fôssemos crianças brincando de se sujar. E eu? Bem ainda continuava “hidratando seu cabelo e rosto” rindo descontroladamente.

Um barulho ensurdecedor de bater de portas, seguido por passos urgentes chegaram aos meus ouvidos e as luzes foram acesas.

No andar de cima estavam Emm, Jazz, Rose e quem eu menos gostaria de encarar nesse momento: dona Esme. Todos completamente estáticos até que o Emm irrompeu nunca estrondosa gargalhada.

Rosalie estava horrorizada;

Emmett como sempre rindo, alheio a qualquer coisa, ou alguém;

Jasper se esforçava e muito para não rir também, mas foi em vão;

E por último a mamãe. Sua cara de espanto aos poucos foi se transformando. Se o Jazz fazia um esforço sobre-humano pra segurar o riso, a mamãe estava tentando em dobro, porém completamente em vão, já que no final, gargalhou.

Acabei me distraindo olhando para os outros e acabei soltando um dos braços da Alice. Foi o suficiente para levar uma mãozada de manteiga, ou melhor, hidratação no cabelo também. E por incrível que pareça a nanica conseguiu se desvencilhar de mim disparando pela sala. Ah, mas isso não ia ficar assim, não mesmo!

- Volta aqui anã, ainda não acabei. Gritei correndo atrás dela, esquecendo completamente da nossa platéia.

Pulei por cima do sofá menor pra ganhar tempo, caindo do outro lado da sala com um baque surdo. Infelizmente tombei na mesinha ao lado e acabei derrubando o grande vaso marroquino. Bem que tentei segurar, mas as mãos escorregadias de manteiga acabaram com qualquer tentativa.

- Meu vaso grego!  Gritou mamãe em choque.

Se antes ela estava rindo, agora poderia jurar que estava perdido. Mas eu não ia me perder sozinho, com certeza não.

- Espera não era marroquino mamãe? Perguntou Emmett.

Até que meu irmão podia ser observador quando queria.

Engraçado, até eu achava que era marroquino, mas enfim. Tinha coisas mais importantes a fazer, como lambuzar uma anã de jardim.

Levantei e recomecei a caçada. Era sempre assim, desde crianças. Ela fugia, mas eu sempre conseguia pegá-la.

Passei por cima do outro sofá também, enquanto ela derrubava a poltrona no meu caminho. Felizmente consegui desviar a tempo e pulei dessa vez acertando o alvo. Caí exatamente em cima das almofadas com nada menos que minha querida irmã embaixo.

Segurei seus braços novamente com uma só mão, impedindo-a de continuar me sujando. Como já estava na lama mesmo, ou melhor, na manteiga, por que não se atolar? Enfiei a mão no pote novamente, que por milagre consegui sustentar intacto durante essa maratona, raspando tudo o que tinha nele, lambuzando toda a minha querida irmãzinha. Dessa vez não teve jeito, ela chorou de verdade, pelo menos as lágrimas pareciam verdadeiras.

Rolei de lado no chão, satisfeito por ter concluído minha obra de arte, rindo descaradamente, enquanto ela continuava a me amaldiçoar e jurar vingança eterna.

O Jazz desceu para ajudar à namorada e foi cruelmente rejeitado, o que me fez rir ainda mais.

- Vem Allie, vamos subir. Não chora amor.

- Vem Allie um escambau Jasper Hale. Você esta rindo de mim, e nem foi capaz de ajudar a sua namorada em apuros. Vociferou.

- Não amor, não estava rindo. E eu estou tentando te ajudar, mas você não deixa...

- Agora não é? Cachorro! Até a pouco estava muito engraçado ver meu pobre cabelo lambuzado dessa coisa nojenta. Quero distância de você, ou melhor, vocês todos! Corrigindo, menos da Rose, ela está tão apavorada quanto eu. Insensíveis! Gritou olhando para Jazz e Emm que por sinal se dobrava de rir, mesmo ganhando tapas de Rosalie no primeiro andar.

Não conseguia parar de rir. Primeiro da cena, depois da minha irmã, e agora a cara de tolo do meu irmão tentando amansar a mini fera. Era hilário.

- Está rindo do que palhaço? Seu estado não é muito melhor do que o meu seu ogro!

- Eu sei. E estou rindo porque apesar de tudo o que aconteceu hoje, ou melhor, ontem, eu estou feliz.

- Mas não por muito tempo. Lá vem a fera. Murmurou Jasper.

A princípio não entendi o que ele quis dizer, já que aparentemente nossa mãe não estava brava, pelo menos aparentemente... Só então ouvi a voz ameaçadora.

- O que exatamente aconteceu por aqui?

Engoli em seco rapidamente seguido por Alice, que por instinto pulou no meu colo, esquecendo completamente da “hidratação”.

- Ferrou. Dissemos juntos.

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Bem meninas, o que acharam ein?

Então comentem, comentem & comentem!
Seria pedir demais mais recomendações?
Se chegarmos a 10 recomendações até sexta, sábado tem capítulo bônus e domingo post normal o que acham ein?
Beijão amores!