O Amor em Teus Braços escrita por Jucy Lima


Capítulo 18
Bônus: Compreensão é mais uma das minhas virtudes?


Notas iniciais do capítulo

Eii flores do meu ♥...
Como vocês foram muito, muito boas comigo, resolvi dar um presentinho. Tive a idéia de um cap bônus, eu achei bem legal escrever ele, sem contar que esclarece muitas dúvidas.
Sem mais delongas, até as notas finais!



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Capítulo bônus – COMPREENSÃO É MAIS UMA DAS MINHAS VIRTUDES?

Pov Alice

Não é fácil ter paciência, diante dos que têm excesso de paciência”.

(Carlos Drummond de Andrade)

Não é sério, um dia ainda mato esse ser denominado Edward Cullen. Aquele micróbio ambulante, ou melhor, motorizado, naquele maldito Volvo prata reluzente, vai me pagar. Ah, se vai.

Onde já se viu agir daquela maneira idiota? Logo ele o todo certinho e responsável, o modelo de homem da nossa família, palavras ditas pela mamãe é claro, que não hesitava em repetir isso a toda hora. Inclusive até, dizia que ele era mais responsável que o próprio Emmett. Até então eu era obrigada a concordar, embora não tão com tanta veemência que a mamãe. Porque se tratando do Emm nada é impossível.

Mas enfim. O filho modelo, e homem apaixonado deu uma de louco. Sim, isso mesmo que vocês ouviram. O Edward surtou. Ou deve ter caído da nuvem de ilusão e visto que a realidade era cruel.

Eu bem que tentei alerta-lo para o pior, por isso minha consciência está limpa. Eu já tinha ouvido a mamãe falar sobre o estado da menina no hospital, antes mesmo de saber que falávamos da nossa Bella. E quando liguei os nomes tentei com mais veemência. Pedi ao asno pra ir com calma.

FLASHBACK ON

Era tarde, e eu estava assistindo a um filme com o Jazz na sala, quando a mamãe chegou. Acho que já passava da meia noite. A verdade é que eu estava muito ocupada para prestar atenção às horas e ao filme propriamente. O quê gente? Eu amo meu namorado e sou correspondida, que é a melhor parte, por que não aproveitar e namorar um pouco? Ainda éramos mais comportados do que a Rose e o Emm, que até poucos minutos atrás, nos presentearam com alguns de seus “sons” constrangedores e por isso fomos obrigados a vir para o andar de baixo. É claro, não sem antes, eu dar uma passadinha no quarto do Emm, e falar em tom “amigável” algumas verdades. Por isso sempre digo que o diálogo é sempre o melhor caminho, ainda mais quando sou eu quem falo.

Mas enfim, notei pela expressão da mamãe que além de muito cansada ela estava preocupada, e muito. Só que dessa vez tinha algo a mais.

- Boa noite meus amores. Falou vindo até nós e nos beijando na testa como sempre fazia.

- Oi mamãe. Respondemos em uníssono, como sempre. Não consegui me segurar e revirei olhos. Os velhos hábitos nunca morrem: fato. E isso também não passou despercebido a eles porque riram de mim. Sendo assim só me restou revirar os olhos mais uma vez.

- A senhora parece cansada. Está com fome? Que pergunta a minha, claro que sim né? Vêm, vou fazer um sanduíche leve, aliás minha especialidade. E o melhor de tudo, não engorda. Falei levantando e a puxando em direção à cozinha.

- Não precisa meu amor. Comi algo no hospital, mas aceito um copo de leite com canela, está bem?

- Não, não está bem mamãe. A que horas jantou? Nem precisa responder dona Esme. Quer ficar doente? E onde fica todo aquele discurso de saco vazio não pára em pé?

Portanto, sem desculpas. Além do mais o sanduba é light mamis. Pisquei dando um beijinho na testa dela e a sentando na bancada da cozinha, enquanto mostrava meus dotes culinários...

Terminei com o sanduíche e fui até a geladeira pegar uma bebida.

- Suco ou leite mãe?

- Suco filha. Desisti do leite com canela assim que vi o sanduíche. Respondeu e tentou sorrir pra mim, porém esse gesto não chegou até seus olhos.

- Hei mãe, porque está com essa carinha ein? Têm algo te chateando? Olha se for por causa do Ed, não se preocupa, ele já está bem. Estamos conseguindo resolver os “problemas”. Além do mais ele prometeu que vai conversar com a senhora assim que puder.

- Entendo filha. Eu quero mesmo conversar com ele, mas ultimamente não tenho tido tempo pra absolutamente nada. Ainda estou me adaptando ao hospital, apesar de já conhecer vários colegas do outro hospital que assim como eu foram transferidos, mas a adaptação em si é difícil, além do mais, estou com um caso... Especial.

- E por que será que eu senti uma certa preocupação com esse “especial”dona Esme? Quer conversar sobre ele?

- Alice princesa, você sabe que é antiético falar sobre os pacientes, minha querida.

- Mas mãe, não precisa me contar os detalhes, porque sinceramente eu sei que não suportaria, todo aquele ambiente me deixa enjoada e a senhora bem sabe. Portanto nada de detalhes como fraturas, cortes, cirurgias, sangue, transplante... Nesse momento, ela me interrompeu e riu. Agora sim, vou um som divertido, sincero.

- Calma filha. Você disse que não queria saber e acabou citando quase todos os traumas e procedimentos que um paciente pode sofrer. Tem certeza de que não quer seguir os passos da mamãe? Ser a próxima Dra. Cullen? Perguntou divertida.

- Aff! Não mesmo, pode esquecer! Vou ser estilista. Me dou melhor com as agulhas de costura do que as cirúrgicas.

Depois dessa resposta a mamãe riu com vontade e começou a comer o sanduíche enquanto eu a servia de suco.

Sentei-me ao seu lado enquanto ela comia. Aproveitei e tomei um copo de suco também.

Terminamos com o nosso lanchinho da madruga, como diria o Emm, e eu comecei a retirar as coisas pondo na pia e lavando, enquanto ela se posicionava atrás de mim com o pano de prato em mãos para secar e guardar o que usamos. Estávamos num silêncio agradável, mas eu sabia que tinha algo sério incomodando a minha rainha. E como eu não descanso enquanto não descubro, resolvi insistir.

Enxuguei a pia, o que era um verdadeiro milagre, já que eu não chegava perto de uma dessas há... Acho que há alguns dias, ou melhor, meses... Virei-me de frente para ela a abraçando depois de enxugar as mãos.

- Hei mãe, pode falar. Sei que precisa conversar. Somos amigas não? Não podemos ter segredos, nunca tivemos. Eu também sei que a senhora não pode falar sobre os seus pacientes, mas não custa nada contar o que te incomoda. Além do mais não tem ninguém aqui pra ouvir, a não ser eu. Não confia em mim? Perguntei.

- Ok, ok, você venceu Allie. Têm algo sim me incomodando. Não posso te dizer de quem se trata, só posso falar que estou seriamente preocupada e... Confusa. Não entendo como pessoas boas, doces, podem sofrer tanto.

- Não entendo mãe. Mas concordo quando diz que as pessoas boas não merecem sofrer.

- Bem, filha vamos sentar? Assim podemos conversar melhor, além de eu poder matar as saudades da minha princesinha.

Fomos até a sala, onde eu estava com o Jazz antes e sentamos no imenso sofá. Ou melhor, ela sentou e eu deitei no seu colo, como nos velhos tempos.

- Tem certeza que quer mesmo ouvir?Entenda Alice, nada que conversamos aqui, pode sair desta sala ouviu? Estou quebrando regras, e você sabe que isso é algo sagrado para mim. Mas ao mesmo tempo, sei que preciso desabafar e quem melhor do que alguém que saiu de dentro de mim?

Assenti e ela suspirou.

- Ok. Serei breve, mas sei que vai entender.

-Sim. Respondi.

- Na semana passada atendi na emergência do hospital uma jovem. Ela sofreu um acidente doméstico e precisou ser operada por causa de um traumatismo craniano. Num caso desses, dependendo do local da lesão não precisamos nem tocar no cabelo da pessoa, e quando isso ocorre, só raspamos o necessário. E era isso que eu tinha feito, só raspei basicamente o local e um pouco nas extremidades, até porque a jovem é muito bonita, e tinha os cabelos lindos. Mas então contrariando as minhas ordens, uma enfermeira digamos que desumana, acabou raspando todo o cabelo da garota. Quando a pobrezinha acordou e descobriu ficou em choque. Ela é uma menina muito doce, linda por fora e por dentro, mas parece triste, vazia entende? Como se faltasse o mais importante, o amor. E isso me preocupa e muito. Sinto filha, que tem algo muito errado e quero ajudar essa garota. Eu sei que isso é a coisa certa. Desde então, tenho feito o possível para estar com ela, e não permitir que se sinta sozinha, ainda mais que ela só tem a mãe e a mesma teve que viajar a trabalho. Graças a Deus que conto que a ajuda de Peter e Jane, que também a adoram.

Fiquei triste por essa garota. Não sei como reagiria se uma coisa dessas me acontecesse. Ficar sem meus cabelos e o pior, sem a minha família, sem a minha mãe. Céus, deve ser muito, muito doloroso!

- Nossa, mãe. Tadinha dela, deve estar muito triste. E a senhora está certíssima em dar carinho, atenção e principalmente amor à ela, que é o mais importante. E olha, não fica triste assim não. É difícil, eu sei, mas o que está feito, está feito. Mas a senhora, o Peter e Jane vão conseguir ajuda-la. Aliás, se quiser, eu também ajudo, posso visitá-la algum dia desses.

- Tem razão princesa, todos juntos podemos e vamos ajudá-la. Quando quiser ir vê-la me avisa antes, assim posso prepará-la, tenho certeza que sua visita fará muito bem a ela.

- Tudo bem mãe. Falei já bocejando. Afinal o cafuné estava ótimo e ela sabia que eu dormia toda vez que fazia carinho na minha cabeça.

- Acho melhor irmos pra cama princesa. Amanhã temos um longo dia.

Concordei e subimos as escadas assim que cheguei a porta do meu quarto nos despedimos.

- Boa noite mamãe.

- Boa noite princesa.

Apesar de todo o cansaço, esperei a mamãe entrar no quarto dela e segui pra o quarto do Jazz, afinal não há nada melhor do que dormir nos braços do seu amor né? Porém a conversa que tivemos ficou martelando na minha cabeça. E foi assim durante os muitos dias que seguiram.

A mamãe sempre me contava sobre as melhoras da tal “garota”, e eu me sentia até envergonhada, pois prometi ir visitar ela e não fui. Mas estava tão atarefada ultimamente, ainda mais com o sumiço da Bella.

Até que numa noite, depois de mais uma conversa com o Ed, e ligando os fatos novos, sim, porque a mamãe disse que a garota se chamava Isabella, foi então que eu liguei os fatos. Elas poderiam ser a mesma pessoa. Isso explicaria o desaparecimento e a coincidência com o nome. Claro que eu não perdi tempo e contei ao Ed, já tínhamos resolvido ir no hospital de qualquer maneira e isso só aumentou a certeza. E foi nessa mesma conversa que disse a ele para ir com calma, porque se fosse realmente ela, ele poderia se surpreender, para ir com calma, e não se chocar qual fosse a situação.

FIM DO FLASBACK

Mas não, o burro fez tudo errado.

Minhas mãos ainda coçam com vontade estapeá-lo.

Nunca fui uma pessoa violenta, pelo contrário sou a favor da paz. Mas aquele idiota me tirou dos eixos literalmente. Primeiro ao ficar olhando com aquela cara de quem tinha visto assombração, para a Bellinha. Ela não merecia isso, não mesmo. Tudo bem que a coisa toda foi meio... Chocante. Sim, essa era a palavra mais adequada. Mas droga! Logo ele, que estava naquele desespero todo para encontrá-la, e quando a vê, ou melhor, quando ela mostra o que aconteceu, as transformações que a minha amiga passou, ele age exatamente da forma que Bella esperava. Mas isso não significava que ela desejasse isso, por mais que quisesse transparecer que essa era a sua vontade. Ela queria mostrar, coloca-lo a prova, ao mesmo tempo que desejava, ansiava que ele a olhasse como antes e dissesse que estava tudo bem, porque isso sim era o a Bella precisava e merecia. E o tolo pôs tudo a perder. Se tivesse prestado o mínimo de atenção á ela antes veria o que estava subtendido por debaixo daquela postura desafiadora que ela teimava em mostrar.

Aquele que se dizia capaz de enfrentar qualquer coisa pela Bella.

E depois aquela cena no estacionamento. Ta, tudo bem que eu também perdi as estribeiras, mas ele me tira do sério, como sempre! Ainda por cima assustou e desobedeceu a mamãe. Ela teve que tomar um calmante assim que chegamos em casa. Agora graças a Deus dormiu um pouco. A Maria e a Rose estão com ela, enquanto eu mais uma vez, a mártir da família Cullen, estou indo com o Emmett atrás do idiota. Iríamos diretamente a casa da Bella, já que provavelmente ela estaria lá, e como ele saiu que nem um louco com aquele carro idiota, era de se esperar que estivesse lá.  

Já estávamos no meio do caminho quando meu celular tocou. Olhei e vi o nome da Ângela, atendi imediatamente. Ela estava dizendo que a mãe dela tinha telefonado avisando que estaria com a Bella, e ia convencê-la a ir passar uns dias com elas. Já estava desligando quando ela comentou que viu o Edward no pátio do colégio.

- Quê? Como assim no colégio Angie? Gritei e com isso o Emm freou o carro bruscamente.

- O que foi Alice? Droga quer nos matar sua anã?

- Ok Angie, estamos indo pra ai. Obrigada por tudo. E er... Desculpe pelos gritos, me descontrolei.

Nos despedimos, e eu falei com o Emm.

- Mudança de planos Emm. O burro do seu irmão está na escola, vamos ande logo!

- É você quem manda gnomo rosa.

- Agrh, vê se cresce e pisa fundo. Dessa vez gritei com vontade e não hesitei de dar um belo tapa na cabeça do ogro do meu irmão.

Quase quinze minutos depois chegamos a Forks High Scholl. Estacionamos e resolvemos nos separar e procurar pelo tapado do Edward.

Andei pelo estacionamento, e quando estava indo em direção a biblioteca que por ironia fica perto da lanchonete, paralisei em choque. Meus olhos só poderiam estar enganados, ou aquilo, era alguma visão do além, ou porque não do inferno.

Era o Edward, sentado em uma mesa conversando intimamente com a sebosa da Lauren, e pior, com uma proximidade no mínimo... Nojenta. Sem contar que ele estava sorrindo daquele jeito dele, como diria o Emm, aquele que faz as mulheres terem um tombo por ele, não uma simples quedinha. O maldito estava sorrindo torto. Aquilo foi demais para o resto de sanidade que eu tentava conservar.

Andei até lá com passos largos e quando estava bem próximo aos dois sebosos, ai sim perdi o controle. A essa altura já enxergava tudo vermelho a minha volta e a vontade de bater em alguém, mais especificamente num verme chamado Edward estava tomando conta de mim. Mas ao olhar para a cara da vadia loira, fiquei em dúvida por quem deveria começar.  Eles estavam tão absortos na conversa que perceberam a minha presença, ou melhor, a vadia estava tão distraída que não sentiu cheiro de perigo como as sensatas pessoas que estavam a nossa volta, então não me restou outra alternativa a não ser me anunciar... Educadamente.

- Edward Anthony Cullen, posso saber o que você faz aqui com essa vadia?

Imediatamente eles perceberam a minha presença e já que ninguém falava nada, me adiantei a encerrar o assunto.

Acho que toda a escola deve ter me ouvido, porque em questão de segundos estávamos ladeado de pessoas.

- Já que você não responde, faço eu... A minha maneira é claro. Falei e avancei para a loira azeda, com ele me acertaria depois. Pois quebrar a cara da vadia oxigenada era mais importante. Por mim e principalmente pela minha amiga.


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Notas finais do capítulo

Bom meus amores...
Quero dizer que adorei as duas últimas recomendações.
E que vocês flores, ganharam personagens na fic.
No próximo post divulgo o nome das ganhadoras sim? Aproveito faço uma dedicatória.
E então vamos comentar née?
Grande beijoo!
*-*