- O cheiro que estava nas cinzas de Victória – ele olhou diretamente para mim apertando seus olhos em fendas enquanto ligava o pequeno quebra cabeça. – sua cadela assassina! 

Riley veio em minha direção caminhando lentamente e me olhando diretamente nos olhos, se achando “O”, pensando que estava intimidando-me. Coitado. Dei um bocejo, apenas para irritá-lo, e balancei minha varinha quase como se estivesse entediada.

- Trip jinx! – Riley tropeçou, caindo com tudo no chão. – Petrificus Totalus! – dei uma risada irônica, indo em direção ao vampiro estatelado no chão, completamente imóvel. – sabe Riley, você precisa aprender uma coisa: nunca confie nas mulheres. Elas podem ser sedutoras e manipuladoras, exatamente como Victória foi com você. Ela nunca te amou, apenas o usou para vingar seu amado. O verdadeiro parceiro dela era James, que foi morto por Edward, por isso Victória queria matar a parceira dele: eu. – suspirei dramaticamente. – pena que ela morreu e não pode se vingar.    

- Bella... foi você? Você matou Victória? Mas... como? – questionava Edward abobado, olhando-me incrédulo.    

- Não, não pode ter sido você. A Bella que conheço nunca faria isso... – sussurrou Alice audivelmente.  

- A Bella que vocês conheceram era ingênua e fraca. Ela não existe mais. – disse com rispidez, virando-me bruscamente para Riley. – seu frouxo! Pra atacar precisou de um exército... Bem, seria covardia de minha parte te matar enquanto está paralisado... Finite Incantatem!      

- Desgraçada! Assassina! – berrou Riley, correndo novamente em minha direção. – ataquem! – gritou para o exército atrás dele, que olhava tudo com um olhar confuso. Assim que Riley ordenou, não demorou para que eles corressem em nossa direção.    

Não demonstrei o mínimo sinal de medo. Eu poderia ter feito um escudo em volta de nós e matado todos os vampiros, protegida dentro da bolha segura. Mas, os Cullen se achavam os poderosos? Não achavam que ninguém mais poderia ter poder? Pois bem, já que se acham, veremos como irão se sair.    

Uma explosão foi ouvida quando os recém-criados se chocaram com os Cullen. Os lobos saltavam graciosamente de seus esconderijos nas laterais, indo atacar os recém-criados.    

Riley correu em minha direção, porém, antes que ele conseguisse me atingir, com um movimento rápido da varinha, ele foi jogado a poucos metros de distância. Não poderia apreciar a luta dos outros. Teria que acabar com esse imbecil primeiro.    

- Você sabia que enquanto Victória te beijava, ela se lembrava do James? – provoquei. Seus olhos brilharam perversamente.    

- Isso é mentira! Victória me amava. – e tentou correr novamente até mim. Mas essa era sua única vantagem: rapidez. Antes que ele chegasse, estuporei-o, que foi jogado a metros de distância.    

- Quando você a tocava – continuei provocando e rindo sarcasticamente na hora certa. – ela se lembrava de James. Lembrava que James era muito melhor que você.    

O feitiço estupore faz os humanos desmaiarem, mas, bem, Riley não era humano, contudo eu vi que ele se contorceu em dor e, apenas com grande esforço, conseguiu levantar.    

- Você é uma vadia mentirosa, isso sim. Victória provou que me amava diversas vezes. Ela me transformou, pois se apaixonou assim que me viu. – não pude evitar gargalhar com sua ingenuidade, mas esse foi um grande erro. Ele se aproximou, aproveitando minha distração, e me deu um soco no estomago.  

Meus olhos arregalaram-se de surpresa, enquanto eu me dobrava, segurando a barriga como se pudesse parar a dor. Tudo parecia ocorrer em câmera lenta. Muitos dos vampiros recém-criados já estavam mortos – aliás, queimados - mas cada Cullen e os lobos ainda tinham um oponente. Ninguém parecia perceber que eu estava prestes a desmaiar de dor. Ninguém, exceto...

- Edward! – gritei, mas saiu mais como um sussurro. Edward corria em nossa direção, seu rosto retorcido de raiva.    

Ele atacou com tanta brutalidade que Riley mal teve chance de se defender. Edward deu um soco forte em sua cabeça e, sem perder tempo, tirou-lhe um braço. Edward estava prestes a torcer seu pescoço quando mais dois recém-criados apareceram para ajudar Riley.    

Eu olhava tudo em choque.    

Um pegou uma perna de Edward, enquanto o outro se ocupava com seu braço. Eles puxaram com força, e Edward não pode se defender, pois agora era Riley quem segurava sua cabeça. Ele estava completamente preso. Olhei em volta nervosa, mas todos estavam ocupados.    

Senti o pânico me invadindo quando vi que estavam prestes a desmembrar Edward.    

- Sectusempra! – a última coisa que Riley viu, foi meus olhos brilhando em fúria, antes de sua cabeça cair e rolar na grama. – fogomaldito! – fogo saiu de minha varinha, enquanto assumia a forma de um leão, indo diretamente atacar os dois recém-criados. Edward saiu rapidamente dali, e eu fiquei observando os recém-criados queimando, meus olhos brilhando pela vitória.    

A luta tinha parado, e todos olhavam para o fogo. Eu ainda sentia a dor no estomago, por isso foi difícil de controlar o feitiço, porém coloquei-o de encontro com todos os outros recém-criados que ainda se encontravam inteiros. O fogo varreu a clareira, desviava-o habilmente de todos os meus amigos, assim nenhum se machucaria. Os recém-criados se dividiram na pressa de fugir do fogo.Um deles tentou correr para longe dali, porém consegui pegá-lo. Pude ouvir seu grito de terror quando o fogo o engoliu.    

Quando finalmente parei e vi que não teria mais forças pra continuar, cai ofegante. Parecia que não tinha oxigênio em meus pulmões. Minha visão estava embaçada, e me controlei para não me entregar a inconsciência. Inspirei profundamente, ficando em choque quando o vi.      

Um recém criado havia sobrevivido.      

O infeliz estava escondido atrás das árvores, portanto não consegui vê-lo, mas agora mal tinha forças para respirar. Tentei apontar a varinha para ele… foi inútil. Meu braço caiu com um baque surdo. Leah foi a primeira a percebê-lo e tentou ataca-lo. Jacob vendo que ela fracassaria se lançou para cima do recém-criado, protegendo Leah, jogando-a para longe. No momento em que fez isso, o recém-criado bateu com força do lado direito de seu corpo, ouviu-se um crack e Jacob caiu no chão – o lobo imediatamente voltou a sua forma humana - gemendo de dor.    

O vampiro ia novamente para cima do lobo castanho avermelhado, mesmo assim, parecia que ninguém se mexia. Eu não via que as pessoas já estavam correndo até lá. Não vi a cara de preocupação deles. Eu só via a careta de dor de Jacob, e não pensei duas vezes antes de levantar a varinha e dizer as palavras mais cruéis que algum bruxo poderia pronunciar:    

- Avada Kedavra. – minha voz foi como num sussurro, terrível. Uma frieza inexplicável. O jato verde não demorou a alcançar o recém-criado, que caiu imóvel, seus olhos abertos, sem vida.    

- O que...? – todos olharam para mim assustados. Minha careta estava retorcida de ódio.    

- Bellinha... Seus olhos estão vermelhos. – disse Emmet, olhando apavorado para meu rosto.    

Eu não liguei para o que falavam. Apontei rapidamente a varinha para meu próprio peito, e sussurrei. – ennervate. – ofeguei alto quando senti um enorme alívio. A dor passara e eu me sentia bem disposta novamente. Imediatamente, corri até Jacob.    

- Saia da minha frente. – disse com rispidez, quando Edward barrou minha passagem.    

- Você precisa de um médico. – disse com firmeza. Sem paciência, Edward foi atirado para longe com um gesto brusco da varinha.    

- Jacob... Desculpe, eu deveria ter visto aquele vampiro desgraçado. – ajoelhei-me ao lado de Jacob, que gemia de dor. Ele se contorcia todo.     Carlisle estava do outro lado dele, o examinando rapidamente.    

- Ai Jacob, também não exagera. – seus gemidos de dor estavam me deixando nervosa, e eu nem percebia o que falava. Eu precisava deixa-lo distraído para que esquecesse da dor. – sabe, uma vez eu cai da vassoura, e tive todo o lado esquerdo do meu corpo quebrado também. E eu não ficava gemendo e reclamando como você está agora. – menti, eu na verdade gritava de dor (mero detalhe). – eu tinha 11 anos, sabe? Um garoto... qual o nome dele mesmo? Ah, isso. Tyler... Ele me desafiou a subir na vassoura. Eu até que me sai muito bem, mas o desgraçado lançou um feitiço em mim, que me fez cair... – enquanto eu tagarelava, fazia feitiços no corpo inteiro de Jacob; primeiro um que o fazia não sentir dor, e depois fui colocando seus ossos no lugar. Jacob mal percebia, prestava atenção no que eu falava. – claro que depois de eu sair da ala hospitalar, foi a vez do garoto de ficar uma semana lá. Ganhei um mês de detenção. – me arrepiei, lembrando-me de como fora limpar toda a sala de troféus com apenas um pano imundo, e depois que ficou limpa, tive que organizar todas as poções, separadas por ordem alfabética.

- Mas porque o garoto também ficou na ala hospitalar? – perguntou Jacob confuso.

- Eu estuporei ele. – disse dando de ombros. Jacob fez uma careta confusa, com certeza não entendendo a palavra estuporei.

- Você estu… o quê? – perguntou ainda mais confuso.

- Estuporei. Isso mantém o alvo inconsciente. – respondi sorrindo. Jacob não viu a graça, então meu sorriso foi morrendo quando vi que seu rosto continuava sério.

- Você mudou, Bella. – disse, olhando intensamente nos meus olhos.

- Como assim? – questionei confusa.

- Você não era assim. Não falava demais quando estava nervosa e era mais frágil. Você mudou. – repetiu, e senti uma lágrima escorrendo por meu rosto. Suspirei pesadamente.

- Eu não mudei. – sussurrei, continuando a ignorar todos os outros na clareira. – estou apenas sendo Isabella Potter. - O silêncio recaiu sobre o lugar, enquanto algumas lágrimas escorriam por meu rosto. Um crack seguido de vozes fez com que o silêncio se esvaísse.

- Mas que ceninha comovente. – praticamente estralei o pescoço quando o virei rapidamente para ver Lúcio e Draco Malfoy parados ali.