Being a Star - Quando o inesperado acontece escrita por A M Ferreira


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, é a minha primeira história
É uma história original, mas como podem perceber pela descrição a ação da história vai se passar dentro de um reality show de música, sendo que me inspirei em diversos concursos que assisti
Espero que gostem, a vossa opinião é extremamente importante.



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Delilah Lamont

 Respirei fundo, uma, duas, três vezes tal como me ensinaram nas sessões. Olhei para as paredes em volta, e senti-me cada vez mais pequena. Hoje, era o dia, em que iria voltar para casa. O pensamento de voltar lá para fora era aterrorizante. Para o mundo lá fora eu era Delilah Lamont uma cantora famosa e adicta em álcool.     
      Os meus pensamentos foram interrompidos pelo som da porta abrir, enquanto uma jovem saia do Gabinete e a minha terapeuta despedia-se dela amavelmente.

  - Delilah, vamos entrar, por favor!

Peguei na minha bolsa e coloquei ao ombro, enquanto entrava na sala que agora me transmitia uma sensação de confiança. Esta sensação era muito diferente da que senti a três meses atrás. A primeira vez que entrei nesta sala, estava apavorada. Dizem que o primeiro passo é assumir que precisamos de ajuda, mas ninguém consegue compreender o quão difícil é esse primeiro passo. Ficar vulnerável na frente de um desconhecido, para mim foi como assumir que tinha falhado.      
     - Boa tarde, Delilah. Marquei esta sessão extra, porque hoje é um dia extremamente importante. Como te estas a sentir?

Outra coisa, que durante a terapia me fez imensa confusão foi o fato de ter que começar a expressar os meus sentimentos, como dizia a Leticia. Para mim nunca foi muito fácil, falar o que sentia, a música e a dança sempre foram a minha única maneira de expressão. Mas com o tempo tornou-se mais fácil, compreender o que sentia, e aprender a lidar com os meus sentimentos.

— Ansiosa, muito ansiosa, Leticia.        
   - Delilah, como nós conversamos esta vai ser uma transição muito importante. Por isso, essa ansiedade é normal. Nesta sessão seria muito importante trabalharmos em alguns exercícios de relaxamento, em complemento aos que fizemos nas sessões anteriores. Depois, vamos formular objetivos para a primeira semana fora da reabilitação.         
    Os próximos 45 minutos passaram-se assim, eu seguia as orientações da Leticia, em relação aos exercícios de respiração e estratégias de relaxamento. Por fim, ela deu-me uma folha de papel onde eu escrevi uma lista com uma serie de objetivo para a próxima semana.

Lista de Objetivos para a Semana

1. Reencontrar a minha familia

2. Comer uma lasanha

3. Reunião com o Paulo

4. Reencontrar a Sidney e a Maria

Bem Delilah, como nós já conversamos diversas vezes, as nossas sessões vão continuar, vamos marcar uma vez por semana. Mas quero que saibas que se necessitares podemos marcar outras com maior frequência.
    Despedimo-nos e eu dirigi-me para meu quarto. Chegando lá, não me surpreendi nada em encontrar a Guga e o Tozé sentados na minha cama. Uma das melhores coisas que me aconteceram durante a reabilitação foi ter encontrado estes dois. Foi um encontro de almas, eles ajudaram-me a resgatar aquela Delilah, que ficou perdida, depois da fama, depois do álcool, depois das drogas, e das desilusões.    

— Chegou a madame mais linda do centro – disse o Tozé.  
      Revirei os olhos, era confortante saber que algumas coisas não mudavam. Uma delas era essa, o Tozé iria sempre ser um mulherengo que não conseguia dizer uma frase sem flertar com a pessoa. 

— Estou muito feliz, por ti Dê, tu sabes que sim, mas vou sentir tanto a tua falta. – disse a Guga, com os olhos a brilharem, o que ela sabia muito bem serem o início de algumas lagrimas.

Enquanto o Tozé era uma eterna criança, a Guga era uma manteiga derretida. A primeira vez que nós vimos, eu estava sentada no refeitório a lutar para comer uma salada, era tão difícil, todos aqueles olhares em cima dela, e a culpa gritante que cada garfada lhe produzia. De repente, senti uns braços a minha volta, olhei para trás e lá estava ela. “Eu estou aqui, eu sei que é difícil, mas não estás sozinha”.  Tão patético como possa soar, isso foi o suficiente para algumas lagrimas deslizarem pelos meus olhos. É uma daquelas coisas difíceis de explicar, mas senti-me tão protegida. Pouco tempo depois, aparece o Tozé, com o mesmo tom de flerte de sempre a perguntar se podia juntar ao abraço. Eramos um trio completamente improvável, mas a sensação que tenho é que os conheço desde sempre. Eles, são meus irmãos.   
      - Guga, anda cá – mostrei os meus braços abertos, e ela não tardou a dar-me um longo abraço – Nada, vai fazer me afastar de vocês. Eu vou vir, aqui sempre para estar com vocês, e daqui a nada vocês vão estar comigo lá fora.

Acariciei-lhe os cabelos, enquanto sentia as suas lagrimas molharem-me a camisola. E o Tozé não tardou a juntar-se a nós com um grito de guerra “Abraço de Grupo”. Ficamos ali alguns minutos, apenas a desfrutar a companhia uns dos outros.        
    - Agora vá, vocês precisam de me ajudar a arrumar as minhas coisas, porque essa malinha é muito pequena para a quantidade de roupas que tenho que levar – disse com um sorriso.

— Obá, vou poder ver finalmente as calcinhas da Delilah – afirmou o Tozé, levando com duas almofadas em cheio na barriga. Como eu disse, era confortante, saber que haviam coisas que nunca mudariam.

A próxima meia hora passou-se assim, acabei de arrumar as coisas com uma sensação estranha, uma parte minha estava feliz, mas a outra continuava extremamente assustada. Como seriam as coisas lá fora? Estaria realmente pronta?          
       Pontualmente, as 19h, sai do meu quarto, lado a lado, com os meus amigos e dirigimo-nos a receção. Era altura da despedida, abracei os meus amigos com força, prometendo que nos veríamos na semana a seguir. Lá fora, estavam os meus pais, parados dentro do carro. Quando me viram sair correram para lhe dar um abraço. Não havia nada no mundo que se comparasse ao conforto dos seus pais, todos os dias agradecia pelo apoio que lhe tinham dado, desde sempre.

— Então, Baby Girl, pronta para ir para casa – Perguntou o seu pai com um sorriso

Essa era a pergunta de um milhão de dólares. Estava realmente pronta? Mas sorri para ele com carinho e acenei.

— Mais do que pronta, e mal posso esperar por comer a comida deliciosa da Dona Alice – respondi piscando para a minha mãe, que revirou os olhos com a provocação.     De vez em quando, chamava – a assim, se o pai continuava a ver-me como a sua menininha, a sua baby girl, a mãe era minha companhia e confidente de brincadeiras.      
     Coloquei as malas na bagagem e sentei-me no carro, olhei mais uma vez para o centro, acenando para os meus amigos, enquanto o carro se afastava me levando para casa.


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Notas finais do capítulo

Criticas são sempre bem vidas
Espero que tenham gostado



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