A casa na colina escrita por Dricamay


Capítulo 1
Capítulo 1 Caminho pela floresta


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Essa é minha primeira história. Espero que gostem.
Beijos!



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Maio de 1867

A claridade amena daquela manhã adentrava parcialmente no quarto da jovem de cabelos dourados, esta olhava distraidamente pela janela para o bem ornado jardim. Duas batidas suaves afugentaram seus pensamentos fazendo- a dirigir sua atenção para a porta.
— Entre. - disse voltando-se novamente para o jardim.
Uma mulher de pouco mais de quarenta anos com um longo vestido azul escuro, olhos verdes e sorriso doce, entrou no quarto. Ela caminhava com elegância em direção a jovem e seu olhar era suave.
— Vejo que já está devidamente arrumada, contudo ainda não fomos agraciados com sua presença para o desjejum. -Disse a Marquesa.
A jovem olhou para o rosto da senhora e soltou um leve suspiro.
— Estou sem fome.
— Eleonora, seu pai aprecia a família do senhor Castillo. Seja razoável, minha querida. - respondeu a Marquesa em tom quase suplicante.
— Mamãe, não faça-me encontrar com este senhor, não quero casar- me com ele. - Eleonora lançara um olhar significativo para a mãe.
A Marquesa foi até a filha e acariciou seus cabelos.
— Sei que não tem sentimentos pelo Visconde, mas tente entender o seu pai. Não seremos eternos, meu amor, precisamos garantir o seu futuro. Você está na idade para casar. O amor pode vir depois, com a convivência. - a senhora tentou falar da maneira mais doce que podia.
O Visconde ainda não pedira a mão da jovem, mas Eleonora sabia que era apenas uma questão de tempo. O Marquês era muito estimado pela família Castillo e nunca escondeu que o sentimento era recíproco. Ela precisava fazer alguma coisa, não aceitaria casar com aquele homem.
— Vejo que não tenho alternativa para hoje. Aceito descer para o desjejum com o Visconde. - respondeu sem emoção.
Eleonora voltou os olhos verdes que herdara da Marquesa para a porta e sem dizer mais nada saiu do quarto.
A mãe a acompanhou pouco depois com certa aflição.

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A carruagem seguia o caminho para a pequena cidade de Monte Silene, dentro dela havia dois formosos rapazes, amigos desde a infância.
— Tens certeza que é neste lugar que queres morar ? - disse o rapaz da esquerda. Seus olhos castanhos fitavam o amigo.
— Não posso mais ficar em Middlefalls.
— Entendo... Mas ir para esta cidade? - perguntou o de olhos castanhos.
— Algum problema com ela ?
— Não, apenas acho a cidade grande mais atrativa. - respondeu o da esquerda passando a mão pelos cabelos também castanhos.
— Afonso, não precisa seguir - me. Aprecio sua amizade e não quero impor que mude de vida para estar perto de min. - os olhos negros do rapaz da direita carregavam a serenidade que seu coração não sentia.
Afonso sorriu com as palavras do amigo.
— Vais precisar de mais esforço para livrar -se de min. Além do mais, Monte Silene não parece ser um lugar ruim e não é tão longe do centro. Viveremos bem, quem sabe não encontramos lá umas belas donzelas?
O rapaz de olhos negros sorrio. Duvidava muito que o amigo ficasse longe de alguma confusão, mas tentaria mantê-lo longe de problemas grandes. Tudo o que queria agora era afastar as lembranças dolorosas e mudar de cidade parecia um bom começo.
X ------------ X
Eleonora desceu as escadas decidida a tomar uma atitude, ganharia o tempo necessário para convencer o pai. Assim que chegou na sala para a refeição avistou o pai e o Visconde de Castillo conversando, este percebendo a presença da jovem foi em sua direção.
— Senhoras. - Cumprimentou o Visconde tocando com os lábios a mão da moça. Ela fez um movimento suave com a cabeça mas não sorrio.
— Fico feliz que tenha resolvido nos dar o prazer de sua presença, minha filha. - disse o Marquês
Eleonora sentira um leve sarcasmo em seu tom de voz, ele estava insatisfeito. A jovem sentou a mesa, a mãe a acompanhou.
— Sentia-me um pouco indisposta, meu pai. - respondeu a jovem no mesmo tom.
O pai lançou -lhe um olhar de repreensão.
— Tenho certeza que a senhora recobrará sua disposição com a novidade que tenho. - interveio o Visconde. - O Marquês permitiu que eu anunciasse: seu pai dará um baile na próxima semana.
Eleonora olhou para o pai, ele acenou confirmado o que o Visconde dissera.
— E qual o motivo da celebração?
— Nada em específico, será uma boa oportunidade para nos distrairmos, não acha querida ? - perguntou o Marquês à esposa
— Certamente! - respondeu a senhora alegremente.
— Uma ótima oportunidade para realizar uniões também. – sugeriu o Visconde de Castillo.
Eleonora sentiu o coração acelerar, o desespero aflorou em seu corpo. Óbvio! O baile seria a oportunidade perfeita para o pedido. A sua cabeça começou a latejar, precisava sair daquela sala agora. Ela levantou da cadeira.
— Querida ? - soou a mãe preocupada.
Eleonora deu alguns passos em direção a janela e caiu no chão frio.

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O dia aproximava - se do seu fim, os dois amigos agora estavam a poucos quilômetros da pequena cidade. Conversavam sobre as possibilidades que aquele lugar poderia oferecer, quando os cavalos pararam bruscamente. Afonso lançou o olhar na direção onde deveria estar o cocheiro na parte de fora do transporte e perguntou em voz alta o que tinha acontecido.
— Senhor, uma árvore bloqueou o caminho. - respondeu o condutor.
— Não pode ser removida ? - perguntou Afonso com impaciência.
— Temo que não, senhor.
Os olhos negros de Edgar encaravam uma trilha no lado esquerdo da que encontravam-se. Ele desceu da carruagem indo em direção ao cocheiro
— O senhor conhece aquele caminho? Perguntou apontando para a trilha cercada por árvores densas que formavam um arco em grande parte da extensão da trajetória.
— Sim, senhor Hendeston. O caminho pela floresta também leva a cidade, todavia, é pouco utilizado devido aos rumores... - respondeu o cocheiro.
— Que rumores ?
— O povo das redondezas afirmam que há em algum ponto deste caminho uma feiticeira. - disse o homem em voz baixa como se temesse alguma coisa.
Edgar riu.
— Vamos homem! Não acreditas de fato nisto, não ? Vamos! Está quase para anoitecer, sigamos este caminho.
O Conde voltou para o interior do transporte e este seguiu para a trilha.
— O que aconteceu ? Para onde iremos? - perguntou Afonso confuso.
— Seguiremos pelo caminho da floresta. - afirmou Edgar voltando o rosto para janela. Estava próximo de um recomeço. O que Monte Silene poderia lhe proporcionar ?


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!



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