Entre Fogo e Gelo escrita por Nc Earnshaw


Capítulo 5
Ele não a quer


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!




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Capítulo 4

por N.C Earnshaw

 

 * Weirdo - esquisito. 

WENDY SENTIA-SE CULPADA toda vez que olhava para Edward. Após a fuga de Victoria, tudo que a garota conseguia fazer era torturar-se mentalmente. Ela devia ter tentado mais. Devia ter corrido mais rápido e, principalmente, não deixado aquele monstro vermelho escapar pelos seus dedos quando o quileute atacou. Talvez, se ela tivesse ignorado aqueles lobos, ido atrás da ruiva e acabado com ela, sua família estaria muito mais tranquila — com toda certeza seria um problema a menos para todos, e Edward estaria mais despreocupado sem aquela psicopata tentando destruir o amor de sua existência. 

A culpa era toda sua — Wendy sabia disso. Se ela fosse mais rápida ou mais forte, teria conseguido…

Suspirou profundamente, tentando acalmar seus pensamentos ao sentir a presença de seu irmão atrás de si.

“Falando no diabo”, pensou ela, revirando os olhos antes de se virar.

— Te assustei? — A Cullen sentiu uma vontade imensa de arrancar o falso sorriso inocente do rosto dele.

Wendy encarou os olhos brilhantes de Edward por alguns instantes, lembrando de como ele era soturno antes da chegada de Bella a suas vidas. 

O Edward pós-Bella era um maníaco por controle? Inferno, sim! Mas era um homem muito mais feliz. 

A vampira achava que era isso que acontecia quando se encontrava o amor de sua vida. Sua alma gêmea. Sua metade da laranja, ou, como a espécie deles chamava, companheiro.

Amor. Ela não sabia quase nada sobre aquele sentimento, no entanto, ao presenciar de perto as relações dos casais da sua casa, sabia que era algo forte e intenso. Não conseguia nem imaginar o medo e o desespero que Edward sentia ao pensar em perder Bella para aquela vampira. Wendy viu como ele havia ficado no ano anterior quando tiveram que sair da cidade. Aquilo quase o destruiu. Se Bella não tivesse se arriscado e ido até a Itália para salvá-lo, ela estaria com um irmão a menos. 

O coração da Cullen, mesmo que não batesse, apertava em seu peito ao pensar como seria sua vida sem o intrometido leitor de mentes. 

E, mais uma vez, uma onda de culpa reverberou pelo seu corpo.

— Pare de se culpar — repreendeu Edward. — Agradeço muito o esforço que todos fizeram, principalmente você, Wendy, mas naquela situação vocês não podiam fazer nada.

— Poderia, sim. — A afirmação foi feita num tom de voz para lá de irritado. — Eu poderia ter passado direto por aqueles cachorros e destroçado aquela vadia.

Edward riu baixinho. 

— Primeiro. Se Esme te ouvir xingando vai arrancar a sua língua. 

Ela abriu a boca para retrucar, mas ele se adiantou.

— Segundo... — continuou Edward, levantando o dedo em riste. — Se tivesse realmente passado por aqueles… Como foi mesmo que você falou? Ah, sim! Cachorros.

Wendy ergueu uma das sobrancelhas, questionando-se porque seu irmão estava parecendo se divertir tanto ao chamar os quileutes de cachorros, mesmo que indiretamente. 

— Teria acontecido algo muito pior. — A calma com que ele afirmava a irritou. 

— Tipo o que? — questionou ela, inclinando a cabeça para o lado na intenção de provocá-lo.

Edward semicerrou os olhos em resposta, e as laterais da sua boca se curvaram novamente em um sorriso debochado.

— Se eu não te conhecesse há tanto tempo, e não soubesse que você é uma vampira imortal, pensaria mesmo que é uma adolescente pentelha de 17 anos. 

— Ah, é? Se nossos corpos fossem da idade que nossas almas são, você seria um velho caquético de 100 anos — replicou ela, sentindo-se vitoriosa. 

— Isso não faz o menor sentido. — Edward falou lentamente, como se ela tivesse pouca capacidade cognitiva para compreender de outra forma. 

Wendy bufou, decidindo ignorar seu irmão idiota. 

— Eu ouvi isso. 

“Mas que intrometido!”.

— E isso também. 

— Fique fora da minha cabeça! — rosnou ela, batendo o pé. 

— Você sabe que, por mim, eu ficaria. — O Cullen a lançou um olhar de culpa. — Mas não consigo, desculpa. 

— Sei, sei. É só que... Estou me sentindo inquieta desde o fim de semana. — Ela tentou consolá-lo, no entanto, percebeu a verdade em suas palavras assim que terminou. Sentia uma espécie de agonia que não conseguia compreender, e ficava ansiosa por isso. — Desde que perseguimos Victoria estou sentindo uma coisa estranha… Não sei bem o quê.   

Edward pareceu ficar pensativo por alguns instantes, mas logo descartou qualquer pensamento que passasse por sua mente. Apesar de não estar no dia da perseguição, tinha sido informado o suficiente através dos pensamentos dos membros da sua família. Ele afagou a cabeça de Wendy, bagunçando o cabelo da caçula enquanto a olhava com carinho. 

— Olha, Wen. Sei que não pegar Victoria neste fim de semana foi meio decepcionante, principalmente para você e para o Emm. 

Wendy concordou com a cabeça, lembrando o quão Emmett tinha ficado furioso.

— E foi errado vocês dois terem tentado pular atrás dela na terra dos quileutes — repreendeu ele. 

Está bem

Wendy não aguentava mais ouvir broncas sobre aquele incidente. Rosalie tinha feito um ótimo trabalho em traumatizá-los pela eternidade por ter audição. 

— Se tivessem prosseguido, não seria Victoria que teríamos que enfrentar. Os lobos iriam declarar guerra contra nós, teríamos que deixar Forks mais cedo do que o previsto e Bella perderia o tempo que resta para ficar com o pai. 

Você tem razão, teríamos piorado tudo. Não vou mais ficar me culpando. — Ela mordeu a própria bochecha, torcendo para que ele não continuasse com o sermão e apenas aceitasse suas palavras. 

Edward pareceu pensar por alguns segundos, talvez verificando se ela estava falando a verdade. 

— Assim está melhor. — Wendy quase suspirou aliviada quando ele se deu por satisfeito. E teve que pensar em uma música aleatória para que ele não soubesse que ela estava sendo apenas condescendente. Não queria ouvir mais sermões do reverendo Edward. — Vamos para a escola?

O leitor de mentes não esperou pela resposta da vampira. Afastou-se sem mais palavras, deixando-a emburrada. No entanto, a Cullen o seguiu mesmo assim. 

— Ah! Wendy? — chamou Edward, assim que ela se acomodou no banco de trás do volvo. — Pode não comentar nada com a Bella sobre o que aconteceu no fim de semana? 

A floresta subitamente pareceu muito interessante, e Wendy evitou encarar o irmão. Não gostava de guardar segredos porque sempre acabava deixando uma coisa ou outra escapar, e sempre se sentia culpada. Bella era sua amiga. E amigas não guardavam segredos. Entretanto, amigas também protegiam umas às outras, e a Cullen sabia o quanto Victoria aterrorizava a Swan. 

Ela também tentou pensar pelo lado de Edward. Ele tinha uma companheira humana e frágil, que estava sendo perseguida por uma vampira sanguinária que a causava pesadelos. Resguardá-la de estresses desnecessários parecia razoável. 

— Não quero deixá-la preocupada — explicou-se. 

— Tudo bem — concordou a caçula. Era tão mais fácil ceder ao irmão. Se ela negasse e dissesse que não prometia que não iria negar, seria evitada e jogada para fora do carro. — Minha boca é um túmulo.

Ela ergueu as duas sobrancelhas sugestivamente, e Edward bufou, divertido. Piadas de morte sempre divertiam-nos bastante. 

Ainda meio risonho, ele ligou o carro e saiu da garagem. 

   ☀

Wendy conversou com Bella durante todo o caminho até a escola. Estava com saudades da Swan, mesmo que ela tivesse apenas ficado longe por poucos dias. Além disso, tentava se distrair com as histórias que ela contava sobre a viagem. 

A vampira estava se sentindo estranha há algum tempo, e não conseguia identificar o porquê. Seu corpo ansiava por algo que ela não tinha ideia do que era ou do que significava. E sua mente obcecada repassava sem parar, os momentos em que tentava capturar Victoria. 

Talvez Rosalie estivesse certa. Ela estava mesmo ficando maluca. Entretanto, por mais que tentasse focar em outra coisa, não conseguia. 

— A minha mãe adorou o Edward, sabia? — A animação de Bella a fez sorrir automaticamente. Ela era sempre tão séria e fechada, que quando a via com alguma emoção aparente, não disfarçava a surpresa. 

A humana se virou no banco para poder olhar para Wendy enquanto falava. 

— Ela falou que ele é um gentleman.

Edward fez uma careta ao ouvir a palavra, e ambas as garotas lançaram sorrisos para o vampiro. 

— Mas é claro que sim — afirmou Wendy, escondendo o sorriso malicioso. Seu hobbie favorito sempre seria tirar seus irmãos do sério. — Ele é material de casamento.

Bella soltou um muxoxo, e a Cullen se espantou. Não esperava uma resposta tão negativa.

— O quê, o que aconteceu? — A pergunta saiu pelos seus lábios antes que ela pudesse se conter. Tinha sido tomada pela curiosidade.

— Bella abomina o casamento — explicou Edward imediatamente. Parecia ser um tópico de conversa que eles já tiveram várias vezes. 

O casal trocou um olhar significativo, e Wendy resolveu se encostar no banco do carro, fingindo observar a estrada ao mesmo tempo em que assistia a conversa de canto de olho. Sempre se divertia com as raras discussões entre Bella e Edward. 

— Eu não abomino o casamento — retrucou Bella, ultrajada. — Só…

— Discorda de toda sua constituição. — Ele completou a fala dela após a longa pausa que a humana deu. — E como é mesmo que os jovens deste século dizem? — Edward fingiu pensar. — Você acha a maior furada

Bella se empertigou no banco. 

— Bom, a maioria das pessoas acha — declarou a humana, pensativa. — Além disso, 40% dos casamentos entre jovens acaba em divórcio. 

— A estatística entre vampiros é um pouco diferente. 

Wendy segurou a risada, já tendo bastante ideia do que seu irmão ia falar. 

— E seria? — A Swan puxou as mangas do moletom antes de se virar com olhar inquisidor para o motorista. 

Edward encarou a namorada calculadamente. 

— Seria de 0%. Diferente dos humanos, quando encontramos alguém é para a eternidade, divórcio não existe no nosso dicionário — finalizou o leitor de mentes, dando um sorrisinho vitorioso ao ver Bella sem resposta. 

A alegria do momento passou logo que chegaram ao estacionamento. Como um tapa em seu rosto, Wendy sentiu o odor peculiar de um lobo. Ela procurou em sua mente se estava familiarizada com aquele cheiro — uma vez que tinha encontrado dois deles na perseguição à Victoria. Não era nenhum daqueles lobos. 

Pela expressão sombria no rosto de Edward, ele pareceu reconhecer o quileute que estava plantado na porta do colégio. 

O irmão assentiu em sua direção, confirmando sua suspeita. 

— Se eu te pedisse para ficar no carro, ficaria? — demandou ele para Bella.

A garota o olhou confusa, e pareceu aceitar por um instante. No entanto, assim que Wendy e Edward pisaram os pés para fora, ela saiu em seguida, levantando o capuz do casaco para se proteger dos pingos de chuva. 

— Mas é claro que não… — A caçula dos Cullens não conseguiu esconder sua diversão ao ouvir o resmungo do vampiro. Ela deu um empurrãozinho brincalhão nele, que quase tropeçou nos próprios pés. 

— Jake — sibilou Bella, assim que viu o moreno musculoso, marchando rapidamente em sua direção. 

“Ah! Então esse é o famoso Jacob Black”, pensou Wendy com malícia, lançando um olhar de esguelha para o leitor de mentes. 

Parado ao lado de sua moto, parecendo um bad boy de filmes adolescentes, estava Jacob Black, o rival do seu irmão na batalha pelo coração da garota mais pálida que ela já conheceu. 

Ouvindo seus pensamentos, Edward a deu um olhar sujo, e seguiu a namorada com uma postura incomum até mesmo para seres imortais como eles. Um pedaço de madeira era mais flexível. 

Wendy ficou para trás segurando uma risada. 

O quileute era atraente para os humanos — percebeu a Cullen quando se deu conta que os olhares não estavam somente focados em seu irmão, mas também em Jacob. Ela analisou a figura morena com atenção enquanto o observava caminhar na direção deles. A expressão furiosa que ele carregava arrancou suspiros das garotas. 

— Isso vai ser bom — sussurrou Wendy para si mesma com um sorrisinho ferino, seguindo-os para ver bem de perto o desenrolar daquela novela mexicana. 

— Oi! — A voz de Bella saiu por um fio logo que ela parou de frente para o melhor amigo. E até mesmo os seres sobrenaturais com ouvidos aguçados sentiram dificuldade para distinguir o som saído dela. 

— O Charlie falou que você viajou. — Ele não tirou os olhos da humana nem sequer por um segundo. Ignorando completamente Edward, e também qualquer regra de etiqueta conhecida pelo homem. 

— É. Fui ver a minha mãe, por quê?

Edward deu uma risada um tanto debochada antes de falar.

— Ele está checando se você ainda é humana. 

Wendy riu pelo nariz ao ouvir o que aquele lobo estava fazendo ali. Eles eram tão inocentes assim que pensavam que uma recém criada estaria de bobeira na escola com tantas bolsas de sangue passeando naquele lugar? Céus, que imbecis! 

Sua risada, por mais que ele não tenha nem mesmo virado o rosto para encará-la, pareceu ser o suficiente para que o Black estourasse. 

— Olha. Eu vou te avisar mais uma vez. Se a sua raça entrar de novo nas nossas terras... — A vampira achou estar assistindo algum programa do reino animal quando Jacob deu um passo à frente, com uma postura ameaçadora, para encarar Edward. 

— Espera aí, o quê? — Bella não se sentiu nem um pouco intimidada com a demonstração de poder entre os garotos à sua frente, e não ficou nem um pouco constrangida em expor sua desorientação. 

Tudo que menos Edward queria que a namorada soubesse, estava sendo despejado sem quaisquer preocupações, pelo lobo. E, quando ele franziu os lábios rigidamente, o quileute captou seu momento e abriu um sorriso presunçoso.  

— Não contou pra ela?

— Deixa isso pra lá, Jacob — rebateu o vampiro. A reação dele somente deu mais munição para a curiosidade da humana. 

— Não contou o quê? — inquiriu a Swan, sem deixar brechas para ele desconversar, voltando seu olhar para o namorado. 

— Emmett e Paul tiveram um mal-entendido — explicou o leitor de mentes, quando se viu sem saída.

Wendy se revoltou quando se viu excluída da narrativa. Não foi somente Emmett que tentou passar pelas terras dos quileutes e teve um desentendimento com o tal do Paul. Caramba! Ela também tinha estado ali!

— Ah, por favor! Não tire o meu mérito, está bem? — A intromissão da vampira não foi muito bem recebida pelo irmão, que a fuzilou com os olhos. 

Jacob pareceu perplexo quando notou sua presença. Seus olhos se arregalaram, e ele a encarou da cabeça aos pés em uma avaliação completa. Quando os olhos dele encontraram os dela, alguma coisa pareceu mudar em seu olhar. Uma sombra esquisita passou pela íris escura, ao qual Wendy não muito bem compreender.  

— Paul fez o quê? — O grunhido de Edward fez Bella dar um pulinho de susto e a Cullen ao seu lado franzir o cenho. Seu irmão era sempre tão controlado, que era bizarro vê-lo daquela maneira. 

Ela quis perguntar quem era esse Paul, e o que ele tinha feito de tão grave para causar aqueles sentimentos em Edward. 

O rosto de Jacob se transformou em uma carranca. 

— Não é da sua conta, sanguessuga. 

— Você sabe que não é verdade — rebateu Edward, irritado.   

Apesar de não entender a súbita raiva do namorado, Bella enlaçou sua mão na dele, na tentativa de acalmá-lo. O toque da humana pareceu fazer efeito — dado que ele suavizou a expressão.

Jacob, entretanto, ao ver a carícia e o olhar de confidência trocado entre o casal, ficou furioso, fazendo com que Wendy levantasse a guarda e desse um passo para frente, para pará-lo se fosse atacar. 

— Sai da minha cabeça! — rugiu o lobo.

A vampira entendia o quanto era desconfortável ter alguém lendo seus pensamentos, mas aquele cara estava exagerando.  

— O que Paul…

— Ele não a quer! — vociferou Jacob, desviando o olhar para Wendy. 

Edward pareceu pensar por alguns segundos e acenou com a cabeça, claramente lendo os pensamentos dele e concordando com o que havia ali.

— Não mentiu para tirar a Bella da cidade? — enfrentou o Black, retomando o outro assunto.

Wendy ficou atônita. O que tinha sido aquilo? Por que ele havia olhado para ela daquela forma? 

Ela se lembrou do olhar estranho que aquele outro quileute havia encarado-a no outro dia. Seria ele, o Paul que eles estavam falando? E o que ele tinha feito para ela, a não ser olhá-la daquela forma estranha? 

A Cullen recordava de ter achado sentir uma leve simpatia do lobo para com ela, no entanto, a raiva que escureceu ainda mais os olhos castanhos a fez descartar o pensamento. 

Wendy voltou a prestar atenção à situação quando ouviu o grunhido baixo que Edward deu, ficando estupefata com a visão de Bella saindo na garupa da moto com o lobisomem.

Ela soltou um assobio antes de fazer um comentário.

— Ah, entendi! 

— O que você entendeu? — questionou o leitor de mentes, dando-lhe um olhar enviesado, já sabendo muito bem do que ela estava falando.

— Entendi porque você pareceu se divertir tanto chamando os lobos de cachorros essa manhã. Ganhou um concorrente, não foi? 

Wendy sorriu zombeteira ao ver a careta que ele fez. 

— Ele não é meu concorrente. Ele e a Bella são melhores amigos — cuspiu ele. — E acho que lembramos do que falamos de manhã de maneiras bem diferentes. 

— Como assim?

Você chamou eles de cachorros, não eu. Só repeti sua referência. 

Wendy revirou os olhos e decidiu abordar o irmão.

— Mero detalhe — retrucou a vampira, balançando a mão displicentemente. — O que importa realmente é você me falar o que foi aquilo. 

— Não entendi. — Edward fingiu confusão de imediato. 

— Há! Não vem me enrolar, está bem, Edweirdo. Sabe muito bem do que estou falando. — Ela cruzou os braços, odiando ser tratada como uma idiota. — O que aquele lobinho quis dizer com “ele não a quer”, hein?

— Não tenho a menor ideia do que você está falando, Wendy. — Ele abriu um sorriso no rosto, que claramente soube ser falso. Conhecia seu irmão o bastante para saber quando ele mentia para ela.

— Ah, sabe sim! Ele olhou diretamente para mim quando falou isso.

— Coincidência — concluiu o vampiro, virando as costas e caminhando até o carro que estava estacionado ali perto. 

Wendy ficou furiosa com a condescendência que ele estava tratando-a. Isso apenas fazia com que suas suspeitas aumentassem, então o seguiu para o carro tentando pensar em coisas aleatórias que não entregassem seus planos.

Assim que ambos entraram e ele deu partida, ela atacou. Segurou o braço direito do irmão com um aperto de aço, e tocou a pele por baixo da camisa que ele usava. 

Edward se virou surpreso, tirando a atenção da estrada.

Me conta — ordenou a vampira com uma voz doce. O tom que usava quando utilizava seu poder.

— Não sei muito bem — resmungou ele, tentando resistir, mas sem sucesso. — Vi na mente de Jacob que Paul teve alguma coisa quando vocês se encontraram na floresta no fim de semana. Um imprinting. 

Wendy retirou a mão do braço dele como se estivesse pegando fogo ao ouvir a palavra. Um nervosismo ascendendo pelo seu corpo. 

— Você não precisava ter usado seu poder — repreendeu Edward assim que sentiu ser libertado do transe que ela o colocou. — Eu contaria sem você precisar me forçar.  

Ela lançou-lhe um olhar desacreditado. 

— Na hora certa — explicou ele.

Wendy revirou os olhos. 

— Você sabe de mais alguma coisa? O que é isso? Imprinting, é isso que você falou? O que isso faz? 

Edward deu de ombros, voltando a fixar seu olhar na estrada.

— Não sei muito bem — relatou ele, dando de ombros. — Jacob não deixou escapar muita coisa. Só ouvi essa palavra, imprinting. Mas deve ser alguma coisa de lobo. 

— Que tem a ver comigo… — sussurrou ela, parecendo estar quase entrando em estado de choque.

— Vai ficar tudo bem, Wen. Vamos descobrir o que é tudo isso — Ao ouvir os pensamentos acelerados e cheios de dúvida, tentou consolá-la. 

Ela acenou com a cabeça lentamente e voltou a observar a floresta. Talvez estivesse fazendo tempestade em copo d’água. 

— Não vamos contar a ninguém da nossa família. — Não queria preocupá-los antes da hora. — Ao menos por enquanto. 

— Tudo bem — concordou ele ao ver o olhar perdido de Wendy.

 


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