A psychopath escrita por Nanda


Capítulo 5
Suspeito


Notas iniciais do capítulo

Olá! Estou amando os comentários, muito obrigada pelos incentivos!



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POV BELLA SWAN

 Jacob estava ao meu lado naquele dia, ele era um bom amigo para mim.

— Eu senti muito a sua falta na Califórnia Jake! — Falei e sorri. Ele não me olhou estava concentrado na pista que nos levaria a reserva indígena. Eu queria muito ver a praia por ali, mas eu acho que seria inviável agora, no meio de tanta confusão e ameaças.

— Eu também Bells! — Ele olhou meio que de relance e sorriu para a estrada. Ainda concentrado.  — Mas não quero mais sentir essa saudade, então por favor seja boazinha e fique segura... — disse com uma voz de preocupação agora. O lunático estava atrás de mim e parecia ter uma paixão doentia. Só de lembrar eu tremia de medo por dentro. A cada segundo que se passava, eu queria que ele fosse encontrado logo, para acabar com essa preocupação que me assombrava.

Assim que chegamos na reserva, eu avistei a pequena casa dos Black, pintada de vermelho há anos atrás, que agora estava de um vermelho desbotado. Era uma casinha aconchegante e a figura paterna de Jake, Billy era muito carismático e atencioso. Quase como um segundo pai, ele estava tão preocupado quanto o meu. Algumas horas se passaram e eu fiquei ali vendo o dia escurecer, Jake estava arrumando um carro de Seth Clearwater, dizia que ele estava cada dia maior e mais maduro. Faziam muitos anos em que eu não via os irmãos Clearwater, Seth e Leah, eu me recordava deles brevemente de quando nós íamos pescar com nossos pais. Seth sempre foi muito amável, já sua irmã era um tanto marrenta para tudo, mas tinha um bom coração. Seus pais eram ambos muito amáveis também, Harry e Sue, sempre gentis com todos, Harry era um policial exemplar e um bom amigo para meu pai enquanto eu não estivera por aqui.

— Bella! Uau você está linda! — falou Seth enquanto pegava a chave da mão de Jacob.

— Obrigada Seth! — falei e corei um pouco, Seth não era mais um garotinho, então era meio estranho ele dizer aquilo. — Como está indo a faculdade? — perguntei, Charlie sempre falava de Seth nos poucos e-mails que me mandava, que ele estava animado em ir para a faculdade do Alaska.

— Há há há... — ele riu e eu fiquei sem entender. — Eu desisti faz uns 4 semestres Bella, essa coisa de estudar não é comigo! — ele explicou e deu um tapinha no ombro de Jake em sinal de agradecimento. — Bom, eu tenho que ir para casa, vejo vocês outra hora! — Ele se despediu rapidamente e entrou no carro, ligando o motor em seguida. Ele foi embora calmamente e eu pedi para Jacob me levar também, estava ficando tarde e eu queria ficar próxima a Charlie.

Ele me deixou na porta da delegacia e se despediu me dando um abraço desajeitado.

— Até Jake! — me despedi entrando em seguida, quando entrei já dei de cara com Edward falando ao telefone na recepção.

— Mãe, eu preciso que você me ajude a traçar um perfil, você é a melhor nisso em todo o estado de Washington, por favor me ajude! — ele pedia ao que parecia para sua mãe, Dra. Esme Masen para ajudá-lo na investigação. — Tudo bem eu vou desligar...— Ele disse me olhando e desligando o telefone rapidamente.

— Olá... — eu disse quebrando o gelo, ele me deu um sorriso torto. Seu cabelo estava totalmente bagunçado, eu imaginei que seria por ele passar a mão muitas vezes nele quando estava preocupado ou ansioso com algo.

— Oi Bella...— ele respondeu e se aproximou um pouco. — Você está bem? Veio ajudar com as cartas? Tudo bem se você não se sentir bem com isso... — ele começou a tagarelar e me bombardear com perguntas aleatórias. Ele ficava ainda mais fofo daquela forma.

— Sim, eu vim ajudar, e tentar ficar segura aqui... — eu falei rindo um pouco dele.

— Certo vamos para minha sala e de Emmett então. — ele falou e se virou indo em direção a sala mencionada. Lá encontramos Emmett olhando para o computador muito concentrado.

— E aí! — eu disse para me fazer presente na sala, Emmett me olhou e sorriu.

— Chegou a Srta. Swan! — falou ele levantando em seguida. — Tá tudo bem Bells? — ele perguntou ainda com um sorriso, mas parecia preocupado agora.

— Sim, sim! — eu falei  me aproximei da mesa dele, Edward já tinha se sentado na mesa dele.  — Então o que eu devo fazer? — perguntei rapidamente.

— Você sabe, ver as  cartas como eu já disse e ver se elas foram escritas pela mesma pessoa.— falou Edward. — Ah! A letra de Ben Cheney e Eric Yorkie já foram recolhidas, depois que você mencionou o Yorkie, nós fomos até ele para ver se tinha um álibi, ao que parece ele não tem, então... — disse pegando um envelope e o esticando para que eu o alcançasse.

— E Mike Newton? — eu perguntei, pois não era possível aquele cara estar de boa na frente de uma loja bebendo sozinho, tudo bem que era a loja de seus pais, mas ainda assim não era normal.

— Ele tem um álibi, seus pais confirmaram tudo o que ele disse, e ele ainda mostrou um vídeo da loja e casa, no momento em que sai e chega. Os horários batem. — ele falou. — Já o Eric, a mãe dele só o ouviu chegando de manhã, e o mesmo disse que estava com alguns amigos, mas até agora não apareceu ninguém para confirmar. — eu abri o envelope e lá tinha fotos do bilhete encontrado no corpo da Angela, a carta que foi entregue na delegacia com o nome de Jessica, e a escrita que estava na parede do meu quarto. Quando pensei no meu quarto, vi o quanto perigo corri, ele podia ter feito qualquer coisa, que eu nem iria saber de tão dopada que estava com os remédios que Charlie me deu. Eu tremi.

— Edward...— Emmett o chamou interrompendo a sua breve explicação. — Eu achei o desgraçado! — Ele levantou abruptamente e Edward já estava ali parado na frente da tela rapidamente, vendo o que ele via.

— Merda.... Pegamos você Yorkie! — falou ele dando um tapa na mesa.

— Vamos cara, avise o Charlie para pegar um mandado, só pode ser ele! Foi o único que entrou e saiu do apartamento da Jessica Stanley hoje! — falou Emmett pegando seu casaco que estava apoiado na cadeira saindo correndo.

— Bella, não saia daqui! — falou Edward seguindo Emmett. Eu fui até a porta e vi a correria acontecendo na delegacia, meu pai estava falando com alguém da parte jurídica, e reclamava que queria um mandado o mais rápido possível, Embry Call falava que sempre desconfiou do álibi dele. Harry Clearwater estava ao lado de Edward e perguntava se devia montar uma equipe para ir atrás de Eric. Emmett falava para Sam Uley que iria dar uma surra nele por ter mencionado o nome de sua irmã, Alice, no primeiro bilhete. Estava tudo um caos. Eu apenas voltei para a sala e olhei para as fotos que estavam na mesa, as letras eram realmente muito parecidas, talvez fossem da mesma pessoa. Olhei para o papel em que Ben Cheney escreveu as mesmas frases, nada era parecido, nem sequer uma vírgula. Tirei o papel de cima, e olhei agora para a folha em que Eric Yorkie escreveu, e nada se encaixava também. Nada daquilo batia, eu sentei na cadeira de Emmett e encarei o papel... não tinha nada de parecido, olhei então para as fotos. Era estranho o fato em que Eric deixou ser pego tão facilmente por uma câmera, aquilo não parecia ser a cara do psicopata. Ele tinha sido muito cuidadoso no primeiro assassinato, como poderia agora deixar ser pego tão facilmente por uma câmera. Me debrucei na mesa de Emmett e olhei para a tela, vi o rosto de Eric ali congelado, parado exatamente na frente da porta de Jessica. Era estranho aqui, não achava que era Eric o culpado, ele não parecia ser tão inteligente para tamanha façanha, e muito menos ter um estômago forte para fazer aquele tipo de mutilação com o corpo de duas pessoas conhecidas suas. E ele não sabia os pontos cegos das câmeras da minha casa, afinal ele nunca tinha pisado em minha casa. Dei play no vídeo, e vi seus passos de câmera em câmera. Até o momento em que ele sai pela porta da casa de Jessica. Ele estava completamente normal na hora que saiu, e não ficou ali dentro nem ao menos trinta minutos. Não tinha como ele colocar um ácido ali, matar a garota, colocar seu corpo dentro de uma banheira em tão pouco tempo. Não era ele, eu estava certa disso. Fechei o arquivo de vídeo e abri a pasta onde estava localizado o penDrive. Tinha mais um arquivo que dizia “Câmeras do lado externo”, abri e tentai procurar por Eric na câmera do estacionamento, em poucos minutos ele apareceu e entrou no seu carro saindo em seguida. Era muito repentino, então avancei o vídeo para o final, e uma nova câmera apareceu do outro lado do prédio, onde ficavam as escadas de emergência, que davam acesso as janelas dos apartamentos. Eu fiquei olhando para aquela tela esperando que algo acontecesse, e bum. Alguém estava saindo pela janela de do apartamento, assim como eu desconfiei. Eu tinha certeza que não era Eric, pois o mesmo naquele mesmo instante estava saindo com seu carro do estacionamento, e também não era Jessica, pois era uma pessoa muito alta, no caso um homem muito alto e forte. Em nenhum momento seu rosto apareceu na filmagem. Ele apenas saiu caminhando pelo lado do prédio e desapareceu da filmagem. Algum tempo depois a filmagem da câmera acabou e a aba do vídeo se fechou sozinha, eu ainda olhava a tela sem realmente ver, apenas perdida em pensamentos. Eric era apenas uma armadilha para atrasar a polícia! Isso era um fato, e eu não tinha dúvidas disso... procurei então desesperadamente pelas fotos alguma pista, alguma charada, eu estava tão apavorada! Alguém bateu na porta, e eu dei um pulo e murmurei “entre”. Esme apareceu, na porta com seu cabelo impecável, estava de óculos e com uma maleta em uma das mãos.

— Bella? Está tudo bem? — ela perguntou preocupada me tirando do foco dos meus pensamentos.

— S- sim... — eu gaguejei vendo o caminho que aquilo estava tomando. — Esme, me ajude a achar algo nessa foto...— eu falei desesperada entregando-lhe a foto.

— É apenas uma frase de ameaça, não tem nada muito enigmático nisso...— ela falou olhando a foto. Mas suas sobrancelhas se juntaram e ela apontou para a foto eu olhei.

— O que? — eu perguntei a olhando sem entender.

— Me de uma folha e caneta, por favor! — ela falou rapidamente ajeitando seus óculos e colocando sua maleta no pequeno sofá de canto que tinha na sala.

Então ela escreveu as palavras que estavam na parede do meu quarto e sublinhou algumas letras, eu a acompanhava atentamente.

INTIMIDADOR

RANCOROSO

IDÍLICO

NOCIVO

AMEAÇADOR

ESTE É O MEU AMOR POR TI

— Se marcarmos as primeiras letras formam “Irina”, você conhece alguém com esse nome? — ela perguntou agora me olhando. Puta merda Irina Denali estava correndo perigo.

— Irina... Irina Denali está correndo perigo. — eu falei quase sem folego. — Temos que ligar para o meu pai! E pedir para alguém ir até a casa dela! — eu falei para ela pegando o celular e discando o número de Charlie. Esme estava indo em direção a porta.

— Eu vou avisar alguém por aqui! — ela falou e saiu.

— Tudo bem! — Eu concordei e esperei Charlie atender ao celular, e nada acontecia. Eu ligava para ele incansavelmente, e não obtinha nenhuma resposta, então mandei uma mensagem para Edward, mas nem ele me respondeu.

— Mas que merda! — eu xinguei pensando no quanto aquela garota estava correndo perigo agora.

—Bella, ninguém pode ir aqui! Estão com poucos policiais, vamos ter que ligar para o Edward! — ela falou aparecendo na porta ofegante, talvez tivesse corrido para chegar a porta mais rápido.

— Eu já tentei ligar, Esme! Ninguém atende o celular, eles acham que pegaram o culpado! Mas o culpado não é Eric Yorkie! — eu falei passando por ela.

— Vamos até eles então! — ela falou pegando sua maleta e parando ao meu lado.

— Não acho que seja uma boa ideia, e se ele fizer algo a ela enquanto nós estamos indo até eles? — eu perguntei preocupada.

— Tá... mas se formos até lá despreparadas? Isso é muito perigoso! — ela falou colocando a mão na testa. Preocupada também.

— Eu sei onde achar uma arma! Vamos logo! Você está de carro, não é? — eu falei indo em direção a sala do meu pai, eu sabia muito bem onde aquele velhote escondia a arma, ele não era nada discreto.

— Sim, eu estou! — ela falou ajeitando os óculos e me seguindo. Eu entrei na sala e fui até a mesa e corri minha mão pela parte debaixo da mesa, e logo achei o pequeno revolver ali. O desencaixei e o escondi na parte de trás de meu jeans e sai da sala. Esme estava apavorada enquanto me olhava e me seguia.

— Certo! Acho que podemos fazer isso! — eu falei parando no estacionamento da delegacia.

— Eu...— ela sussurrou e foi de encontro a um carro prata. — Droga, vamos fazer isso logo! Alguém pode estar se machucando! — ela falou e entrou no carro, eu fiz o mesmo. Então selamos nosso destino e talvez, um talvez muito provável, estaríamos indo de encontro ao psicopata que me queria.

...

Enquanto Esme seguia minhas instruções de como chegar a casa das Denali eu mandava mensagens e ligava para Edward, mas não tinha nenhum sucesso. Quando estávamos perto da entrada, eu pedi para que ela fosse devagar e desligasse os faróis do carro, para não sermos percebidas no local. Se ele estivesse lá, ele iria ser pego de surpresa. Ela parou o carro a alguns metros do portão de entrada da casa, o portão estava aberto. Eu logo sai e saquei a arma, tentando me lembrar das poucas aulas de tiro que tive com Charlie em toda a minha vida. Eu entrei na propriedade, junto a Esme, a casa estava em silencio, mas todas as luzes estavam acesas. Quando eu ia chegando mais perto da casa Esme me deu um puxão pelo braço e nos abaixamos em um arbusto que estava no jardim. Eu fiquei sem entender nada.

— O que? — eu falei, apenas mexendo os lábios para ela. A mesma apontou para a casa e fez sinal de silencio, colocando o dedo indicador na frente de sua boca. Ela olhou para a casa e eu fiz o mesmo.

Esperamos um pouco e logo vimos pela grande janela Irina correndo em direção a uma porta. Atrás dela tinha um homem de boné, com uma mascará de coelho, ele corria também com uma faca. Ela mexeu na maçaneta e de nada adiantou, a porta estava fechada. Ela se virou para o homem chorando, seu rosto espantado o pavor. Ela se virou para a escada com a intenção de subi-las, e olhou para o homem, o mesmo balançou a cabeça em sinal que ela não devia fazer aquilo. Eu me mexi no arbusto, queria sair dali e ajudá-la. Irina olhou para a janela e me viu, mas Esme me puxou em seguida para o arbusto novamente, e nós olhamos por entre as folhas, o homem estava seguindo o olhar de Irina e olhava para fora agora também. Ela aproveitara a oportunidade de distração dele para subir as escadas, mas isso tinha sido mal calculado. Ele era muito mais rápido que ela, eu me aproximei da casa e me encostei na parede abaixo da janela, e a ouvi gritar de dor. Olhei para o arbusto onde Esme estava escondida e ela tinha uma das mãos sobre a boca segurando o grito de horror. Eu estava preparada para correr em volta da casa e ir até a porta de entrada. Quando então meu telefone começou a tocar em um som estrondante, aquilo me assustou. E eu atendi, Esme correu para perto de mim e nós sentimos que o homem olhava pela janela, procurando da onde vinha o barulho. Nós escutávamos os gemidos de dor de Irina ao fundo. Então ficamos caladas, enquanto Edward perguntava o que tinha acontecido para eu ligar e mandar tantas mensagens, mas não o respondi, apenas olhava para o chão vendo a sombra do homem que estava ainda parado na janela, ele logo saiu dali e eu dei o celular rapidamente para Esme e apontei para o carro, em sinal que ela fosse até lá e me esperasse. Ela o fez e saiu correndo desesperada para a entrada que estava escura. E eu me arrastei pela parede até a porta de entrada. Eu estava pensando se tentava abrir com um chute ou se dava um tiro na fechadura para abrir. Mas não deu muito tempo para pensar pois ouvi o último grito de Irina implorando pela vida. Então eu atirei na fechadura e abri a porta, apenas vi Irina no chão da sala sangrando e nenhum homem. Ele talvez já tivesse fugido. Me ajoelhei ao lado dela e chequei sei pulso, ele estava muito fraco, quase parando.

— Por favor Irina, aguente! — eu implorei.

Então teve um apagão em toda a casa, e não ouvi mais nenhum barulho.

Algum tempo se passou, e aquele homem fugiu e não tinha sido pela entrada da casa, pois Esme estava lá. Eu e ela tentávamos salvar a vida de Irina, mas não conseguimos. Ele tinha conseguido tirar mais uma vida. Ao longe as sirenes e luzes apareceram, Edward e Charlie entraram na casa rapidamente ao nosso encontro.

Suspeito

adjetivo

Que suscita inquietação ou cuidado.

“sintomas s.”

De cuja existência, exatidão ou legitimidade não se tem certeza.

“documento s.”


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Notas finais do capítulo

~Tcharamm~ Espero que estejam gostando, vou tentar postar o próximo capítulo o mais rápido possivel! Comentem por favor!!



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