Namikaze Foxes escrita por DeathDragon


Capítulo 10
I, Me and Myself.


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo acabou não sendo nada do que planejei (ㆆ_ㆆ). Meu plano era apresentar o mundo espiritual, mas Minatinho tinha outras ideias em mente.
As vezes conhecer a si mesmo de verdade, nos faz perceber coisas que nunca enxergamos antes.



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Ano 32, 24 Janeiro.

Conversei com Ashina e Harou. Expliquei que tinha que fazer um treino especial em de família e que teria que me ausentar de Uzushio um tempo, porem deixaria três clones resistentes em meu lugar. Dois para continuar explorando a maravilhosa biblioteca e um para ir a academia e não deixar Kokari na mão. Passamos brevemente em Nami para ver o trio de Ame e dizer que não poderíamos nos reunir em meu aniversario dessa vez, fizemos uma festa antecipada por la.

Natsuki nos guiava. Com todos os meus sentidos libertos fiquei fascinado vendo uma corrente de energia fluindo como um rio era bela, nunca havia visto algo assim.

Chamamos de grande fluxo, humanos antigamente chamavam de linhas Ley ou Lai. -Natsuki explicou. – “Não sou tão forte ainda a ponto de abrir uma porta sozinho, mas usando a energia do fluxo eu consigo.”

Suas caudas balançavam animadas. Continuei olhando com atenção o fluxo fascinado. Parecia água etérea. Por alguns instantes ligeiros as vezes tinha a sensação de ver algo, como uma paisagem, pessoa ou animal. Tentei tocar com o focinho e senti uma sensação semelhante ao modo Sennin que me deixou sem folego.

Minato?!”— Yuuki estava me focinhando preocupado.

“Irmão seja mais cuidadoso. O fluxo é a o espirito da própria terra, guarda em suas memorias fragmentos do passado.”—Natsuki disse.

É parecido com o modo Sennin...” -Disse.

“Hm.”—Natsuki grunhiu pensativo. “Sei como é pelo seu ponto de vista. Vamos estamos quase chegando no ponto de convergência.”

Nos apressamos correndo em meio a floresta, acelerei quando vi um ponto onde vários rios se encontravam. Me senti eufórico. Rodeei curioso o que me chamou mais a atenção era um de sensação ruim, pesado. Quando ia inspecionar mais de perto curioso senti uma mordida e puxada em uma cauda. Me virei dando de cara com Natsuki.

“Cuidado, tem que lembrar energia espiritual não é igual chakra. Energias realmente negativas podem ser danosas atraindo coisas ruins, mexer com nossa mente e até causando maldições.” Natsuki disse sério. “Nossa mãe me contou uma vez quando achei uma linha dessas em outro lugar... Para não tocar nessas a não ser que seja em uma emergência muito, muito grande. Essa energia poderia me transformar em algo como Tamamo.” Natsuki se arrepiou todo.

Olhei cauteloso. “Assustador pensar que lago assim poderia mudar a personalidade de alguém.” Comentei assombrado. Chakra pode ter um efeito semelhante se levar em conta o de Kurama cheio de ódio, ainda sim não é tão algo permanente. Talvez influenciasse mais youkais por que já eram criaturas espirituais? Apesar da curiosidade estava receoso de tocar agora. “É seguro usar esse ponto de convergência?” Quis saber.

“Sim esse fluxo estará mais diluído nos outros. Fortaleçam as barreiras em suas mentes vou começar a usar a energia do ponto de convergência, quando eu a porta entre comigo.” Natsuki disse.

“Quero sentir como é” -Disse curioso.

Não sei se é uma boa ideia.”

“Natsuki eu já tenho bastante experiência com o modo sábio. Qualquer coisa é só cortar nossa ligação mental.” Disse confiante, pelo modo como meu irmão movia as orelhas e caudas ansioso vi com ele estava com dúvidas. Enchi ele de energia positiva e mostrei minha confiança pelo nosso elo mental e então ele suspirou e concordou.

Nunca estive tão errado em minhas vidas. Pobre Kurama como pude compara-lo com o fluxo negativo?! Quando Natsuki extraiu a energia para abrir a porta... Nunca senti algo tão... tão... Negativo... podre, podre... não era um simples sentimento ruim ou mais de um. Era podre, miserável, toxico e intoxicante. Me assustei com a sensação de prazer que sentia. Sentia aquilo tentando se conectar a mim, não como um modo sábio, não... é difícil descrever... não é impossível. Repeli aquilo com todo o meu ser, me foquei nas outras linhas como se tivesse tentando me lavar de uma sujeira, doença. Era bizarro, mas as memorias fortes da morte de minha família nessa vida e na passada era o que me mantinham firme. Vi aquela energia negativa me rodear calmamente tentando se conectar a mim novamente. Entendia perfeitamente por que os youkais chamavam aquilo de espirito do planeta. Aquilo tinha vontade própria, mesmo que rudimentar.

Aquilo me distraiu muito, mesmo conectado a Natsuki demorei para sentir o lado dele, notei que separou com mais facilidade as energias a Negativa não o afetou tanto quanto eu. Me sentia sujo. Natsuki logo abriu o portal e pulamos através dele. Assim que me senti livre não consegui conter o enjoo vomitei e vomitei até não ter mais nada no estomago.

“Minato nii?”—Yuuki me rodeava preocupado.

“Relaxa Yuuki eles está bem. Só está sentindo os efeitos do fluxo negativo.”  Natsuki e Yuuki se esfregaram carinhosamente em mim enquanto esperavam eu me acalmar. Demorou um pouco até a ânsia parar e eu conseguir recuperar meu folego.

Obrigado Natsuki... se aquilo era diluído fico grato por ter me parado àquela hora.” Estremeci só de pensar na versão pura. Me desculpei mentalmente por ter comparado Kurama aquilo. Natsuki estremeceu também percebi. “Sabe algum lugar para tomarmos banho? Me sinto imundo.”

“Compreendo.” Natsuki disse empático, ele correu eu o seguia logo atrás.  Parou em um belo lago rosado com uma cachoeira.

Sem pensar duas vezes voltei a minha forma original quase humana e me joguei na água mergulhei fundo e me esfreguei fortemente inteiro, só parei quando minha pele começou a ficar irritada. Fui para a cachoeira enchi a boca de água e cuspi várias vezes antes de beber um pouco. Depois me sentei embaixo dela e me concentrei em sentir a água escorrendo sobre mim levando aquela sensação embora. Fiquei um tempão ali, aquela sensação não foi de todo embora, porem já me senti mais aliviado. Me transformei em raposa novamente e chacoalhei a água de mim e me sequei com vento mordo de chakra. Yuuki riu em minha mente.

“Ta parecendo um cachorro que vi em uma revista la em Uzushio.” Ele disse, Natsuki acabou rindo também e eu comecei a rir.

“ Ei Minato fica parrado assim”  Natsuki disse ficando atrás de mim senti ele voltando a forma humana Yuuki fez o mesmo. “Isso! Fica parado. Não vira!”  Yuuki disse animado. Senti meus pelos se erriçarem mais ainda.

“Ei não é pegadinha né?” Quis saber.

Não, relaxa e sinta o poder da escova!”. -Yuuki disse animado e senti duas escovas passando pelo meu corpo. Era... bom... quando eu percebi estava largado no chão balançando as caudas contente.

“Viu só como é bom.” Natsuki faceiro.

“Admito, admito”

Logo eles voltaram novamente a forma original e me sentindo melhor eu reparei em tudo a nossa volta. O lugar era etéreo. Incrível os céus eram verde mar, a floresta a nossa volta parecia normal ao mesmo tempo em que era diferente. Pequenos seres fantasmagóricos passavam de la para ca.

“São espíritos da floresta” Natsuki explicou.

“Agora é dia?”  Olhei para o céu sem sol, curioso.

“Pode se dizer que sim, mas não. Aqui não é como do outro lado que o sol dita o dia e a noite. Em alguns momentos o céu varia entre esse verde mar, verde vivo, roxo e azul royal.” Natsuki explicava.

Nos afastamos do lago e andamos pela floresta, algum tempo depois chegamos e então no meio da floresta tinha um castelo enorme.

“Essa é nossa casa.” Natsuki disse em um tom estranho. Não sei se era por nostalgia ou alguma lembrança ruim.

Andei em volta do lugar observando atentamente. Não estava como o templo acabado, pelo contrario era novinho em folha. Era lindo, nem o palácio do Daimyo do fogo era tão belo. Fiquei fascinado com a base de belas pedras negras. O primeiro andar era branco por fora, o segundo era negro e assim se seguia até o ultimo andar o oitavo. Cada andar era um pouco menor que o anterior. O ultimo era bem enfeitado podia ver uma varanda vermelha. Olhando as telhas que eram douradas nos andares brancos e prateados nos pretos não consegui deixar de perguntar.

São de ouro e prata de verdade?”

“Sim. Ouro e prata conduzem bem energia espiritual.” Natsuki explicou.

“É lindo Natsuki Nii.” Yuuki disse também maravilhado.

Quando entramos fiquei mais maravilhado ainda dentro era muito maior que fora do que parecia do lado de fora. Kurama e todos os seus irmãos ficariam muito bem acomodados aqui facilmente... não a juubi poderia andar aqui folgadamente. Olhei para os portões enormes e aqui dentro. Natsuki ativou algo la dentro e disse animado.

“Finalmente livres!”

Vi meus irmãos ficarem enormes como nunca tinha visto antes Natsuki tinha o tamanho de quase meio Kurama Yuuki era um pouco menor. Me lembravam dois filhotes de cães doidos brincando quando soltos para bagunçar pela primeira vez. Observei os dois tão livres e animados, senti uma pontada de inveja. Não sou igual eles... pensei e logo em seguida fiquei com vergonha. Com podia invejar meus próprios irmãos desse jeito?

Com vergonha me escondi atrás de uma coluna e tentei meditar.

O breu.

Pela primeira vez entrei sem querer no fundo do meu subconsciente. Era tão fundo que eu não reconhecia onde estava. Olhei ao redor era escuro, frio e úmido. Tinha a impressão de estar dentro de uma caverna alagada. Gotejava do teto puc puc puc... O que me chamou atenção foi um choro baixo e abafado como se alguém chorasse escondido em um travesseiro. Andei devagar atentamente contemplando se era algum resquício do kurama que selei comigo. O Kurama do presente não falou nada sobre ter outro kurama dentro de mim... Será que esse lugar era tão fundo e escondido que ele não percebeu?

As segas toquei uma parede e segui a caminho do choro. Me deparei com uma grade vermelha desgastada enorme. O Selo! Percebi surpreso. Por um monto pensei estar fechada, mas não. Assim que encostei no portão ouvi um sonoro Nhéeeeem de portão velho enferrujado se abrindo. Mesmo no breu pude ver algo enorme no fundo. Curioso usei meu próprio chakra para iluminar o local, não queria mudar o lugar sem querer. Me sustei com o que vi.

Sentado encolhido na água vi o meu eu do passado o 4º hokage e ele também me viu. Notei que estava machucado, ensanguentado e magro com aspecto de que estava para morrer. Atordoado me aproximei devagar sondando. Ele é algum resquício de chakra? Com o que coloquei em Naruto quando ele precisasse de ajuda. Mais de perto vi as olheiras e os olhos vermelhos, percebi que era ele que estava chorando.

Achei que não queria nos ver. – Ele disse fungando com a voz embargada.

Notei que ele mencionou aquilo la no fundo também.

O que está dizendo? Nem fazia ideia de que estavam aqui. Quem ou o que é você? —Disse me aproximando cauteloso. Ele me deu um sorriso triste.

Algo que não deveria estar aqui presumo.—Disse amargo.

Minha mente entrou em parafuso pensando nas possibilidades. Me agachei curioso tocando de levem em seu ombro e percebi que ele não era só um resquício de chakra. Me levantei com as mãos puxando os cabelos e andando em círculos de nervosismo.

Se está aqui... então quem... quem... sou eu... Não é possível! ... Sempre tive certeza de que... de que era MInato Namikaze...—Não conseguia parar de pensar no outro eu ali. Se o meu eu do passado está vivo que realmente sou eu?! Ele se levantou de vagar e ouvi o tintilar de correntes.

Me desculpe não queria te assustar assim. Acho que sou eu quem está sobrando aqui. Pensei muito nisso e acredito que você seja uma reencarnação minha que deu certo. -O Minato Hokage falou cansado.

Isso não faz sentido! Devíamos ser uma alma só...

—Sim, mas tecnicamente nossa existência é uma anomalia. Nossa alma se fundiu com a metade Yin de Kurama eu... por causa de um erro, nós éramos a alma mais forte e prevalecemos. Não sei se é por que nos tornamos um com o yin, mas um erro levou ao outro e uma parte de mim se separou. -Ele apontou para si. -E depois outra. -Ele apontou com o polegar atrás de si para aquilo no fundo da jaula. Ele mordeu os lábios apreensivo. —Quando nascemos...—Ele desviou o olhar.—Foi horrível, podia ver e ouvir tudo como uma bijuu em seu jinchuuriki. Eu vi minha mãe que mal tinha memorias na minha outra vida mandar me matar. —Ele riu miserável. -Foi como acordar daquele 10 de outubro em um outro pesadelo. Eu pensei em simplesmente me afogar ali... quando percebi que não era eu no controle do corpo. Tive tantas duvidas quando percebi isso, resolvi agir e não deixar o corpo se afogar e então Natsuki apareceu. Mais calmo eu senti você e senti que esteva lutando para sobreviver. Sem saber o que fazer me escondi... Tentei dormir como Kurama fazia... Fiquei com medo de apagar você...

Eu ouvi o outro Minato se explicando abismado como nunca nem no modo sennin, nem meditando eu senti nada. Quando ele começou a explicar que sem querer suas memorias passavam para mim eu entendi. Ah eu entendi... Meu coração doeu quando eu percebi que não só ele estava assim por que se machucava como eu o machucava também.

Durante todos esses anos... todos esses anos esteve aqui?—Disse horrorizado.

Veio finalmente apagar minha existência? —Ele disse sorrindo soando esperançoso.

Aquilo foi como um tapa na cara. Sempre pensei...Sempre pensei que era só memorias de outra vida. Memorias particularmente resistentes e insistentes. Sempre que as empurrei nunca imaginei que estava matando literalmente outra parte de mim.

Sem pensar duas vezes pulei sobre o Yondaime e o abracei forte. Sem saber o que fazer tentei cura-lo com chakra. Ele caiu com o impacto, mas eu não o soltei ouvi ele ofegar.

O que está fazendo?! —O yondaime sou surpreso. Sem dizer nada apenas mostrei para ele o que estava pensando e sentindo. -Não precisa fazer isso. Sou eu que não deveria existir. Eu...

Ele empurrou seu ponto de vista para cima de mim e eu senti a dor e o desespero que sentia. Estar sozinho sem ninguém, sem pode fazer nada. A falha que corroía por dentro. Não poder simplesmente sumir. Não, não, não, não! Mostrei como foi importante saber das coisas, mesmo que doesse que no fundo eu estava feliz. Como tinha meus irmãos o pessoal de Ame, como era feliz em Uzushio. Era como um cabo de guerra ao contrario eu empurrava tudo de bom que eu sentia pra cima dele. Queria mostrar como eu estava feliz de verdade apesar de tudo e que agora entendia de onde vinha aquilo que tentava barrar. Eu o abracei mais forte.

—Nos somos dois, mas ainda sim somos parte de um. Eu não sabia antes... agora que sei não preciso mais lutar. Não quero consumir e apagar você. -Eu disse puxando nós dois do chão aguado. Olhei ele nos olhos e o soltei. Procurei as correntes e comecei a quebrar. Senti toda sua dor, remorso e confusão fluindo para mim sem barreiras. Deixei-o se acalmar e deixei fluir o quão grato eu estava por não estar sozinho nisso. Sei que tenho meus irmãos que também estão comigo. Mas esse Minato me entendia como ninguém. Ele era o que o nosso eu do passado não era.

Por quê? Eu não entendo. Falhei com todos, falhei com Kushina, sensei, Naruto, Kakashi, Obito Konoha, Kurama...

Olhando o Yondaime eu realmente entendi o que aquele clone sentiu quando me viu.

24 anos Minato. Tínhamos só 24 anos. Não temos obrigação de concertar o mundo por mais que tenhamos vontade. Sensei estava errado. Eu, você, nós não somos criança de profecia nenhuma. Sensei só viu um menino esperto e bondoso querendo concertar o mundo. Nós vivemos duas guerras, vimos a miséria que isso causa, vimos companheiros morrer e matamos. Éramos também em achar que seria Naruto. Isso... essa expectava não devíamos por em cima de ninguém por mais que acreditemos...

Ele me encarou com seus olhos azuis, pude ver meu reflexo em seus olhos, meus olhos azius com pupilas vermelhas verticais o encarando de volta. Ele deu uma risada sem graça levando as mãos aos cabelos.

Não devia ser eu a alma mais velha aqui? —Ele disse sem graça. Eu ri.

—E não sou a combinação de você e um eco do Kurama? Sei que está sofrendo ainda, mas quero que fique. Vou ajudar te de algum jeito. Temos uma segunda chance não temos? Aconteceu isso conosco. – Gesticulei no ar tentando abranger tudo. -Não é como se tivéssemos viajado de livre espontânea vontade para o passado e tivéssemos aparecido num ponto específico que quisemos ou simplesmente tivéssemos acordado um dia em nossos corpos do passado. Eu praticamente renasci e você se perdeu no caminho, mas estamos aqui eu e você. -Disse socando de leve o seu peito. -Não podemos trazer de volta as pessoas do nosso futuro. Eu não quero tentar viver a sombra de um futuro que não é mais meu. Você ainda tem esse desejo? -Perguntei sério o encarando. Podia ver a dor em seus olhos ele pegou minhas mãos e segurou com força. Senti ele se recompondo e tomando uma decisão.

Já percebi que não tenho mais para onde voltar... Nem para onde ir... Não entendo ainda por que faz tanta questão de que eu exista, mas quero mudar. Você é forte, mais forte do que eu em todos os sentidos, se acha que precisa de mim eu te ajudo.

Neguei com a cabeça.

—Está errado. De certo modo somos um. De maneira estranha somos passado e futuro meio que invertidos... não. Somos como o Kurama só que separados em yin e yang. Dois ainda sim um. -Olhei atrás do Yondaime. – Se importa se eu te chamar de Yondaime Hokage ou só Yondaime? Pode me Chamar de Kitsune. Já que ambos somos Minato Namikaze.

—Por mim tudo bem Kitsune kun. —Ele disse dando o primeiro sorriso verdadeiro até agora.

Quem é aquele no fundo? -Olhei curioso, sentia algo indomado, selvagem. -Pensie ser alguma parte do Kurama, mas não é...

—Não. Aquela é a parte de si que deseja mais que tudo mas teme. -O Yondaime disse serio me deixando confuso. -Vem comigo.— Ele se levantou e me colocou de pé e me puxando pela mão.

Conforme nos aproximamos vi uma enorme raposa amarela, amarrada no chão. Era tão grande quanto kurama normal. Seus grandes olhos azuis com pupilas vermelhas se focaram e mim elas se tornarem um risquinho ínfimo vertical. Com cuidado toquei o focinho e a enorme raposa arreganhou os dentes e começou a se debater nas correntes.

O ar me faltou quando entendi. Comecei a quebrar as correntes uma por uma. Meus medos, desconfiança, preconceitos... e por último humanidade. A enorme raposa me olhou com curiosidade e eu a abracei. Diferente do Yondaime que era uma consciência própria. A raposa era a materialização do meu lado selvagem. Não o meio termo e sim o lado puramente selvagem de raposa que tenho. Aquele que quando mordi meu pai. Meu lado humano estava repreendendo o lado raposa sem nem perceber.

Me senti bem. Completo. O Yondaime ficou minúsculo, peguei ele com cuidado com uma pata.

—Chega desse lugar. —Destruir esse lugar horrível inteiro. Pensei nas praias de Uzushio, o mar, o templo de Inari que reconstruí com meus irmãos e a densas florestas de Konoha. -Sempre que precisar de alguém para conversar me avise. Vou ficar mais forte prometo. Nós vamos mudar as coisas. Já tinha decidido isso antes. Yondaime você também tem que se recompor, esta um pouquinho melhor que antes, mas ainda sim parece acabado. A partir de hoje você é o grande elemento surpresa. – Eu sorri para ele. – Ninguém espera um seja dois.

Despertar.

Quando abri os olhos notei meus irmãos me encarando.

“O que foi?” Olhei assustado com a expressão deles. Natsuki me mostrou o que estava vendo. Uma raposa imensa de nove caudas quase totalmente amarela. As pontas das caudas eram vermelhas assim como as pontas das orelhas, pareciam chamas. Tinha marcações vermelhas como uma mascara ANBU na cara e as patas tinham uma pelagem branca que fazia parecer que usava luvas. Tinha pelagem branca também na barriga, peito e parte debaixo da cara como uma raposa normal.

“Você cresceu!” Yuuki gritou de olhos arregalados.

Nisso tentei me levantar e chocado percebi que eu era a raposa da visão de Natsuki e mais chocado ainda quando percebi que pareciam pequenos eu os olhava de cima! Comecei a tentar me olhar.

“Ai cuidado” Natsuki disse colando no chão. Parei de tentar me ver percebendo que estava batendo com as caudas nele sem querer.

“Opps” – Me encolhi envergonhado.

“Relaxa Minato Nii. Natsuki Nii está sendo só dramático. Maneiro o youki do papai está fazendo mais efeito aqui?” Yuuki quis saber animado.

“Não sei. Aqui as energias espirituais são muito mais densas, mas acho que isso tem a ver com eu ter me aceitado. “Expliquei pensando no que ouve enquanto meditava.

“Sempre te disse que era incrível. Culpa sua nunca ter me ouvido.” Natsu disse cheio de si Yuuki concordou.

 Diminui meu tamanho até ficar do tamanho de Natsuki e animado pulei sobre ele que tentou se desviar, mas não deu tempo. Logo Yuuki tentou pular em cima de nós e eu pulei longe. Sem perceber comecei a brincar perseguindo mais irmãos pelo castelo.

Parei quando meu estômago roncou. Sem precisar falar nos saímos do castelo sem mudar de forma ou nos escondermos. Natsuki tomou a dianteira e começamos a caçar. Senti o cheiro de algo saboroso e corri como um raio.

O enorme javali branco não teve nem chance de se mexer quando eu saltei sobre ele e abocanhei seu pescoço. Ele se debatei um pouco, mas logo sucumbiu as minhas presas, sem perder tempo comecei a comer. Ouvi alguém se aproximar quase rosnei. Percebendo Natsuki e Yuuki ignorei.

Não vamos cozinhar?” Natsuki perguntou curioso.

“Hoje não estou afim” Disse sentindo uma satisfação que nunca senti antes. Sem perguntar duas vezes meus irmãos se juntaram.

Acabamos com o enorme javali, depois disso nos lambemos até limpar o sangue e fomos atrás de água. Satisfeitos voltamos ao castelo para dormir. Nos enroscamos uns nos outros, aposto que devíamos parecer uma pilha de almofadas peludas.


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