Amar para se libertar. escrita por Albby Star


Capítulo 6
Desculpas


Notas iniciais do capítulo

To que to hoje ♥



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— Eu já vou indo, beijos pra vocês — Cath disse saindo. 

— Pode ir também Nick, o Greg já vem vindo — observou que Greg já estava pagando a conta — Vai descansar, você merece — piscou para ele. 

— Não precisa falar duas vezes, tchau maninha — deu um beijo em seu rosto. 

Sara ficou pensando um tempinho, mas Greg a tirou dos seus pensamentos. 

— Vamos? — ela se assustou — Desculpa, não queria te assustar — Greg se sentiu culpado. 

— Está tudo bem, acho que é o sono — a amiga disse tentando aliviar o sentimento de culpa. 

Dentro do carro o silencio reinou durante todo o trajeto até a casa do amigo. Quando chegou na porta Greg não sabia se tocava no assunto ou não, mas uma voz dentro dele dizia que deveria, Sara o surpreendeu quebrando o silencio. 

— Você saiu muito bem hoje, Greg — disse a amiga — Até mesmo na autopsia. 

— Eu achei que fosse vomitar — ele riu — Mas só fiquei nervoso mesmo, na hora que vi o cérebro na mão do Dr. Albert quase desmaiei, mas dei conta de segurar a barra. 

— Sabe, eu vomitei na minha primeira autopsia — a morena sorriu ao se lembrar de quando começou — Eu fico muito feliz de te ajudar, quando comecei tive de ajudar de uma excelente perita e fez toda a diferença. 

— Obrigada pelo apoio Sarinha — ele segurou a mão dela — O que aconteceu hoje te abalou, né? — ele sabia que ela precisava desabafar, ela estava toda feliz no começo do turno e encerrou daquele jeito. Ele sabia que Sara nutria sentimentos pelo supervisor, mas não era pra se abalar tanto. 

— Não queria tocar no assunto — desabafou — Mas eu realmente preciso conversar com alguém — suspirou — Você promete não contar para ninguém? — olhava nos olhos dele 

— É claro, prometo de dedinho — levantou o dedinho para selarem o acordo. 

Sara contou para ele tudo o que aconteceu desde o dia que ela passou mal, Greg ouvia atentamente tudo e sem interromper — E na hora que estava indo embora, ele me beijou Greg, Grissom me beijou — ela tentou conter as lagrimas — E hoje, ele estava lá com aquela mulher, só Deus sabe o que aconteceu depois que eu sai de lá — suspirou — Me sinto uma idiota — dessa vez ela não conseguiu conter as lágrimas, só deixou que elas escorressem pelo seu rosto. 

Seu amigo tentava disfarçar a cara de surpreso — Sara, não se sinta assim — ele tentava a acalmar — Conversa com o Grissom, veja se ele tem uma explicação plausível para isso — não conseguia acreditar que o supervisor seria capaz de fazer aquilo com alguma mulher, mesmo sendo duro feito pedra. 

— Não sei se quero ouvir as desculpas esfarrapadas dele, ainda mais depois do que ouvi de Cath — suspirou — Preciso ir para casa, Greg, quero descansar e pode assimilar tudo isso — concluiu a amiga. 

— Tudo bem — ele realmente entendia — Você pode me ligar pra qualquer coisa, sabe disso — disse dando um beijo na mão dela — Fique bem. 

Sara acenou quando ele chegou na porta de casa, esperou com que ele entrasse e seguiu pra sua casa. A morena chegou em seu prédio e praticamente se arrastou para dentro, cumprimentou Fred, o porteiro, de longo se seguiu para o elevador, ficou encostada no canto e de cabeça baixa, apenas esperando chegar ao seu andar. Quando chegou a porta de seu apartamento, teve uma surpresa, a pessoa que ela menos queria ver estava ali. 

— Você tá de brincadeira comigo, Heather? — perguntou furiosa — O que está fazendo aqui? E como sabe onde eu moro? 

— Calma querida, eu percebi como ficou quando me viu com Grissom, vim saber como você está, saiu tão abalada da sala — perguntou a morena. 

— Estou bem — forçou um sorriso — Já pode ir embora. 

— Depois que você saiu, eu e Grissom continuamos conversando — queria provocar a morena — Ele me contou o que houvesse entre vocês — ela olhou para Sara — Sabe Sara, Grissom não é do tipo príncipe encantado, não acho que você saberia lidar com tudo isso. Ele precisa de uma mulher madura e estável, alguém que vá o apoiar e creio que você não esteja pronta. 

Aquelas palavras lhe atingiram como um soco, por mais que não gostasse de Heather, sabia que ela tinha razão — Heather, por favor vá embora — ela pediu segurando as lagrimas, não queria que ela ficasse ali mais nenhum minuto. 

— Tudo bem, Sara — ela disse se retirando, antes de entrar no elevador Heather se virou para Sara — Mas pense no que eu falei, pense em Gill — entrou no elevador e ficou a encarando até que a porta se fechasse. 

Sara não estava acreditando que ela tinha ido até sua casa, como ela sabia seu endereço? Por que ela estava fazendo isso? Sara estava exausta, só queria ter paz. Entrou em seu apartamento e foi direto tomar um banho, deixou que a água quente caísse sobre seu corpo nu. 

“Como ela pode vir até aqui me dizer essas coisas? Como Grissom pode fazer aquilo comigo? — lagrimas escorriam pelo seu rosto, agora ela podia chorar sem se importar com ninguém olhando — Como fui tola ao acreditar nele, eu achei que ele gostasse de mim, pudéssemos ter um futuro juntos — suspirou — Quantas ilusões” — Sara estava cansada, não queria mais pensar nisso. 

Fechou o chuveiro e se olhou no espelho, notou olheiras em seu rosto, seria de sono ou de tanto chorar? Não importava, ninguém estava ali para ver. Escolheu um pijama que a deixa-se confortável e deixou que o cabelo secasse naturalmente, alguns cachinhos nas pontas, foi até a cozinha e preparou um chá de camomila para acalma-la. Ela estava deitada no sofá, deixando algumas lagrimas caírem quando sua campainha tocou, ela não estava com paciência, antes mesmo de ver quem era já bufou. 

— Olha Heather, se você voltou aqui para me magoar mais ainda falando coisas sobre o Grissom eu juro que — quando viu quem era levou um susto — O que está fazendo aqui, Grissom? — agora se arrependia de não ter visto quem era. 

...♥... 

Grissom olhou no relógio novamente e já marcava 11:30 AM, ele sabia que Sara não iria aparecer mais, porém não poderia deixar que ela ficasse magoada, era hora de tomar uma atitude. Enquanto se arrumava, pensava em algo que poderia fazer para que a morena o desculpasse, se olhou no espelho e gostou do que viu, ele não tinha um porte físico bonito, tinha uma barriguinha e alguns cabelos grisalhos. Passou em uma floricultura e pensava no que poderia comprar, observava todos os tipos de flores, mas sabia que Sara não era uma mulher comum, ela era diferente e merecia algo diferente. Foi então que viu uma planta carnívora, ele sabia que ela era vegetariana, mas uma planta carnívora era diferente de todas as outras, estava decidido, levaria a carnívora. 

Saiu de lá cheio de esperanças e ao mesmo tempo com medo, sabia que devia uma explicação a Sara, sabia que deveriam conversar sobre o beijo e sabia que ela queria saber como seria da agora em diante. Chegou ao prédio da morena e foi conversar com Fred, o porteiro. 

— Bom dia, Fred — cumprimentou Grissom — Como você está? 

— Bom dia, Senhor Grissom — sorriu — Estou bem e você? Que planta diferente, é para Sara? — estava curioso. 

— Sem o senhor, Fred — sorriu — Estou bem também, é uma planta carnívora — olhou para a planta rapidamente — Sim, são para ela. Falando nisso, ela está? 

— Poxa, ela vai adorar. Chegou tão tristinha hoje, você precisava ver — balançou a cabeça — E tinha uma moça esperando por ela, nunca a vi por aqui, mas ela era bem bonita — sorriu ao se lembrar de Lady Heather — Alta, ruiva e avantajada, mas logo foi embora e parecia nervosa, acho que elas brigaram. 

Grissom se sentia culpado, sabia a razão dela estar triste e o pior: o motivo era ele. Quando Fred falou sobre a mulher, Grissom não deu tanta bola, mas ao ouvir a descrição ele se apavorou, não era possível que Heather tivesse ido lá. 

— Eu vou subir, Fred — sorriu para o porteiro — Bom trabalho. 

— Até mais, Grissom. 

Grissom bateu na porta uma vez e não ouviu nenhum barulho, bateu novamente e ouviu Sara vindo brava na direção da porta, foi então que veio a confirmação de que Lady Heather foi até lá. 

— Olha Heather, se você voltou aqui para me magoar mais ainda falando coisas sobre o Grissom eu juro que — quando viu quem era levou um susto — O que está fazendo aqui, Grissom? 

— Eu vim te ver ué, tínhamos combinado de ser encontrar na minha casa hoje, não se lembra? — ele a olhava, até agora ela não tinha gritado e isso era um bom sinal 

“Tínhamos” falou certo, no passado — ela olhava incrédula — Você achou mesmo que eu iria aparecer na sua casa depois de ver você e Heather quase aos beijos na sua sala? — agora seu tom de voz era amargo — Francamente Grissom, eu sou besta mas nem tanto. 

— Sara, me deixa explicar, por favor — ele pediu a ela — Não pode acreditar apenas no que viu, não sabe o que viu. 

— A pronto, agora quer me dizer que as evidências estão erradas, eu vi o que vim sim senhor — a morena esbravejou. 

— Você está fazendo a evidência caber na teoria e sabe que não é assim — ele disse calmo — Por favor, me deixe entrar — tentou usar o truque dos olhos pidões. 

Sara se lembrou do que Greg tinha falado, olhou para Grissom que se mantinha de pé na porta — Tudo bem — suspirou — Mas não foi pelo truque dos olhos 

— Eu trouxe um presente para você — ele sorriu mostrando a planta 

— Uma planta carnívora? Poxa, eu sempre quis ter uma — ela sorriu — São tão interessantes — ela estava maravilhada — Obrigada, mas isso não muda a situação. 

— Bom, pelo menos consegui arrancar um sorriso de você — ele sorriu entrando no apartamento — Podemos nos sentar?  — disse olhando para o sofá. 

— Claro, você quer chá de camomila? — ela perguntou 

— Você tomando chá de camomila? — ele achou engraçado, mas não era a hora certa de rir — Não, obrigado. 

Sara apenas ficou em silencio tomando seu chá, esperando que Grissom começasse a se desculpar. Grissom olhou para ela, organizou seus pensamentos e começou a falar. 

— Sara, eu peço desculpa pelo o que aconteceu hoje — olhava em seus olhos — Desculpa do fundo do meu coração, nunca quis e nem quero te magoar. Heather é apenas uma amiga, eu te prometo isso, ela tem essa mania de ficar próximo demais dos outros e eu juro que não aconteceu nada depois que você saiu — ele suspirou. 

— Não aconteceu nada hoje, né Grissom? — ela estava zangada — Catherine me contou que você e Heather já dormiram juntos e olha, sinceramente, nós não temos nada sério, não precisa ficar se desculpando comigo. Eu sei que você quer ficar com ela e pode ir, não vou ficar magoada e peça para ela nunca mais aparecer na minha porta, não acredito que você passou meu endereço a ela. 

“Que diabos ela está falando? Catherine tinha que dar com a língua nos dentes! Agora ela acha que eu quero ficar com Heather e que história é essa de Heather ter vindo aqui?” — Grissom estava furioso. 

— Honey, se eu realmente quisesse ficar com Heather eu não estaria aqui — tentou manter a calma, mas estava difícil — O que ela veio fazer aqui? Eu não passei seu endereço para ela — o supervisor iria cobrar uma explicação de Heather. 

— Eu que te pergunto isso, Grissom — ela estava nervosa — Eu nem tinha chegado em casa e ela já estava em minha porta. Olha, se você não quer ter algo sério, não se sente pronto ou acha que eu não esteja pronta é você quem tem que falar e não ela, você já está bem grandinho para isso — ela desabafou, estava começando a se sentir melhor. 

— Ou, espera aí! — ele se alterou — Ela disse isso? — a morena apenas concordou com a cabeça — Eu não acredito, quem ela pensa que é para se intrometer na minha vida assim? — Sara apenas o observava — E você acreditou? Pelo amor de Deus, Sara! 

— Olha, as pessoas fazem o que dão liberdade, se você deu liberdade para ela fazer isso, não venha me culpar — ela respondeu — Acreditei sim, eu não sei se ela é sua psicólogo sexual, dominatrix ou amiga, mas o que ela disse foi convincente o suficiente para me magoar — os olhos dela lacrimejaram. 

— Oh baby — Grissom a trouxe para perto, colocou as mãos em seu rosto e a olhou nos olhos — Será que não percebe o quanto eu sou apaixonado por você? Não percebe que eu gosto de você e que estou tentando ter algo com você? Exclusivamente você. Você é como ... É como ... Sei lá, você. — tomou coragem para continuar — Você está tão ocupada sendo você e não dando a mínima para o que os outros pensam que nunca reparou em quem te admira e acha incrível, isso me encanta Sara. Você é você, sem meias verdades, seu senso de justiça, você é incrível — ele a olhava, escorriam algumas lagrimas do seu olhar — Você está triste? Foi algo que eu falei? 

— Não estou triste, foi algo que você falou sim, algo não, tudo — sorriu — Me emocionei, Griss, nunca pensei que você falaria isso — ela limpou as lagrimas. 

— Você me desculpa por hoje? — ele perguntou — Eu juro que nunca mais vai acontecer isso e irei tirar satisfações de como Heather conseguiu seu endereço — ele realmente estava bravo com a amiga. 

— Não consigo desculpar de uma hora para outra, Griss — ela suspirou — Mas prometo tentar — deu um sorriso para ele — Mas e nós? 

— Nós o que? — ele perguntou sem entender. 

— Eu e você, você e eu — ela sorriu — Nossa relação. 

— Podemos ir com calma, não precisamos de pressa — sorriu — Melhor mantermos em segredo, não é permitido relacionamento entre membros no laboratório. 

— Eu sei — ela tinha um semblante de tristeza no olhar 

— O que foi, honey? 

— Não queria esconder dos nossos amigos, poxa, eles vão se sentir traídos — fez um biquinho quando terminou de falar. 

— Eu sei, eu adoraria contar também, principalmente ao Greg — ele sorriu — Mas por enquanto não podemos, vamos esperar. 

Os dois continuaram ali conversando, Grissom explicava a ela como cuidar da planta carnívora e ela o observava, adorava ver ele falar sobre um assunto que ela não conhecia, isso a deixava encantada. Estava tarde e Grissom precisava ir para casa, o turno começaria em breve e ele precisava se arrumar e ela também. 

— Bom, deu minha hora de ir — ele não queria ir embora — Conrad pediu para eu ir mais cedo ao laboratório — disse se levantando. 

— Tudo bem, nos vemos no laboratório — ela sorriu e o acompanhou até a porta — Até daqui a pouco, Griss. 

— Não está esquecendo de nada, senhorita? — ela o encarou por alguns segundos — Meu beijo, acha que vou embora sem ele? 

— Eu esqueci — ela riu — Aqui está 

Ela se inclinou colocando os braços em volta do pescoço dele e iniciou um beijo apaixonado, com amor e ternura. Os dois ansiavam por isso, os corpos pediam um pelo outro, como era possível aqui? Era algo que eles nunca imaginavam sentir. 

— Agora eu posso ir — Gill disse sorrindo — Até mais tarde, baby 

— Até mais — ela sorria feito boba o vendo ir embora, as borboletas reviravam seu estômago. 

 


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