Amar para se libertar. escrita por Albby Star


Capítulo 14
Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Ois meus amores, os números de visualizações e acompanhamentos subiram muito e eu estou muito feliz,obrigada a todxs que estão lendo ♥



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Sara não acreditava que ele estava em sua porta, depois de tudo o que eles tinham conversados e ela deixado claro que precisava de espaço.

— Você é inacreditável, Gilbert — ela disse frente a ele — Eu falei que precisava de espaço e quando menos espero você está em minha porta.

— Sara, você deixou um pedido de férias em minha mesa, um pedido de férias — ele disse dando ênfase — Você nunca tira férias.

— Pois se pedi é porquê estou precisando — disse dando a mínima — Deixe-me abrir a porta, vamos conversar lá dentro.

— Tudo bem — disse dando licença para ela abrir a porta — Eu não compreendo o que está acontecendo com você e faz um tempo que ando querendo conversar.

Ela abriu a porta e deixou que ele entrasse primeiro, o apartamento estava cheirando perfume, pode ver um sapato de salto no chão e se lembrou do encontro que não aconteceu.

— Pode falar, quer um café ou alguma coisa para comer? — ela tentava parecer madura e esconder seu sofrimento.

— Não precisa, obrigada — ele forçou um sorriso — O que está acontecendo? — retomou seu tom sério e se sentou no sofá.

Sara se sentou em uma poltrona de frente para ele, colocou suas pernas contra o peito de uma maneira que desse para abraça-las — Gill, você não tem mais que se preocupar comigo, não temos mais nada — sua voz fraquejou no final — Sabe, seria diferente se fosse antes mas agora — ela não conseguiu terminar de falar, só deixou uma lágrima escorrer.

— Oh honey, eu sempre vou me importar com você, independente do que aconteça entre a gente — pegou em sua mão — Mas você precisa me contar o que vem acontecendo, eu sei que você não está bem.

Naquele momento, ela odiava o fato dele lhe conhecer tão bem, odiava o fato dele saber que ela não estava bem. Ela não podia esconder mais, precisava conversar com alguém e ali estava a oportunidade.

— Eu me perdi, Griss — ela disse quase em um sussurro — Não sei mais quem eu sou e nem como me reencontrar, cada caso envolvendo mulheres e crianças leva um pedacinho de mim — ela parou — Foram tantos pedaços levados que eu já não sei o que restou. Pamela. Kaye, Samantha, Jéssica, Luana, Ana, Laura, Carina, Camila, Roberta, Julia — ela citou o nome de várias mulheres que passaram em sua vida profissional — Cada uma delas levou um pouco de mim, cada gaveta fechada, cada família abalada e injustiça cometida — seus olhos marejaram novamente — Eu não sei mais qual é o sentido de tudo isso, pra quem estamos fazendo justiça? O assassino da Pamela passou alguns meses na detenção e depois foi solto, o marido de Kaye quase ficou impune, eu não vejo justiça nesse sistema, ele é falho. — o silêncio tomou conta da conversa, Griss a olhava atentamente — Eu não sei se consigo mais — ela o olhou — Eu me deixo levar por minhas emoções.

Grissom ouviu cada palavra atentamente, sabia que ela sofria com esses casos mas nunca imaginou que fosse a esse ponto — Sara, eu sinto muito — ele parou e se lembrou da conversa que teve com Brass sobre ela — Brass me contou que você anda tendo problemas com bebidas, não quis acreditar em um primeiro momento mas agora ... Agora eu vejo que possa ser verdade — ele olhou para ela, não estava bravo e nem decepcionado com ela mas sim com si mesmo.

— Ele não tinha o direito de ir falar com você — ela esbravejou — Aquilo foi um acidente, eu estava de folga no dia e posso fazer o que quiser quando estou fora do serviço — ela estava nervosa.

— Sara, ele fez o que achou melhor, afinal no trabalho eu continuo sendo seu chefe e devo saber o que acontece com meus subordinados — ele explicou — Isso que aconteceu com você só me fez refletir como ando sendo ausente para vocês, no seu caso pior ainda, eu sou seu namorado e seu chefe, ainda assim não tive a capacidade de perceber isso — ele falou se sentindo culpado.

— Griss, você não tem culpa de nada — por mais que estivessem brigados, ela não poderia deixar ele se sentir daquele jeito. Sara sentiu que era a hora dele saber sobre o passado dela, já tinha se aberto tanto para ele — Quando eu era pequena, meus pais brigavam muito sabe? Eu achava que era normal, que acontecia isso com todos meu coleguinhas de sala, até que — ela fez uma pausa, deixou as lágrimas caírem e respirou — Até que minha mãe foi para cima do meu pai com uma faca, ai eu descobri que não era normal todas aquelas idas ao hospital, aquelas brigas e agressões — ela desabou, não se importou que ele a visse daquele modo — Foi ali que meu mundo desabou, minha mãe matou meu pai a facas em minha frente.

Grissom não hesitou e segurou sua mão — Calma, baby — ele apenas deixou que ela chorasse e se sentisse a vontade para falar. Ele nunca pensou que algo desse tipo tivesse acontecido com ela, sempre respeito à vontade dela ser reservada e não querer falar sobre a família.

— Eu fico me perguntando, se o que aconteceu no meu passado — ela fez uma pausa — definiu o meu futuro — seu olhar permanecia em suas mãos — Às vezes fico pensando se vou conseguir ser feliz — ela não lutava mais contra as lágrimas.

Grissom se sentiu culpado em vê-la daquele jeito, ela merecia um futuro, merecia ser amada e se Heather não tivesse se intrometido, iria estar tudo bem e ela não estaria assim — Honey, você é digna de ser amada e de ter um final feliz — ele fez uma pausa — Você é amada por mim, pelos seus amigos e todos ao seu redor, você é muito querida — ele fez um carinho na sua mão — E se depender de mim, você terá um final feliz — sorriu para ela.

Sara não poderia mais esconder o fato de estar tendo problemas com bebidas dele, sentiu confiança para lhe contar dos seus problemas, sabia que ele iria apoia-la — Eu preciso te contar uma coisa — olhou para ele — Você promete não ficar bravo e nem ir embora? — ela estava se sentindo exposta e indefesa.

— Eu prometo, honey, eu prometo — apertou sua mão.

Ela tomou coragem e começou a falar — O Brass tem razão, não era um resfriado — ela suspirou — Isso já vem acontecendo há um tempo, quando eu percebi já era tarde, virou um hábito, sabe? — ela olhou para ele tentando analisar sua expressão — Eu chegava de um turno horrível, que sugava todas as minhas energias e nem sempre terminava bem para a vítima e abrir a geladeira, olhava como se não soubesse o que estava procurando e então as olhava, vias as garrafas me olhando — ela parou por um instante — Elas conversavam comigo, por mais louco que isso pareça, o álcool era meu amigo.

— Baby, isso não é louco mas sim perigoso, eu sei que você encontrou uma fuga nele mas isso pode te prejudicar, isso não é saudável — ele tentava ter cuidado com as palavras, era um momento delicado — Talvez você precisasse de uma ajuda profissional, que realmente possa te ajudar — disse calmamente.

Sara parou para analisar, não era uma má ideia fazer terapia — Talvez, mas eu sei que também preciso de férias e depois que voltar posso pensar em ir atrás disso — olhou para ele — Eu realmente preciso fugir um pouco daqui.

— Eu entendo, honey — ainda acariciava sua mão — Mas fiquei com medo de te perder, não quero que você sofra e nem saia correndo na direção oposta, eu estou aqui para você.

Aquelas palavras deixaram a morena sem reação, ultimamente Grissom sabia como fazer isso com ela. Uma parte dela queria correr para os seus braços, mas sabia que não era o momento, que ela realmente precisava pensar em tudo o que estava acontecendo, não se tratava dele, mas sim dela.

— Griss, eu não posso te prometer nada e nem que você fique me esperando — seus olhos se mantinham firmes nos dele — Eu preciso pensar e absorver tudo isso, não quero ter um relacionamento com alguém que não sabe dar um basta em uma amiga, não quero passar por isso outras vezes, não vai fazer bem para ninguém — suspirou — Você também precisa se decidir com quem quer ficar.

“Ela não entende que eu realmente quero ficar com ela?” — Grissom disse em seus pensamentos.

— Sara, eu não preciso pensar baby, eu sei quem eu quero e sempre quis — olhou para ela — Eu entendo e irei respeitar seu tempo, vou assinar os papéis de suas férias mas com algumas condições.

— Quais? — a morena perguntou curiosa.

— Primeira: quero saber para onde você vai e se possível com quem vai — ele a olhou — Eu fico preocupado — disse explicando — Segundo: quero que fale comigo todos os dias, se possível é claro — olhou novamente mas ela não demonstrou nenhuma indignação — Terceiro: não beba e se beber não exagere, por favor

— Okay, são termos razoáveis — ela sorriu — Irei aceitar.


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