Amor Perfeito XIV escrita por Lola


Capítulo 27
Reversão Total


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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"Tudo que sobra é o desrespeito."

Alice Narrando

Não acreditava que agora eu e Arthur éramos oficialmente namorados. Fazíamos uma chamada de vídeo com a minha mãe e contávamos tudo bem animados. Assim que desligamos o olhei.

— Você percebeu que Murilo parecia um pouco tenso?

— É... Mas ele estava sorridente, feliz pela gente. Deve estar sendo difícil pra ele vim e encarar a história de amor que ele não pôde viver. – Arthur respondeu bastante desanimado.

— E se não bastasse na primeira semana de dezembro é o aniversário de Kevin né? Está bem perto. O que vamos fazer?

— Nada. – ele ficou bem sério. – A chance de ele estragar tudo sendo horrível é bem grande. Ele não gostava de comemorações antes e imagino que agora não vá ser diferente. Não quero que ele te magoe.

— Eu não vou deixa-lo ficar sozinho. – o olhei para ele ver que eu não mudaria de ideia. Ele segurou meu rosto e selou nossos lábios. – Sem chance Arthur. Não tente me convencer.

— Tenho tanto medo de todo esse poder que Kevin tem sob você.

— Não precisa. – resolvi mudar de assunto. – E a sua mãe? Vamos falar com ela?

— Eu falo. E ela vai ter que aceitar. Enfrentei o seu pai, ela não me parece ser nada perto dele. – dei uma risada. Ficamos um tempo juntos e depois tivemos que nos despedir, eu tinha que ir para a casa de Soph e Lari para mais uma sessão de estudos, as provas chegaram e a gente tinha que ir bem.

— AH NÃO ACREDITO! – Larissa gritou e me agarrou após eu contar a novidade.

— Vai ser um saco. – Kevin resmungou.

— Posso saber por quê? – o olhei.

— Uma coisa é ser doce, outra é morrer de diabetes. Se vocês já eram tão amorosos sem se assumirem, imagina agora que podem demonstrar?!

— Sinto cheiro de inveja. – Lari o provocou.

— Sinto cheiro de pessoa ridícula e é você. – ele disse e a olhou. – Vou embora. – fiquei o observando sair. Não sabia que oficializar meu namoro iria mexer tanto com ele.

Na escola não foi diferente, Kevin parecia talvez um pouco indiferente... Tentava conversar com ele e era totalmente ignorada. Nem gracinhas ele estava fazendo. Nem mesmo insultando nossos amigos.

— O que foi hein? – o abordei após o intervalo. – Não vou deixar de ser sua amiga só porque agora eu e Arthur não precisamos esconder o namoro.

— Você acha mesmo que estou preocupado com isso?

— O que é então Kevin? Conversa comigo, por favor. Você até parou de ir lá em casa, ia quase todo dia... Não foi antes de ontem e nem ontem... O que está acontecendo, seja sincero.

— Eu encontrei alguém que me trouxe tudo e me tirou tudo. Só não aguento mais disfarçar que isso não me afeta. – ele disse e respirou fundo. – Essa foi a última vez que fui sincero contigo. – ele me olhou de cima a baixo. – Cuidado, o seu namorado queria te trair até semana passada. É por isso que ele estava usando drogas. Felicidades. – ele saiu andando me deixando completamente atordoada e destruída.

...

Eu só sabia chorar. Ignorava as chamadas de Arthur e sabia que logo ele estaria aqui em casa. Mas eu não estava preparada para essa conversa. Pedi ao meu pai para dizer a ele que eu estava dormindo. Lógico que no outro dia de manhã ele estaria aqui antes de eu ir para a escola.

— Quero ir com o meu pai. – falei o olhando.

— Alice se aconteceu alguma coisa não acha melhor vocês conversarem? – meu pai perguntou com a voz suave. - Ontem Arthur parecia bastante preocupado.

— Tá, vamos. Se eu me atrasar para a aula a culpa é toda de vocês dois. – fui mesmo sem querer. Entrei no carro e ele me olhou, não tinha intenção alguma de sair dali.

— O que foi que eu fiz? – não conseguia nem olhar pra ele.

— Acho melhor você me levar para a escola.

— Alice... Diz. Preciso saber pra tentar consertar.

— Só estou pensando se é isso mesmo que eu quero. – não conseguia falar daquilo, me machucava demais.

— Como assim? Por quê? Agora que o seu pai aceitou?

— Não sei se é o melhor pra mim. Tenho que pensar nisso.

— O que você não está me contando?

— Nada. Só quero ficar sozinha Arthur. Ainda ia te encontrar e conversar com você sobre isso, eu estava refletindo e... – ele me abraçou e começou a chorar.

— Não posso te perder de novo. – sua voz saiu desesperada.

— Quem é ela? – perguntei com dificuldade.

— Ela quem? – ele se afastou me olhando e eu dei uma risada nervosa.

— A garota com quem você quer me trair.

— Como... Kevin. – ele ficou em silêncio.

— Dá pra me levar para a escola?

— Não aconteceu nada Alice.

— Você sabe que aconteceu. Agora eu não confio mais em você. E você é um idiota que poderia ter destruído a sua vida por ter fugido de um desejo se recorrendo a algo tão... – respirei fundo. – Se não me levar agora eu vou sair. – ele ligou o carro e começou a andar. Percebi que ele tremia e ainda chorava.

— Espera. Por que ele fez isso? Por que agora?

— Nosso namoro virou algo oficial. Ele viu nossa felicidade. Ele queria ter isso. Então de alguma forma nos levou a experimentar o que ele está vivendo. Kevin é sombrio. Você ainda não aprendeu isso?

— Você me mostrou que ele poderia ser diferente.

— Eu estava enganada. – o olhei. – Você vai acabar com ele não vai?

— Sim. Tem que me prender. É a única forma de você me impedir.

— Pois eu quero que faça isso. – ele me encarou surpreso. – Ele merece. Mesmo sabendo que o culpado de tudo não é ele, eu não merecia saber da forma como ele contou.

— O que eu preciso fazer para você me perdoar? – ele parou perto da escola.

— Conversei com você Arthur, perguntei se estávamos bem, era a sua chance de contar tudo... Talvez se tivesse sido verdadeiro e dito de uma forma que não me machucasse tanto...

— Não existia forma de não te machucar Alice! Isso é algo muito ruim que ninguém quer escutar da pessoa que ama.

— Isso não devia acontecer.

— Mas acontece. Você acha que é a única mulher atraente no mundo? O que tem que ser levado em conta e você não está levando é que eu me controlei.

— Com a ajuda de estimulante com efeitos anestésicos, assim fica bem fácil.

— Alice... – ele passou a mão no rosto e depois ficou me olhando. – A gente demorou tanto pra chegar até aqui.

— Tchau, já estou atrasada. – sai me soltando do braço dele assim que ele tentou me impedir.

Não sabia o que seria de nós dois. O que eu tinha certeza era que nesse momento eu estava machucada demais para continuar com esse namoro.

Murilo Narrando

Meu celular tocava sem parar quando o peguei vi que era Arthur, por que caralho ele estava me acordando? Peguei o aparelho e fui até o terraço.

— Você sabe que tá cedo? Minha aula nem começou ainda. Meu celular vai despertar daqui... – abri os olhos direito e notei que ele chorava. – O que aconteceu Arthur?

“Alice terminou comigo.”

— Por quê? – quando ele me contou o que havia feito eu não acreditei. – Não te imagino agindo assim, mas tudo bem. E você foi lá e contou tudo pra ela né?

“Kevin. Não entendo, sei que ele estava voltando a ser o que era, mas ele ainda agia com bondade, ele me ajudou a passar por tudo isso. A Alice disse que ele não aguentou ver nosso namoro se tornar oficial e a gente ter tudo o que ele queria. Ele sentiu inveja. Só ficaram as partes ruins dele Murilo. Não somos mais amigos. Ele realmente está sem controle e se ele me prometeu uma vida de sofrimento, agora ele vai cumprir.”

— Sabe que atualmente não há nada que eu possa fazer né?

“Claro. Nem estou te pedindo isso. Tem que acontecer. Uma hora ou outra iriamos voltar a nos enfrentar, nossa amizade tinha prazo de validade.”

— Cara, que tristeza! Sinto muito pelo seu namoro, mas sei que vão acabar se acertando. Agora isso do Kevin pode ser irreversível. Imagina um novo Caleb. O mundo não merece isso.

“Você e a sua irmã são pessoas boas demais para nós dois sabia?— ele deu um sorriso. – Eu acho que devo deixa-la em paz.”

— Só dê um tempo a ela Arthur. Deve ser difícil pra ela aceitar que você teve desejo por outra. Compreensível né?

“Por que você não está aqui? Para de fugir Murilo. Preciso de você.”

— Não estou fugindo. Estou me encontrando. E você vai ficar bem. – assim que desligamos eu me arrumei para ir a aula, eram os últimos dias. Desci e vi que Eliot estava quase saindo. Tomei café e quando realmente sai ele estava lá fora me esperando.

— Desculpa por ontem. Estou ficando estressado... Tudo que eu queria antes era vê-lo e agora, ele parece o pior dos meus pesadelos.

— Já disse que ele não vai estar lá. – ele ficou me olhando.

— Você está preocupado. O que foi?

— Minha irmã e o namorado terminaram. Ela tá mal.

— O que aconteceu?

— Vou me atrasar para a escola.

— Eu te levo. – ele deu aquele sorriso que me tranquilizava. Cheguei mais perto dele.

— Não quero que a gente fique discutindo por besteiras.

— Ele é o meu ponto fraco. – ele suspirou. – Só que devo lembrar que ele te deu apoio e conforto quando você precisou. Agora é o meu trabalho.

— Você faz isso muito bem. Não comece a se descuidar. – ele deu uma risadinha.

— Isso é uma ameaça Murilo Montez?

— Acho que você não quer me perder. – sorri.

— Eu tenho a mesma impressão em relação a você comigo. Ou estou enganado?

— Não. Está certíssimo. – peguei sua mão e dei um sorriso maior ainda. – Vamos?

— Se eu não fosse tão responsável iria dar a ideia de você faltar a aula e ir para a minha casa e passarmos o dia juntos, mas como eu sei que você precisa dessa prova de hoje para continuar aqui e assim estar ao meu lado... Vamos.

— É um raciocínio inteligente.

— Você não está comigo apenas pelo meu rosto lindo e o meu jeito carinhoso. – acho que pela primeira vez o jeito dele me lembrou de Kevin. Subi na moto antes que ele percebesse que eu fiquei esquisito. Quando eu chegasse da escola iria ligar para Alice. Sabia que esses dois se acertariam, como eu disse tudo que eles precisavam era de tempo.

...

A minha mãe estava me deixando louco. Ela perguntava se eu arrumei minha mala direito trezentas vezes e se tudo estava certo e aquele jeito preocupado dela começava a me irritar mais que deveria.

— Vamos, o avião parte em algumas horas. Uhul! – a olhei assustado. – Estou animada, você vai voltar pra casa! Nem que seja por alguns dias.

— Bastante dias diga-se de passagem.

— Cadê o Eliot? – olhei meu celular ao ouvir sua pergunta.

— Vai nos encontrar no aeroporto. – respirei fundo. Meu coração já acelerava. – Gardan nos espera, vamos. – assim que chegamos e passamos por todos os procedimentos, vi que não tinha mais volta. Torres iria se tornar real. Meu estômago embrulhava. Minha cabeça girava. Minhas mãos suavam. Eu não estava bem. Mas eu precisava manter o controle. Tomei vários calmantes naturais que pareciam água. E quanto mais horas de viagem, mais eu ficava nervoso. Eliot tentava conversar comigo e eu mal respondia. Minha garganta ficava seca, mas eu nem queria beber água. Também não comi. Quando aquele avião pousou eu parecia que iria morrer. Tudo que eu pensava era que ele não estaria lá. Eu o superei e estava tudo bem. Mas não era essa a questão. O problema é que havia tanta coisa envolvida, tanto sentimento mal resolvido e muita dor para eu reviver naquele lugar. E principalmente havia ele, Caleb. 

"Ambos estamos tão distantes agora e as paredes estão se fechando e estamos nos perguntando como. Ninguém tem uma resposta concreta."

 


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Notas finais do capítulo

Hoje ainda tem post, um pouco mais tarde (:



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