Amor Perfeito XIV escrita por Lola


Capítulo 23
Vingança


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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"Tudo é tão real pra mim, já me decidi."

Murilo Narrando

Minha mãe chegou há uma semana e quando eu não estava na escola eu estava com ela, a levando para passear. No fim de semana combinamos um jantar na casa de Eliot no dia da folga dele e era hoje.

— Que saudade desse garoto do sorriso lindo! – a mãe dele disse assim que me viu. Eu me abaixei e a abracei forte. Minha mãe beijou seu rosto e depois cumprimentou o pai dele amistosamente.

— Trouxe um vinho. Não sabia qual trazer, o Murilo disse que já viu esse aqui.

— Mas esse menino é detalhista mesmo. Fiquem a vontade. A comida já está pronta, Eliot está acabando de servir a mesa. – assim que ele acabou veio até a mim e beijou meu rosto e me fez carinho.

— Espero que goste do cardápio, meu pai e eu cozinhamos com muita dedicação.

— Eu não ajudei em nada né? Ingratos. – a mãe dele brincou os fazendo rir. Assim que nos sentamos e nos servimos notei que o cheiro estava maravilhoso e quando provei vi que estava uma delícia, o que já era de se esperar. Enquanto jantávamos e conversávamos surgiu o assunto de quando eu fosse embora, o que faltava praticamente um mês.

— Quando vocês dois estiverem namorando a distância, vou mostrar os meus pratos pelas chamadas de vídeos. – o pai dele brincou e riu.

— Creio que isso não vá ser possível... – falei e eles me olharam.

— Não vai terminar comigo na frente dos meus pais né Murilo? – Eliot perguntou assustado. – Esse é um jantar de despedida por acaso?

— É que como vocês sabem eu amo culinária... Até sou chato por isso, acho que o pai do meu namorado não me aguenta mais no pé dele. – a mãe dele riu de mim. – E aqui é onde tem os melhores cursos. Quero terminar a escola, ano que vem é o último ano, enquanto faço curso aqui.

— Não. Isso não é viável Murilo. Pela sua saúde você tem que voltar pra Torres.

— Mãe eu já pensei em tudo. Vou sair do hotel e ir morar na república que o Adam mora. – ela ficou me olhando. – E eu posso começar um trabalho de meio período em meu tempo livre, o que vai fazer com que não sobre tempo para minha cabeça ficar desocupada. Também posso praticar atividade física, sempre fiz em Torres. O que mais?

— Por que você não vem morar com a gente Muh? – a mãe dele perguntou animadíssima. – Seria tão bom ter seu bom humor todos os dias. Além disso eu teria alguém pra conversar, já que uma parte do dia o Eliot dorme. Tem um quarto sobrando. E você pode aprender mais ainda com um chef em casa.

— Essa parte seria ótima, mas não, muito obrigado. Pode parecer que não, mas eu e Eliot brigamos viu? E estar na mesma casa que o namorado não é assim tão simples. Já que eu tenho que lidar com esse problema, prefiro evitar outros problemas.

— Meu filho tá maduro! – minha mãe exclamou e colocou a mão no rosto.

— Nossa mãe nem tem como agradecer, você insinuou que eu sou imaturo.

— E você não é né? E por falar nisso, será que podemos conversar a sós sobre essa sua ideia?

— Mãe a gente tem muito tempo para falar sobre isso, agora não é hora.

— Eu digo quando é hora. Você decidiu que era a hora de contar que quer ficar e eu decido que é hora de conversarmos sobre isso.

— Vai lá Murilo. Sua mãe está certa. Podem conversar, vão para a sala de estar.

— Prefiro a sacada que é pra ter um ar para aguentar todos os questionamentos dela. – falei fazendo com que eles dessem uma risadinha.

— É por causa dele né? – ela perguntou quando já estávamos na sacada.

— Dele quem? – ela me olhou embravecida.

— Não se faça de bobo Murilo. Sabe que estou falando de Kevin. Você quer ficar aqui por causa dele. – segurei na grade e olhei a rua. – Primeiro terminar esse ano, agora terminar o ensino médio e fazer um curso... Daqui a pouco vai decidir não voltar mais?

— Quem sabe?! – dei de ombros.

— Isso é ridículo. – ela começou a andar em volta do local.

— Gosto de estar aqui mãe.

— E não gosta de estar lá? Onde você mora, com os seus pais, sua família e seus amigos?

— Sabe que eu gosto. Não é isso. Você não quer ver a oportunidade de aprendizado aqui que eu não vou ter lá.

— Não quero que fique nervoso. – ela olhou em meus olhos. – Mas eu quero que seja sincero comigo.

— Eu não vim pra cá para esquecê-lo mãe. Você deixou pra trás esse pequeno detalhe. E eu terminei com ele porque sabia que Caleb não nos deixaria ficar juntos em paz. Eu me enganei no início pensando que queria liberdade aqui, mas as minhas atitudes me mostraram o contrário. Estou me abrindo com você, sendo totalmente sincero. Não é por causa dele. É pelo meu futuro... Se você ao menos for visitar a escola comigo e puder ver, vai entender de perto o que estou dizendo.

— Tá bom. – ela respirou fundo. Depois fez carinho em meu rosto. – Você não é como eu ou seu pai... Que vive em função do amor.

— Amém por isso. Vivo em função da ansiedade, já basta. – ela me deu um tapa pelo que eu disse e então voltamos para a mesa.

— Não ouvi gritos nem ninguém foi jogado lá embaixo. Então correu tudo bem. – o pai de Eliot brincou.

— Devo confessar que ele está me impressionando cada vez mais.

— É o que eu digo a ele sempre. – a mãe de Eli disse e sorriu. Passamos o resto da noite conversando e foi tão agradável quanto imaginei que seria. Quando o pai dele nos deixou no hotel Eliot pediu que saíssemos juntos. Não queria deixar minha mãe sozinha e mesmo que eu não estivesse dando tanta atenção a ele resolvi negar e combinar para semana que vem. Ele, como o compreensivo que era, entendeu.

Agora eu teria que aproveitar a semana para mostrar a república para minha mãe, ela já conhecia Adam, já que ele foi me visitar no hospital com Audrey. Também iria ter que leva-la até o curso e deixa-la ainda mais tranquila, para que assim ela convencesse o meu pai, uma vez que ele fazia tudo que ela queria.

Se a primeira semana dela aqui passou voando, essa não seria muito diferente. Faltava um mês para o natal... Pelo que eu soube Kevin não estaria por lá. Menos mal, assim evitaria um monte de desgastes. Tudo estava bem melhor assim.

Alice Narrando

Ouvi o carro chegar lá embaixo. Eu estava sentada no banco de pedra em frente a minha casa, desci a escadinha e abri o portão de ferro.

— Que bom que você veio. – falei ao ver Kevin.

— Você chama e eu venho, sou o seu herói. – ele disse com o seu jeito sarcástico.

— Vem. – entramos e eu o conduzi até o meu quarto. Fechei a porta para que se meu pai chegasse não nos visse nem nos ouvisse. – Sei que ainda está magoado comigo. – ele se deitou em minha cama. – Mas eu prometo que nunca mais vou mentir pra você. Mesmo que eu me preocupe com você, mesmo que você fique mal com a verdade.

— Sabia que a Diana é muito mais perigosa que aparenta?

— Que? – agora ele iria usar a tática dele de fugir de sentimentos.

— Pesquisei sobre ela. Sabia que o namorado foi embora do País por causa dela?

— Coloque a psicopata mirim em nossa lista de problemas. Temos outro maior agora. – ele ficou me olhando. – Estou preocupada com Arthur. Tá na cara que ele não está nada bem.

— Você diz isso pra mim que estou cansado de apanhar dele?

— O que será que está acontecendo com ele?

— Você não vai gostar de ouvir do que eu desconfio.

— Fala logo Kevin!

— Não. – ele respondeu após um tempo. – Seria ideal se eu quisesse ver vocês dois discutindo ou até quem sabe se separando, mas... Enquanto eu amar o seu irmão eu não vou conseguir te atingir dessa forma e você sabe disso.

— Mas eu preciso saber Kevin.

— Eu o irrito Alice. Consigo tirar o pior dele, entende? Qualquer coisa que ele esteja passando se expande e ele age de forma brutal. Vou me afastar dele, dê alguns dias e ele vai melhorar.

— Quantos dias? – cruzei os braços e o encarei.

— Sei lá. – ele se levantou. – Talvez o problema de ele ser tão tenso seja você ser tensa também já parou pra pensar nisso? – estreitei os olhos tentando ignorar aquele comentário.

— Não pretendo me arrepender de ter chamado você aqui. – suspirei. – Kevin... Sabe que ele faria qualquer coisa por você não sabe? Não faz sentido ele tá tão estourado assim só por sua causa.

— Você conhece o Arthur Alice... O Arthur bem comportado, sério, que inspira confiança, mas... É aquele super contido, que luta contra sua própria natureza... Isso traz consequências, sabia? E uma delas é a agressividade.

— Ele não pode ser assim.

— Você quer dizer que ele é só bonzinho? – ele deu uma risadinha irritante.

— Ele não é igual a você. Ele tem princípios.

— Se você acha que não há nada além dos princípios não prestou atenção.

— Já disse que ele não é você Kevin!

— Não, ele não é e nem quer ser. Mas não significa que ele seja perfeito. – fiquei olhando aquele sorrisinho dele antes de revirar os olhos. – Se já acabou preciso voltar pra casa. Tenho horário marcado para receber um serviço.

— Hum... Tá pagando garoto de programa agora? – ele me olhou indignado enquanto eu ria. – Rafael e você estão se afastando mesmo né?

— Tá insinuando que ele era o meu garoto de programa? – desci a escada rindo.

— Foi muita boa sua ajuda Kevin. Não serviu de nada.

— Vou lembrar disso a próxima vez que me ligar. – nos despedimos e eu entrei. Era segunda a tarde e eu iria ficar em casa. Assim que acabei minhas lições alguém chamava lá embaixo. Achei estranhei quando vi o carro do tio Gu.

— Oi. – era Soph. – Pedi meu pai para me deixar aqui quando ele chegou do trabalho.  Estava ocupada?

— Não. O que foi? Pra você vim aqui assim do nada alguma coisa deve ter acontecido.

— Quero um conselho. – nos sentamos no sofá. – Ryan e eu estamos ficando... Maísa nos viu juntos e pareceu não gostar. Além disso, desde ontem quando Kevin revelou sobre Rafael e Otávia ele ficou estranho.

— Soph... Você sabe que está escolhendo mal e escolhe assim mesmo. É triste. Ryan é apaixonado por Otávia.

— Mas ele pode esquecê-la comigo. Assim como eu esqueci o Yuri. O Kevin não esqueceu Murilo com Rafael?

— Quem te falou isso?

— Você é cega? Aquele show dele ontem foi por isso, puro ciúme.

— Não é bem assim. As coisas entre meu irmão e Kevin foram bem mais intensas que parecem. Voltando a vocês dois, o fato é que Ryan sempre fez questão de demonstrar publicamente o quanto era caidinho por Otávia.

— E ela nunca o quis. Ele tem direito de seguir em frente.

— Mas será que vai seguir mesmo? E se você só se machucar nessa tentativa? – ela ficou me olhando. – Faça o que você quiser e achar melhor, mas se tá pedindo meu conselho ele é esse, tem que tomar cuidado. Tá?

— Tá. – ela deu um sorriso triste. – E você e Arthur como estão?

— Ah... – suspirei. – Ontem ele agrediu o Kevin mais uma vez e eu estou começando a me preocupar com que merda ele tem dentro ele, toda essa raiva, essa violência... Chega a me assustar Sophia.

— Alice querida que mundo você vive? Ah é, esqueci, você não sentia nada. – ela deu um suspiro bem deprimido. – Ele e Kevin sempre foram assim e isso nunca te afetou. Eles sempre se olharam como se fossem se matar e essa raiva toda sempre existiu.

— Mas Kevin pediu perdão a ele depois de tudo... Ele mudou Sophia!

— Só que certas coisas ficam. Não dá pra apagar totalmente o Kevin mau da memória do Arthur. Nem a gente consegue. Sabe quantas vezes ele já piadas horríveis comigo? Você é a única que consegue não ter nenhuma raiva dele por causa do seu problema.

— E o Murilo?

— Aqueles dois sempre se deram bem. Kevin nunca deixou que Murilo “o controlasse”, mas na base do grito ele conseguia as coisas com ele. E o seu irmão é mais largado, se falassem com ele algo ele nunca ligaria. Ele sempre esteve ocupado com os próprios dramas, sabia?

— Não, até um ano atrás eu nem sabia o que era drama.

— Você é a minha preferida. Mesmo quando não sentia nada. Odiava que o Murilo e o Arthur sempre te tiravam de perto de mim por medo que eu te levasse para o mau caminho. – rimos juntas.

— Você e a Lari deram um tempo nas brigas né?

— Claro, agora ela só vive para o Alexandre.

— Já tem quanto tempo que eles estão nessa?

— Uns bons meses... Quatro? Não sei. Daqui a pouco Giovana se casa e eles não se assumem.  Ei, vamos ligar para as meninas?

— Vamos deixar pra amanhã, já tá escurecendo... Temos que dormir cedo por causa da aula. Nem acredito que está acabando.

— Diana e Danilo entraram no último mês de aulas, quem faz isso?

— Você não acha os dois estranhos? – a olhei.

— Na verdade sim, mas ele é um gato e eu até pegaria... Se ele não estivesse de olho em você.

— Nossa, com Arthur agressivo desse jeito é bom esse garoto não fazer nenhuma gracinha.

— O problema do Arthur é o Kevin, vai por mim.

— Não é. – abaixei o rosto. – Convivo com ele. Estou sentindo ele mais impaciente e sem nenhum motivo.

— Fiquei sabendo que Ravi é bem exigente no trabalho, pode ser isso. E estudar e trabalhar... Pesado. Ainda tem uma namorada adolescente chata. – dei um tapa nela. – Ah qual é, quer falar de agressividade dos outros sendo agressiva? – ela subiu no sofá. – Vou invocar o espirito Otávia de ser. – ela disse e me olhou. – Para você falar de alguém tem que se colocar no lugar dessa pessoa, então quando você... – puxei sua perna e ela caiu sentada. Começamos a rir e o meu pai abriu a porta.

— Vejo que estão bem animadas. – ele disse e sorriu. – Trouxe um monte de coisa gostosa para a minha princesa comer.

— Ahhh, que delicia. – pendurei no pescoço dele.

— Eu queria ter um pai forte assim pra pendurar no pescoço dele também... Ah é, lembrei, eu tenho.

— Nossa, você é tão engraçada Sophia. – debochei pegando as sacolas com meu pai e percorremos até a cozinha.

— Sua mãe não para de me mandar fotos e mensagens. Seu irmão a levou ao museu hoje, amanhã vai levar em outros lugares e já tem programação para a semana inteira.

— Só assim para ela não encher o saco dele.

 - Alice. – ele me olhou sério.

— Vai tomar um banho que eu vou servir a mesa. – ele me olhou. – Você não pode me deixar sozinha a noite, esqueceu?

— Não ia dizer que eu iria voltar para o trabalho, ia dizer que você não manda em mim.

— Mando sim. Enquanto a mamãe não voltar eu mando.

— Não reclama, lá em casa são três. – ele olhou Sophia e arregalou os olhos. – Ele sofre.

— É. Vou ir tomar banho.

— Já era pra ter ido. – falei enquanto ele subia as escadas. Depois que lanchamos levamos Soph em casa e na volta passamos na casa da vó Isa.

— O que você tá fazendo aqui? – perguntei ao ver Arthur sentado na mesa da copa. Rafael me olhou de forma séria. Olhei o rosto do meu namorado e ele havia apanhado. – O que foi isso? – nenhum dos dois respondeu. – Foi o Kevin?

— Uma moto fechou o carro na estrada indo para a faculdade. – Rafa começou a contar. – Bateram nele. Se eu não tivesse com ele para bater em um enquanto ele se defendia do outro teria sido... Bem grave.

— Kevin não estava mentindo. – conclui baixinho.

— Já liguei pra ele, tá vindo pra cá.

— Alguém me chamou? Serviço Kevin O Perfeito, resolve todos os seus problemas e traz o seu amor de volta em dois dias. – ele olhou e sorriu. – Menos o próprio amor. Aí já não dá certo. – ele completou e olhou Arthur. – Copiou minha maquiagem irmãozinho? Ficou melhor em você que em mim.

— Por que você tá de bom humor? – Arthur perguntou quase rangendo os dentes.

— Eu tenho um motivo para viver que vai além de Murilo e vocês. E... Meu tempo está passando. Se der para ir ao ponto.

— Você tá aprontando né? - meu namorado o olhou nervoso.

— Vamos para a biblioteca. – sugeri antes que os dois começassem a brigar.

— Sente o cheiro desse perfume. – Kevin chegou perto do meu nariz. – É melhor que o meu? – senti de novo.

— Estou em dúvida. Sou muito indecisa para perfumes.

— Muito obrigado pela ajuda, foi excelente. Serviu de nada. - ele debochou da minha fala de mais cedo. 

— Por que você está trocando de perfume? - questionei curiosa.

— Evitar lembranças.

— Não tá um pouco tarde pra isso? – Arthur perguntou parecendo começar a ficar impaciente.

— Não é do Murilo. Vamos focar irmãozinho?

— Se você parasse de falar de perfume. – ele reclamou - Eu anotei a placa da moto. – Arthur falou para ele assim que eu fechei a porta.

— Tá e pretende fazer o que? Ir até a delegacia e dizer “Meu pai é um psicopata, megalomaníaco e um monte de coisas terríveis e devido a isso ele tem pessoas que querem destruí-lo e acham que ele se importa com os filhos e desconta o ódio dele neles, tá aqui a placa.”, já te falei que isso não funciona.

— Pretendia que você fosse atrás deles.

— Você tá louco né? – ele perguntou e riu.

— Você não é tão perigoso? – ele o desafiou.

— Mentalmente falando. Eu não acho que eles vão me dar a oportunidade de mexer com a mente deles. Arthur quanto você tem de altura?

— Já vem você com essa merda de pergunta de novo.

— Pois é. Você sabe que é mais alto que eu. E vimos nas últimas três vezes que você me bateu que é mais forte. Se você apanhou deles, qual a chance que eu tenho? Sei que não estamos em um momento bom, mas poxa estou triste... Tento salvar sua vida e você quer que eu morra. – ele fingiu um suspiro magoado.

— Você tá insuportável. E você só fica desse jeito quando tá armando alguma coisa. E eu não consigo ficar perto de você assim. – Arthur se levantou. – E agora?

— Agora nada. Pronto. Eles já se vingaram, te bateram e isso acabou. – Kevin falou, sério dessa vez.

— Isso não vai ficar assim. Não mesmo.

— Foram apenas uns soquinhos Arthur. Eu já fiquei trancado em um porão semanas. Já apanhei por dias e dias. Ele já injetou uma droga em mim que causa paralisia, você sabe o que é isso? Vocês adoram dizer que eu não tenho sentimento, mas sabem o que eu estava fazendo enquanto vocês estavam brincando com seus amiguinhos e construindo uma base sólida para ter sentimentos? Sobrevivendo. Então não vem falar nada pra mim. Fica quieto no seu canto. Se houver retaliação será pior, nunca vai parar. Eu sei como essa merda funciona bem melhor que você.

— Tá bom. – ele se deu por vencido devido as palavras fortes do irmão.

— Tá. – ele respirou e nos olhou, depois de um sorrisinho e então disse “foi um prazer falar com vocês” em inglês e saiu meio rebolando.

— Ele tá drogado? – perguntei o olhando sair.

— Tá entrando no papel. Ele quer tirar a paz do Caleb. – Rafael respondeu e respirou fundo.

— Um vai matar o outro. – conclui.

— Resta saber quem vai ser o primeiro. – Arthur analisou como se aquilo fosse mesmo acontecer e eu me arrepiei todinha.

"Já notou como é difícil pensar quando se está apavorado?"


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Notas finais do capítulo

Até amanhã ♥



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