Amor Perfeito XIV escrita por Lola


Capítulo 22
Tarde de Trabalho


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/789024/chapter/22

 

Alice Narrando

Não acreditava que eu estava em casa e que os meus pais estavam juntos. Ficava olhando os dois igual uma boba. E o melhor: passou o dia todo e eles não brigaram. Hoje era sábado de manhã e minha mãe iria ir ficar com o meu irmão, o que me entristecia, por cortar esse momento tão lindo deles, mas também por outro lado me deixava mais aliviada em saber que Murilo iria ter alguém pra contar.

— Ei. – meu pai me abordou antes da minha mãe descer para tomar o café. – Tenho que te contar uma coisa. – o olhei bem curiosa. – Decidi que quero renovar os votos de casamento com a sua mãe. – arregalei os olhos.

— Uau! – exclamei surpresa.

— Você acha que ela vai aceitar?

— Sabe que ela não tem mais idade para fazer surpresa com um novo filho né? – falei segurando o sorriso.

— Nada a ver, sua mãe é nova. Muitas mulheres têm filhos aos quarenta. Sabia?!

— Ela não vai ter um filho pai, esquece!

— Eu não tô pedindo um filho, eu quero renovar os votos!

— Lógico que ela vai aceitar né? Que pergunta mais boba.

— Quero fazer uma surpresa, alguma coisa bem... – o cortei.

— Kevin. Procure por ele. Ele vai te dizer o que deve ser feito. A ideia toda do que fizemos foi dele.

— Esse garoto... Não consigo não gostar dele mais. – ele passou a mão no rosto parecendo preocupado.

— Acha que Murilo está cometendo um erro né?

— Não acho. Tenho certeza. Ele tá magoando duas pessoas e se magoando.

— Tentou conversar com ele?

— Em um hospital, estando lá por um dia? Com ele tomando tranquilizantes?

— Vocês deveriam mesmo trazê-lo de volta.

— Daqui um mês e meio... Passa bem rápido. – minha mãe desceu e estava linda, toda arrumada. E cheirosa. E com um sorriso enorme.

— Alguém parece até que tá com um namoro novo. – comentei e ri.

— Não quer que eu viaje feia né? – ela perguntou disfarçando. – Amor vai buscar minha mala. – ela o beijou demoradamente. – Já coloca no carro de uma vez. – ela avisou antes que ele fosse.

— É tão bom tê-lo de volta. Assim, desse jeito sabe? Conversamos muito. Sei que eu errei e eu estava muito incisiva e mandona, mas o jeitinho obediente do seu pai sempre mexeu comigo. E do nada ele se revoltar e começar a ser desobediente, eu fiquei louca.

— Você é louca. Ele não é seu filho pra ser obediente.

— Eu sei disso Alice. – ela riu. – Mas é o jeito dele. Lembro uma vez... Estávamos na piscina da casa dos seus avós e eu estava com ciúme de uma das meninas que nem lembro qual e ele preferiu ir para o quarto a me ver irritada. – ela contou sorrindo.

— Arthur nunca faria isso. Uma coisa que ele não tem paciência é pra ciúme.

— A maioria dos homens não tem. – ela suspirou. – Você vai ficar aqui com o seu pai né? – concordei gestualmente. – Vocês vão almoçar na casa da sua vó, mas como vão jantar aqui... – a interrompi.

— Mãe... A gente não vai passar fome. Relaxa.

— Vamos? – meu pai perguntou chegando perto da gente.

— Pai me deixa na casa do Kevin? – ele concordou e assim que me deixou lá fui beijada por minha mãe dezenas de vezes. Até parece que ficaria tanto tempo longe.

Kevin atendeu rápido, já estava acordado. Havia barulho de máquinas limpando a casa e algumas funcionárias.

— Vamos lá pra fora. – o segui. Nos sentamos nas espreguiçadeiras.

— Foi uma festa e tanto hein? – observei o lugar.

— O que você quer? – vi que ele não estava de bom humor.

— Os meus pais reataram. Achei que você merecia saber. – sorri.

— As coisas que eu faço costumam dar certo. – ele me olhou. – Exceto quando eu uso o coração.

— Você não pode ficar assim! Até quando vai sofrer por ele?

— Até quando você sofreu pelo Arthur?

— É... Por bastante tempo. E houve um período, no abrigo... Eu fiquei bem mal. Mas quando eu decidi seguir em frente eu melhorei Kevin.

— Eu já decidi pelo menos umas cem vezes. Não adianta Alice.

— Como foi ontem? Rafael não dormiu aqui? – estranhei não ver o loiro. Ele ficou em silêncio. – Você não quer falar sobre isso? – perguntei com cuidado.

— Quero. Com você. Mas não agora. Agora quero só esperar essa casa ficar limpa para o meu pai não falar na minha cabeça. – ele olhou em seu relógio de pulso. – Tarde demais.

— O meu sofá caríssimo tem esperma! – ele fechou os olhos ao ouvir o quase grito de Caleb. – E o quadro assinado por um pintor famoso que sua mãe ama está todo sujo! Isso foi só o que reparei em apenas uma olhada. Você quer ouvir da minha boca né? – ele encarou Kevin, me deixando com medo. – VOCÊ NÃO VAI ESTUDAR NA CAPITAL. E eu te arrebentaria todinho se essa garota não estivesse aqui, a agradeça.

— Pelo visto a puta de ontem não valeu a pena. – meu medo começou a se transformar em pavor. Ele voltou e pegou o roupão de Kevin pela gola. Eu me levantei e andei pra trás, peguei meu celular no bolso prestes a ligar para Arthur.

— Eu tive uma manhã daquelas. Você já esteve no meu caminho demais. Eu juro que te mataria se eu não precisasse tanto de você.

— Você é um covarde, não mata nem uma mosca. – Kevin o jogou na piscina. Ele me olhou e me chamou. Saímos correndo e entramos no carro dele.

— Você é louco demais. – coloquei a mão na testa. Ele andou um pouco e parou em um canto silencioso e sem movimento.

— Já sabia que ele faria isso. Recorri a minha mãe, mas ela não quer que eu vá estudar lá. – ele me olhou um pouco triste. – Mas ela me ajudou no que eu precisava para inferniza-lo. – ele deu seu sorriso vingativo.

— Você ama uma vingança. – comentei pensativa.

— Sim. Mas não se preocupe. Nunca vou me vingar dele.

— Você é a melhor pessoa que ele poderia encontrar.

— Não. O namorado dele é. – ele me olhou com os olhos cheios de água. – Preciso te contar uma coisa.

Depois de ficar sabendo que o Kevin havia ido ver o meu irmão muita coisa fez sentido pra mim. Não acreditava naquilo.

— Por isso você estava mal daquele jeito. – conclui.

— Ele diz coisas a ele que eu não diria... Ele é muito mais carinhoso. Ele dá a importância que o seu irmão merece. – ele enxugou algumas lágrimas. – Talvez por isso seguir em frente tenha sido tão fácil pra ele.

— Para! Eu vou chorar também! – pedi batendo as mãos em minhas pernas.

— Desculpa. – fiz carinho em seu rosto.

— Você deu importância a ele Kevin. Você enfrentou seu pai por ele. Não sinta que ele é melhor que você, isso vai te destruir.

— Sabe quando sua mãe chegou contando sobre ele, o que me deixou mal não foi o fato do namoro e nem dele ser espetacular, isso eu já sabia. Foi ela ter dado um recado direto que a família dele é querida. O pai é ótimo. É por isso que eu só tenho um caminho Alice... – nos olhamos. – Ser igual a Caleb. Ele sempre vai tirar tudo de mim. Não posso nem fazer faculdade no lugar que eu quero!

— Ah, capaz! Nem que eu tenha que ser ferida por você inúmeras vezes eu não vou deixar isso acontecer.

— Você vai acabar desistindo de mim como ele desistiu.

— Ele tem um problema grave Kevin. Isso com toda certeza afetou nessa decisão. Murilo não consegue lidar com Caleb. Eu consigo. Quer dizer... Lidar com você, com ele não, ele me dá muito medo.

— Eu te dou também quando fico igual a ele... Percebi quando entrou no quarto de Rafael outro dia.

— Você havia acabado de destruir o carro do Yuri. E falando nisso, por mais que juntar os meus pais seja uma boa redenção, acho que você deve uma desculpa ao Arthur e depois contar tudo ao Yuri.

— Seu moralismo me cansa. – ele respirou fundo. – Você iria pra onde depois de sair da minha casa?

— Casa da vó, estou com fome, nem almocei e já são... – olhei as horas em meu celular. – Duas e meia da tarde.

— Vou te deixar lá. – assim que ele me deixou eu entrei e subi antes de ir comer, já que a casa estava vazia. Entrei no quarto de Arthur e encontrei uma garota.

— Olá. Procurando Arthur? Ele está tomando banho. – ela disse me deixando mais sem reação ainda. – Também estou esperando. – ela parecia bem à vontade. - Uma senhora simpática estava de saída e me falou onde era o quarto. – eu não sabia o que dizer. – Você é irmã dele? Ei! – ela se levantou e chegou perto de mim. – Aí meu Deus você é igualzinha a ele! – ela colocou as mãos na bochecha.

— Ele quem? – franzi a testa.

— Vinicius! Os seus olhos. – ela apontou o dedo. – O meu pai o adora. Ele diz que não existia lutador melhor no tempo dele. – ela se sentou novamente.

— Já chegou? – ele saiu do banheiro e perguntou olhando a garota. O engraçado que parecia que eu nem existia. – O que você tá fazendo aqui? – ele me olhou parecendo surpreso. – Achei que estivesse com seu pai.

— Desculpa ter adiantado... Aproveitei uma carona. – a garota respondeu e sorriu.

— Alice chama o Rafael fazendo favor, ele ainda tá dormindo e precisamos dele. – ele disse de forma séria e até um pouco fria. – Espera lá embaixo, só vou me vestir. – a garota se foi e eu o olhei antes de ir até Rafael.

— Acorda seu idiota. – chamei umas três vezes. Desisti e me deitei ao seu lado.

— Sai fora. – ele despertou na hora. – Não arruma mais confusão pra mim não.

— Mais? – perguntei o olhando. – Seu amigo está te chamando. Tem uma ruiva aí querendo vocês dois.

— Vocês brigaram?

— Não. Mas ele nem deixou claro que sou a namorada dele. Eu estou péssima. Já vim mal por causa de Kevin ter chorado por Murilo comigo.

— Quando eu ver o Murilo eu vou dar um soco na cara dele.

— Ela tá brava.

— Ela? – ele me olhou franzindo a testa.

— A partir do momento que você se envolve amorosamente com um cara você perde o direito de ser chamado de ele. – brinquei e ele riu.

— Fala baixo, se a Otávia ouvir ela vai dizer vários dos motivos porque essa fala esta errada. – rimos mais ainda.

— Os dois podem sair dessa cama, se desgrudarem e pararem de risadinha? Rafael lá embaixo em cinco minutos! Não vou fazer o trabalho por você. – o loiro pulou da cama.

— Acho que você descontou o seu ciúme na mesma moeda. – Rafa falou e riu. – Tchau Alice. – ele se despediu indo para o banheiro.

Desci e vi que os dois estavam na biblioteca, que estava com a porta aberta. Fui almoçar e encontrei Otávia. Ela estava diferente, pensativa.

— O que foi? Você tá chateada. – ela me olhou assim que entrei na cozinha.

— O seu irmão. – suspirei. – Ele me tratou com descaso.

— Que? – ela quase gritou. – Você tá bem louca.

— Parece improvável, mas aconteceu. – a olhei. – E você, por que está tão reflexiva?- ela ficou me encarando com aqueles olhos esbugalhados. – Fala logo Otávia!

— Aconteceu uma coisa que sempre imaginei que quando acontecesse você seria a primeira pessoa que eu contaria... Mas agora, tô com medo do que você vai achar.

— Quem foi? – cheguei mais perto dela rapidamente.

— Você não tem nenhum palpite?

— Para que eu não ache legal... Ele tem namorada? Eu conheço pelo menos?

— Sim... Aí, vou dizer de uma vez! – ela colocou a mão nos olhos e depois destampou me olhando. – Rafael. – primeiro fiquei paralisada, depois fui até a porta da cozinha e olhei se não havia ninguém por perto.

— O seu irmão o expulsa daqui se souber. Vocês dois tem noção disso né?

— É isso que tá me deixando assim.

— Ah, foda-se o Arthur. – sentei ao lado dela. – Como foi? Vai conta tudo.

— Oi. – Yuri chegou me deixando imediatamente irritada. – Contar o que? – ele se sentou demonstrando que não tinha intenção de sair dali.

— Vou comer, estou com fome. – me levantei e me servi, esquentando a minha comida, já que estava tarde.

— Gente o que tá acontecendo com a Sophia? – ele perguntou fazendo a Otávia tirar os olhos do celular e olhar para ele.

— Tá perguntando isso por que ela não quer mais dar pra você?

— Tá falando assim por que agora ela vive com o Ryan?

— Se eu me importasse com quem anda com o Ryan eu estaria com ele.

— Se a sua soberba deixasse. – olhei os dois e peguei meu prato e me sentei.

— Às vezes sinto saudade até de discutir com o meu irmão. – comentei e eles riram.

— E daqui a pouco vai sentir da sua mãe. – olhei Yuri discordando de sua fala. Ficamos conversando enquanto eu almoçava e depois eu subi com Otávia e a ouvi contar durante um bom tempo absolutamente tudo – até o que não precisava ser dito – sobre a noite de ontem.

— Já anoiteceu... – ela falou olhando pela janela. – Será que eles acabaram o trabalho?

— Acho que sim né? – olhei meu celular e nenhuma mensagem de Arthur.

— Vamos lá ver.  – ela saiu de forma rápida me deixando com a única opção de segui-la. Entramos e vimos que não haviam acabado e a garota ainda estava lá.

— Podemos ficar? – Otávia perguntou com seu jeitinho meigo.

— Sim, já estamos acabando. – o irmão dela respondeu e então nos sentamos cada uma em uma poltrona. Ficamos nos olhando enquanto eles estavam concentrados naquilo. A garota aparentemente parecia dar em cima de Rafael, já que ela encostava-se a ele toda hora e sua atenção era voltada pra ele. Olhei para minha amiga que também percebeu o mesmo.

— Vim saber por que tá todo mundo na pracinha menos vocês. – Sophia falou ao chegar. Kevin estava ao seu lado e seus olhos pararam na garota e Rafael, ele obviamente percebeu o mesmo que a gente.

— As meninas poderiam ter ido, nós dois estamos ocupados. – Arthur respondeu sem tirar os olhos do notebook.

— Elas parecem gostar de estar aqui, vou fazer companhia a elas. – Kevin se sentou confortavelmente no sofá de frente para eles.

— O idiota eu vim com você. Vou ter que voltar andando.

— Faz bem pra saúde. – dei uma risada da expressão de Sophia.

— Se quiser ficar aqui vai ficar calado. – Arthur o ameaçou.

— Eu sempre fui calado. É o meu jeitinho. – eles ficaram se olhando. – Ah qual é Arthur, são... Seis e trinta e sete de um sábado, não é hora nem dia de apanhar.

— Vou desfigurar sua cara. – Arthur ameaçou e Kevin me olhou.

— Por que vocês brigaram? – revirei os olhos. Fiz sinal pra Kevin fazer silêncio. Ele pegou o celular e começou a escrever.

“Que desgraça de menina esquisita é essa?”— dei uma crise de riso. Mostrei a Otávia que riu também.

— A rainha da moral tá maleável hoje. – Kevin falou e riu.

— Eu não resisto a um gay.

— Ah, então você é daquelas que acham que gays só existem para fazer graça e ser chaveirinho de amiga cheia de ego?

— UUUUUUH! – gritei pulando na poltrona e depois fui até o sofá do Kevin e pulei em cima dele. – Eu pedi por esse dia! Tinha que estar todo mundo aqui.

— Acho que você se exaltou um pouquinho. – Kevin falou e riu. Depois ele olhou Otávia. – Se você quiser podemos debater a noite inteira. Você adora e eu... Tenho conhecimento de causa.

— Vocês três podem debater fora daqui, por favor?! – Arthur intimou.

— Acho melhor encerrarmos. Já está tarde. – Rafael falou parecendo cansado. – Falta pouca coisa, eu faço amanhã. Vou dormir cedo.

— Sério? – a garota perguntou olhando pra ele. – Eu iria te chamar para sairmos depois que me levasse embora. – ele olhou para Arthur que olhou pra ele e eles ficaram um tempo se olhando.

— Minha mãe vai te levar com meu padrasto. – Arthur falou um pouco sem graça. – Não tem problema né? É porque estamos mortos. Como você sabe saímos ontem e... –ela o interrompeu.

— Não, sem problemas. Não queria dar esse trabalho a eles. Qualquer coisa eu pego um ônibus.

— Jamais. Eles não iam fazer nada. Daqui a Alela é um pulo. – ele se levantou e a levou. Ela se despediu rapidamente.

— Tchau estranha. – Otávia falou e riu quando ela já havia saído.

— Qual é dessa garota Rafael? – perguntei enquanto o loiro se alongava.

— É uma amiga da faculdade. Teve um trabalho em grupo e ela ajudou com a minha parte e do Arthur.

— Ela tá querendo você ou ele? Você né? – ele me olhou após um tempo.

— É o que sobra quando ele não quer. A segunda opção... Como sempre.

— Tadinho. Fiquei com dó. – falei e fiz beicinho. – Já passou.

— Vou ir tomar banho e dormir. – ele se levantou me assustando.

— Que? Sete horas da noite? Tá doente?

— Só tô cansado, esse trabalho é bem difícil. – Arthur entrou e parou em sua frente.

— Adivinha quem vai vim pra cá no natal? Fabiana e Alícia.

— O que ela vai fazer aqui? – ele se sentou novamente parecendo não acreditar.

— Se eu disser o motivo você não acredita, pra que vou dizer? É lógico que ela sente sua falta. A Fabiana me contou que a ideia foi dela.

— Esse povo não tem família não? – Kevin perguntou em um tom de revolta.

— Bom... A Alícia não. Ela era de um orfanato até completar maioridade.

— Isso explica alguns traços da personalidade dela. – Kevin disse após a resposta de Arthur. Os dois ficaram se olhando.

— É impressão minha ou você acabou de criticar a Alícia? – Arthur questionou Kevin.

— Por quê? Não pode? Ela é perfeita?

— Por que você está incomodado com ela?

— Não estou Arthur, mas você não pode negar os traços maldosos dela ou já se esqueceu que ela fez intrigas entre você e Alice. – Kevin disse e me olhou. – Estou mentindo? – ele me perguntou de forma incisiva.

— Não. – respondi e suspirei. – Mas... Ela pareceu se arrepender e tentou mostrar isso me dando conselhos.

— Ah tá. Vocês perdoam as coisas fácil demais.

— Se não fosse assim você não estaria aqui agora. – ele ficou olhando para Arthur após sua fala.

— Quer dizer que o natal aqui vai ser animado! – Kevin era mesmo hilário, nada o atingia. – Quase deu vontade de ficar.

— Você não fica porque é um covarde do caralho! – não entendia o motivo de Arthur estar ficando tão nervoso e não seria eu que o acalmaria dessa vez.

— Os irmãoszinhos estão com o pessoal. – Otávia falou ao ler uma mensagem em seu celular. – A Diana perguntou por você Kevin.

— Essa garota tem algum problema? – ele questionou indignado. – Qual a parte do “sou gay” ela não entendeu?

— Às vezes ela acha que você pode abrir uma exceção...

— Se eu abrisse não seria pra ela, seria pra linda da Alice. – quando eu vi Arthur já estava em cima dele.

— Não vale a pena Arthur. – Rafael disse e o puxou. – O problema dele é com ele mesmo.

— Você é tão idiota que conseguiu fazer até ele se cansar de você. Parabéns Kevin. – Arthur saiu e Rafael foi atrás.

— Eles não conseguem ser bem humorados?

— Você gostaria que brincassem assim com Murilo quando vocês dois estavam juntos? – Otávia o questionou. – Existe uma coisa chamada respeito e você a ultrapassa o tempo todo.

— Vocês são sensíveis demais! – ele saiu certamente indo embora.

— Vai ir atrás do Arthur? – ela perguntou me olhando.

— Nunca. Ele sabe que eu estou puta e vai esperar pra tentar conversar comigo, mas acho que ele vai precisar refletir sobre a forma como me tratou.

— Ai! Namorar é tão cansativo! Deus me livreeeeeeeeeeeeeeeee! – ela quase gritou me fazendo dar uma risadinha fraca.

— Cansei de você, passamos o dia todo juntas. Vou ligar para o meu pai, ele disse que estaria o dia todo na academia, parece que ele vai colocar uns projetos parados em prática... A reconciliação com minha mãe o deixou muito animado, precisa ver.

— Tá aí uma coisa que eu não vou viver, toda essa animação. – agora minha risada foi maior. Nos despedimos e eu o esperei lá fora, antes dele chegar eu vi foi o Danilo chegando e de novo aquele arrepio na espinha. Assim que meu pai chegou entrei correndo no carro, agradecendo por estar livre daquele olhar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Daqui a pouco eu volto na outra versão (:



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Perfeito XIV" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.