Amor Perfeito XIV escrita por Lola


Capítulo 21
Uma história linda


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥
*foto do capítulo da Ray (se ela dormiu no formol ninguém tem nada com isso kkk)



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"O significado do perdão é que as pessoas cometem erros."

Alice Narrando

Estava com minha mãe no salão há algumas horas, acabávamos de fazer as unhas enquanto finalizávamos o cabelo. Ela me olhou com o olhar curioso.

— Ainda não entendi isso tudo. – seu comentário me fez revirar os olhos.

— Já expliquei mãe. Arthur quis me presentar pelo natal antecipadamente. Só aproveite o jantar. E você vai estrear o colar que ele me deu. É lindo e acho que combina com você.  – tentei soar mais natural possível.

— Vamos comprar roupas então? – ela me olhou e sorriu.

— Não! Quero que você use aquele vestido branco com transparência que eu amo.

— O seu pai ama aquele vestido Alice. – ela pareceu discordar de primeira.

— E daí? Só por que não estão mais juntos você não vai mais usar as peças que ele elogiava?

— Ah Alice... Tem tanta roupa que eu poderia usar...

— Mas a sua filha quer que você use aquela. Pode ser?

— Tá bom. – ela deu um suspiro mostrando estar desgostada.

Yuri ficou como nosso motorista. Arthur havia dado o carro a ele e sua reação foi de desacreditar totalmente, ele alisava o carro e abraçava o irmão. Depois com calma, meu namorado disse que contaria da participação do irmão deles e do ocorrido. Ele não queria que Yuri criasse raiva de Kevin nesse momento e ele tinha que falar de uma forma que ele entendesse a importância que ele teve no presente, apesar de tudo. Kevin queria atingir Arthur e não Yuri.

Como eu disse, o Yu ficou satisfeito de desfilar por aí, levando minha mãe e eu ao salão, depois ao jantar. Quando acabamos de nos arrumar ele já nos esperava lá fora.

— O Arthur queria me impressionar? Ele sabe que eu já o amo! – minha mãe exclamou assim que paramos em frente ao restaurante.

— Sim, ele queria. Tanto a mim quanto a você. E ele está muito triste de não poder ser ele a nos trazer, por causa da faculdade, já que ele faltou os últimos dois dias.

— Mas pelo menos vocês vieram em um carro zero. – Yuri disse mal sabendo que o carro dele havia sido depredado há vinte e quatro horas atrás.

— Não estou aguentando esse garoto com esse carro. – minha mãe comentou e riu.

— Vão logo. Vou esperar a ligação para buscar vocês. – Yuri falou e me olhou, sabendo que ele não buscaria. Ficou combinado que fingiríamos que ele não estava atendendo para que eu ligasse para meu pai e daí ele nos levasse até em casa e acontecesse o resto da armação.

O jantar estava surpreendente, a comida era ótima, minha mãe sorria e contava histórias e parecia se divertir e mesmo que eu estivesse fazendo aquilo de propósito, eu me senti muito bem. Antes de pedir pra tirar a foto dela tiramos fotos juntas e eu tinha muito a agradecer ao Kevin, mesmo se não desse certo. Ele me proporcionou um momento incrível ao lado da minha mãe, momento esse que não tínhamos há um bom tempo, já que só brigávamos ultimamente.

— Você ficou perfeita! – falei e sorri. Lari mandou uma mensagem poucos minutos depois, me avisando que o meu pai já havia visto a foto e que a reação dele havia sido positiva pra gente “ele franziu a testa e ficou olhando para o celular um tempão” dei uma risadinha ao ler essa parte.

— Arthur? – minha mãe perguntou me olhando.

— É. – guardei o aparelho. Ele vibrou de novo e dessa vez era Soph avisando que Murilo havia acabado de ligar. Estavam todos na casa dos meus avós, curiosíssimos.

Paguei a conta e fiz toda a encenação da ligação não atendida. Ainda bem que minha mãe nem discutiu sobre ligar para o meu pai. Assim que liguei ele atendeu e não demorou a vim.

Quando ele a viu eu notei que o seu olhar mudou, sua atenção era toda para ela e ele não parou de olha-la mesmo quando ela entrou.

— Por que está com o cabelo molhado? – minha mãe perguntou o olhando.

— Acabei de chegar da academia, ia tomar banho só que o Murilo me ligou. Daí tive que tomar correndo antes de vim. – ele a olhou e continuou olhando pra ela. Dei uma risadinha.

— Olha pra frente. Você quer que a gente morra? – ele não respondeu nada. – O que o Murilo disse?

— Nada demais. Acho que ele só estava entediado.

— Interessante ele ligar logo pra você que ele nem atendia.

— Está com ciúme do nosso filho Raíssa?

— Não. Só achei estranho. Nossa... Se você chegou da academia... Já está tarde Alice! Nem vi a hora. Podíamos ter ligado para o Arthur, ele deve ter chegado.

— Não chegou não. – minha mãe olhou pra trás.

— O que foi? – perguntei devolvendo o olhar.

— Onde ele está? – na sua casa arrumando as coisas para passar o vídeo do seu casamento.

— Não sei mãe. Deve ter parado em algum lugar com Rafael.

— Sua filha é menos insegura que você. – eles se olharam.

— Não comecem a brigar, por favor. – paramos em frente de casa e eles notaram que havia algo diferente. Assim que chegamos eles viram Arthur e Rafael e não entenderam nada. Antes que perguntassem qualquer coisa, as imagens do casamento deles começaram a ser refletida na enorme pedra na lateral da casa. Como o Arthur instalou aquilo tudo em questão de pouquíssimas horas? Não faço a mínima ideia. Mas o que importa é que estava lindo e que estávamos conseguindo o que queríamos. Os dois pareciam se emocionar com o que viam e entraram em uma espécie de “hipnose” de recordações. Vi no vídeo minha tia Luna e Ravi se casando com os meus pais, o que eu já sabia e já havia visto uma vez, mas agora parecia mais especial.

Tudo parecia mais especial na filmagem. As folhas mais verdes, as flores com mais cores, as pessoas mais felizes... O som do violino parou de tocar e de início Arthur achou que havia dado algum problema, mas fiz sinal pra ele que era assim mesmo. Todos no casamento estavam em silêncio... E então o batimento cardíaco do meu irmão se fez presente. Era impossível não chorar com a imagem do meu pai se ajoelhando e abraçando a barriga da minha mãe.

— Não acabou. – falei olhando os dois.

O vídeo foi feito por mim e Larissa que era a mais romântica de todas as meninas. Arthur deu uma outra ideia, mas como ele não tinha tempo, nós criamos e finalizamos. Ficou muito lindo. Mostrava algumas cenas deles gravadas por mim ou meu irmão ao longo dos anos e várias fotos e mensagens importantes de fases da história deles que Lari sondou com o pai e Soph com a mãe. Acabou com a tatuagem realista do meu pai se transformando na foto da minha mãe.

— Não acredito que vocês fizeram isso. – ela falou enxugando as lágrimas.

— É preciso de um bando de adolescente pra nos obrigar a lembrar da razão de tudo. – meu pai olhou pra mim. – Não nasci ontem. Percebi que estavam armando alguma coisa.

— Imagino que aqueles idiotas tenham se comportado de forma muito suspeita. – Arthur comentou e deu um sorrisinho. – Acho que agora temos que deixar vocês dois sozinhos para conversarem. Mas antes... – ele chegou perto da minha mãe e tirou o cordão dela com delicadeza. – Preciso entregar isso amanhã cedo. – ele riu. – Seria o meu sonho te dar um colar que vale mais que o meu carro. – ri junto dela.

— Até onde eu sabia era da minha filha né?

— Meu sonho maior ainda dar a ela... – ele me olhou e sorriu. – Vamos? – concordei e fui até os dois.

— Vou dormir lá na casa da vó tá? Passem a noite toda conversando, mas se acertem. Vocês enxergaram o quanto tem uma história linda, eu sei disso. – os beijei e sai com Arthur. Entramos no carro dele e Rafael estava dentro esperando, o olhei sem entender.

— Era coisa de família. Preferi ficar aqui. – ele se explicou e depois olhou Arthur. – Aí sua irmã ligou agora.

— Otávia? – ele olhou pra trás.

— Você tem outra irmã? – ele ignorou. – Não atendi, mas parecia ser importante porque ela ligou três vezes. – o celular começou a chamar.

— Oi. – ele atendeu e sua expressão ficou séria. Ficou um tempo em silêncio. – Estou indo agora. – ele desligou e começou a dirigir rápido.

— O que foi? – perguntei o olhando.

— Kevin está lá em casa...

— Ultimamente ele vive lá. O que tem de mais? Não precisa ficar preocupado ele deve estar atrás do Rafael.

— Otávia está desconfiada. Ele está batendo papo com a minha mãe enquanto a ajuda com o jantar.

— O que você acha que ele quer?

— Talvez informação sobre alguma coisa. Nunca dá pra saber quais são as intenções do Kevin Alice. – chegamos e Otávia nos esperava na parte de dentro da garagem.

— Ele parecia tentar embebedar a mãe e perguntava coisas sem sentido a ela, como qual vai ser o cardápio do natal. – ela falou assim que Arthur entrou e desligou o carro. – Estou preocupada porque você me mandou tomar muito cuidado.

— Como assim embebedar? – ele perguntou ficando nervoso.

— Ele serviu duas taças de vinho a ela. Ele tá ajudando no jantar, como eu disse.

— Ele nem sabe cozinhar. – Arthur ficou ainda mais nervoso.

— Me deixa lidar com ele. – o parei. Olhei para o loiro que estava observando a cena. – Vem comigo Rafael, talvez você arranque um pouco de sinceridade dele.

— Alice... – Arthur me puxou. – Não confunda um leão com um gato. Ele é perigoso. Por mais que seja doloroso admitir isso.

— Eu sei. Mas ele não consegue ser comigo. E parece que com Rafael ele não consegue mentir. Então fica tranquilo. – dei um beijo longo nele e parti para a cozinha que era bem perto da garagem.

— E o Arthur, cadê ele? – Kevin perguntou ao nos ver. – Tá perdendo a noite em família e eu estou gostando tanto disso. A mãe dele poderia ser minha mãe seguramente. - lidar com ele assim era como andar em uma areia movediça. 

— Quer roubar a mãe dele? – perguntei tentando entender.

— Poderia. Já que a minha passa noventa e nove por cento do tempo longe de mim. Mas não é o caso. Só quis ajudar no jantar. – cheguei mais perto dele enquanto Luna estava distraída com a comida. – Queria me sensibilizar vindo com ele? – ele apontou com a cabeça para Rafael.

— Não. Mas se eu quiser saber algo será ele quem vai perguntar. – sorri. – Sei que não mente pra ele.

— O que quer saber? Pergunte e eu respondo. – ele deu um sorriso bem maldoso. – Em troca posso pedir o que eu quiser...

— Isso não vai funcionar comigo.

— Não quero te controlar Alice. Só quero que me responda sinceramente uma coisa. – nos olhamos. – Murilo vai trazer o namorado dele no natal? – desviei o olhar.

— Não sei Kevin. – menti, tentando poupa-lo. – Por que você quer saber?

— Isso é algo muito grande. Eu faço parte da família dele Alice. Como que ele não pensou em mim em momento algum? E o pior é que ele sabe que eu o amo.

— Entendo que faria tudo por ele. - quase sussurrei. 

— Então entende que mentir pra mim é só gerar mais sofrimento?

— Eu não sei mesmo, mas vou procurar saber e te conto assim que souber. - continuei mentindo, porque ele era uma bomba e o meu medo era maior.

E a noite terminou assim... Com Kevin que já estava inconstante, correndo risco de pirar ainda mais - se isso era mesmo possível - ao ter conhecimento da vinda do namorado do meu irmão.

Sophia Narrando

Não sei como aconteceu, mas eu e Ryan acabamos ficando no dia do aniversário de Yuri. Ele foi andando comigo até a minha casa e... Ao nos despedirmos rolou. Hoje, um dia depois, eu estava insegura e morrendo de medo de como ia ser, já que não fazia o tipo dele ficar com alguém publicamente.

— Ei. – o abordei na saída da escola. – Só queria te dizer que eu não quero que as coisas fiquem estranhas.

— Relaxa Sophia. – ele não disse mais nada então eu preferi não insistir no assunto.

Durante o dia fiquei ajudando Alice e Larissa a finalizar o vídeo dos pais dela e ficou tão lindo, tão fofo... Suspiramos juntas muitas vezes. A noite fui pra casa dos meus avôs.

— Você pode vim comigo? – Yuri perguntou me olhando. Estranhei, já que ele vinha me evitando há um bom tempo. – Tenho que sair de casa. – ele disse mais baixo e olhou para Vinicius na copa.

— Ah sim, para não te acharem, não atender Alice... Né? – dei uma risada.

— Isso. – ele sorriu. Mas ainda não entendia.

— Você está simpático assim por causa do presente que acabou de ganhar? - franzi a testa.

— Eu não sou simpático? – ele parecia espantado.

— É, mas... Comigo não muito.

— Então deixa eu me redimir.  – fiquei olhando em seus olhos por um tempo. – Ryan fala pra ela vim comigo. - ele pediu ao garoto ao meu lado.

— Vai lá com ele. – olhei aquele insuportável. Levantei e segui Yuri.

— Sabe por que eu te chamei? – ele perguntou depois de já estarmos andando pela cidade. – Queria que fosse a primeira garota a andar em meu carro. Quer dizer, teve Alice... Mas ela não conta.

— O que adianta ser a primeira? – questionei cabisbaixa. – Nunca vou ser importante.  

— Sophia...

— Não Yuri. Eu não quero ouvir as suas desculpas. Já sei que você quer apenas um lance e não pensa em se envolver e eu sou mais sentimental e é isso. – ele ficou em silêncio. – O que mais me espanta é que se fosse o Arthur eu até entenderia, ele é o mais velho de vocês, as atitudes do pai de vocês tem maior efeito nele. Até o Kevin eu entenderia, mas você... Você não tem um motivo plausível pra correr tanto de envolvimento assim.

— Tudo precisa ter ligação com a minha família? Por que você acha que é um trauma?

— Não, eu só... Chutei. Mas pode não ser. Você gostava da minha irmã né, se ela quisesse poderiam estar juntos hoje.

— Ficar com você estava sendo muito bom  Soph... E então você se mostrou diferente da forma que a gente te conhece.

— Como?

— Invés de legal, extrovertida... Passou a ser um pouco chata, pegajosa... Só que nos afastarmos esses últimos dias me fez sentir falta de estar contigo, mesmo com essa chatice.

— E aí você larga e pega a hora que bem entende?

— Não podia deixar de tentar.

— Não sei Yuri. – abaixei a cabeça. – Não sei se quero ficar com você de novo.

— Então só fique ao meu lado como minha amiga. Pode ser?

— Já estou. – nos olhamos e ele sorriu. Só não sabia até quando eu resistira àquele sorriso.

"Temos tempo suficiente para salvar esse amor?"


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Notas finais do capítulo

Até amanhã ♥



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