Sasuke não sabia o que pensar. Karin nunca havia mencionado com ele o fato de ter uma irmã gêmea. Aliás, conhecia bem a família da falecida esposa e sabia que ela era filha única. Então, a chegada de Karine embaralhou seus pensamentos. Havia algo que ele desconhecera. Por isso, aceitou conversar com a mulher que era idêntica àquela que um dia amou e que perdeu de forma brutal.

— Eu sei que é estranho pra você saber da minha existência. Também não sabia nada sobre Karin antes de minha mãe me contar sobre ela. – Revelou Karine.

— O que sua mãe lhe contou sobre Karin?

— Que ela não tinha condições de criar dois bebês, então deu a minha irmã para uma família com mais posses. Ela viveu com esse segredo, mas no leito de morte me contou a verdade e me pediu para procurar por minha irmã. Infelizmente, quando cheguei a Konoha, fiquei sabendo da morte da minha irmã e os pais dela adotivos também não estão mais vivos. Então, a única pessoa a quem ainda pude recorrer para saber dela foi você. Acho que você é a única família viva de Karin, além de mim.

— Karine, o que quer saber dela?

— Você tem fotos dela? Vídeos? Cartas? Pode me contar histórias sobre ela? Como ela era? Eu tenho tanta curiosidade!

— Bem, eu tenho muitas coisas sobre Karin, mas acho que não poderei dividir com você isso hoje. Tenho um compromisso.

— Ah, claro! Eu não quero atrasá-lo.

— Como você chegou ao meu nome?

— Quando cheguei tinha o endereço da casa dos pais de Karin. Quando cheguei lá, perguntei aos donos do imóvel sobre eles e aí eles me contaram que você, o marido de Karin, havia vendido a casa após a morte dela. Aí fiquei sabendo do acidente dela.

— Entendi. Depois conversamos. Pode me procurar aqui na próxima semana. Agora, eu realmente, preciso ir.

— Pode me dar seu telefone?

— Sim, eu anoto no seu celular.

— Vou ligar para marcarmos da próxima vez.

— Ok, Karine. Nos vemos depois. Boa noite.

— Boa noite, Sasuke.

[...]

Assim que se afastou de Karine, Sasuke olhou para o relógio e notou que a breve conversa o atrasou. Então correu pra casa o mais rápido que pode e pegou a sua mala. No caminho para o aeroporto, pegou engarrafamento e, para piorar, o pneu do carro furou e ele não tinha um step. Então, ligou para a seguradora, mas a ajuda demorou tanto que ele acabou perdendo o voo.

Sasuke ficou agoniado, mas, mesmo assim, tentou comprar um novo voo para o dia seguinte. Queria conseguir chegar pelo menos para o evento à noite no sábado, mas a atendente o informou que não tinha nenhum voo disponível, estavam todos lotados.

O Uchiha saiu do aeroporto se sentindo mal por não poder cumprir sua promessa com Sakura, então, ele ligou para a esposa. Precisava dar explicações.

— Alô. – Disse Sakura assim que atendeu.

— Oi, meu amor. Não tenho boas notícias.

— Algo aconteceu com Indra e Ashura? Com Sarada? Com Saori? – Perguntou Sakura preocupada.

— Não, todos estão bem. Aconteceu comigo. Perdi o voo. Não vou conseguir ir. Me desculpe.

— Não tem voo para amanhã?

— Não, todos estão cheios. Eu sinto muito, Sakura.

— Ah... Você devia ter saído mais cedo, não?

— Alguns imprevistos aconteceram e não consegui.

— Que imprevistos? O trânsito?

— Também. Além disso, o pneu do carro furou, e a irmã da Karin apareceu na Universidade hoje atrás de mim.

— Pera aí... Irmã da Karin? Ela não era filha única?

— Eu também não sabia. Essa moça que apareceu se chama Karine e disse que a mãe dela deu a Karin em adoção por não ter condições de criá-la. Ela me contou que até pouco tempo atrás também não sabia da existência da Karin.

— Entendi. Que infelicidade essas coisas terem atrapalhado o nosso dia. – Lamentou Sakura.

— Eu também sinto muito, Sakura.

— Sente mesmo?

— É claro que sim.

— Essa irmã da Karin é parecida com ela? – Perguntou Sakura curiosa.

— Sim, elas são gêmeas idênticas. – Revelou Sasuke.

— E o que você sentiu ao ver alguém igual à Karin na sua frente? – Questionou Sakura e Sasuke hesitou na resposta.

— Eu fiquei surpreso. Karin já morreu faz tantos anos. Saber como ficariam suas feições com mais anos de vida foi algo que me surpreendeu.

— Só isso?

— Você tá com ciúme?

— Tenho motivos pra ter ciúme? – Rebateu.

— Não tem, Sakura.

— Bem, eu preciso desligar. Nos vemos domingo, Sasuke. Amanhã terei um dia cheio e só ligarei a noite para falar com as crianças. Ok?

— Ok.  Mais uma vez, eu sinto muito.

— Eu também sinto muito. Boa noite, meu amor.

— Eu te amo. – Disse Sasuke, antes de ouvir Sakura desligar o telefone.

[...]

Como as crianças estavam com seus pais, Sasuke resolveu não ir direto para casa e marcar de encontrar com Naruto no bar. Queria desabafar com seu melhor amigo. Assim que o louro chegou, eles pediram cervejas e botaram o papo em dia.

— Você furou com a Sakura? – Questionou Naruto, completamente incrédulo.

— Não foi porque eu quis. Várias coisas aconteceram e perdi o voo. – Se justificou após beber um pouco da cerveja.

— A irmã gêmea da Karin ter aparecido também colaborou né? O que você sentiu?

— Foi esquisito. A Karin morreu, mas ao ver a irmã dela era como se fosse ela. Fiquei surpreso, mas quando ela contou a história eu entendi tudo.

— A Sakura não deve ter gostado de saber que a irmã gêmea da Karin foi te procurar.

— Eu também não gostei que ela veio atrás de mim. Karin devia ficar enterrada onde está. Meu casamento tá em crise e Sakura está mais briguenta do que nunca. Alguém próximo da Karin perto de mim não é bom agora.

— Sakura deve ter sentido ciúme.

— Ela não precisa sentir ciúme de mim. Eu amo a Sakura. Não estamos nos entendendo nos últimos meses, mas vamos resolver.

— O que aconteceu Sasuke?

— Sabe aquela lista anual de 100 pessoas mais influentes? Ela caiu da décima posição para a quinquagésima. Isso acendeu um sinal de alerta na cabeça dela. Sakura começou a pensar que não é mais relevante no que faz e começou a se afastar de mim pra focar no trabalho. Óbvio que eu não gostei. Reclamei. Brigamos. Fizemos as pazes. Brigamos de novo. E até agora estamos nisso. Não somos mais o casal harmonioso de antes.

— Ela já falou de separação alguma vez?

— Não, mas disse que eu não a amo, que não a apoio. Por isso, eu queria ter ido a esse tal evento para mostrá-la que está enganada. Agora, ela pensa que eu não me importo de novo.

— Sasuke, tenta mudar a sua postura. Quando você e a Sakura se reencontraram, ela estava no auge do sucesso dela e largou tudo em Nova York pra viver uma vida com você. Ela fez renuncias por amor e, se ela precisa agora que você seja mais compreensivo, você deveria ser.

— Eu estou tentando.

— Você quer salvar seu casamento?

— É tudo o que eu mais quero.

— Seja o Sasuke que conquistou a Sakura. Se ela se apaixonou por você antes, pode se reapaixonar agora. A relação de vocês está desgastada. Tente reacender a chama! – Sugeriu Naruto.

[...]

No sábado, a agenda de Sakura realmente estava cheia. A digital influencer compareceu a série de compromissos que tinha e o último deles era o lançamento do perfume. À noite, a Haruno se encontrou com Shizune antes de partirem para o hotel em que haveria a recepção para convidados selecionados. Alguns repórteres, perguntaram a Sakura sobre sua família e principalmente por que seu marido não estava ali a seu lado. Então, ela contou que seu marido tinha planos de vir, mas que acabou perdendo o voo de última hora. No entanto, estava tranquila, pois o veria no dia seguinte.

No fim daquela noite, Sakura estava exaustada, mas topou ir beber com Shizune. Queria desabafar com alguém que pudesse compreendê-la. Então, chamou a amiga para o jantar que tinha preparado para Sasuke.

— Tem de tudo do bom e do melhor. Sasuke perdeu um ótimo jantar. – Elogiou Shizune, após se servir.

— Como já tinha encomendado, resolvi não cancelar. Se cancelasse, talvez o restaurante estranhasse e algum repórter de fofoca pudesse publicar alguma notinha sobre o bolo que eu levei do meu próprio marido. – Confessou Sakura.

— Ninguém da imprensa sabe sobre o estremecimento da sua relação com o Sasuke.

— Se continuar do jeito que está, não vai demorar muito e todo mundo saberá.

— Você disse que ele não fez por mal.

— Eu nem sei mais. Não engoli essa história de irmã gêmea da Karin.

— Pelo menos, ele não escondeu isso de você. Ponto pra ele, não?

— Pela sinceridade sim. Mas não sei o quanto ele foi sincero comigo ao falar sobre como se sentiu ao ver alguém tão semelhante à falecida.

— É a irmã dela, não ela. Não tem por que ele ter sentido algo de especial.

— Pode ser, mas tenho minhas dúvidas. Senti que ele estava estranho.

— Tira isso da sua cabeça. Seu marido te ama.

[...]

Naruto ficou até tarde com Sasuke no bar, mas o Uzumaki precisou ir embora porque Hinata ligou o chamando de volta. Então, Sasuke decidiu ficar mais um pouco bebendo. O Uchiha estava decepcionado com ele mesmo por ter magoado Sakura. Enquanto bebia, ele então notou alguém se aproximar e ficou surpreso ao ver que era Karine.

— Que coincidência, Sasuke. Posso sentar com você? – Perguntou Karine.

— Pode. Claro. – Consentiu o moreno.

— Deu tudo certo com o seu compromisso?

— Na verdade, não. Perdi meu voo e não consegui comparecer ao meu compromisso.

— Era trabalho?

— Não, era um compromisso familiar.

— Entendi. Já que nos encontramos de novo, o que acha de me falar um pouco sobre a Karin? Eu confesso que estou muito ansiosa para saber mais coisas sobre a minha irmã. Posso beber com você e te ouvir falar sobre ela. – Disse Karine antes de pedir uma cerveja para ela.

— Que informações você tem sobre a Karin?

— Bem, não são muitas coisas. Sei que ela era idêntica a mim fisicamente, sei que ela casou com você quando saiu da escola, que não chegou a cursar uma faculdade e que registrou a sua filha com outra mulher. Ah, e que morreu num acidente de trânsito.

— Ela se foi cedo.

— Verdade. Como ela era?

— Karin era popular na escola. Todos faziam suas vontades, inclusive, eu. Também era boa aluna. Ela era louca pela família que a criou, uma boa namorada, mas bastante ciumenta. Eu também dei bastante trabalho a ela. Não era fiel e ela fingia que não sabia. Eu a magoei muito. Nem sei como ela foi capaz de aceitar casar comigo. Eu definitivamente não merecia o amor dela.

— Para ter assumido a sua filha, ela devia te amar muito, não?

— Sim, ela me amava muito. Ninguém teria feito algo parecido por mim naquela época. Ela foi corajosa. Com tão pouca idade assumir tanta responsabilidade por causa de um cara que nem a valorizava tanto assim. 

— O que você mais admirava na Karin?

— O companheirismo. Sempre fomos um time.

— E que defeitos ela tinha?

— Além do ciúme exacerbado, acho que Karin era muito impaciente. E também era muito mandona. Os alunos da nossa turma a chamavam de abelha rainha. Ela sabia ser má quando queria, mas tinha capacidade de ser gentil com quem desejava.

— Você acha que ela teria gostado de me conhecer?

— Karine, eu não faço ideia. Talvez, sim. Talvez, não. Ela gostava de ser filha única. Acho que nunca sentiu falta de um irmão, mas ela não te conheceu. Então, vamos ficar sem saber essa resposta.

— Você tem alguma coisa que pertencia a minha irmã ainda?

— Eu tenho uma caixa de coisas. Doei as roupas, sapatos, bolsas, mas deixei algumas fotos e o diário dela.

— Você poderia me dar esse diário?

— Posso emprestar. Dar não. Gosto de guardar essas memórias dela.

— Você ficou de luto por muito tempo?

— Sim, eu fiquei de luto por anos. Karin foi importante pra mim. Eu respeito muito a memória da sua irmã.

— E a sua filha? Ela também tem boas lembranças da Karin como mãe dela?

— Minha filha era pequena quando a Karin morreu. Tem poucas lembranças. Acho melhor você não ir incomodá-la. – Aconselhou Sasuke.

— Ela não considera Karin como mãe mais?

— Ela reencontrou a mãe biológica. Então, não considera mais Karin.

— Que pena! Pensei que teria uma sobrinha pelo menos.

— Karine, sinto muito que você tenha descoberto sobre a Karin tão tarde.

— Você pode me dizer onde ela está enterrada?

— Sim, é no cemitério da cidade, no jazido da família Uchiha.

— Obrigada. Vou visitá-la.

— Leve flores. Karin gostava de receber rosas em vida.

— Pode deixar. Vou levar. Você ainda visita o túmulo dela?

— Vou com menos frequência, mas pelo menos uma vez ao mês.

— E você se casou de novo após Karin ter morrido?

— Sim, eu me casei com a mãe biológica da minha filha. Eu e Sakura tivemos mais dois filhos, que são gêmeos: Indra e Ashura.

— Que legal. Bom saber que você reconstruiu a sua vida. Karin deve estar contente de onde estiver.

— Acho que ela deve ter me odiado quando casei com a Sakura, mas tudo bem...

— Por quê?

— Karin detestava a Sakura.

— Ela tinha razões, não?

— Em parte, tinha. Mas a culpa era minha, não da Sakura. Eu não era uma boa pessoa na época.

— E agora você é?

— A paternidade me deu um upgrade. Com certeza fiquei melhor depois de Sarada.

— Pode me contar como você e Karin começaram a namorar?

— Foi na escola. Não teve nada de especial o início do namoro.

— E o pedido de casamento?

— Também não foi nada romântico. Nos casamos às pressas após Sarada nascer. Foi um período difícil. Acho que quando você ler o diário dela vai entender melhor.

— Você não gosta de falar do assunto?

— Não é isso. Não gosto de quem eu era naquela época.

— Entendi. Melhor eu não incomodar mais você... – Respondeu Karine.

— Tive uma ideia. Venha comigo até minha casa, vou te entregar o diário da Karin. – Convidou Sasuke.

— Ok. – Concordou Karine, então Sasuke pediu a conta e eles partiram.

[...]

Sasuke resolveu levar Karine a sua casa e entregar o diário logo para se livrar da irmã de sua falecida esposa de uma vez por todas. Ele imaginava que se matasse a curiosidade dela, logo a moça iria embora e Sakura não precisaria ficar mais incomodada. Quando chegaram ao seu lar, Sasuke abriu a porta, pediu para a ruiva entrar e esperar na sala, que ele iria buscar o diário de Karin.

Enquanto Sasuke estava fora da sala, Karin reparou na casa dele. Era uma bela residência, cheia de itens luxuosos e tinham alguns porta-retratos em alguns móveis. Pelas fotos, notou que a esposa de Sasuke era bonita e que parecia conhecê-la de algum lugar, demorou um pouco, mas se lembrou de onde reconhecia aquele rosto. Karine já havia visto Sakura em capas de revistas. Quando Sasuke voltou com o diário e lhe entregou, ela fez mais algumas perguntas.

— Aqui está. – Disse Sasuke entregando o diário nas mãos de Karine.

— Obrigada, Sasuke. Devolverei em breve.

— Não se preocupe. Fique o tempo que precisar e me telefone quando for entregar.

— Ah, vi as fotos de sua família espalhadas pela sala. Sua esposa é muito bonita. – Elogiou Karine.

— Sim, ela é muito bonita. – Concordou Sasuke.

— E também é famosa... Eu já a vi em muitas capas de revistas. – Acrescentou Karine.

— Sim, nós temos muito orgulho de quem a Sakura é. – Disse Sasuke.

— Bom, Sasuke, eu já vou. Te ligo quando for devolver o diário.

— Ok. Ah, por favor, se encontrar com a minha esposa pela cidade algum dia não a conte sobre o diário, pode ser?

— Por quê?

— Sakura não sabe da existência desse diário e gostaria que permanecesse assim. Não quero atormentá-la com uma lembrança. – Explicou Sasuke.

— Ela deve odiar a minha irmã. Acho que não seria agradável que ela me visse por aí também, não é mesmo?

— Sakura já sabe sobre você. Contei a ela. Só não quero que saiba do diário porque é algo meu, a materialização de uma ferida minha.

— Entendo. Não vou falar nada. – Concordou Karine.

[...]

Assim que chegou ao hotel onde estava hospedada, Karine começou a ler o diário de sua irmã. Queria muito saber mais sobre Karin e, depois de conhecer Sasuke, também queria saber mais sobre a relação daquele homem com sua gêmea e se tinha algo sobre Sakura no diário. Nas primeiras páginas não havia nada demais. No entanto, lá pela página dez, encontrou algo mais profundo sobre Karin.

“Diário,

Sasuke pensa que me engana. Eu vi a forma como ele olha para Sakura Haruno, a novata. Já tomei os cuidados necessários para lembrá-la qual é o seu lugar na hierarquia do colégio e a quem Sasuke pertence. Sei que meu ciúme o incomoda, mas não consigo controlar. Sinto medo de perdê-lo. Faço qualquer coisa para que nosso relacionamento não termine” 

O ciúme de Karin que Sasuke citara antes estava ali retrato, então Karine pulou algumas páginas até que encontrou um longo desabafo da irmã sobre o casamento com Sasuke.

“Diário,

Não esperava pela proposta que recebi hoje, mas não consegui recusar. Vou me casar com Sasuke. Sempre sonhei com isso, mas confesso que não gostei da forma como tudo aconteceu. Vamos nos casar para encobrir um erro de Sasuke. Ele me traiu com Sakura, ela engravidou e agora eu terei que criar essa criança como minha. O pai dele me procurou com essa proposta e acertou os detalhes comigo. Sasuke não teve coragem de vir falar comigo, está envergonhado, tenho certeza.

Eu aceitei me casar com ele, porque o amo. Financeiramente também será interessante, pois o pai de Sasuke me garantiu que me dará dinheiro por assumir sua neta. Eu prometo me esforçar para aprender a amar essa criança, mesmo que agora só sinta ódio por ela.

Sabe, diário, eu tenho um anel de noivado no meu dedo, mas não foi Sasuke que o colocou aqui. Recebi a joia de meu sogro, que disse que Sasuke estava ocupado demais no hospital esperando Sarada nascer. Esse é o nome do bebê, uma menina.

Estou confusa quanto aos meus sentimentos. É um misto de amor e rancor. Se eu perdoei o Sasuke pela traição? Acho que quero que ele use toda a sua vida para me recompensar pelo sacrifício que estou fazendo agora. Ele precisa me amar muito para apagar toda a humilhação pela qual estou passando.

A cerimônia de meu casamento será apenas no civil, não terei vestido pomposo, festa luxuosa. Não, nada disso terei. Fugaku Uchiha foi bem claro. Vocês casam, se mudam para uma casa alugada e criam a criança com uma mesada dada por mim. Será que o amor do Sasuke vale tanta dor? Eu espero que sim”

Karine chorava ao ler o relato de sua irmã. Certamente, Karin havia sofrido muito na mão de Sasuke Uchiha. Agora, ela precisava saber o quanto.