Kalel - Dança de Sangue escrita por Natan Pastore


Capítulo 4
III




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III

A Taberna da Encruzilhada.

Kalel e Ikram chegaram à taberna acompanhados pela chuva. Os dois haviam caminhado desde o cair da noite e agora já podiam ver o sol nascendo ao longe, seus tons de rosa e vermelho contrastando com o prata e azul noturno. Os pingos de chuva acertaram seus rostos como um alívio da brisa quente que soprava do deserto. Não era uma chuva forte, raramente ocorriam tempestades naquela região do mundo, apenas ocasionais e aparentemente aleatórias quedas d’água.

A dupla e Noken tinham chegado à Encruzilhada, o encontro entre quatro das principais estradas de Maerys. Do norte, vinha a Via Loriana com suas pedras brancas e pavimentação recente, mas eles ainda estavam muito longe da capital, mal tinham adentrado as fronteiras de Lor. Ao oeste, uma estrada mal cuidada e cheia de ervas daninhas se perdia conforme entrava na desolada Saylem, uma planície cinzenta cheia de árvores mortas que começava aqui e se estendia até o oceano. Ao sul, a estrada que os três vinham seguindo até agora, que começava em Al-Faraq e se estendia para dentro do deserto e para essa direção. Por fim, ao leste, uma pequena, mas arrumada, estrada que levava a Athor, uma das maiores cidades lorianas depois de Lor-Al.

A Taberna da Encruzilhada, como os andarilhos assim a chamam, localiza-se bem na interseção entre essas quatro rotas e é um ponto de parada bastante comum para viajantes, soldados lorianos e todo tipo de gente. Uma grande edificação feita de madeira e barro, o estabelecimento possuía três andares: o primeiro era a taberna propriamente dita e os outros dois andares acima funcionavam como uma estalagem com vários quartos. 

“Noken, fique por perto”, falou Kalel ao feral, que soltou um miado de decepção. “Você chamaria a atenção das pessoas erradas ali dentro, companheiro.”

Noken soltou um rugido e saiu correndo na direção de um matagal entre a Via Loriana e a estrada para Athor. Certamente, alguns animais morreriam hoje. Kalel e Ikram tiraram os capuzes e esconderam as armas com o manto, deixando apenas as cimitarras à mostra. Os dois subiram os pequenos degraus de pedra da entrada e adentraram a taberna através da grande e pesada porta de madeira. 

Apesar do horário, o local estava cheio de gente. A entrada ficava oposta a um balcão de madeira envernizada e prateleiras compridas cheias de bebidas na parede atrás dele. De um lado, uma escada de madeira fazia um L levando ao segundo andar e do outro uma portinha de madeira quebrada provavelmente levava a cozinha da taberna e os fundos. Bem no centro do salão estava uma grande lareira numa plataforma de tijolos, o calor de suas chamas esquentando todo o local, o que na verdade não era necessário. Estamos há três passos do deserto e alguém se incomodou de colocar isso aqui, pensou Ikram ao vê-lá. 

Os dois homens rodaram a taberna com os olhos. Haviam quatro grandes mesas próximas a lareira e mais mesas menores espalhadas e perto das grandes vidraças que serviam de janelas. Na maior das mesas, um grande grupo de soldados bebia hidromel e conversava em voz alta, suas vozes poderiam ser ouvidas mesmo da entrada. Pelos tabardos e gibões de cores douradas e vermelhas que vestiam, deveriam ser soldados calerianos. O tipo de gente que os Vastag menos gostavam.

 Num canto próximo a escada, um grupo de três pessoas - provavelmente mercenários - estava sentado em silêncio, todos tomando um caldo quente. Kalel não deixou de reparar nos arcos e espadas encostados na parede próximo a eles. Fora isso, muitos viajantes encapuzados e garçonetes transitavam pelo local. 

A dupla sentou-se numa mesa vazia que ficava o mais afastada possível dos calerianos, tanto para evitar confusões quanto pela gritaria. Kalel sentou-se de frente para a entrada e Ikram de frente para o balcão. Os dois ficaram em silêncio, enquanto o homem careca observava com curiosidade o rapaz ruivo atrás do balcão preparando canecos de hidromel. Fazia quase um ano que os dois não pisavam na Taberna da Encruzilhada, e Ikram nunca tinha visto aquela figura antes.

O ruivo não aparentava ter mais do que vinte anos. Trajava um gibão de couro bem cuidado e calças de algodão. Um colar com uma jóia verde balançava em seu pescoço conforme ele se movia para encher os canecos. Era perceptivelmente forte, provavelmente fora um fazendeiro ou lenhador. Ikram achou os pelos ruivos da rala barba do homem… Interessantes. 

Como se tivesse acabado de ler sua mente, o ruivo chamou uma garçonete para levar os canecos de hidromel para os calerianos. Em seguida, dirigiu-se para a mesa em que os Vastag estavam. Os olhos de Ikram e os dele se encontraram quando ele parou próximo à dupla.

    “Meus senhores, sejam bem-vindos à Taberna”, ele os saudou, falando na Língua Comum com um sotaque fortemente carregado de Arachtor. “Em que posso lhes ser útil?”

    “Um gole de hidromel, sim?”, respondeu Ikram, os olhos fixados no homem. “Como devo chamar-lhe, meu bom rapaz?”

“Todrick, meu senhor”, respondeu ele. 

“Nós também gostaríamos de ter uma palavrinha com a dona da Taberna, Todrick”, falou Kalel. “Diga a Tianna que Kalel e Ikram precisam de informação.”

Todrick esboçou um sorriso, que Ikram achou encantador.

“Certamente, meu senhor”, ele disse e saiu. 

Os dois não tiveram que esperar muito para que ambos os pedidos chegassem. Esgueirando-se da portinha ao lado do balcão, uma mulher de média estatura e longos cabelos prateados pela idade caminhou pelo salão até eles. Com um grande sorriso, ela puxou uma cadeira de outra mesa e sentou-se junto aos Vastag, entregando-lhes dois canecos cheios de espuma e hidromel. 

“Que surpresa maravilhosa!”, exclamou Tianna. “Como sempre, no horário mais comunal do dia.”

Tianna estendeu a mão para Ikram, que depositou um beijo suave nela. Kalel esboçou um sorriso debochado. 

“Olá, Tianna.” 

“Olá, Kalel. Olá, Ikram. Não os vejo a mais luas do que consigo contar”, Tianna pegou os longos cabelos prateados e os amarrou num coque com um pedaço de tecido rasgado. Ela usava um vestido verde desbotado e pequenos brincos da mesma tonalidade do cabelo. Mesmo com algumas rugas de expressão que qualquer humana com seus quarenta anos começava a ter, ela era belíssima e charmosa. “Suponho que a vinda de vocês não é apenas para rever uma velha amiga, certo?”

Kalel engoliu um longo gole de hidromel. Ele precisava ingerir muito álcool para realmente começar a sentir algum efeito da bebida, um caneco cheio não seria problema para ele. 

“Nós precisamos de informação, Tianna.”

“E então vocês vieram à mulher mais informada deste lado do mundo, muito bem feito”, ela falou enquanto bebericava um pouco do caneco de Ikram. 

E certamente a mais convencida deste lado do mundo e do outro também, pensou Kalel. 

“Você já ouviu falar de uma prisão abaixo da Altíssima Catedral em Lor-Al?”, falou Ikram, desviando a atenção de Kalel. 

    Tianna fechou o rosto, as rugas de expressão em sua testa e nas bochechas tornaram-se mais perceptíveis. Ela adotou uma postura séria e devolveu o caneco do careca.

    “Eles a chamam de Prisão Inferior, sim, eu a conheço”, o sorriso em seu rosto deu lugar a um semblante tempestuoso. “Por que o súbito interesse nela?”

Ikram virou o caneco, nada discreto. Era mais fácil para ele discutir negócios com álcool descendo quente por sua garganta. 

“Tem uma garota presa lá”, ele falou quase sussurrando. “Temos que tirá-la da prisão.”

Kalel fuzilou-o com os olhos, ele evidente não tinha gostado da atitude do companheiro em explanar o contrato deles para Tianna, apesar de saber que a mulher era confiável em relação aos assuntos dos Vastag. Ikram não percebeu a encarada, mas se tivesse percebido não teria se importado. 

“Creio que seria mais fácil resgatá-la do inferno do que da Prisão Inferior, mas a uma bela chance dos dois serem o mesmo lugar”, disse Tianna, olhando para o chão. Um sorriso sarcástico quebrou a tensão em seu rosto, mas rapidamente se desfez.

“Conte-nos m…”

Kalel foi interrompido pelo som grave de um caneco quase vazio caindo no chão. Obviamente, vindo da baderna da mesa dos calerianos. O líquido respingou nas chamas da lareira, fazendo suas labaredas crescerem e acertarem a ponta do vestido que uma das garçonetes usava, que começou a pegar fogo. Todrick correu de trás do balcão e apagou o princípio das chamas do vestido da mulher. Os calerianos, bêbados, apenas riram.

“Calerianos de merda”, falou Tianna, mais alto do que eles esperavam. “O que esses filhos da puta tanto fazem tão longe da casa deles?!”

Os Vastag não conseguiram segurar os sorrisinhos. Tanto os calerianos quanto eles estavam muito, muito longe de casa. 

“Provavelmente fugindo da mão de ferro daquele General de merda deles”, falou Ikram, a voz enojada. “Com a ladainha expansionista dele, os soldados têm uma desculpa para passearem onde não foram chamados em qualquer lugar.”

O reino de Caleria, que ficava do outro lado do mundo, em Nakur, lutava para conquistar o maior número de terras possíveis espalhadas pelo globo, desde que a família real fora assassinada num golpe militar organizado pelo Grão-General Caleriano. Agora, o homem comandava o reino e a maior potência militar dos dias de hoje e parecia estar ansioso para mudar sua patente para assumir a posição de imperador. Não bastasse isso, Caleria e o Antro das Adagas tinham uma longa história de inimizade e esfolamentos.

Kalel trouxe o assunto principal de volta.

“Sobre a prisão…”

“Ah, claro, a prisão!”, Tianna parou de fuzilar os calerianos com os olhos e voltou-se à dupla. “Muitos boatos já atravessaram aquela porta e chegaram aos meus ouvidos, mas não posso garantir que nenhum deles seja verdade. A única certeza que tenho é que não conheço ninguém que entrou na prisão e saiu vivo…”

“Até agora”, interrompeu Ikram. 

“A prisão fica numa antiga galeria de túneis construída abaixo da Catedral. A Inquisição utiliza o lugar para torturar e extrair confissões de seus inimigos”, falou Tianna. “Por inimigos, entendam qualquer um que os fanáticos religiosos de Lor considerem um empecilho para a loucura divina deles. Essa garota que vocês têm que tirar de lá… Ela foi acusada de bruxaria?”

Os dois se entreolharam. Ikram fez que sim com a cabeça. 

“Imaginei”, respondeu a mulher. “Os Inquisidores adoram inventar meias verdades para prender e matar qualquer um que não vá de acordo com a fé deles. O que eles menos gostam é de bruxas, druidas, qualquer tipo de herege e garotos que gostam de garotos.”

O homem careca engoliu em seco e colocou as mãos na cabeça, ele estava ansioso. 

“Nós precisamos de informações físicas sobre a Prisão, Tianna.”, falou o Dançarino. “Há alguma entrada fora da Catedral?”

“Eu ouvi dizer que há uma entrada numa das vielas do Bairro Menor. Não sei exatamente onde, só sei que fica perto de um casarão abandonado. O que mais vocês precisam saber?”

“Quão bem protegida essa prisão é?”, perguntou Ikram. 

“Dizem que os Inquisidores mantém um trato com uma milícia da cidade, eles podem fazer o que quiserem dentro dos muros de Lor-Al contanto que sejam discretos e guardem a Prisão dia e noite. Eles não são muitos, mas estão bem armados. E, além deles, tem o Carrasco…”

Kalel não deixou de reparar no tom negativo de Tianna ao citar essa última figura. Ele arqueou as sobrancelhas e aproximou-se da mulher, ela cheirava a ensopado de frango. 

“Qual é o problema com o carrasco?”, perguntou.

“Ele é… Bem… Ele é bastante incomum. Os rumores contam que o homem não vê a luz do sol há décadas e que o trabalho na Prisão o enlouqueceu. Além disso, ele é supostamente bastante criativo com seus métodos de tortura e capaz de quebrar qualquer um, de acordo com o que me foi dito. Se eu fosse vocês, tomaria o cuidado de não serem capturados durante essa invasão que planejam.”

Novamente, os dois Vastag se entreolharam. Tudo o que precisavam saber sobre a Prisão Inferior já lhes fora dito, o resto, poderiam resolver na hora. Se não resolvessem, não havia muita perspectiva após isso. 

“Algo mais?”, perguntou a dona da Taberna.

“Aquele seu empregado, Todrick, quem é ele?”, perguntou Ikram.

“Não sei realmente dizer, Ikram. Ele chegou aqui há alguns meses vindo da Capital. Percebeu o sotaque dele, imagino?”, Ikram sorriu. “O rapaz tem um dom para preparar hidromel e outras bebidas que me agrada bastante.”

“Várias coisas nele são agradáveis, ao meu ver.”

Tianna não conseguiu segurar o riso. Do balcão, Todrick olhou para a mesa em que eles estavam.

“Ah, inegável. Quem quer que tenha feito esse aí, é um artista.”

“Obrigado, Tianna. Você nos foi bastante útil”, agradeceu Kalel, interrompendo o assunto deles.

Tianna soltou um sorriso. Pareceu bem sincero. Ela levantou-se, pegando os canecos vazios da mesa.

“Vocês do Antro costumam viajar à noite, certo?”, perguntou a mulher, retoricamente. “Bom, o sol já está nascendo. Gostariam de descansar em um dos quartos?”

Ikram fechou a porta, Kalel largou suas armas encostadas na parede de tábuas do quarto. A dupla tinha pedido o quarto mais afastado da movimentação da Taberna para descansarem, quanto menos olhos os vissem à luz do dia, melhor. Ikram trancou a porta e largou a chave na pequena mesinha ao lado de sua cama.

O quarto era maior do que os dois esperavam. A porta centralizada só mostrava o grande armário que ficava à sua frente. Em cada canto, uma cama pequena com uma mesinha do lado. Um grande tapete de pele no centro do quarto e uma cômoda com um jarro de água e dois canecos em cima dela. Havia também uma janela na parede em que a cama de Ikram estava, era possível ver Zalearas e o caminho que eles tinham feito até a Encruzilhada. Tianna prontamente lhes disse que a estadia e o hidromel eram cortesia da casa, e os Vastag não se importaram em pagar, afinal, não tinham tantas moedas quanto gostariam. 

Ambos tiraram os capuzes. Kalel despiu-se, ficando apenas com sua fina calça de linho. 

“Acho que deveríamos invadir à Prisão sob a luz do dia”, comentou Ikram, sentado em sua cama e olhando para o companheiro. 

“E por que você acha isso, Ikram?”, respondeu Kalel, virando-se de lado na cama para conseguir ver o rosto do amigo.

“Os milicianos que a Inquisição contratou não devem esperar que alguém ataque antes do anoitecer, seria uma ideia insensata demais. Mas sensatez nunca foi o forte dos Vastag de qualquer forma.”

Kalel ficou quieto por alguns segundos, considerando a ideia.

“Poderia dar certo, provavelmente não haverão tantos de dia. Se chegarmos à Lor-Al no pôr-do-sol do dia de amanhã, passaríamos a noite procurando pela entrada no Bairro Menor e invadimos a Prisão quando o sol nascer.”

Ikram concordou. Os dois ficaram em silêncio. Kalel virou-se para a parede, ambos sabiam que deveriam descansar agora. O Dançarino pensou em Noken, o feral deveria estar caçando alguma lebre ou qualquer coisa que vivesse nas redondezas. Ele não estava preocupado com o animal, Noken sabia tomar conta de si mesmo tão bem quanto o próprio Kalel. E ele os encontraria quando escurecesse, disso ele tinha certeza.  Inexplicavelmente, o felino parecia sempre saber onde encontrá-lo. 

Algum tempo se passou.

“O rapaz, Todrick… Você gostou dele, não é?”, perguntou Kalel, ainda virado para a parede. Ele não sabia se Ikram ainda estava acordado, até torcia para que não estivesse.

“Nem você pode negar que ele é interessante, Kalel”, respondeu Ikram. “Ele ficou nos encarando enquanto conversávamos com Tianna. Isso te incomoda?”

“De forma alguma. Você é livre para foder quem quiser.”

Ikram não respondeu. Kalel ouviu-o puxar o pano que servia de cortina para cobrir a janela e o quarto ficou escuro. Os dois puseram-se a descansar. Horas depois, Kalel observou ainda sonolento seu companheiro sair pela porta do quarto. Esperando no corredor, estava Todrick.

“Seu amante não se incomoda?”, perguntou Todrick, jogando-se na cama de um dos quartos do terceiro andar enquanto Ikram encostava silenciosamente a porta atrás deles.

“De forma alguma. E ele não é meu amante.”

Todrick sorriu. 

“Ele olha para você como se fosse.”

“Vamos evitar falar dele agora, certo?”

Todrick soltou uma risadinha curta e levantou-se. Por alguns segundos, os dois homens ficaram se encarando no meio do quarto. Havia algo sobre o homem careca e tatuado que deixava o ruivo encantado. Ele já tinha percebido o interesse do homem nele antes mesmo de Tianna sugerir que ele o visitasse. 

Ikram aproximou-se dele, colocando a mão em seu pescoço. Ele conseguiu sentir o ritmo de sua pulsação e os pelos dele ficando eriçados. Todrick levou a boca de encontro a de Ikram, beijando-o. Sem interromper o beijo, o Vastag envolveu a cintura do homem com o outro braço e o trouxe mais para perto. Seus corpos juntos como se fossem um, Ikram sentia o volume do homem crescendo. 

Os dois se jogaram na grande cama. Todrick, que estava por cima, tirou seu gibão, revelando o torso esculpido. Ikram correu o dedo desde os pelos ruivos no peitoral, acompanhando a linha que levava a barriga e mais abaixo. O ruivo gemeu e colocou a mão de Ikram entre suas coxas. O tatuado soltou um sorriso malicioso. Em seguida, despiu-se completamente enquanto Todrick levantava-se para tirar a calça de algodão. 

Ainda de pé, ele deixou que Ikram o olhasse de cima a baixo. 

“Tianna disse que quem quer que tenha lhe feito deveria ter sido um artista. Percebo agora que ela estava correta.”

Todrick riu, voltando para a cama e sendo envolvido pelos fortes braços de Ikram. Aquela seria uma longa tarde.




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