Sua Única Opção 2 - O namoro escrita por NatynhaNachan


Capítulo 4
Capítulo 4 - Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Aqui iremos rever um velho conhecido de Sakura , que trará uma certa tesão para nosso chinês de plantão.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/788178/chapter/4

Logo já estavam almoçando os dois casais, juntos, contentes e satisfeitos num belo local ao ar livre, um pouco distante do centro turbulento da capital.

—Então quando viajamos para o ryokan? - Sakura se espreguiçava e agarrava lentamente o braço do namorado para apoiar sua cabeça.

O chinês olhou feio para Eriol, que por sua vez deu um suspiro cansado, olhando para Tomoyo, que permanecia analisando inocentemente seus fios de cabelo.

— Moyo... - O inglês tinha a expressão de quem já esperava por isso. - Você contou à Sakura ?

— Me desculpe, eu deixei escapulir no meio de uma fala espontânea. - Ela foi envolvida por um dos braços do namorado, de modo protetor.

— Já que o estrago está feito...Sim, vamos amanhã . - Ele afagou a face da japonesa . – Gostou da quase surpresa?

— Adorei - Ele a beijou levemente,  e ela acariciou o rosto dele ao quebrar o contato.    

— Ok, podemos dispersar ? - Eriol se levantou com Tomoyo a seu lado. - A lasanha do jantar ficou por conta de vocês e o vinho conosco.

—  Nos vemos mais tarde então. -  Syaoran pegou a mão de Sakura e partiram.

—_____________________________________________________________

O casal sino-nipônico seguiu caminhando pelo parque arborizado que a metrópole escondia em suas entranhas , com lagos e até alguns animais em exposição.

Sakura acabou se adiantando um pouco, com sua animação de sempre, enquanto olhava alguns ursos, distraída, indo para seu lado direito até que esbarrou em alguém.

—Desculpe. - Ela sorriu sem graça e se curvou ligeiramente para um rapaz alto, de cabelos acinzentados e óculos de armação levemente quadrada. - Yukito? - O olhar dela era mais do que surpreso.

O rapaz se virou, a encarou com breve surpresa e sorriu serenamente, a examinando de cima a baixo.

—Sakura-chan!  - O rapaz sorria segundos antes de se abraçar com a moça, que já o enchia de perguntas.

—E como vai? O que anda fazendo? Se mudou para Tokyo também? - Ela nem notou que seu namorado estava se aproximando.

— Estou bem colocando minha arquitetura em prática, e você? – Ele alisava o braço dela quando encontrou um par de olhos avelã o encarando ferozmente; logo retirou o contato. -  Vejo que está com alguém. - Yukito acenou ligeiramente a cabeça, simpático, como sinal de ter notado a presença impositiva de Syaoran já ao lado dela.

— Ah sim! - Sakura deu um passo para o lado, trazendo um Syaoran de olhar ainda penetrante mais para frente. - Esse é meu ...

—Li Xiao Lang, namorado . - Ele puxou o rapaz para um aperto de mão dos mais intimidadores, também convenientemente mostrando a enorme e óbvia aliança de compromisso.

— Tsukihiro Yukito, prazer em conhecê-lo senhor Li. Faço votos de felicidade ;Sakura é uma moça excelente. - Yukito ainda tentava sentir os dedos recém-saídos da mão do chinês, não deixando de encarar amavelmente uma Sakura já corando.- Xiao Lang...Chinês, não é mesmo? - O alto rapaz aproximou-se , um semi sorriso intrigado. - Acho que reconheço o nome da empresa grande e tradicional, se não me engano?

—Exato, minha empresa. – Exibia uma simpatia fria e superficial; estava de braços dados com Sakura. Notou o olhar do arquiteto ainda examinando sua namorada. Não evitou o alteamento da voz. -  Viremos para cá muito em breve. – Syaoran olhou para Sakura num sorriso reafirmador, ela segurando mais forte o braço dele. -E então, de onde se conhecem? – O chinês adquiria uma expressão de ouvinte, examinando a postura de Yukito.

— Bem, sou amigo de Toya há anos e sempre moramos perto um do outro. Crescemos juntos entre tarefas escolares, festivais, feiras e almoços improvisados. - O jovem arrumou suas sacolas no banco ao seu lado desocupado. - Até fingi dar uma de guarda-costas dela por várias vezes, para faze-lo ficar mais tranquilo. – E sorriu exclusivamente para a japonesa.

— Guarda-costas? - Syaoran piscou duas vezes, revezando o olhar entre Sakura e Yukito; dentes já cerrados, notando o declarado interesse do narrador na interlocutora.

— Coisas do Toya pra me afastar de qualquer pretendente quando ele não estava por perto. - A moça olhou para o namorado, revirando os olhos.

— Sempre super-protetor esse Toya. - O rapaz de óculos sorriu mais uma vez. - E ai de mim se eu ousasse discordar.

— Definitivamente um comportamento típico. - Syaoran descruzou um pouco os braços, relaxando.

— Bem , nunca realmente proibi alguém de se aproximar, ela sempre soube se defender muito bem. -  Ele olhou gentilmente para a moça, que sorria bondosamente em retorno.-  De minha parte eu me reservava ao papel de amigo que sempre ouvia, aconselhava e ajudava quando preciso, tentando ao máximo evitar qualquer dano . – Yukito encarou delicadamente as íris dela.

Sakura, por sua vez o olhou com segurança, sua expressão firme e contente.

—Fez isso muito bem. - Ela alargou ainda mais seu sorriso. – E hoje todos os conselhos que auxiliaram minhas decisões me levaram à minha melhor escolha. - Se voltou para Syaoran e beijou a mão do namorado, sorrindo.

Neste ponto o sorriso de Yukito pareceu menos natural.

— Fico contente em ver que estão tendo um bom relacionamento; foi ótimo falar com vocês dois. - Ele buscou a mão livre de Sakura, a pegou e beijou as costas de sua palma por alguns segundos. - Prazer em revê-la – Ele piscou para ela, sorrindo de modo galante. Ela não sabia como reagir, a não ser dar um meio sorriso chocado. - E prazer em conhecê-lo. - Ele recebeu uma expressão rígida do chinês, que o fulminava com o olhar.

O japonês pegou as alças das sacolas de papelão, olhou mais uma vez para trás, sorrindo para Sakura e meneando a cabeça quase displicentemente para Syaoran.

—_____________________________________________________________

— Têm certeza de que a Sakura não gosta de vinho seco? É do melhor tipo, afinal. - Eriol segurava uma garrafa de uma reserva de 1980. - Uma ótima safra , e sua prima só gosta de suco de uva, dos mais doces. - Ele coçava o queixo aristocraticamente.

—Pois eu também tenho um paladar mais afinado com o doce, meu amor, e você sabe. - Tomoyo segurava uma garrafa de um tinto suave.

— Ah, vocês, namoradas, sempre tendo tudo o que querem, como querem. – Eriol roçou seus lábios no dela; já se encaminhavam para a saída do empório.

— E merecidamente, pois suas vidas não teriam razão de ser sem nós. – Ela cutucou a costela do namorado de leve, sorrindo. – E nem a nossa sem vocês. – Ela parou, se colocou na ponta dos pés e roubou um beijo do inglês.

Ele parou de andar, deixou a sacola de papel de lado e a segurou pela cintura; a calçada estava vazia, o por-do-sol se anunciando. O beijo ganhava profundidade.

Ela suspirou fundo e lutou um pouco para se separar dele.

— Eriol-kun, compostura. –Ela se arrumou, afagando de leve os cabelos em ligeiro desalinho. – Não podemos ficar tanto tempo sem nos ver, definitivamente. – Ela sorriu matreira.

Ele teve que usar um pouco mais de auto-controle para se recompor.

— Eu acho que podíamos passar no seu apartamento antes do jantar, não? – Ele recuperou a sacola de vinhos e acariciou uma mecha do cabelo dela. – Temos bastante tempo. – Ele sorriu com um olhar compenetrado direcionado aos lábios dela.

— Acho um ótima ideia. – Ela estendeu sua mão até a dele, e caminharam mais alguns apressados quarteirões até o prédio dela.

—_____________________________________________________________

O casal caminhava em direção ao apartamento de Sakura; ela ainda segurava a mão do amado, depois de terem passado num empório para comprar a massa da lasanha.

—Então esse Yukiyo era um namorado antigo , afinal? Se for, ele AINDA não entendeu que acabou... – Syaoran não evitou bufar nesse ponto. – Ele te encarava como se você fosse a única mulher do mundo, sem se importar de estar na minha frente. – E chacoalhou a sacola que carregava com certa violência;apertou a mão da moça um pouco forte demais, a expressão extremamente contrariada.

 -Aiii Xiao Lang, por favor. – Ele soltou totalmente a mão dela, que a chacoalhou para fazer o sangue voltar a circular. – Não desconta na minha mão por você ter ficado com ciúme. – Ela o encarou com um meio sorriso provocador.

— Desculpa, amor. – Ele resgatou a mesma mão , a acariciando e massageando, voltando a prestar atenção nela. – Não sei se você sabe , mas sou, sim, ciumento; acabei de descobrir. – Ele a encarava firmemente, falando sério.

— Bom,  o YukiTO... – Ela riu de leve. -... Na verdade ele foi só uma paixonite pra quem me declarei... Meu primeiro desapontamento amoroso. - Ela riu de leve. - Mas ele foi doce e sensível comigo na época.

— E qual foi o argumento dele pra te dispensar além da gritante diferença de idade? – Sarcasmo e violência recheavam suas expressões, disfarçadas com um sorriso cínico e paciente.

—  Ele me fez notar que eu só o amava como um membro da família, não como um homem. - Ela chutou uma pedrinha do asfalto enquanto atravessava a faixa de pedestres com ele . - Que eu acharia meu sentimento verdadeiramente forte mais cedo ou mais tarde. - Encontrou o olhar do namorado e o encarou com ternura, já esquentando as faces. – Você.

Syaoran não conseguiu ignorar a fofura e surrupiou um selinho dela.

— Bom,de qualquer modo eu sei o que eu vi agora a pouco : ele claramente se arrependeu de não ter te encontrado depois de adulta. – Ele notou que o rosto dela se contorceu em dúvida. – Ele te olhava de cima a baixo, beijou sua mão demoradamente e nem se importou com minha cara de poucos amigos em momento algum. – O rapaz respirou fundo. – Desculpa me alterar, mas foi difícil não chutar a cabeça dele naquele momento.

Ela sorriu, afagando o braço dele.

— Eu entendo; saiba que também sou ciumenta e não sei como me conteria se fosse o oposto, sinceramente. – Ela suspirou fundo, apertando a mão dele. - Mas não precisa se preocupar, ele pode olhar o quanto quiser, meu olhar e meus sentimentos serão sempre exclusivamente seus, Syaoran. – Ela diminuiu o tom de voz, mas não deixou de olhar fundo nos olhos dele.

Ele mostrou os lindos e brancos dentes,  a segurou pela cintura e a girou agilmente ao seu redor, a fazendo rir audivelmente.

—____________________________________________________________

Já se encontravam aproveitando o jantar que Sakura e Syaoran haviam feito,sentados à mesa, rindo e apreciando os vinhos.

—Então, Eriol fiz ou não fiz você calar essa sua boca cheia de lasanha? - A moça de olhos hortelã limpava orgulhosamente o canto de seus lábios.

— Realmente, ficou ótimo. - Eriol arrumou a armação de seus óculos, elegantemente. - Digamos que vocês até podem sobreviver disso por um tempo depois de se casarem, mas vão enjoar - Eriol sorvia um gole de seu vinho com um sorriso perspicaz no canto de seus lábios; parecia só aguardar o inevitável.

Um ruído alto à mesa deu razão ao inglês.

Sakura havia derrubado seus talheres e quase derramado a taça de vinho no caminho para buscar a prataria do chão. Voltou à mesa com o rosto claramente arroxeado.

— Nervosa? – Syaoran conteve uma risada, mas não um sorriso sedutor, pegando uma das mãos dela para afagar, encarando suas íris cor de menta ainda assustadas. – Pois fique sabendo que minhas intenções são de fazer você a mulher mais feliz do mundo, se você assim quiser, claro. – Ele beijou a mesma mão que segurava, sorrindo amavelmente agora.

“Meu Deus, ele está me pedindo em casamento?Agora?” O coração dela disparou novamente.

— Eu esperaria um pouco mais do que menos de um ano de relacionamento, não, Syaoran-kun? – Tomoyo tentava aliviar a prima em semi-choque, chacoalhando sua taça de vinho e forma sabichona. – Sabe que a arte de se conhecer e merecer ficar ao lado de alguém leva tempo. – Ela deu um meio sorriso brincalhão para o namorado. – Até mesmo Eriol está ainda em período probatório. – Ela afagou as mechas negras dele, piscando , brincalhona.

Ele retribuiu tomando a mão dela para si e a beijando demoradamente, sem quebrar o contato com seus olhos.

— No que depender de mim, não vai demorar muito mais. – Ele parecia devorar Tomoyo com o olhar nesse ponto.

— Bem, - O fio de voz de Sakura voltou a seu tom normal. – Pois podemos todos esperar um pouco mais pela sobremesa, não? – Ela se afastou da mesa, começando a retirar s louça, seguida por um voluntarioso Syaoran.

—________________________________________________________     

Eriol e Tomoyo até tinham o plano de irem passar a noite no apartamento do inglês, mas o desdobramento do jantar foi divertido como não era há tempos.

Então acabaram o resto da noite em jogos divertidos e acalorados pelo vinho consumido : de videogames à cartas e até mesmo histórias de terror locais; fato esse que rendeu uma quieta e medrosa Sakura, que se agarrava ao braço de Syaoran como se sua vida dependesse disso.

 Acabaram dormindo nos colchões que se espalharam pelo chão do apartamento. Sakura na poltrona, Tomoyo no sofá. Eriol de um lado em um futon e Syaoran do outro em um colchonete improvisado, cada um ao lado da respectiva namorada.

Foi de súbito que o relógio do microondas de Sakura disparou, marcando 5 da manhã.

— Hoooeee? - Sakura se desequilibrou e caiu no colo de um Syaoran já desperto.

—Bom dia minha linda. - Ele beijou a bochecha da moça semi-desperta. -Cuidado para não acordar a vizinhança! - Ele sussurrou alto, ele mesmo apenas meio desperto, coçando os olhos ainda apertados. - Vamos, precisamos sair o mais rápido possível. - Ele a ajudou a se encaminhar para o banheiro, meio sonolenta.

Ja Tomoyo já estava em pé e cutucava Eriol de todos os lados, sem sucesso para faze-lo despertar .

Syaoran, vendo a cena, chegou ao lado do amigo e disse a Tomoyo:

— Isso vai ser muito útil para quando se casarem, então aprenda comigo, que fui colega de quarto desse aqui por 4 anos. - Ele se colocou bem acima da orelha do amigo e falou, não muito alto . - Uma aranha!

— TIIIIRA A ARANHA! SOCORRO, TIRA DE MIM! A ARANHA, A... - Ele abriu os olhos e encontrou o amigo arrumando a sala, com cara de paisagem ; Tomoyo estava boquiaberta. - Er...Bom dia. Sim, sofro de aracnofobia, e isso me acorda rápido. Sempre uma bela ideia do Syaoran para reavivar meu trauma.- O olhar do rapaz parecia expressar eu orgulho ferido enquanto tateava em busca de seus óculos.

— Bom, já sei o que usar quando precisar, mas vou tentar evitar... - Tomoyo se pendurou no pescoço dele. - Vai se arrumando, a Sakura tá saindo do banheiro.- Ela o beijou rapidamente e saiu atrás de suas malas no quarto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pois é, por esse segredo aracnídeo de Eriol ninguém esperava. Vamos aguardar a viagem e ver o que pode acontecer na estância de águas termais.
Sugestões e comentários são bem-vindos!
#ficaemcasa#washyourhands



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sua Única Opção 2 - O namoro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.