O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 5
Benjamin


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O legado, espero que estejam bem e em segurança.
Gostaria de agradecer a DudaBlack pelos comentários, você fez o meu dia mais especial com eles.
E preparem o coração pois o capitulo de hoje está repleto te emoções.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos e boa leitura.
Até segunda.



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Mal consegui dormir de ansiedade esperando que amanhecesse, para que pudesse ficar perto do meu imprinting. Quando a vi novamente, foi impossível controlar as reações que a sua presença me causava, meu primeiro instinto foi correr até Melissa, toma-la nos braços e sentir novamente seu cheiro de canela, mas precisava me controlar.

Como minha mãe havia me explicado, não poderia deixar meu instinto falar mais alto, apesar do esforço sobre humano consegui me controlar, mas fui pego de surpresa quando ouvi o coração de Melissa acelerar quando me viu caminhando em sua direção.

—Seja bem-vinda aos laboratórios Thompson senhorita Hastings. - disse cumprimentando-a assim que consegui me controlar.

—Obrigada senhor Thompson. - ela disse nervosa olhando ao redor, tentando evitar contato visual comigo. E compreendia, afinal sabia o quanto Melissa era tímida. - E por favor, me chame de Mel.

—Mel...- disse seu nome de forma devotada enquanto a olhava e ela voltou sua atenção a mim. - Tudo bem, vou chama-la de Mel, se me chamar de Ben, é como todos na empresa me chamam.

—Se não se importar, prefiro chama-lo de Benjamin. - Mel disse e concordei a contra gosto, afinal não iria impor nada a ela. - Porque não gosta de ser chamado de senhor Thompson?

—Porque para mim o único senhor Thompson que existe é o meu pai, não consigo me ver sendo o outro senhor Thompson. Na primeira vez em que alguém me chamou de senhor Thompson, olhei para os lados para ver se meu pai não estava escondido em algum lugar. - brinquei e Mel sorriu.

—Já que estão se entendendo, meu trabalho por aqui acabou. Preciso subir e gritar com alguns alemães. -Cíntia comentou e concordei. - E Ben, não esqueça que ainda tem a reunião com os distribuidores.

—Não estou para ninguém Cíntia. - pedi sem tirar os olhos de Mel.

—Tudo bem, é você que manda. Vou dizer que nem o vi hoje. - Cíntia disse e concordei agradecido.

—Já disse que você é a melhor secretária que podia ter? - questionei desviando os olhos de Mel para ver Cíntia, que era muito mais que a minha secretária.

Ela era a minha amiga.

—Sei disso, mas se vou mentir por você, vou querer um aumento por isso. - Cíntia disse e Mel pareceu ficar surpresa pela sua sinceridade.

—Vou pensar no seu caso. -disse e ela sorriu antes de nos deixar a sós.

—Vocês parecem ser muito amigos. -Mel disse e pelo seu tom de voz, parecia que ela desconfiava de um possível relacionamento além do profissional entre mim e Cíntia.

O que seria um absurdo, afinal Cíntia tinha um namorado que trabalhava no setor de relações públicas da empresa, e eu estava ligado a Mel. Mesmo antes do meu imprinting, só via a minha secretária como uma funcionária, na qual tive a sorte de encontrar uma grande amiga.

—Você não faz ideia, ela deixa o meu dia mais animado. Além de ser uma amiga incrível, uma das poucas que tenho. - disse dando de ombros antes de voltar a minha atenção a Mel, afinal teríamos um longo dia pela frente. -E então Mel, pronta para conhecer seu local de trabalho?

—Sim. - ela disse ansiosa e sorri antes de começar a mostrar a empresa e explicar toda a rotina que a envolvia.

—Quais serão as minhas responsabilidades, Benjamin? - Mel questionou depois que terminou o nosso tour e a conduzia para o local onde seria sua sala.

—Você acompanhará uma parte da produção e fabricação dos medicamentos, enquanto fico responsável pela outra, se algum problema ocorrer em qualquer etapa devo ser comunicado imediatamente. Vou pedir a Cíntia que lhe passe todos os meus números, e lhe entregue o celular e o tablet da empresa, para que possamos nos comunicar mais rapidamente. Daqui há dois meses, vou viajar para verificar as filias da empresa em outros países, e você ficará no meu lugar como responsável técnica daqui. - expliquei e parei de andar assim que meu coração se apertou ao lembrar do nosso afastamento prematuro.

—Está tudo bem, Benjamin? - ouvi a voz de Mel me questionando ao longe e pisquei confuso por ser retirado dos meus pensamentos.

—Sim, só me lembrei de algo. - disse e respirei fundo tentando espantar meus temores. -Por isso preciso que aprenda tudo que puder, se tiver qualquer dúvida não hesite em me perguntar.

—Tudo bem. - ela concordou olhando em meus olhos antes de seguirmos em direção a uma porta de vidro que possuía o nome de Mel em letras brancas, e ouvi seu coração disparar de emoção.

—Seja bem-vinda a sua sala doutora Melissa Hastings, espero que seja muito feliz e realizada profissionalmente aqui. - disse abrindo a porta e incentivando-a a entrar primeiro.

Assim que entrou em sua sala seus olhos se encheram de lágrimas de felicidade, me senti o homem mais feliz do mundo em proporcionar esse momento a ela, o do seu reconhecimento profissional. Melissa olhava a sua sala como se estivesse realizando um sonho de infância, nenhum detalhe escapou despercebido de seu olhar encantado, vê-la sorrindo era a melhor visão do mundo, poderia passar a minha vida inteira admirando-a.

Ela era incrível, a sua timidez e doçura me comoviam, o seu sorriso me aquecia por dentro, me fazendo ficar cada vez mais encantado e senti que os laços do imprinting que nos uniam se fortaleciam ainda mais, era como se estivesse vivendo um sonho que havia se tornando realidade. Nunca achei que iria necessitar de alguém desesperadamente até conhece-la, mas meu momento de contemplação foi interrompido por uma crise de espiro que veio dela.

—Mel, o que foi? - perguntei preocupado me aproximando mais dela que começava a chorar, o que me deixou desesperado. - Porque está chorando? Você não gostou da sala?

—Não é isso...Ela é linda...- ela disse enxugando suas minhas lágrimas e voltou a espirar, de forma descontrolada o que me deixou ainda mais preocupado.

—Mel, por favor. Me diz o que está acontecendo. - implorei apavorado enquanto segurava seus braços com cuidado, tentando impedir que ela caísse por causa dos espirros.

—Alergia...- ela sussurrou entre um espiro e outro e a olhei confuso, afinal não havia nada sobre uma possível alergia em sua ficha de admissão.

—Você é alérgica a alguma coisa aqui? - questionei preocupado e ela espirou antes de procurar algo dentro da sua bolsa.

—As flores...- ela disse antes de voltar a espirar e olhei para as flores como se quisesse atear fogo nelas. Sem dizer uma palavra, a abracei pelos ombros antes de tirá-la da sala com pressa, Mel só não caiu por causa dos espirros, porque a estava segurando.

—Não vamos chegar rápido até a minha sala dessa forma. -  disse e sem cerimônia alguma a peguei no colo.

Assim que minha pele entrou em contato com o seu calor, me senti embriagado.

 A intensidade dessa sensação era tão grande que perdi o ar e as forças, por pouco não deixei Melissa cair, minha fêmea não deveria me afetar dessa forma, pelo menos não era assim que mamãe havia relatado a mim sobre a ligação que tinha com meu pai. Com bastante esforço, consegui controlar minhas reações por estar tão perto do meu objeto de imprinting e segui apressado para a minha sala, pois precisava socorrer Melissa.

—O que aconteceu? -Cíntia questionou preocupada assim que passei por sua mesa como um furacão em direção a minha sala.

—Te explico depois Cíntia, agora me dê um copo de água. -pedi deitando Melissa no sofá de couro preto que havia ali, me sentei ao seu lado e enxuguei as lágrimas que teimavam em cair dos seus olhos. - Mel, você tem algum remédio para a sua alergia? Porque o meu não vai servir para você.

—Dentro da minha bolsa...São as pílulas vermelhas. - ela disse com a voz levemente rouca e a olhei preocupado, afinal aquela rouquidão não devia ser um bom sinal.

—Eu procuro. -Cíntia disse pegando a bolsa de Mel começando a procurar pelo remédio, assim que o achou ela o entregou a mim junto com o copo de água e a ajudei a toma-lo antes dela voltar a se deitar em meu sofá.

—Ligue para os meus pais, Cíntia e diga a eles que preciso que um deles venha até a empresa com urgência, para examinar a Mel. - pedi a minha secretária sem tirar os olhos de Mel.

—Já estou fazendo isso, mas eles não estão atendendo. Acho melhor ir até o hospital e pedir ajuda a alguém. - Cíntia disse preocupada e não esperou a minha autorização para tirar seus saltos e sair correndo da minha sala com eles em suas mãos.

—Vai ficar tudo bem, o remédio faz efeito rápido. - Mel disse suave e apertou a minha mão com cuidado, como se quisesse me acalmar, e foi só naquele momento que percebi que estava tremendo de medo.

Medo de perder a minha fêmea, antes dela ser minha.

Antes de poder nos conhecermos... De nos apaixonarmos... De vivermos o nosso felizes para sempre.

Senti os laços do imprinting que me uniam a Melissa, me puxando em sua direção e ela correspondeu se aproximando de mim. Não conseguia pensar no que estava fazendo, estava apenas seguindo meus instintos de lobo, sedento para voltar a ter sua fêmea em seus braços.

Queria sentir o seu cheiro de canela novamente e a maciez de sua pele.

Queria saber como seu corpo reagiria quando a tocasse, queria sentir o gosto dos seus beijos, e parecia que a minha fêmea sentia a mesma coisa, pois seus olhos cor de mel haviam ficados escuros, como se ela estivesse sendo dominada pelo desejo. Estávamos a um passo de saciar o nosso desejo insano, quando uma voz conhecida me trouxe de volta à realidade.

—Benjamin Elliot. -a voz da minha mãe soou severa e pisquei confuso percebendo que estava a um passo de beijar Melissa, assim que percebeu o que quase havia acontecido, ela corou em um vermelho vivo, que a deixou ainda mais linda e delicada.

O olhar de repreensão da minha mãe era capaz de me assustar em qualquer idade, e por reflexo me levantei do sofá em que Melissa estava.

—Acho melhor ver como a senhorita Hastings está. - meu pai disse suave enquanto olhava para mim e depois para a minha mãe antes de se sentar no local onde estava alguns minutos atrás.

Enquanto meu pai examinava Mel, o irmão mais velho dela, Theo entrou na minha sala acompanhado de Cíntia, extremamente preocupado, mas sua irmã fez questão de tranquiliza-lo. Meu pai assegurou que Mel estava bem, mas que precisava ir para casa, pois estava sensível depois da sua crise de alergia e concordei.

—Me desculpe pelas orquídeas, se soubesse que era alérgica a elas não teria pedindo para que as colocassem em sua sala. - disse mortificado em saber que havia machucado a mulher que deveria proteger.

—Está tudo bem, sei que não deixou as flores por maldade, não precisa se sentir culpado. Afinal, você não sabia que sou alérgica assim como não sabia que você é.  - ela disse suave ao lado do seu irmão assim que o mesmo a ajudou a levantar do sofá.

—Na verdade, deveria sim saber essa informação. Ela deveria estar na sua ficha de admissão. - disse e olhei para Cíntia, indagando o porquê da omissão dessa informação relevante.

—Vou saber o que houve no setor de RH e pedirei para que atualizem a ficha de admissão da senhorita Hastings. - Cíntia garantiu e concordei antes dela sair para saber o que houve.

—Você é alérgica a mais alguma coisa? - questionei preocupado, afinal se pudesse evitaria que isso acontecesse novamente.

—Sou alérgica a flores e a qualquer coisa com cheiro muito forte. - ela disse e desviei meus olhos dos delas para olhar a minha mãe que me retribuiu de forma interrogativa.

—Mamãe teve que se livrar das rosas que cultivava durante anos, e tivemos que usar produtos sem cheiro por causa da Mel. - Theo disse preocupado olhando para a irmã, e sabia que ele estava louco para leva-la para casa.

—Não se preocupe, vou garantir que a sua sala seja livre de qualquer flor ou produtos com cheiro forte. - assegurei olhando nos olhos de Mel e depois no de Theo.

—Obrigado, Benjamin. - ela disse comovida com a minha preocupação.

— Não precisa agradecer Mel e Theo, não se preocupe em voltar, pode tirar o dia de folga. Tenho certeza que tudo que deseja agora é cuidar da sua irmã, só peço que me avisem quando ela estiver melhor, assim posso ficar mais tranquilo.

—Claro e obrigado Ben. Vamos, Mel? - Theo questionou e Mel concordou antes de minha mãe entregar a Theo a bolsa de sua irmã e os dois saírem da minha sala.

Ver Melissa partir era como ter um pedaço de mim arrancando a força, me fazendo perder a respiração e o equilíbrio, só não cai porque meu pai me segurou e perdi a consciência em seus braços.


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