O jantar com a minha família havia sido perfeito, todos se divertiram e gostaram muito do meu namorado o que me deixou tranquila, era como se tudo estivesse tomando seu caminho natural e agradeci a Deus por isso.

Quando entrei em casa, depois que esperei o carro de Ben sair da nossa rua, meus pais me deram um beijo e foram dormir, pois segundo eles o dia amanhã seria agitado e concordei antes de lhe desejar boa noite enquanto ia até a cozinha tomar um copo de água.

—Achei que tivesse ido para casa, Theo? - questionei confusa vendo meus irmãos mais velhos sentados na mesa da cozinha comendo sorvete de chocolate direto do pote.

—Conversei com a Becca, expliquei que como era a última noite do Daniel aqui, queria passar esse momento ao lado dele, ou melhor, ao lado de vocês. - Theo disse e sorri comovida para ele antes de pegar uma colher no armário de louças e me sentando ao lado dos dois para comer sorvete.

—Obrigada por tudo que fizeram hoje...Obrigada por terem tratado o Benjamin da melhor maneira possível, apesar das brincadeirinhas sem graça dos dois. - disse olhando feio para eles que reviraram os olhos enquanto riamos antes de comermos o nosso sorvete.

—Não precisa agradecer fadinha, ele é um cara legal e merecia ser tratado da melhor forma, afinal é preciso ter coragem para enfrentar três homens de uma só vez e ainda no mesmo dia.

—Isso é verdade, o cara te ama mesmo. - Danny disse e concordei antes dele pegar um pouco de sorvete.

—Não vejo homem melhor para ser seu namorado do que o Ben, afinal ele se jogou na frente de um carro sem pensar duas vezes, para te proteger. Qual é o irmão que não deseja ter um cunhado, que seria capaz de tudo para defender a sua irmã? - Danny questionou olhando para o nosso irmão mais velho.

—É o sonho de qualquer irmão. - Theo disse suave antes de comer um pouco de sorvete. - Apesar de ter sido um idiota com ele no começo, porque estava com ciúmes, tenho que admitir que vocês fazem um belo casal e que se amam de verdade.

—Concordo com o Theo. Quando chegamos ao hospital, depois que o pai do Benjamin nos ligou, ficamos apavorados com o que poderia ter acontecido com você, mas ele... A dor que vi nos seus olhos, ao pensar na remota chance de te perder, era tão grande que chegava a ser palpável, Mel...Nunca tinha visto ninguém sofrer daquela forma. - Daniel disse pensando no passado e Theo concordou.

—Eu sei, vi a mesma dor nos olhos dele quando tivemos a nossa primeira briga antes do acidente, e dei a entender que queria terminar. - disse e os dois me olharam surpresos.

—Como é que você vai querer terminar com o Benjamin? Logo agora que consegui arrumar um parceiro para correr?! Já que a Rafa não é adapta de atividades físicas. -Daniel questionou chocado e sorri do seu entusiasmo em estar construindo uma amizade com o meu namorado.

—Porque você brigou com ele? Achei que estivessem bem. - Theo disse preocupado ignorando os protestos do nosso irmão do meio.

—Briguei com o Ben por causa de vocês. Porque o pedi que esquecesse tudo o que me disseram, mas ele passou por cima do meu pedido e isso me deixou insegura. - disse sincera e os dois se olharam antes de colocar suas mãos em cima da minha.

—Nós desculpemos, por ter causado qualquer mal-estar na relação de vocês.

—Prometemos que jamais vamos fazer isso novamente.

—Eu sei e obrigada por estarem ao meu lado sempre. - disse olhando nos olhos dos meus irmãos com carinho.

—Melzinha, você está chorando? - Danny questionou preocupado enquanto tentava controlar as minhas lágrimas, mas não obtive êxito.

—Me desculpe, juro que não queria chorar, afinal esse é um momento feliz, mas... Não consigo acreditar que essa é a sua última noite nessa casa, Danny...Vou me sentir tão sozinha aqui...Quem vai implicar comigo agora? -questionei entre lágrimas e meu irmão sorriu amoroso antes de me abraçar de lado enquanto deitava a minha cabeça em seu ombro.

— Sempre vou implicar com você, Melzinha, não importa onde estiver morando...Nem que tenha que te ligar ou ir até você para isso. - Danny disse amoroso e sorri comovida antes dele beijar o alto da minha cabeça.

—Não importa se moramos aqui ou não, você sempre pode contar conosco para qualquer coisa, afinal irmãos são para isso...- Theo começou a dizer olhando para nós e Danny o interrompeu.

—São para estarem ao nosso lado, para nos levantar em qualquer situação...Resumindo, irmãos sempre estarão juntos para o que dê e vier.-Danny disse suave acariciando meu cabelo e concordei com a cabeça antes de Theo se levantar e vir nos abraçar.

—Eu amo muito vocês. -sussurrei entre lágrimas ainda envolvida nos braços dos meus irmãos.

—Nós também Mel. - eles sussurraram juntos enquanto permanecíamos abraçados, aproveitando nosso último momento juntos naquela casa antes de Daniel se casar com Rafaela.

Ficamos conversando até tarde, enquanto olhávamos o álbum de fotos que vovó havia deixado na sala antes de subir para o seu quarto, enquanto estava lá em cima com Benjamin. A cada página virada do álbum repleto de fotos, era como se um filme passasse em nossa cabeça nos deixando com saudade, mas agradecidos por tudo que compartilhamos e pela infância incrível que tivemos.

 Era difícil saber que em poucas horas, outro irmão iria deixar essa casa para sempre para começar uma nova vida ao lado da mulher que amava, apesar de ficar triste por essa mudança estava em paz, pois sabia que Daniel seria muito feliz ao lado de Rafaela.

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O relógio do meu celular marcava oito horas da manhã e já estava devidamente pronta, o que era um verdadeiro milagre dado ao meu histórico de não conseguir levantar cedo, estava conferindo se meu antialérgico e a seringa de adrenalina, que pertencia ao meu namorado, estavam na bolsa que levaria quando ouvi a voz de Benjamin no andar de baixo, anunciando a sua chegada.

Fui para a frente do espelho, dar uma última olhada no vestido que estava usando e fiquei surpresa com o resultado final. Quando vi o modelo que Rafa havia escolhido para mim, fiquei sem fala, ele era tão delicado e fluido que me senti um anjo quando o coloquei.

O vestido de dama de honra escolhido por ela, possuía o tecido leve rosa claro, acinturado, com um decote discreto e alças finas, possuindo um delicado babado da mesma cor do tecido na parte de cima do decote e para completar havia uma fenda lateral, que não deixava a peça vulgar, ao em vez disso lhe dava a ilusão de asas de borboleta, enquanto revelava a existência de um foro sem desvalorizar a peça, como sapatos escolhi um Sophia Webster butterfly, com asas de borboleta que ajudaram a compor o visual angelical. Já meu cabelo, optei por fazer um coque em estilo traça totalmente desaliado deixando alguns fios soltos, enfeitando-o com flores de strass, já que era alérgica as naturais.

Com tudo certo, sai do meu quarto indo em direção ao andar de baixo onde todos já deviam estar pela zoada que estava escutando, assim que me viram ficaram sem palavras o que me deixou sem graça, pois parecia que nunca haviam me visto na vida.

Quando meus olhos cruzaram com os de Benjamin, percebi que havia um brilho diferente em seu olhar...Era uma mistura de fascínio, amor e encantamento que me deixaram corada o que fez todos rirem. Sem dizer uma palavra, ele se aproximou do último degrau da escada antes de me oferecer a sua mão direita, me ajudando a descer sem tirar os olhos dos meus.

—Melissa, você está simplesmente linda, meu anjo. - Benjamin disse com os olhos brilhando enquanto me olhava encantado e sorri amorosa para ele.

—Obrigada amor. - disse sem graça e sorriu para mim antes de beijar a minha mão com carinho sem tirar os olhos dos meus, me fazendo corar ainda mais.

Sem dizer uma palavra, meu namorado me ofereceu seu braço de forma educada antes de me conduzir para perto da minha família.

—Filha, esse vestido ficou incrível. - Mamãe disse sorrindo encantada me olhando de cima a baixo.

—Obrigada mãe, só não quero chamar mais atenção que a noiva. - disse preocupada, afinal hoje era o dia da Rafa e de mais ninguém.

—Não se preocupe com isso amor, a Rafaela vai ter a atenção que merece...Assim como você, que terá toda a minha atenção a manhã toda. - Benjamin disse amoroso e sorri agradecida por suas palavras, afinal mais do que ninguém ele sabia o quanto esse dia havia sido temido por mim, mas nunca imaginei que o teria ao meu lado nesse momento.  

—Você está linda filha. - meu pai disse carinhoso enquanto sorria orgulhoso para mim e Daniel concordou.

—Obrigada, mas a escolha da Rafa e por favor, parem de ficar me olhando desse jeito porque estão me deixando sem graça. - implorei envergonhada escondendo meu rosto quente e provavelmente corado no braço do meu namorado, fazendo todos rirem enquanto Benjamin beijava o alto da minha cabeça.

—Abelhinha...Você está tão linda que parece uma fada. - vovó disse emocionada depois que todos pararam de rir e sorri agradecida para ela.

—A Athena tem razão, meu amor, você está parecendo uma fada, só faltou as asas.

—Olhe para baixo, querido. - disse suave levantando um pouco a barra do meu vestido para que ele pudesse ver os meus pés e Benjamin sorriu surpreso ao ver meus saltos

—Retiro o que disse, querida. - Ben disse sorrindo e beijou a minha bochecha com carinho antes dos meus pais dizerem que estava na hora de irmos ou chegaríamos atrasados ao casamento.

Daniel e Rafaela iriam se casar, na mesma igreja que nossos pais haviam se casado anos atrás, e sabia o quanto voltar para aquele lugar devia reviver várias memórias neles.

—E vocês dois, pretendem se casar quando? - vovó questionou no banco de trás olhando nos olhando pelo espelho do carro e corei sem graça pela pergunta constrangedora dela.

Vovó havia feito questão de vir no carro conosco alegando que queria conhecer melhor o lobinho da neta dela, mas sabia que isso era só uma desculpa dela.

—Vovó, pelo amor de Deus. -pedi sem graça por seu comentário, virando para vê-la enquanto Benjamin ria ao fazer uma curva.

—Pelo amor de Deus, porque abelhinha? Isso é simples... Lobinho, você não ama a abelhinha? - vovó questionou olhando para Benjamin pelo espelho do carro.

— Amo, Athena.

—E você, abelhinha, ama o seu lobinho?

—Amo Vovó, mas o nome dele é Benjamin e não lobinho.

—Ele não se incomoda que eu chame assim ou se incomoda? - ela questionou olhando para Benjamin.

—Não Athena, acho divertido.

—Viu abelhinha, lobos não se incomodam de serem chamados de lobos, é algo natural para eles. - ela disse dando de ombros e gemi resignada, pois parecia que ninguém iria mudar o pensamento da minha avó e até o meu namorado parecia ter aceitado o “apelido” carinhoso que havia recebido dela.- Voltando ao assunto, se você se amam tanto deviam aproveitar que estamos indo para uma igreja celebrar o amor do Danny e da Rafa, para celebrarem o seu também.

E fiquei sem reação enquanto tentava processar a sugestão mirabolante da minha avó, para aproveitarmos o casamento do meu irmão do meio para nos casarmos, enquanto pensava em uma resposta adequada, que não magoasse os seus sentimentos, meu namorado começou a falar de maneira gentil, interrompendo meus pensamentos.

—Sei que quer a nossa felicidade Athena e agradeço por isso, mas hoje não é sobre mim ou a Melissa, muito menos sobre o nosso amor. Hoje é o dia para celebrarmos o amor do Danny e da Rafa, como você mesma disse, e não se preocupe porque vai chegar o dia, em que eu e Melissa, celebraremos o nosso e você será a convidada de honra.- meu namorado disse e minha vó sorriu satisfeita, antes de voltar a sua atenção para a paisagem que passava na janela do carro.

—Como vocês ficaram tão amigos de repente? -sussurrei para ele assim que percebi que minha avó estava distraída.

—Athena me ligou ontem depois que cheguei em casa, para saber se não fiquei chateado por ela ficar me chamando de lobinho e conversarmos por horas. - ele disse e fiquei confusa, afinal como vovó havia conseguido o telefone do meu namorado.

—Vovó, a senhora pegou o meu celular ontem? - questionei virando para vê-la.

  -Foi apenas um empréstimo, precisava falar com o lobinho e o senhor google não me ajudou nisso. Você ficou chateada, porque ficamos amigos? - ela questionou confusa e balancei a cabeça negando, pois jamais poderia ficar zangada com a minha avó.

—Não vovó está tudo bem, mas da próxima vez é só me pedir.

—Não vou precisar mais, o lobinho adicionou o número dele no meu celular na opção de contatos favoritos hoje de manhã.

—Assim ela vai poder conversar comigo sempre que quiser. - Ben me explicou e sussurrei um obrigada a ele, por está sendo tão gentil e atencioso com a minha avó. Como resposta, Benjamin me deu um lindo sorriso que fez meu coração acelerar de emoção.

Assim que chegamos à igreja vovó fez questão de ir na frente, mesmo Benjamin insistindo que poderia muito bem entrar conosco, com certeza era a maneira dela de nos deixar a sós.

—Pronta, meu anjo? - Benjamin questionou assim que abriu a porta do passageiro para mim.

—Nem um pouco... Se não fosse pelo meu irmão e pela Rafa, nem viria, só para não ter que ver as minhas tias...Elas são sempre tão cruéis comigo. - disse nervosa enquanto olhava para os meus pés.

Com carinho, Benjamin levantou o meu queixo com o indicador para que pudesse ver seus olhos castanho escuros e tinha que admitir, que ele havia ficado lindo naquele terno de caimento perfeito, e olha que já estava habituada a vê-lo usando terno no dia a dia.

—Você não está mais sozinha, minha linda, para precisar temê-las. Você tem a mim, agora e para sempre...E eu jamais vou te deixar sozinha. - ele jurou olhando nos meus olhos.

—Prometi?

—Prometo, amor. - Benjamin jurou antes de se inclinar para me beijar com carinho.

Depois que estava mais calma, sai do carro e caminhei de braços dados com Benjamin em direção a igreja, assim que entramos nos tornamos o centro das atenções, principalmente dos meus parentes que logo começaram a cochichar entre si, provavelmente tentando descobrir quem era o meu acompanhante misterioso, afinal não o havia apresentado a ninguém. Respirei aliviada assim que meu namorado sugeriu que nos sentamos ao lado de Becca e da minha avó, que estavam nos primeiros bancos, evitando assim que notasse os olhares de todos em mim.

Benjamin foi extremamente atencioso comigo, tentando me distrair e estava dando certo, quando a cerimonialista veio nós chamar, eu e meu sobrinho Hunter, para ocuparmos nossos lugares ele fez questão de me acompanhar, cumprindo assim a promessa que havia me feito no carro.

Toda a cerimônia havia sido linda, os noivos choraram em vários momentos, principalmente durante seus votos, que emocionaram a todos. Após o termino da celebração fomos para a casa de eventos onde seria a recepção e agradeci aos céus por termos ficado na mesma mesa que meus pais e a minha avó, distantes das minhas tias. Me diverti muito com Benjamin a manhã toda, que contava histórias engraçadas da sua infância enquanto almoçávamos, mas a minha felicidade durou pouco, pois assim que meus pais e minha avó foram cumprimentar alguns convidados, minhas “tias adoradas” acenaram para mim antes de caminhar em nossa direção.

 Apavorada com a possibilidade daquele encontro que me aterrorizava a meses, olhei para todos os lados procurando um lugar para me esconder, sobrando como única alternativa  ficar em baixo da mesa, mas antes que pudesse me jogar embaixo dela senti alguém segurando a minha mão e seria capaz de reconhecer o calor daquelas mãos em qualquer lugar.

—Está tudo bem meu anjo, você não está sozinha. - Benjamin repetiu olhando em meus olhos assim que olhei para o seu rosto e concordei.

—Melissa, querida estava agora mesmo comentando com a Virginia, o quanto seu amigo foi gentil em acompanhá-la ao casamento do Daniel. - tia Helena disse sorrindo falsamente enquanto nos olhava e a olhei ofendida, afinal ela estava praticamente dizendo que eu não tinha capacidade de arrumar um namorado como Benjamin.

—Obrigado pelo elogio senhoras, mas não sou só o amigo da Mel, sou o namorado dela. -ele disse sorrindo educadamente para as duas que ficaram confusas.

—Isso é sério? - tia Virginia questionou chocada enquanto olhava para nós dois e tia Helena balançou a cabeça negando.

—Claro que não, Virginia. Melissa sempre viveu com a cara enfiada nos livros, nunca que ela poderia arrumar um namorado desses. Se fosse a Soraia...Era outra história. - tia Helena disse e desejei que um buraco se abrisse para que pudesse me esconder dentro, pois odiava quando elas começavam a me comparar com a minha prima de quarto grau Soraia, que possuía a mesma idade que eu.

—Verdade, Virginia. Você devia conhecer a Soraia, tenho certeza que irá se encantar com...- tia Virginia começou a dizer, mas Benjamin a interrompeu.

—Agradeço e entendo a preocupação das senhoras, mas não estou interessado em conhecer a Soraia ou qualquer outra mulher, que acham que possa me encantar. Sou completamente apaixonado pela Melissa e não existe qualquer outra mulher ou pessoa na face dessa terra, que mudará os sentimentos que sinto por ela. - Benjamin disse educado e frio olhando para as minhas tias, antes de se levar e oferecer a sua mão direita a mim. - Agora se nos dão licença, preciso dançar com a minha namorada, afinal ela está linda demais para passar a festa toda sentada.

Sem dizer uma palavra segurei a sua mão e me deixei ser guiada para a pista de dança, onde logo começou a tocar a musica que havíamos dançando em nosso primeiro encontro.

—Obrigada por ter me defendido delas. - disse com meus braços em volta do pescoço de Benjamin enquanto dançávamos no nosso próprio ritmo.

—Não precisa agradecer meu anjo, sempre vou te defender não importa de quem seja. - ele jurou olhando em meus olhos e sorri antes de beijá-lo com carinho, sem me importar em fazê-lo na frente da minha família.

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—E então, o que achou da minha família? - questionei enquanto Benjamin dirigia ao entardecer enquanto voltávamos da festa de casamento sozinhos, já que vovó preferiu voltar com meus pais.

—Gostei de todos, menos das suas “tias adoradas”, ela são horríveis Mel, agora entendo porque você temia encontra-las.

—Eu sei, mas você foi maravilhoso, se comportou como um verdadeiro lorde inglês. - elogiei e ele sorriu convencido me fazendo rir.

—Vamos dizer que deixei os cinquenta por cento da dona Leah em casa, e só sai com os cinquenta porcento do senhor Elliot. -ele brincou e foi impossível não rir da sua piada. - Adoro te ver sorrindo, é o melhor som do mundo, meu bem.

—Obrigada, amor. E você se divertiu?

—Muito, principalmente na parte em que as suas “tias adoradas”, ficaram chocadas quando o buque da Rafa caiu no seu colo. - Benjamin disse e sorri concordando enquanto olhava para o buque de flores artificiais que estava no meu colo.

—Verdade, foi muito engraçado. Nós dois seremos o assunto da festa por um bom tempo. - segredei e notei que o carro estava parando no acostamento o que me deixou preocupada.

Mas antes que pudesse questionar o porquê de pararmos, ouvi Benjamin gemer de dor antes de apoiar a cabeça no volante, o que me deixou apavorada.

—Amor, o que está acontecendo? - questionei apavorada antes de tirar o meu cinto e ajuda-lo a se sentar novamente no banco do motorista. Assim que olhei o rosto extremamente pálido e suado de Benjamin soube que algo não estava certo.

—Por favor, Benjamin, me diz como posso te ajudar. - implorei entre lágrimas enquanto segurava a sua mão fria, tentando lhe dar alguma tipo de apoio.

—Você precisa ligar para os meus pais... Precisa dizer a eles...- ele sussurrou sem forças antes de gemer novamente de dor enquanto segurava a minha mão, me deixando desesperada por vê-lo sofrer sem poder fazer nada.

—Tudo bem, estou aqui com você. - sussurrei entre lágrimas enquanto acariciava o seu rosto com a minha mão livre. - O que preciso dizer a eles, amor?

— Precisa dizer a eles... Que meus irmãos de bando...Estão me deixando...- ele sussurrou sem forças antes de desmaiar em meus braços, me deixando assustada e sem entender o que estava acontecendo.