O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 42
Melissa


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O Legado, espero que todos estejam bem e seguros.
E se preparem porque o capitulo de hoje está cheio de emoção.
Sem mais delongas, fiquem com o capitulo de hoje.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos e boa leitura.



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Quando abri meus olhos fiquei confusa por ver a mãe de Benjamin ao meu lado, ainda mais em um quarto de hospital, mas ela me tranquilizou antes de me contar o que houve e foi então que me lembrei de tudo que havia acontecido.

Desde a minha ida até o restaurante onde encontrei meu namorado na porta, até a pequena discussão que tivemos porque ele havia quebrado a promessa que havia me feito, a qual me deixou extremamente nervosa e magoada com ele. Sentimentos que não duraram muito em meu coração, afinal amava Benjamin e sabia que ele jamais faria algo com a intenção de me magoar, por isso precisava vê-lo e pedir desculpas pelas coisas que havia dito.

Assim que ele entrou no quarto acompanhado do seu pai, que havia ido lhe buscar a meu pedido, meu coração acelerou de felicidade e amor, por ver que ele estava vivo apesar de ter machucado o ombro quando me salvou do atropelamento.

Abraçar Benjamin e beijá-lo depois de tudo que passamos, havia sido a melhor sensação do mundo, era como se estivesse sendo beijada pela primeira vez, e coincidentemente estava sendo pelo mesmo homem.

O homem que amava e que havia arriscado a própria vida, sem pensar nas consequências, para me salvar.

No momento em que a minha família chegou ao hospital, os pais de Benjamin fizeram questão de esperá-los do lado de fora do meu quarto para lhes informar sobre o meu estado, acalmando-os antes de me verem, afinal não podia passar por nenhuma agitação que poderia desencadear a terrível dor de cabeça que senti quando acordei, uma reação natural a pancada que levei no acidente.

—Melissa...- mamãe disse entre lágrimas assim que entrou no meu quarto e veio me abraçar com carinho, já meu pai foi abraçar Benjamin enquanto lhe agradecia por ter salvado a minha vida.

Ver meu pai abraçando meu namorado e tratando-o pelo nome como se o conhecesse, me deixou confusa, pelo que sabia os dois nunca haviam se visto na vida. Mas provavelmente toda aquela cordialidade, deveria ser resultado do fato de que ele havia salvado a vida da sua filha.

Uma cordialidade que havia se estendido até os meus irmãos, principalmente Theo, que

não parecia se incomodar com a presença de Benjamin no quarto, quando chegou a vez dele me ver, pois não podia receber muitas pessoas ao mesmo tempo.

—Vou deixar vocês dois conversarem a sós, sei que tem muita coisa para falarem. Qualquer coisa estou no sofá. -Benjamin me prometeu cansado e concordei antes dele beijar a minha testa com carinho, indo se sentar no sofá que havia ali.

—Tem certeza que a presença do Ben, não vai te incomodar? - questionei olhando para o meu irmão depois que meu namorado foi se sentar no sofá.

— Melissa está tudo bem, se não fosse por ele você nem estaria aqui. - Theo disse com os olhos vermelhos como se estivesse prestes a chorar. - Deus, não quero nem pensar no que poderia ter acontecido...Não suportaria saber que algo de ruim aconteceu com você e que as últimas coisas que lhe disse haviam sido tão ofensivas...Melissa, eu me arrependo tanto de tudo o que disse ontem.

—Está tudo bem Theo. - disse amorosa enquanto segurava as mãos do meu irmão, tentando tranquiliza-lo de alguma forma.

—Não Mel, nada está bem. Sinto tanto pelas coisas horríveis que lhe disse ontem, jamais deveria ter colocado em dúvida a sua integridade profissional e muito menos a pessoal, agi como um idiota porque estava com medo de perder a minha irmãzinha. Foi preciso que outra pessoa, que parece conhecê-la melhor do que eu, que a vi nascer e cresci, me abrisse os olhos para tudo o que estava fazendo de errado, que poderia resultar na minha irmã caçula me odiando pra sempre e não quero isso...Não quero que você me odeie, porque me deixei levar pelo que acreditava estar fazendo por amor, mas na verdade só estava impedindo-a de viver e crescer. Você seria capaz de perdoar o idiota do seu irmão mais velho? - Theo questionou entre lágrimas e sorri com amor para o meu irmão.

—Sim. Eu jamais ficaria magoada por muito tempo com você ou com o Danny, afinal vocês são meus irmãos e os amo muito. - disse entre lágrimas e ele me abraçou com carinho selando assim o nosso momento de perdão.

Naquele momento agradeci a Deus por ter me protegido e a Benjamin também, por me permitir ver o arrependimento sincero dos meus irmãos, que só estavam tendo me proteger da maneira errada, mas agora poderíamos passar uma borracha em tudo que havia acontecido ontem e começarmos de novo.

—Segui o conselho que o seu namorado me deu hoje cedo, pesquisei sobre a sua carreira profissional e Mel, você é incrível...Porque nunca nos contou sobre os seus feitos acadêmicos? - meu irmão questionou assim que nos separamos, ainda surpreso pelo que deve ter encontrado em suas pesquisas.

—Achei que vocês não se interessariam pelo que estudava. Além do mais, todos tinham a sua própria vida e carreira para dar conta, para ficarem se preocupando com os meus interesses acadêmicos.- disse e meu irmão mais velho revirou os olhos antes de começar a me contar sobre o que havia achado sobre mim na internet e do conteúdo da entrevista que concedi para o Pharmacy Periodic, o periódico mais conceituado na aérea de farmácia.

Enquanto ouvia meu irmão falar com os olhos brilhando de admiração e orgulho, pelos meus feitos acadêmicos, olhei agradecida para o meu namorado que havia pegado no sono enquanto estava sentado no sofá do quarto, resultado do dia movimento e exaustivo que tivemos, por ele ter aberto os olhos do meu irmão mesmo tendo passado por cima do meu pedido.

Meu irmão ficou comigo até o médico entrar no quarto, anunciando que o horário de visitas estava terminando e que apenas uma pessoa passaria a noite comigo, logo comecei a minha família do lado de fora discutindo para saber quem ficaria, mas as vozes elevadas do corredor estavam me dando dor de cabeça.

—Que foi minha linda? -Benjamin questionou preocupado assim que percebeu que franzi a testa de dor.

Desde que havia vindo me ver a meu pedido depois que acordei do acidente, Benjamin não havia saído do meu lado por nada o que me deixou preocupada, afinal ele aparentava estar tão cansado e machucado, apesar de garantir que não.

Tentei a todo custo convencê-lo a ir para casa descansar um pouco, mas não obtive êxito, como não queria discutir novamente com ele, apenas aceitei agradecida que Benjamin ficaria ao meu lado até que recebesse alta do hospital.

 - A sua cabeça está doendo? - ele questionou preocupado sentado ao meu lado.

—Sim. - sussurrei tentando respirar fundo, vendo se assim a dor passava.

—Vai ficar tudo bem, meu amor, vou chamar o médico. -ele disse preocupado antes de se levantar e apertar um dos botões da máquina, a qual estava conectada, responsável por me monitorar durante minha permanência no hospital. Logo o médico entrou no quarto e Benjamin lhe informou sobre a volta da minha dor de cabeça, em seguida ele disse que iria falar com a minha família lá fora, mas nos seus olhos vi o quanto ele estava relutante em me deixar sozinha.

—Pode ir tranquilo meu amor, vou ficar bem. - assegurei olhando em seus olhos e Benjamin concordou a contra gosto, em seguida ele segurou a minha mão direita e beijou-a com carinho antes de sair do quarto, me deixando a sós com o médico.

—Vou lhe dar um anti-inflamatório leve que pode lhe deixar sonolenta, mas não se preocupe porque isso é normal, trate apenas de descansar para poder se recuperar mais rápido. - o médico disse gentil enquanto apertava um botão diferente daquele que meu namorado apertou.

—Obrigada doutor Martins. - agradeci depois que li seu sobrenome no seu jaleco antes de cair no sono profundo.

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Abri os olhos antes de piscar várias vezes, tentando adequar a minha visão a luz fraca do quarto que me incomodava. Logo senti uma mão quente e macia envolvendo a minha, sorri virando para o lado reconhecendo a quem pertencia aquela mão e seu calor.

—Oi meu anjo, achei que fosse dormir à noite toda. -Benjamin disse suave sentado em uma cadeira ao lado da cama antes de acariciar minha testa com carinho. -Como se senti, meu amor?

—Bem, a minha cabeça parou de doer. - disse totalmente desperta enquanto olhava para o quarto tentando saber que horas eram.

—Que bom, fico mais tranquilo em saber que está bem. - Benjamin disse suave e percebi que ele havia mudado de roupa e que não estava mais usado a tipoia azul de mais cedo.

—Seu braço já está melhor? -questionei confusa, afinal ninguém se recuperava de uma leve torção tão rápido.

—Já, disse para você que não precisava ficar preocupada. A tipoia foi só o instinto zeloso do meu pai em cena. Meus pais, Ária e Cíntia, vieram vê-la mas você estava dormindo, então eles te deixaram um beijo- ele explicou e agradeci, enquanto entendia que provavelmente seus pais ou sua irmã devem ter trago outra muda de roupa para Benjamin, antes do seu celular começar a vibrar em cima do criado mudo que ficava ao lado da cama do hospital.

Sem soltar a minha mão, Benjamin alcançou o telefone com a mão livre antes de ver quem estava lhe mandando mensagem.

—São seus pais mandando mensagem, eles querem saber se você já acordou. Quer falar com eles, amor?

—Sim, mas será que não está tarde demais? Não quero incomodá-los.

—Tenho certeza que eles não irão se incomodar em ouvir a sua voz. - ele disse suave antes de desbloquear o telefone e ligar para os meus pais, o que me deixou confusa.

Afinal, desde quando Benjamin tinha o número deles?

—Oi Sophia...Sim a Mel acordou e está sem dor...Por isso que liguei, ela gostaria de falar com vocês. - ele disse suave e sorriu antes de me passar o telefone.

—Oi mãe. - disse assim que coloquei o telefone na orelha e a ouvi chorar do outro lado da linha.

—É tão bom ouvir a sua voz novamente filha, fiquei tão preocupada quando fomos nos despedir e você estava dormindo novamente, achei que algo de ruim tivesse acontecido, mesmo que o doutor Martins nos assegurasse que não. - mamãe disse preocupada do outro lado da linha.

—Estou bem mãe, o médico me disse antes de adormecer que o remédio me deixaria sonolenta, mas que isso era bom, afinal precisava descansar para me recuperar.

—Isso é verdade. - ela disse e ouvi meu pai no fundo pedindo para falar.

—Abelhinha, como você está? - papai questionou preocupado comigo assim que mamãe colocou no viva voz.

—Estou bem pai, sem nenhuma dor de cabeça. - assegurei e os dois respiraram aliviados.

—Que bom, ficamos preocupados com você depois que voltou novamente a dormir, mas Benjamin passou a noite toda nos mandando mensagem, nos atualizando do seu estado e sobre o que doutor Martins falava quando a visitava durante sua ronda. Você escolheu o rapaz certo, querida. - meu pai comentou e corei sem graça agradecendo por Benjamin não poder ouvir a nossa conversa.

—Eu sei pai. - disse concordando ainda sem entender, como meu namorado havia sido o escolhido para passar a noite comigo no hospital.

Conversei mais um pouco com meus pais até olhar para a máquina que estava me monitorando, percebendo que já passava das dez e meia da noite, considerei que já estava tarde demais para ficar conversando com meus pais que deveriam estar exaustos do dia estressante que tivemos hoje. Me despedi dos dois lhes desejando boa noite,  assegurando que estava bem antes de desligar e entregar o celular para o meu namorado.

—Eles ficaram mais tranquilos, depois que ouviram a sua voz?

—Sim, eles estavam muito nervosos...Me sinto uma péssima filha por deixá-los preocupados desse jeito. - disse culpada e Benjamin beijou a minha mão com carinho.

—Você não é uma péssima filha Mel, o que aconteceu foi um acidente e ponto final. Como diz a minha avó, é função dos pais sempre se preocuparem com os filhos, não importa a idade que eles tenham. -ele segredou olhando em meus olhos e concordei antes de lhe fazer a pergunta que estava martelando em minha cabeça.

—Como conseguiu ser o escolhido para passar a noite comigo no hospital? - questionei curiosa e ele sorriu malicioso o que me deixou confusa.

—Disse para o doutor Martins que era o seu “marido”, por isso tinha mais prioridade de passar a noite com você que todos da sua família. Se alguém lhe perguntar, você é a minha senhora Thompson. - ele segredou sorrindo como se estivesse feliz em fingir ser o meu marido.

—Você é doido, Benjamin...Não acredito que mentiu para o médico?! E a minha família, como eles deixaram você ficar sem reclamar? -questionei curiosa e ele sorriu orgulhoso, como uma criança pequena que iria contar a sua mais nova travessura do dia.

—Conversei com seus pais antes, eles já estão de idade e seria desconfortável para ambos passarem a noite aqui. Foi difícil convencê-los, mas consegui, com tanto que mandasse mensagem de meia em meia hora para atualizá-los sobre o seu estado e que ligasse assim que você acordasse. Com a confirmação deles pude ficar aqui com você, já que legalmente namorado não é parente, o que é um absurdo. - ele disse indignado e sorri da sua revolta.

—Mas dei entrada no hospital com meu nome de solteira, como esse fato se explica nessa sua história mirabolante, Benjamin Thompson? -questionei curiosa para saber o desenrolar daquela história e ele sorriu se divertido com o meu interesse.

—Disse que havíamos chegado a pouco tempo da lua de mel e que você ainda não teve tempo de atualizar seus documentos para incluir meu sobrenome.

—Não acredito que o médico caiu nessa história.

—Nosso sobrenome tem credibilidade, querida. - ele disse dando de ombros e foi impossível não rir do seu comentário.

—Mel Thompson...-disse experimentando como soaria meu nome, se realmente fosse casada com Benjamin. - Você acha que combina?

E a chama que vi nos olhos de Benjamin, a mesma que sempre via e não sabia o que era, tomou conta dos seus olhos castanhos, deixando-o ainda mais lindo e sexy do que ele já estava naquele suéter azul escuro.

—Você nasceu para usar esse sobrenome, Melissa. -ele disse com a voz rouca enquanto me olhava nos olhos com devoção.

—Honestamente...Eu também acho. -segredei sorrindo e ele sorriu com amor antes de se inclinar para me beijar com carinho.

Fiquei conversando com Benjamin até pegar no sono novamente só despertando de manhã durante a visita do doutor Martins, que me levou para repetir os mesmos exames que havia feito quando dei entrada do hospital, com o resultado em mãos que comprovavam que  poderia receber alta, já que o inchaço na minha cabeça estava diminuindo com a medicação, mas teria que voltar daqui há quatro dias para ser novamente avaliada. Saber que poderia voltar para casa me deixou feliz, afinal não havia melhor lugar que o nosso lar.

Assim que cheguei em casa com Benjamin, fui surpreendida por uma singela recepção que a minha família havia feito, contando também com a presença da família de Benjamin, o que me deixou surpresa. Afinal, ainda não conseguia entender em que universo paralelo, no qual meu pai conhecia o meu namorado e o adorava, havia parado depois que acordei do acidente.

—Isso é muito estranho. - disse confusa enquanto Benjamin entrava comigo no colo em meu quarto, depois que meu pai lhe pediu para me levar para cima quando demonstrei que estava cansada de toda aquela agitação.

—O que é estranho meu anjo? - ele questionou me acomodando na cama antes de tirar meus sapatos e se sentar ao meu lado.

—Isso tudo Benjamin. Como por exemplo...Como meu pai te conheci e parece te adorar? Como é que você sabe onde é o meu quarto? E definitivamente, como o meu pai deixou um rapaz subir sozinho com a filha dele, para o quarto dela? -questionei confusa e ele suspirou antes de começar a falar.

—Depois que você me ligou na noite em que brigou com os seus irmãos, peguei meu carro e vim até a sua casa, pois queria saber se você estava realmente bem depois de tudo. Enquanto estava estacionado em frente à sua casa, seu pai bateu na janela do meu carro e perguntou se eu era o doutor Benjamin Thompson, apenas para confirmar que era o seu namorado, já que ele me disse que a sua vizinha tinha lhe dado a placa e o modelo do meu carro, porque estava preocupada com a sua segurança. - Benjamin explicou e logo me lembrei da conversa que tive com meu pai.

—Ele me contou sobre a “preocupação” da senhora Scott com a minha segurança. Mas o que aconteceu depois?

—Depois que confirmei quem era, seu pai me convidou para entrar e tomar uma xicara de chá, depois passamos horas conversando antes dos seus pais me trazerem até o seu quarto, para que ficássemos mais tranquilos, já que eu estava extremamente preocupado com o seu bem estar e você passou a noite toda chamando meu nome enquanto dormia. -ele explicou e senti meu rosto esquentar ao lembrar do sonho que tive naquela noite.

—Meu Deus, então não foi um sonho... Você esteve realmente aqui naquela noite. - sussurrei perdida em pensamentos e ele sorriu concordando.

—Estive meu anjo e você me fez de travesseiro de novo. - ele brincou e gemi envergonhada antes de esconder meu rosto em minhas mãos. -Você me agarrou na frente dos seus pais, Melissa.

—Não acredito que fiz isso, ainda mais na frente dos meus pais. - sussurrei envergonhada e senti Benjamin tirando minhas mãos do meu rosto. - O que eles não devem estar pensando de mim, depois disso?

—Eles acharam engraçado, até me pediram desculpas pela filha deles ter me agarrado. -ele segredou e gemi ainda mais envergonhada.

—Me desculpe, não devia ter feito isso.

—Nada disso, não me peça desculpa amor, apesar de ter sido inesperado gostei de ser agarrado daquele jeito, foi muito bom Mel. - ele segredou malicioso e sorri surpresa.

—Verdade?

—Verdade amor, pode me agarrar quantas vezes quiser e me usar como travesseiro também.

—Tem certeza? Porque posso abusar da sua oferta, afinal você é mais quentinho, cheiroso e carinhoso que o travesseiro do meu quarto. - disse e ele sorriu surpreso por minha ousadia.

—Tenho amor, também gosto de dormir agarrado a você. - ele disse carinhoso e sorri antes de lhe dar um beijo.

—Só pra constar, não vou deixar nenhum rapaz subir sozinho para o quarto da nossa filhotinha. - ele brincou assim que nos separamos e fiquei surpresa com o seu comentário.

—Sempre achei que os homens quisessem ter meninos e não meninas. - disse olhando em seus olhos e ele sorriu negando antes de acariciar a minha bochecha com o polegar.

—Os outros podem até desejar isso, mas eu quero ter uma linda menininha com você... Com a cor dos seus olhos e dos seus cabelos...- ele começou a dizer e o interrompi.

—Diga por favor, que com o meu temperamento. - implorei olhando em seus olhos castanhos e ele me olhou surpreso.

—Porque quer que a nossa filhotinha tenha o meu temperamento, querida?

—Porque seria muito melhor pra ela, saber se impor na hora certa como você faz, isso me deixaria mais tranquila. -expliquei olhando em seus olhos e ele concordou sorrindo.

—Tudo bem, mas vou logo avisando para que não se sinta enganada e queira se divorciar de mim depois, ter dois Clearwater debaixo do mesmo teto não é uma tarefa fácil, ainda não consigo entender como meu pai conseguiu conviver com três...Somos dóceis, gentis e amorosos, mas de vez em quando nos tornamos uma força incontrolável da natureza. Você tem certeza que quer conviver para o resto da sua vida com duas “tempestades ambulantes”, Melissa? -Benjamin questionou brincando e sorri concordando antes de envolver seu pescoço com meus braços.

—Tenho. Vou amar para o resto da minha vida, as minhas duas “tempestades ambulantes” ou melhor cinco. - disse e ele me olhou surpreso, como se não acreditasse no que havia acabado de falar.

—Cinco? Quantos filhos realmente você quer ter, meu anjo?

—Quatro. Porque? Você quer ter mais de quatro ou menos? Só não me diga, por favor, que você não quer ter filhos, Benjamin. - implorei olhando em seus olhos castanhos e ele segurou meu rosto em suas mãos antes de beijar a minha testa com carinho.

—Quero ter quantos filhos você quiser meu anjo. - ele disse suave e sorri emocionada.

—Verdade? E se eu mudar de ideia e querer ter uns dez? - questionei querendo saber se a sua resposta continuaria a mesma.

—Vou ser o homem mais feliz do mundo por ter dez filhos com o amor da minha vida. - ele disse sincero e sorri emocionada antes de abraça-lo com carinho.

—Eu te amo tanto Benjamin. - sussurrei apaixonada em seu pescoço antes de me afastar para beijá-lo com carinho.

—Eu também te amo muito, meu anjo. - Benjamin sussurrou suave assim que nos separamos para respirar, antes de me olhar como se estivesse em buscar de algo. - Você não acha estranho termos conversado sobre casamento e filhos, quando só estamos namorando há cinco semanas?

—Antes sim, porque ainda tinha muitos receios em relação a durabilidade do nosso namoro, mas agora não.

—Porque não Mel?

—Porque um homem que pula na frente de um carro para salvar a garota que ama, sem pensar nele mesmo, só pode fazer isso por amor...Um amor forte, puro e verdadeiro, capaz de resistir ao tempo e aos problemas. Seu ato de amor para comigo, desfez todos os receios que ainda restavam dentro de mim. - disse suave e ele sorriu emocionado antes de segurar as minhas mãos com carinho, me olhando dentro dos olhos.

—E se eu te pedisse em casamento agora? Você não acharia que estamos nos precipitando ou que é uma tremenda loucura? Que as pessoas iriam dizer nas nossas costas, que só estamos casando rápido porque você está grávida de mim?

—Não pensaria nada disso e muito menos me importaria com a opinião dos outros, tudo que quero é ser feliz ao seu lado. Se você me pedisse em casamento agora, a resposta seria sim. -disse sorrindo feliz e ele sorriu emocionado me beijando com paixão em seguida, enquanto o puxava para cima de mim. Mas nosso momento de carinho foi interrompido por uma batida na porta, que me fez gemer frustrada assim que meu namorado se afastou de mim.

—Continuamos a namorar depois, meu anjo. - Ben sussurrou e piscou para mim me fazendo corar enquanto ia abrir a porta do meu quarto.

—Estou interrompendo algo? - mamãe questionou sorrindo maliciosa e corei sem graça enquanto ela entrava no quarto.

—Você jamais atrapalha Sophia, só estávamos conversando. - Benjamin disse e percebi que mamãe tinha uma linda caixa marrom em suas mãos.

—Sei, já tive a idade de vocês. - ela disse sorrindo antes de me entregar a caixa, que logo reconheci sendo de uma marca famosa de chocolates importados. - Essa caixa acabou de chegar para você querida.

—Obrigada mamãe. - disse suave antes de pegar o cartão que estava preso ao laço vermelho da caixa e começar a lê-lo.- “Espero sinceramente que esteja bem e que me desculpe pelo que houve, jamais tive a intenção de machucá-la. Desejo a você, os meus mais sinceros votos para uma recuperação rápida e tranquila, atenciosamente Sylvia Sotomaior.”

Ler o nome da ex namorada de Benjamin naquele cartão me deixou confusa, afinal não nos conhecíamos pessoalmente para que ela se desse ao trabalho de me enviar uma caixa de bombons caros e um cartão me desejando melhoras.

—Benjamin, porque a sua ex namorada me enviou uma caixa de bombons e um cartão de melhoras? - questionei confusa enquanto olhava nos olhos do meu namorado.

—Você não contou a ela? - mamãe questionou confusa enquanto olhava para o meu namorado me deixando ainda mais preocupada.

—Ainda não, estava esperando-a se recuperar mais antes de contar. - ele se justificou e mamãe suspirou levantando as mãos, como se dissesse que não iria se meter, antes de nos deixar a sós no quarto.

—Estou esperando uma explicação Benjamin. Afinal, porque a sua ex namorada, que eu nem conheço pessoalmente, me enviou uma caixa de bombons e um cartão de melhoras? - questionei séria e ele suspirou cansado antes de fechar a porta do meu quarto e vir se sentar novamente perto de mim.

—É uma longa história Melissa. - ele disse cansando antes de passar a mão pelo cabelo preto.

—Não se preocupe, tenho todo tempo do mundo para ouvi-la. - disse olhando em seus olhos e ele concordou antes de respirar fundo, como se estivesse colocando os pensamentos em ordem antes de começar a falar.


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Notas finais do capítulo

E se preparem porque Sexta, teremos a continuação dessa conversa e o jantar do Ben com a família Hastings.



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