O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 27
Benjamin


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindo a mais uma postagem surpresa de O Legado, como expliquei ontem na minha comunidade no face, resolvi postar esse capitulo hoje como um presente a todas as minhas leitores que são mães, e leitores também, espero que o dia de amanhã seja incrível para vocês, que ele seja repleto de amor e felicidade ao lado de quem amam.
Beijos e um Feliz dia das mães antecipado a todas.



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Parecia que o universo inteiro estava conspirando contra mim.

Primeiro Mônica, que resolveu me ligar do nada insinuando uma intimidade que não tínhamos a anos, apenas para pedir algo que um office boy da empresa poderia muito bem fazer, e sua atitude despertou no meu imprinting uma crise de ciúmes infundável. Pois para mim, não havia outra mulher, só existia Melissa.

Ela sempre seria única pra mim, a única que me completava e que me faria feliz, a única que via no meio de todas as outras mulheres que existiam no mundo, porque Melissa Hastings havia sido escolhida pela magia Quileute para me completar, para ser meu porto seguro nos momentos mais difícil, para estar ao meu lado me ajudando a tomar as decisões que influenciaram na vida do nosso povo, pois agora tudo o que eu tinha era dela.

Desde os bens materiais que possuía até o mais importante, o meu coração.

Nossa.

Nossa fêmea.

Nosso imprinting.

Sim, ela era nossa.

Nosso amor de uma vida inteira... A razão da minha existência...

Que por causa de um mal-entendido, estava se afastando de nós e não suportaria perde-la de novo, não quando estávamos progredindo em nossa relação.

—Melissa, por favor, olhe pra mim...Eu te amo mais do que tudo nesse mundo...Por favor, não se afaste de mim...- solucei com dor assim que ela virou para a sua janela, evitando me ver e sua atitude quebrou meu coração,  pois não suportaria ser separado dela.

“Por favor, não nos deixe...” -meu lobo interior implorou com dor em minha mente, tentando em vão fazê-la nos ouvir.

Como se tivesse nos ouvido, Melissa desviou os olhos da sua janela e virou para nos ver, quando achei que tudo o que estávamos construindo houvesse sido destruído por um simples telefonema, ela me surpreendeu ao me abraçar de forma terna enquanto acariciava minhas costas com carinho, tentando me tranquilizar o que só me deixou ainda mais apaixonado por ela.

E a partir daquele gesto decidi ser o mais sincero possível, escolhi confessar tudo o que estava se passando dentro de mim desde que a vi pela primeira vez. Uma decisão da qual jamais irei me arrepender, pois nunca havia imaginado que Melissa, que sempre se mostrou tão insegura em relação ao que sentia, estava apaixonada por mim.

Jamais iria esquecer a forma como ela me olhava enquanto dizia que a amava, ou como meu coração disparou ao ouvi-la confessar que também me amava, ou a sensação da sua pele se arrepiando com os meus beijos e meus toques. Quando finalmente achei que iria beijá-la até esquecer meu nome, fomos interrompidos por uma batida em minha janela que nos assustou, provocando nosso afastamento prematuro.

—Não acredito que você ganhou uma multa por minha causa. - Mel disse corada de vergonha assim que o guarda de trânsito se afastou de nós, após me dar uma multa por ficar parado por muito tempo em local inapropriado. -Isso só pode ser praga do meu pai e dos meus irmãos.

E foi impossível não rir da sua conclusão, enquanto dirigia em direção a sede de distribuição dos medicamentos. Sabia por meio das memórias de Melissa, das quais tive acesso por causa do imprinting, que  seu pai e seus irmãos além de serem ciumentos haviam frustrado todas as chances dela de beijar alguém ou ter um namorado, mas achar que eles haviam jogado uma praga para que isso nunca acontecesse, era algo inconcebível.

—Ria senhor Thompson, quero ver até quando achará engraçado quando todas as vezes que tentar me beijar alguma coisa atrapalhar. - ela disse séria e sorri feliz por saber que Melissa, ansiava por meus beijos assim como eu pelos seus.

—Posso parar o carro agora mesmo e te dar todos os beijos que você desejar, amor. - ofereci desviando meus olhos da estrada para ver a sua reação.

—Pra você ganhar outra multa? Não mesmo...E além do mais aquele guarda acabou com o clima. - ela disse frustrada antes de virar para me ver. - Acho que devíamos dividir a multa, que na minha opinião foi bem abusiva.

—Não vou dividir a multa do meu carro com você, Mel.

—Porque não? Você só levou uma multa porque tive uma crise de ciúmes, não me orgulho disso, mas tive...Então acho que eu também deveria pagar.

—Já disse que não. E acho que vou comprar um presente pra Mônica...- disse pensativo me lembrando do que ela gosta, enquanto parava em um sinal e Melissa me olhou incrédula.

—Você vai o que? - ela questionou sem acreditar no que havia falado.

Deus, como ela era linda quando ficava com ciúmes de mim...Na realidade Mel era linda de qualquer jeito.

—Comprar um presente pra Mônica, afinal se não fosse pela ligação dela você não teria dito que me amava.

—Em minha defesa, iria dizer em algum momento, ela só acelerou as coisas...Mas isso não justifica você dá um presente pra ela, nem é o aniversário dela. - Mel explicou simples e foi impossível não sorrir feliz por estarmos tendo esse tipo de conversa, era a prova de que estávamos realmente tendo um relacionamento, mesmo que o guarda tenha atrapalhado o nosso primeiro beijo.

—Não é para você rir, Benjamin. Estou tentando brigar com você, mas fica difícil fazer isso se continuar sorrindo e me olhando desse jeito. - ela pediu corando por ser o centro das atenções e tive que me controlar para nos estacionar o carro e beijar seu rosto corado.

—Eu sei amor, e se isso te deixar feliz prometo não dar nenhum presente para a Mônica. - disse colocando o carro em movimento antes de fazer uma curva.

—Há isso vai me deixar muito feliz. - ela disse sorrindo e foi impossível não rir da sua alegria, em saber que nenhuma outra mulher teria a minha atenção.

—Ben?

—Sim. -respondi desviando a atenção da estrada e com o coração acelerado, por ouvi-la me chamando por meu apelido de infância.

—Eu te amo, meu amor. - Mel disse sincera enquanto me olhava nos olhos, tive que me controlar para não chorar ao constatar toda a sinceridade de suas palavras em seu olhar.

—Eu também te amo, meu anjo. - disse carinhoso antes de voltar a minha atenção para a estrada.

Com cuidado Melissa encostou a sua cabeça em meu braço, e ficamos ali calados, apenas ouvido a nossa respiração, desfrutando da sensação poderosa dos sentimentos recém descobertos.

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Chegamos à sede de distribuição de medicamentos na hora do almoço, decidimos então almoçar em um restaurante que havia perto do local antes de fazermos nossa visita.

Os olhos de Mel brilhavam a cada detalhe ou nova informação que nos era apresentada por Inácio, farmacêutico assistente do local, e pra mim estava cada vez mais difícil separar o chefe do homem apaixonado. Era torturante estar ao seu lado e não poder segurar sua mão enquanto caminhávamos pelos corredores da empresa, ou abraça-la sempre que me desse vontade...Como meus pais conseguiam separar a vida pessoal da profissional?

Quando a visita acabou no final da tarde, decidi que seria melhor adiar meus planos e levar Mel para casa pois já estava tarde, mas a chuva resolveu atrapalhar nosso retorno. Cauteloso, decidi que era melhor paramos para jantar em hotel da cidade que possuía um restaurante em seu interior, enquanto esperávamos a chuva forte passar.

Afinal não arriscaria a segurança do meu imprinting dirigindo por uma pista molhada, apesar dos meus reflexos serem melhores do que de um humano normal.

—Essa chuva não vai passar tão cedo. - disse preocupado enquanto olhava a grossa chuva pela janela do restaurante.

—Acho que devíamos ligar para casa e avisar que vamos passar a noite aqui, é mais seguro do que enfrentar uma estrada tarde da noite. - Mel sugeriu desviando os olhos da janela embaçada para me ver, após termos terminado o nosso jantar.

—Você tem razão, não vou arriscar sua segurança dirigindo a noite em uma pista molhada. Enquanto você liga para os seus pais, vou até a recepção do hotel reservar os quartos. -expliquei e Mel concordou enquanto pegava seu celular pessoal, mas não consegui me afastar dela antes de beijar a sua testa com carinho e prometer que voltaria logo.

Caminhei apressadamente pelos corredores do hotel afim de chegar o mais rápido possível à recepção e voltar para Melissa, pois não conseguia mais ficar longe dela depois de hoje.

—Boa noite. - cumprimentei a recepcionista assim que me aproximei do balcão, quando ela desviou os olhos do que estava fazendo para me ver pude ouvir seu coração acelerar.

—Há...excelente noite...Quer dizer boa noite. - ela disse se atrapalhando com as palavras enquanto me olhava de cima a baixo e agradeci a Deus por Melissa não ter vindo comigo.

—Gostaria de reservar dois quartos, por favor. - pedi olhando em seus olhos e ela piscou meio confusa, antes de voltar sua atenção para o computador que havia em sua frente.

—Sinto muito senhor, mas só possuímos um quarto disponível no momento. - ela explicou suave e pisquei confuso, afinal como um hotel daquele tamanho só possuía um quarto disponível.

—Por favor, me diga que é um quarto com duas camas? -implorei desesperado olhando em seus olhos. Não podia arriscar assustar Melissa e afastá-la de mim, por causa de um problema de logística hoteleira.

—Sinto muito senhor, mas o quarto é de casal. - ela explicou me olhando confusa, como se não entendesse o meu problema com o quarto.

—Por favor, tem que ser um engano...Afinal, olha o tamanho desse hotel...Isso aqui deve ter uns cem quartos. A senhora tem que procurar de novo. -implorei desesperado, afinal era o futuro da minha relação que estava em jogo ali.

—Sinto muito senhor, mas os noventa e nove quartos estão ocupados. A cidade está recebendo um simpósio internacional de gastronomia, e já estávamos quase lotados. -ela explicou e gemi angustiado pela situação em que me encontrava.

Meu Deus, não tínhamos essa intimidade toda para dividirmos o mesmo quarto, quem dirá a mesma cama.

Estava começando a acreditar que os homens da família Hastings haviam jogado uma praga na caçula da família, porque não poderia ser possível tantos imprevistos em um só dia. Só esperava que no final, esse se resolveria como todos os outros que tivemos hoje.

—Tudo bem, vou querer o quarto...E seja o que Deus quiser. - sussurrei a última parte antes de pegar o meu cartão corporativo e entrega-lo a recepcionista, afinal estávamos ali em nome do conglomerado e sempre que os funcionários vinham para cá, todas as despesas eram custeadas pela mesma.

Depois que resolvi todas as pendências para a nossa hospedagem, peguei o cartão de acesso ao quarto, e comecei a caminhar em direção ao restaurante, onde havia deixado Melissa ligando para sua casa. Enquanto caminhava, pedia a Deus que ela pudesse acreditar em mim, de que fiz todo o possível para termos quartos separados, e que o fato de não ter conseguido não resultasse em uma briga que pudesse ocasionar nosso afastamento.

—Mãe, preciso desligar o Benjamin quer me dizer algo...Eu também te amo, tau.- Mel disse ao telefone, assim que me aproximei da mesa em que a havia deixado e fiz sinal de que queria lhe dizer algo.

— Amor, o que houve? Você está pálido, parece até que vai confessar um crime. - ela disse preocupada com o meu estado.

—É quase isso...- sussurrei apavorado com a sua reação.

 Respirei fundo antes de começar a contar tudo a ela, desde a lotação do hotel, a falta de quartos disponíveis e o meu empenho em conseguir resolver o problema, que no final se mostrou falho.

Só esperava que Melissa pudesse acreditar que não fiz nada de caso pensado, que havia feito o máximo para contornar essa situação.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado da segunda parte dessa viagem, segunda teremos a terceira parte, não percam.
Beijos e um excelente final de semana para todos.



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