O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 23
Benjamin


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O Legado, gostaria de agradecer aos comentários maravilhosos que sempre recebo em relação a minha fic, vocês são os melhores leitores que um autor poderia ter.
Sem mais delongas, fiquem com o capitulo de hoje.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos e boa leitura.



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Antes mesmo de saber falar ou compreender o mundo ao meu redor, já sabia que a minha mãe era alguém especial. Alguém que possuía o dom de se transformar em um lobo, animal sagrado para os nossos antepassados, responsável em proteger toda a nossa tribo.

Presenciei inúmeras vezes as transformações dela, já que meus pais sempre incentivaram o contato dos filhos com o outro lado da minha mãe, sempre me divertia com as suas lambidas, que meu pai sempre afirmava serem beijos, me lembrava das várias vezes em que tentei fugir delas quando maior, mas no final sempre acabava sendo carregado pelo casaco em sua boca.

Quando cresci e tomei consciência de que a magia da tribo Quileute, da qual descendia por parte de mãe, também corria em meu sangue e que seria o herdeiro de tudo que minha mãe havia construído como alfa, eu temi.

Temi não ser forte o bastante para zelar pela tribo da qual descendia.

Temi em envergonhar todo o legado da minha família, que meus pais lutaram tanto para reerguerem antes de eu nascer, e mesmo depois de tanto tempo ainda temia.

Temia em não ser o bastante para Melissa, temia em não conseguir conquista-la ou pior, não conseguir protegê-la caso houvesse necessidade. Afinal, mesmo sendo o alfa da tribo Quileute, ainda me sentia um filhotinho diante de todas as minhas responsabilidades.

Todas as minhas divagações foram por terra, quando comecei a ouvir vozes alteradas vindas da minha sala, e uma delas reconheci imediatamente como a voz de Melissa, logo minha mente entrou em alerta, prestes a atacar qualquer um que ameaçasse minha fêmea, mas no lugar de um possível oponente, só encontrei Mel e seu irmão mais velho discutindo, sobre algo que não tinha ideia, pois estava tão focando em proteger a minha fêmea, que não ouvi o motivo da discussão, depois só me preocupei em fazê-la parar de chorar.

—Benjamin, está tudo bem? - Mel questionou me trazendo de volta ao presente e pisquei confuso.

—Sim, só estava pensando.

—Devia ser algo muito importante, porque você parecia muito focado e tenso. Posso ajudar em algo? - Mel questionou solidaria, como se pudesse de algum modo aliviar as minhas preocupações.

— Não precisa se preocupar, são coisas sem importância. - disse tentando tranquilizá-la, afinal Mel já tinha problemas demais em sua cabeça.

—Tem certeza?

—Tenho meu anjo, não precisa se preocupar.

—Certo. Estive pensando...Você não acha que deveríamos marcar uma reunião, com o setor da produção e o pessoal de TI, para sabermos onde ocorreu a falha no sistema interno da empresa e o sumiço do manual de substâncias? Afinal o que houve foi muito estranho. - Mel sugeriu mudando de assunto e fiquei surpreso por sua sugestão.

—Você tem razão, temos que apurar essa falha, isso nunca aconteceu antes.

—Espero que não esteja desconfiando de mim. - Mel disse preocupada e pisquei surpreso, pois sabia que ela jamais faria algo assim.

—Claro que não Melissa, confio em você cegamente. - disse olhando em seus olhos, tentando deixar claro que não desconfiava de sua conduta profissional.

—Isso me deixa mais tranquila. - ela disse aliviada por acreditar nela.

—Jamais vou deixar de acreditar em você, assim que for possível iremos reunir os setores para apurarmos o que houve. Agora que tal se pedíssemos o almoço? Porque estou morrendo de fome.

—Já passa das onze e meia...Trabalhamos tanto que nem vimos o tempo passar. - Mel disse assim que olhou para o relógio de pulso que estava usando. -Por mim tudo bem, estou com fome também.

Peguei o telefone fixo da empresa e liguei para o setor do restaurante, onde perguntei sobre o cardápio de hoje e o repeti em voz alta para Mel, em seguida fiz os pedidos antes de desligar o telefone.

—Você não me disse o que realmente aconteceu com a Cíntia, ela está com algum problema de saúde? - ela questionou preocupada enquanto esperávamos o garçom do restaurante, responsável por trazer o almoço dos funcionários do administrativo, quando os mesmos não podiam descer para o restaurante.

—Depende do ponto de vista dela. - disse me lembrando da conversa que tivemos no elevador hoje cedo, quando notei que a mesma parecia ter passado a noite em claro chorando.

—Como assim depende do ponto de vista dela? Do que você está falando? - Mel questionou aflita em saber notícias de Cíntia e entendia o seu lado, afinal em pouco tempo as duas haviam se tornado grandes amigas. -Você está me deixando preocupada, agora.

Pelo que vi em suas memorias, Mel não tinha muitas amigas, a maioria das suas colegas de classe implicavam com seu jeito tímido e estudioso. Enquanto a maioria dos alunos da faculdade frequentavam as festas da fraternidade, ela passava os finais de semana pesquisando, estudo e explorando tudo que podia, por isso havia se formado com honras na faculdade de farmácia, a mesma em que me formei também com honras, alguns anos atrás.

—Meu anjo, a sua amiga está bem. Só não acho certo comentar sem a autorização dela, algo que diz respeito à sua vida intima, tenho certeza que assim que ela estiver pronta vai te ligar para dizer o que houve. - disse olhando em seus olhos tentando tranquiliza-la.

—Tudo bem, mas tem certeza que não é algo grave? Como ela está com os dias contados? Porque acabei de fazer amizade com alguém que gosta de mim do jeito que sou e não quero perdê-la tão cedo. - Mel disse quase chorando com a possibilidade de perder a amiga e tive que resistir em não abraça-la novamente.

—Prometo que Cíntia não está com os dias contados, vocês duas ainda terão muito o que confidenciarem uma a outra. - assegurei colocando a minha mão em cima da sua.

—É o que espero, gosto da Cíntia como se fosse minha irmã...Você não teria coragem de mentir pra mim, não é Benjamin? - ela questionou me sondando com seus olhos castanho mel.

—Jamais seria capaz de mentir para você, meu anjo. - jurei olhando em seu olhos para que Mel visse a verdade neles. -Acredita em mim?

—Acredito. - ela sussurrou suave e beijei sua mão com carinho antes de ouvirmos uma batida em minha porta.

Autorizei o garçom a entrar com seu carrinho que trazia o nosso almoço, em seguida ele utilizou a mesa que havia em minha sala, que usava para fazer reuniões com poucas pessoas e para almoçar, para nos servir antes de nos deixar a sós.

—Pelo jeito o restaurante da empresa ganhou mais uma fã.- disse servido um pouco de suco de laranja para nós, enquanto Mel gemia de prazer após ter provado um pedaço do salmão com molho de maracujá, que havíamos pedido para o almoço.

—Nunca vou me cansar de dizer o quanto essa comida é maravilhosa, vocês estão de parabéns por pensarem no bem estar dos funcionários. - ela disse após ter saboreado a primeira garfada do seu almoço.

—Vou transmitir os seus agradecimentos a Ária, quando ligar para ela hoje à noite. - disse sorrindo antes de provar o meu almoço, que realmente estava uma delícia.

—Então, a responsabilidade por essa comida incrível é da sua irmã?

—Sim. Como administradora do conglomerado, além de gerir toda a empresa é função dela, pensar nos mínimos detalhes para deixar os funcionários confortáveis, afinal passamos a maior parte da nossa vida nesse prédio. Ária percebeu que precisávamos de um restaurante aqui dentro, por isso foi atrás da melhor equipe do mercado, o nosso restaurante já ganhou vários prêmios pela qualidade dos serviços que são prestados. - expliquei antes de tomar um pouco do meu suco.

—Isso aqui não é uma empresa isso é o El dourado dos trabalhadores. - Mel disse antes de voltar a comer e foi impossível não rir do seu entusiasmo.

—Você realmente gosta de trabalhar aqui.

—Sim, amo esse lugar e tudo o que ele representa. Mas o que me fez ficar apaixonada pelo conglomerado, foi sua linha social. Li uma reportagem do seu pai no jornal, a alguns anos atrás, na qual ele explicava todo o funcionamento do conglomerado, principalmente a área social.

—E eu achando, que você havia se candidatado a vaga de farmacêutica assistente por minha causa. - disse brincando e Mel corou em um vermelho vivo, que me deixou encantado diante da sua timidez.

—Não da forma que está pensando, Benjamin. Me candidatei, porque queria participar de algo que ajudasse as pessoas, e o projeto de distribuição de medicamentos que você administra é incrível...Como consegui dar conta da produção da sede e de todas as filias do laboratório? E ainda acompanhar todo o processo de distribuição dos medicamentos as comunidades carentes?

— A resposta é amor Melissa. Amo o que faço, apesar de ter abdicado de toda a minha vida particular para isso. Meu avô deixou esse legado de amor e cuidado ao próximo para o meu pai, que além de continuar conseguiu ampliar alcançando o mundo, e cabe a nós continuar de onde ele parou. - expliquei olhando em seus olhos antes de tomar meu suco.

—Você realmente ama o que faz.

—Sim, não me vejo fazendo outra coisa.

—Eu também penso assim.- Mel disse antes de voltamos a almoçar em silêncio.

Depois do almoço, voltamos para os documentos em que estávamos trabalhando, pois hoje estava organizando toda a documentação que seria enviada para os farmacêuticos assistentes das filiais, com os itens que discutiríamos na vídeo conferência que iria realizar amanhã com todos, na qual também iria apresentar Mel como a segunda no comando da rede dos laboratórios.

—Acho que terminamos. - Mel disse assim que terminamos de organizar os últimos documentos da reunião.

—Graças a Deus, não aguentava mais separar documentos. - reclamei exausto e ela sorriu concordando.

— Já que não precisa mais de mim, posso levar de volta esses documentos para o setor jurídico da empresa. - Mel se ofereceu e a olhei sério, porque sabia que aquilo era apenas uma desculpa sua para falar com o irmão.

—Não precisa Mel, posso muito bem ligar para o setor de entrega e pedir um office boy para fazer isso.

—Por favor, não seria incomodo nenhum pra mim...E além do mais...Queria pedir desculpas para o meu irmão. Nunca havia sido rude com ele daquela forma. - ela disse envergonhada por sua atitude.

—Acho que você devia deixar seu irmão esfriar a cabeça, quando chegar em casa vocês conversam. Acredite em mim. - disse sério enquanto olhava em seus olhos e Mel suspirou convencida.

—Você tem razão, acho melhor esperar, antes que eu piore as coisas. - ela disse resignada e concordei antes de inventar uma dúvida qualquer sobre um documento que Mel havia feito.

Sabia que era errado, que não tinha o direito de proibi-la de ir e vir pelas dependências da empresa, mas o meu instinto protetor era mais forte do que meu senso de certo ou errado.

Tudo que sabia era que tinha que proteger a minha fêmea e protegeria.

Mesmo que fosse contra uma nova briga com seu irmão mais velho.


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Notas finais do capítulo

Quero me desculpar, por qualquer erro de português ou concordância que o capitulo tenha, pois não estou tendo tempo para revisar varias vezes como costumo fazer, já que comecei a escrever a minha monografia, que Deus me ajude, e não se preocupem porque não irei deixar a história de lado ou coloca-la em hiatos, pois tenho uma boa reserva de capítulos já escritos, espero que possam entender.
Beijos e bom final de semana.
Até segunda.
Lembrando gente, se quiserem saber novidades sobre a fic, participem da minha comunidade no face, todos os dias posto trechos dos capítulos que serão postados.



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