O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 18
Melissa


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindo ao capitulo de hoje, que marca o começo de uma nova fase para os nossos protagonistas, espero que gostem do capitulo, que foi dividido em vários outros, pois aconteceram muitas coisas nessa noite.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos e boa leitura.

Imagem do capitulo:
Vestido usado por Mel:
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—Não acredito que o Benjamin te convidou pra sair. - Cíntia gritou do outro lado da linha após ter atendido a sua ligação, que me acordou por volta do meio dia.

 Havíamos saído do laboratório as seis da manhã, pois fizemos questão de acompanhar uma parte da produção para nos certificarmos se ainda correria algum problema, o que me fez desmaiar de cansaço quando me joguei em minha cama após sair do banho, afinal não estava acostumada a virar a noite, nem mesmo estudando.

—Me diz, por favor, que você disse sim?!- minha amiga implorou na linha e suspirei.

—Fiquei tentada, mas não disse nada. - disse e ela gemeu frustrada.

—Assim fica difícil Mel. Você diz que senti algo por ele, mas quando o cara te convida pra sair você nega.

—Eu não neguei, simplesmente não respondi.

—Que pra mim ainda soa como uma negativa.

—Se eu aceitar e der tudo errado, Cíntia? Posso perder não só meu emprego, mas toda minha credibilidade profissional por ter me envolvido com o meu chefe, pior ainda...Acabar de coração partido. -disse temerosa com as possibilidades e minha amiga suspirou do outro lado da linha.

—E se nada disso acontecer? E se o Benjamin, apesar de ser o seu chefe, for o homem da sua vida? E se der errado... Paciência, pelo menos você vai ter vivido e se divertido um pouco. Você só vai saber se vale a pena se sair da sua zona de conforto e se arriscar. -ela disse e suspirei a contra gosto, afinal Cíntia tinha razão.

—Foi a mesma coisa que ele me disse ontem. - disse pensativa enquanto olhava para o teto do meu quarto.

—Por favor, me diz que seu tom de voz é de quem está reconsiderando? -ela implorou aflita e suspirei.

—Se eu sair magoada dessa história a culpa vai ser toda sua Cíntia. - decretei e ela gritou do outro lado da linha, como se a seleção tivesse acabado de marcar um gol decisivo na final da copa do mundo, tive que afastar meu celular do ouvido para que seus gritos não me deixassem surda.

—Não se preocupa amiga, prometo que se ele te magoar terá que se entender comigo. Mas falando sério, espero que tudo dê certo no final.

—Então...Acho que tenho que ligar para ele dizendo que aceito o convite? - questionei incerta e ela concordou sorrindo.

Sabia que era uma loucura aceitar o convite do meu chefe para jantar, mas algo dentro de mim me impulsionava a me ariscar, como se tivesse a certeza de que era o certo estar ao lado de Benjamin.

Respirei fundo algumas vezes, tendo me acalmar e liguei para ele assim que Cíntia desligou.

—Mel, que surpresa, achei que ainda estivesse dormindo a uma hora dessas. - ele disse surpreso e sorri negando.

—Espero que não esteja atrapalhando. - disse temerosa por estar atrapalhando a sua tarde de domingo, ainda mais depois que viramos a noite trabalhando.

—Você jamais atrapalha, Mel. - Benjamin disse suave e mesmo longe, meu corpo se arrepiou só de ouvir a voz falando meu nome.

—Lembra quando conversarmos de madrugada sobre o meu prêmio?

—Lembro e você não me respondeu, preferiu fugir da minha pergunta. Não foi, senhorita Hastings? -ele apontou suave e gemi envergonhada enquanto concordava.

—Tudo bem, eu fugi da sua pergunta. - admite resignada e respirei fundo antes de fazer a pergunta que mudaria a minha vida para sempre. - Gostaria de saber...Se o seu convite ainda está de pé?

—Sempre Melissa. - Benjamin disse feliz antes de combinarmos o horário e o local do nosso jantar.

Combinamos de jantar hoje mesmo em um restaurante que ficava longe da minha casa, pois não queria correr o risco de dar de cara com ninguém da minha família, ainda não queria explicar os meus sentimentos por meu chefe, dos quais nem eu mesma ainda entendia. Depois que terminei de falar com Benjamin, liguei para Cíntia contando tudo, e ela fez questão de me ajudar a escolher o vestido e a maquiagem, tudo por vídeo chamada. Perto do horário marcado, pedi um carro por aplicativo e só sai do meu quarto quando o mesmo me mandou mensagem dizendo que já estava na minha porta esperando.

—Olha só... Essa é a minha caçulinha? -  meu pai questionou surpreso assim que me viu descer as escadas usando um vestido de renda com mangas, acinturado e acima dos joelhos, salto alto e cabelo dividido na lateral com leves ondas em seu comprimento.

—Não é nada demais pai. - disse corada e Danny me olhou de cima a baixo, como se estivesse em busca de algo.

—Qual é a razão de se arrumar toda? - meu irmão questionou desconfiado.

—Seu irmão tem razão, querida. Onde você vai assim? - meu pai questionou confuso, afinal não havia avisado nada.

—Vou jantar com pessoal do laboratório, é o aniversário de um deles e todos vamos comemorar, ainda mais depois do problema que tivemos ontem. -  disse e meu celular vibrou indicando uma mensagem do motorista.

—Tenho que ir, ou vou chegar atrasada. - disse colocando meu casaco que estava em meu braço.

—Não sei porque você chamou um motorista, eu podia muito bem te levar. - Danny disse ainda desconfiado.

—Claro que não, para você decidir ficar no jantar e me matar de vergonha, perguntando para todo mundo se alguém ali é o meu namorado? Não obrigada. -disse séria e dei um beijo no meu pai antes da minha mãe me acompanhar até a porta.

—Espero que você se divirta meu bem, e que ele supere as suas expectativas. - mamãe segredou para mim e a olhei surpresa, afinal não havia lhe contado nada.

—Como a senhora...- sussurrei confusa e ela sorriu antes de colocar uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha.  

—As mães conhecem seus filhos, não importa o quanto eles tentem esconder algo.

—Me desculpe por não contar. - disse envergonhada por mentir e ela sorriu compreensiva.

—Tudo bem, eu entendo. Quando estamos apaixonados não queremos dividir isso com ninguém. Agora vá, meu amor não o deixe esperando. - mamãe disse amorosa e me abraçou com carinho me desejando sorte antes de ir em direção ao carro.

A vigem até o restaurante foi rápida, mas optei por ficar dentro do carro ponderando se sairia ou não. Se teria coragem de arriscar a minha carreira e a minha vida, por uma aventura que não tinha garantias de dar certo, e o mais importante, o que a minha família iria pensar se descobrisse que estava me envolvendo com o meu chefe?

—Senhora, chegamos. - o motorista disse como se me avisasse da chegada do meu destino.

— Posso ficar alguns minutos aqui? - implorei nervosa e ele me olhou surpreso.

—Pelo jeito que está arrumada, esse jantar deve ser um encontro, não é? - David, o nome do meu motorista, questionou assim que virou para me ver no banco de trás.

—Sim.

—E você está reconsiderando se sai desse carro ou volta pra casa.

—Sim.

—Posso te fazer uma pergunta, Mel? - ele questionou suave e concordei. -Você senti algo pela pessoa que está te esperando nesse restaurante?

—Sim...Até mais do que pensei que gostava.

—Então o que está esperando? Se o encontro for ruim, bola pra frente, tenho certeza que terá outros melhores. - ele me incentivou e sorri agradecida.

—Obrigada David, vou te dá cinco estrelas. -disse sorrindo antes de sair do seu carro e ele me desejou boa sorte.

Fiquei sem fôlego assim que entrei na recepção do restaurante e percebi o quanto aquele lugar era lindo e sofisticado, ainda bem que havia seguido o concelho de Cíntia e optando pelo vestido branco de renda e pelos saltos.

—Boa noite senhorita, tem reserva? - o recepcionista questionou com um sorriso assim que me aproximei dele.

—Sim, está em nome de Benjamin Thompson. - disse e ele sorriu concordando antes de olhar algo em seu tablet.

—O senhor Thompson já está a sua espera, por favor, me acompanhe. - ele disse e agradeci antes de ser conduzida até a mesa em que Benjamin estava.

—Senhor Thompson sua convidada chegou. - o recepcionista disse assim que paramos ao lado de uma mesa e Benjamin desviou os olhos do seu suco para me ver.

—Obrigado Matias. - Benjamin agradeceu enquanto se levantava de sua cadeira, em seguida ele me ajudou a tirar o casaco e entrega-lo a Matias.

—Já posso providenciar os cardápios senhores? -Matias questionou esperando uma resposta que não veio, afinal Benjamin estava mais preocupado em me ver e eu em corar, enquanto ele me olhava com os olhos brilhando de felicidade. - Senhores?

—Claro, Matias. Deseja pedir algo para beber Mel, enquanto esperamos? - Benjamin me questionou assim que se recuperou da surpresa.

—Um suco de abacaxi com hortelã, por favor. - pedi a Matias que concordou antes de nos deixar.

—Você está simplesmente linda. - ele disse fascinado enquanto ainda me olhava de cima a baixo.

—Que isso, não é nada demais e me desculpe pelo atraso. - disse sem graça enquanto ele indicava que nos sentássemos.

—Não concordo com o seu argumento, pra mim, você está linda. - ele segredou em meu ouvido enquanto empurrava a cadeira em que estava sentada, ouvir sua voz em meu ouvido me fez sentir um arrepio que começo da raiz do cabelo e foi parar no dedo mindinho do meu pé. 

—Como meu bisavô costumava dizer, uma mulher jamais se atrasa, os homens é que são adiantados.

Mas antes que pudesse dizer algo, ele se afastou de mim e se sentou na minha frente.

—Ele devia ter sido um homem incrível. - disse tentando puxar assunto e Benjamin sorriu concordando antes de tomar um pouco do seu suco.

—Era. Ele era o homem mais forte, educado e amoroso que conheci. - ele disse perdido em pensamentos como se lembrasse dos momentos que compartilhou com seu bisavô.

—Sinto muito. - disse com pesar e coloquei a minha mão em cima da sua, que estava em cima da mesa, assim que nos tocamos senti a mesma corrente elétrica indolor que percorreu meu corpo no sábado, mas dessa vez ela parecia mais intensa. Como se nossa proximidade, tivesse intensificando todas as reações que Benjamin despertava em mim.

—Obrigado. - ele sussurrou sincero enquanto segurava a minha mão com carinho sem desviar seus olhos castanhos de mim. - Mas acho que não viemos aqui para falar de coisas tristes, não é?

—Não mesmo. - disse sorrindo e ele concordou. - Mas antes de tudo, quero te pedir desculpar por ter te acordado tão tarde ontem. Por acaso atrapalhei algo? Afinal, era a sua primeira folga no final de semana depois de anos.

—Claro que não Mel, você jamais vai atrapalhar. Passei a minha noite de sábado jogado no sofá da minha casa comendo pipoca, enquanto via o novo filme do rei leão com os meus sobrinhos. Depois tive que correr pela casa inteira atrás do Arthur, meu sobrinho de oito anos, porque dei doces demais a ele e o garoto ficou elétrico, foi uma verdadeira batalha colocar ele na cama. -Benjamin explicou e foi impossível não sorrir da situação, enquanto o garçom trazia o meu suco e os cardápios.

—E quem ganhou a disputa? Você ou seu sobrinho? - questionei entre risos e ele pareceu pensar antes de responder.

—Nessa noite acabei descobrindo que sou tio do mini flash. - ele comentou sério e foi impossível não rirmos. - Já disse o quanto seu sorriso é lindo?

—Não, mas obrigada. -disse corada por ter recebido um elogio.

—Sei que prometi a algumas semanas atrás, que todo o relacionamento que teríamos seria estritamente profissional, juro que tentei cumprir a minha palavra, mas não consegui. E não quero que pense que quero usar a posição que exerço no conglomerado para influencia-la ou pressioná-la a algo. Sou seu chefe dentro das dependências da empresa, fora dela sou apenas o Benjamin. - ele disse sincero ainda segurando a minha mão enquanto olhava em meus olhos.

—Eu entendo. - disse suave antes de respirar fundo para tomar coragem e fazer a grande perguntar. - Então, isso quer dizer...

—Que eu gosto de você? Sim. Eu gosto muito de você, Melissa. - Benjamin disse sincero e meu coração bateu mais rápido como se quisesse sair do peito e se entregar a ele.

 E algo me dizia que essa noite seria cheia de emoções.


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