O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 15
Benjamin


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a uma edição especial de O legado... Como havia explicado no capitulo de ontem, hoje é o meu aniversário e como forma de agradecer por todos os comentários lindos que venho recebendo nessa fic, vou disponibilizar dois capítulos inéditos hoje, espero que gostem da surpresa.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos e boa leitura.



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Olá irmãozinho. - Ária disse sentada na cadeira que havia em meu closet, assim que entrei no mesmo tirando a toalha que usava na cintura após sair do banho.

—Ária, você não sabe bater não? Pra isso que uma casa tem portas, para que elas sejam usadas. - disse corado por quase ter sido surpreendido sem roupa pela minha irmã mais velha.

—Benjamin, já vi você sem roupa. Se não se lembra troquei várias das suas fraldas. -ela disse sem importância enquanto revirava os olhos.

—Eu era um bebê Ária, agora é diferente, sou um adulto.

—E eu sou sua irmã.

—E se eu estivesse com uma mulher aqui? - questionei olhando em seus olhos para saber o que ela iria responder.

—Você nunca trouxe uma mulher para dormir em casa Ben, nem mesmo a Sylvia, que foi a sua única namorada. Jamais iria correr o risco de surpreender meu irmão fazendo “alguma coisa”. - ela insinuou sorrindo e suspirei, pois não adiantava discutir com a minha irmã, Ária jamais entenderia o conceito de privacidade.

—Será que você poderia me dar alguns minutos a sós para colocar a minha roupa.

—Tudo bem, só não demora porque quero te pedir um favor. - ela disse se levantando da minha cadeira e indo para o quarto.

Me vesti em tempo recorde antes de sair e encontrar a minha irmã sorrindo, enquanto segurava o porta retrato que ficava no meu criado mudo, o qual possuía uma foto do meu batizado.

— Ária? - questionei e minha irmã virou para me ver, antes de colocar o porta retrato em seu lugar. - Está tudo bem?

—Está, só estou sentimental hoje, coisa da idade.- ela desconversou e fez uma careta ao mencionar a palavra idade.

—Você senti falta dos nossos bisavós, não é? - questionei e ela concordou balançando a cabeça tentando segurar as lágrimas, em silêncio puxei a minha irmã para os meus braços.

Sabia o quanto minha irmã sentia falta dos nossos bisavôs, afinal ela havia convivido muito mais com eles do que eu e Ethan, vê-la chorando daquela forma me deixava desesperado por não poder fazer nada.

—Mais calma? -questionei ainda abraçado a ela.

—Estou, obrigada pelo abraço. - ela agradeceu me soltando enquanto enxugava as suas lágrimas.

—Não precisa agradecer Ária, somos irmãos.

—Mas invadi o seu quarto, você deveria ficar incomodado com isso ao em vez de estar me consolando.

—Diria indignado. - segredei e ela sorriu, o que me fez respirar aliviado, pois sabia que minha irmã ficaria bem.

—Prometo que quando você é a Melissa estiverem juntos, não vou entrar no seu quarto sem bater. - ela disse maliciosa e foi impossível não sorrir das loucuras da minha irmã mais velha. -Olha só, um sorriso...Meu maninho quer trazer a garota dele para conhecer seu quarto.

—Não ponha palavras na minha boca Ária, e além do mais a Mel jamais colocaria os pés aqui.

—Porque?

—Ela é super alérgica a flores, e a casa é cercada pelos jardins que eram da bisa Adélia. -expliquei chateado, afinal queria poder dividir tudo que era meu com meu imprinting.

—Tenho certeza que quando chegar a hora certa, a solução se apresentará. -  Ária disse suave e Stella bateu na porta do meu quarto que estava aberta.

—Interrompo? - Stella questionou após ter batido na porta.

— Não Stella, pode entrar. Viu Ária, é assim que se usa uma porta. -reprendi a minha irmã que revirou os olhos me ignorando.

Stella era a nossa governanta desde que tinha seis anos, havia sido contratada após a morte de Meg que estava na família muito antes do meu pai nascer. Stella era praticamente como uma segunda avó pra mim e para meu irmão, ela era amiga da minha avó Sue e ex-moradora de La Push, por isso conhecia o segredo da nossa família.

—Seus pais me pediram para avisar que o jantar já está servido. - Stella disse e concordamos antes de acompanha-la até a sala de jantar.

—E então, Ária, você disse que precisava de um favor e foi falar com o Benjamin, depois enrolou o jantar inteiro e não disse nada. Do que precisa? -Ethan questionou direto assim que estávamos na sobremesa, antes de dizer qualquer coisa Ária e o marido se entreolharam o que nos deixou preocupados.

—Aconteceu algo grave filha? - meu pai questionou preocupado.

—Não pai, estamos bem.

—Não tem nada a ver com problema de saúde, Elliot. - Henry assegurou nos tranquilizando.

—Espera...- Ethan disse enquanto olhava de Ária para Henry como se soubesse de algo. - Você está grávida de novo, Ária?

—Você esqueceu de me dizer alguma coisa, amor? - Henry questionou confuso enquanto olhava para Ária que corou, o que foi até engraçado ver.

—O que? Não. Eu não estou grávida. Esqueceu que você fez uma vasectomia Henry depois que o Arthur nasceu? - minha irmã sussurrou a última parte para o marido que pareceu se lembrar do procedimento.

—Henry, vai precisar apresentar um projeto em Nova York, e como as crianças já estão grandes e não tenho nada emergencial no conglomerado, decidi que iria acompanhar meu marido na viagem. Por isso, queria pedir se os meninos poderiam ficar aqui? - Ária suplicou e meus pais riram do seu esforço em tentar convencê-los a ficar com os netos.

—Você sabe que não precisava implorar filha, amamos os meninos e seria um prazer ficar com eles. - minha mãe disse sorrindo e meus sobrinhos comemoraram.

—Vocês vão ficar fora por quantos dias? - Ethan questionou enquanto roubava uma colher do mousse de chocolate de Arthur, que estava sentado ao seu lado.

—Duas semanas. - Ária disse e a olhei surpresa, por querer passar tanto tempo longe dos filhos e da empresa.

—Carolina, Carolina, isso está parecendo mais uma escapada para uma segunda lua de mel que uma viagem a trabalho. -sugeri antes de comer a minha sobremesa e ela corou um pouco enquanto todos riam.

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—Dindo? - Charlie, questionou me impendido de desligar a luz do seu quarto.

Como minha irmã e seu marido irão viajar muito cedo, os meninos ficaram conosco após o jantar e foi de cortar o coração vê-los se despedindo dos pais. Mas apesar da saudade que iriam sentir, os dois estavam tranquilos em saber que seus filhos ficariam bem conosco.

Afinal, eu e meu irmão, além de tios de Charles, que chamávamos carinhosamente de Charlie, e de Arthur, éramos os guardiões legais deles, uma precaução legal que Ária e Henry tomaram assim que seus filhos nasceram e devido a idade avançada dos meus pais.

—O que foi amor? - questionei voltando para o lado do meu sobrinho e me sentando em sua cama.

—Eu sei que já sou grande, mas...Posso dormir com você hoje? - Charlie questionou sem jeito enquanto me encarava com seus olhos azuis claros, herdados do seu pai e provavelmente do meu avô paterno.

—Pode Charlie, mas amanhã vamos sair cedo para correr. Sua mãe me contou que você anda evitando as aulas de educação física.

—Nem todo mundo dessa família ama correr como o senhor, dindo. - ele reclamou enquanto pegava seu travesseiro e o celular antes de me seguir para fora do seu quarto.

—Porque você teve que puxar o gênio da sua mãe, Charlie? - gemi sorrindo enquanto íamos em direção ao meu quarto.

No dia seguinte, bem cedo levantei da cama com cuidado e sorri ao ver meu afilhado dormindo sereno e fiquei com pena de acordá-lo, mas havia prometido a minha irmã que faria seu filho amar as práticas esportivas, o que a fez duvidar. De banho tomado e devidamente vestido, voltei para o meu quarto e fui chamar Charlie que não ficou nada feliz em acordar cedo.

—Vou descer para ver se a Stella já fez o café e quero vê-lo lá em baixo em vinte minutos. - disse assim que Charlie sentou na cama meio acordado.

—Seis e meia da manhã dindo? Isso não é hora de se acordar ninguém. - ele reclamou assim que olhou o horário no celular.

—Eu também te amo querido, e vou te esperar lá em baixo. - disse e ele revirou os olhos enquanto ia para o seu quarto reclamando e eu descia para comer uma fruta.

Em vinte minutos, meu sobrinho já estava tomando café enquanto Stella tirava um bolo fresquinho do forno.

—É de chocolate, Stella? - Charlie questionou e ela concordou enquanto desenformava o bolo, depois colocou calda de chocolate por cima do mesmo. E sabia que aquilo era uma tentação para o meu sobrinho, pois ele adorava chocolate.

—Charlie, temos que ir.

—Mas é de chocolate. - ele disse como se isso fosse uma justificativa para ficar em casa e o olhei sério.

—Eu guardo dois pedações para você com bastante cobertura, querido. - Stella sussurrou para ele que concordou antes de me seguir.

—Jamais vou perdoar a mamãe por tê-lo escolhido para ser meu padrinho. Porque ela não escolheu o tio Ethan?

—Porque sou o mais velho e você só parava de chorar no meu colo.

—Tô duvidando disso. - ele disse desconfiado e sorri antes de sairmos para correr, como Charlie não tinha muita pratica decidi leva-lo de carro até o parque perto da nossa casa e corremos por ali mesmo. Lhe ensinei alguns aquecimentos dos quais fizemos, antes de começarmos a correr.

—É verdade que o senhor teve o seu imprinting? Como ela é? - Charlie questionou correndo ao meu lado, já que diminui o ritmo para que ele me acompanhasse.

—Sim. Ela se chama Melissa. Ela é doce, gentil, inteligente, sensível, linda... E absurdamente tímida.

—E ela parece gostar de você? - ele questionou curioso e sorri antes de concordar.

—Parece, mas a timidez dela misturado com a sua integridade profissional, em não se envolver com o chefe, está deixando-a relutante e confusa, o que também me deixa sem saber o que fazer. - disse sincero e Charlie concordou.

—Ela é totalmente diferente da Sylvia.

—Porque diz isso, Charlie? -questionei parando de correr para olhar nos olhos do meu sobrinho.

—Porque a Sylvia não parecia gostar do senhor, e sim do que o senhor podia proporcionar a ela. - Charlie disse parando de correr ao meu lado e colocou as mãos no joelho tomando folego, antes de continuar a falar. -Cresci presenciando como era amar alguém, vejo isso nos meus avôs e nos meus pais, e não via isso no que o senhor tinha com a Sylvia.

Enquanto ouvia as palavras do meu sobrinho, me lembrei de vários momentos da minha relação com Sylvia, perplexo, percebi que um pré-adolescente de treze anos tinha razão.

Não posso negar que me diverti muito com Sylvia, ela era linda, divertida, vivaz e sabia agradar um homem, mas a nossa relação não tinha amor. Nunca senti a necessidade de estar perto vinte quatro horas por dia dela, as vezes passávamos semanas sem nos ver e quando nos víamos, mal conversávamos. Chegamos ao ponto de irmos para a cama para não termos que conversar e quando terminei, ela não fez questão de insistir na relação, apenas se levantou da mesa em que estávamos almoçando e foi embora, sem olhar para trás.

—O que eu fiz da minha vida, Charlie? - questionei angustiado ao meu sobrinho, por ter sido tão cego em alimentar algo que estava fadado ao fracasso desde o começo.

—Está tudo bem, padrinho. Os adultos fazem escolhas erradas, ainda bem que vocês têm a chance de recomeçar. - Charlie sugeriu suave e foi impossível não sorrir, enquanto puxava meu sobrinho para um abraço e beijava seus cabelos.

—Já disse que te amo hoje, Charles Adrian Collins? -questionei afastando-o para ver seus olhos azuis claros.

—Ainda não, mas esse seu amor poderia vir acompanho de uma mesada, afinal estou sob os seus cuidados por duas semanas, e seria justo receber uma mesada de você também. - ele sugeriu e sorri da sua ideia antes de soltá-lo.

—Você quer ver o seu padrinho morto? Porque é isso o que vai acontecer se a sua mãe souber que te dei outra mesada.

—Não.

—Ótimo, vamos continuar.

—Qual é dindo?!- Charlie reclamou antes de começarmos a correr novamente.

Mas fui surpreendido por um cheiro familiar de canela, e comecei a segui-lo me esquecendo totalmente do meu sobrinho.

Assim que avistei Melissa de longe, sentada em uma toalha xadrez na grama do parque em companhia de Cíntia, meu corpo inteiro estremeceu por estar tão perto do meu imprinting. Sem pensar muito, corri até onde as duas estavam conversando, mas como estava embriago pelo cheiro do meu imprinting e a vontade de estar em sua presença, acabei não me concentrando em nada do que elas diziam.

Minha.

Minha fêmea.

Meu imprinting.

Sorri ao notar que a voz de lobo em minha cabeça estava tão surpreso e saudoso quanto eu, por ver a nossa fêmea ali tão perto, e ao mesmo tempo tão longe. Respirei fundo algumas vezes antes de me aproximar delas.

—Bom dia senhoritas. - disse assim que parei de correr ao lado delas e Mel virou para me ver, não pode deixar de notar que ela me analisou por um tempo assim que me aproximei, e tal fato me agradou muito, pois comprovou que ela não era tão indiferente a mim.

Me fazendo acreditar que essa manhã poderia ser um divisor de águas para nós.


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