O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 13
Benjamin


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de o Legado, queria agradecer aos vários comentários que tenho recebido em cada capitulo, vocês estão fazendo a minha quarenta muito mais feliz e alegre, e espero que esteja fazendo o mesmo por vocês.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos e boa leitura.



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Me sentia um idiota por ter cedido a força do imprinting daquela forma, quando havia prometido a Mel que tudo que teríamos seria um relacionamento profissional, o que claramente não conseguiria fazer.

Transtornado, sai da sala de Mel e fui direto para uma das escadas de emergência que existiam no prédio, desci as escadas com pressa como se precisasse respirar desesperadamente, sabia que se ficasse ali acabaria cometendo uma loucura da qual me arrependeria eternamente.

Assim que meus pés tocaram as ruas de Londres, corri para longe da sede do conglomerado Thompson como se estivesse fugindo de algo, por mais que todo o meu ser me forçasse a voltar para o lado do meu imprinting.

Corri até parar em um campo ao céu aberto, me apoiei em meus joelhos tentando respirar e acalmar o caos que estava dentro de mim. Desolado, caminhei até um banco que havia ali perto me sentando antes de chorar angustiado, por não saber o que fazer.

Minha.

Minha fêmea.

Meu imprinting.

—Eu sei disso, mas não posso força-la a ficar conosco, ela tem o direito de não nós querer. - sussurrei para mim mesmo enquanto chorava e a voz de lobo, que dividia a mente comigo desde que me transformei pela primeira vez, soltou um grunhido estranho que parecia uma risada sarcástica.

“Uma fêmea jamais renegou o seu macho, assim como um macho jamais renegou a sua fêmea”, a voz disse seria após a risada.

—Grande ajuda a sua. - disse furioso enquanto enxugava as minhas lagrimas e o lobo rosnou furioso em minha mente.

“Não desista da minha fêmea, porque ela está sendo relutante. Ela só está com medo assim como você.”, a voz me repreendeu severa e pisquei confuso, afinal não conseguia entender do que ele estava falando.

—Eu não estou com medo. - me defendi e ele sorriu de mim.

“Você sempre teve medo de se envolver com qualquer pessoa Benjamin, porque tinha medo de se apaixona. Porque sabia que assim que o seu imprinting chegasse não haveria espaço para mais ninguém além dela. Por isso você sempre foi cauteloso e racional demais. Me diga se estou mentindo?” - a voz de lobo questionou em minha mente e não tive como discordar, pois ele tinha razão.

—Você tem razão, mas desde quando começou a falar palavras inteiras comigo? -questionei confuso, afinal a magia Quileute que habitava em mim nunca gostou de muita conversa, apenas diálogos monossilábicos sobre questões que diziam respeito a liderança do bando e mais nada.

Nunca soube de outro lobo que havia tido uma conversa tão longa com seu lobo interior.

“Você é diferente dos outros lobos Benjamin. Você nasceu com o propósito de liderar, por isso é mais forte que a sua mãe, por isso sou muito mais evoluído que os outros, porque nascemos como alfas natos, temos poderes que nenhum outro lobo jamais sonhou em ter.” - o lobo explicou em minha mente enquanto ainda tentava entender tudo o que aconteceu.

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—Benjamin. - minha mãe disse preocupada assim que entrei em casa todo molhado sem se importa de ficar molhada, mamãe me abraçou apertado como se quisesse ter a certeza de que eu estava bem.

—Onde você se meteu Benjamin? Ficamos preocupados com a sua demora e liguei para Cíntia, que informou que você desapareceu no meio do expediente e não atendia ao celular. - meu pai questionou sério assim que minha mãe me soltou.

—Eu deveria te colocar de castigo por sumir desse jeito e nos deixar preocupados. - mamãe me repreendeu entre lágrimas assim que nos separamos. - Achei que tivesse acontecido algo horrível com meu filhote.

—Me desculpe, não estava pensando direito. Só precisava respirar um pouco. - sussurrei ainda confuso com a conversa que havia tido com o meu lado lobo.

—O que não justifica o senhor não ligar avisando por onde estava. Sei que você é adulto e dono da sua vida, mas enquanto morar nessa casa ainda nos deve explicações. - meu pai me repreendeu severo.

—Vocês têm razão, mas eu realmente não estava no meu juízo perfeito. -disse cansado e meus pais se entreolharam, como se tivessem conversando pelo olhar antes de decidirem algo.

—Acho melhor subirmos, você precisa de um bom banho e roupas quentes antes de jantarmos. - mamãe disse e meu pai concordou enquanto a mesma me empurrava em direção as escadas.

Mamãe entrou em meu quarto e me empurrou em direção ao banheiro, ela me esperou pacientemente a tomar banho e trocar de roupa antes de me convidar para sentar ao seu lado na cama.

—Sabe, a primeira vez que seu pai o colocou em meu colo depois que você nasceu, me senti a mulher mais forte e frágil do mundo. Forte, porque todo amor que Elliot e eu sentíamos um pelo outro, havia dado origem a alguém que amava mais do que tudo nesse mundo, e que seria capaz de qualquer coisa para protegê-lo. Mas também me senti tão frágil, porque temia por sua segurança, temia em vê-lo doente ou sofrendo e não poder fazer nada.- mamãe disse entre lágrimas enquanto me olhava nos olhos, sem dizer uma palavras abracei a minha mãe e enterrei meu rosto em seu peito antes de começar a chorar.

Chorei no peito da minha mãe até adormecer exausto emocionalmente e fisicamente.

—Ele está bem? - ouvi meu pai questionar, enquanto estava naquele limiar entre o sono e a consciência, em que se está meio acordado.

—Nem um pouco, nosso filhote está sofrendo, Elliot. -mamãe sussurrou enquanto acariciava o meu cabelo. - A ligação deles está machucando-o e não vou suportar ver isso calada por muito tempo.

—Leah, você não pode se intrometer no imprinting do nosso filho. - ouvi meu pai dizer mais perto de mim.

—Posso sim, Elliot. Ainda sou a alfa de direito da matilha, apenas cedi o meu lugar ao Benjamin porque queria envelhecer ao seu lado, mas se achar que ele não está sendo um bom líder posso tirar o poder dele.

—Leah, você sabe que isso não é verdade. Benjamin nasceu como alfa, diferente de você, querida que teve que aprender com o tempo, pois passou anos sem saber do seu direito. Além do mais, acha que seria justo, tomar o lugar do nosso filho como alfa, porque quer protegê-lo de um coração partido?

—Sou mãe Elliot, é meu dever proteger meus filhotes. -mamãe disse severa e pelo seu tom de voz percebi que seu lobo interior, adormecido desde que a mesma decidiu entregar o comando a mim, parecia ter acordado.

—Eu sei meu amor, mas nosso filhote não é mais um bebê. Benjamin já é um adulto, e precisa seguir o seu caminho. Podemos sofrer ao vê-lo sofrendo, mas não podemos escolher por quais caminhos ele deve seguir, isso será uma decisão dele e de mais ninguém.

—Odeio quando você tem razão. - mamãe soluçou com dor e ouvi meu pai abraçando-a enquanto a consolava, em seguida acabei caindo no sono profundo.

Assim que abri meus olhos na manhã seguinte, me senti um pouco melhor, mas não conseguia entender a conversa estranha que havia tido com o meu lado lobo, e muito menos ter entendido a parte da conversa que ouvi dos meus pais enquanto estava levemente adormecido.

—Você parece um pouco mais calmo hoje. - mamãe sussurrou tocando a minha testa com carinho e virei para vê-la deitada ao meu lado.

—Me sinto um pouco mais calmo.

—Que bom, isso me deixa feliz amor. - ela disse carinhosa antes de se inclinar para beijar a minha testa.-Bom dia meu filhotinho.

—Bom dia mãe, a senhora dormiu aqui comigo? - questionei surpreso, afinal ela não fazia isso desde que adoeci pela última vez, o que foi antes de me transforar em lobo.

—Dormi, queria ter certeza que estaria ao seu lado se precisasse de mim durante a noite.

—Obrigado, mamãe.

—Não precisa agradecer. Adoraria que ficasse em casa hoje, para descansar um pouco. Você está precisando, passou a noite toda agitado. - ela disse se sentando na minha cama e fiz o mesmo enquanto a olhava.

—Não posso fazer isso mãe, tenho responsabilidades no laboratório.

—Isso não é um pedido filho é uma ordem. - ela disse séria e percebi que mamãe estava tentando usar seu tom de alfa em mim.

—Mãe, eu te amo e te respeito, mas não vou obedecer a sua ordem. Não vou deixa-la contestar a minha liderança, só porque estou sofrendo por causa do meu imprinting. A senhora também sofreu por causa do meu pai, e mesmo que a vovó Sue tenha tentado lhe proteger, a senhora não quis ouvi-la e seguiu o seu coração, então por favor, me deixe fazer o mesmo. Agora se me der licença, tenho que ir para o trabalho. - disse sério antes de ir para o meu banheiro tomar um banho.

Odiava ser grosseiro com a minha mãe, entendia o lado dela de querer me proteger de tudo e todos, mas precisava deixar claro que não permitiria que contestasse a minha liderança apenas porque estava preocupada com o meu sofrimento amoroso.

—Me desculpe. - mamãe disse suave assim que voltei para o meu quarto já devidamente vestido, e ela fez questão de me ajudar com a gravata. - Seu pai me alertou sobre ser super protetora e não perceber que estava agindo errado. Mas quando se trata dos meus filhotes, perco a razão e o bom senso. Será que pode me perdoar?

—Claro que posso mãe, só peço que confie em mim, por favor. - pedi olhando em seus olhos e ela concordou meio triste. - Está tudo bem, mãe?

—Estou, só é difícil aceitar que meu filhotinho cresceu e que não precisa mais de mim. -mamãe disse triste e sorri amoroso antes de abraça-la com carinho.

—Eu sempre vou precisar da senhora dona Leah, não importa a idade que tenha. - segredei antes de beijar a sua testa e descermos para tomarmos café.

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O dia no laboratório foi intenso, tive que assinar vários documentos, liberando o aumento da produção de alguns medicamentos e a compra de matérias primas, praticamente não tive tempo para sair da minha sala e muito menos de almoçar, e ainda teria uma vídeo conferência com os diretores gerais das filiais dos laboratórios.

—Quer que eu peça seu almoço? - Cíntia questionou assim que entrou na minha sala antes de sair para o seu almoço.

—Não vou ter tempo para almoçar, tenho que terminar esse documento com os tópicos que serão discutidos na vídeo conferência e enviar para todos antes da reunião. -expliquei sem tirar os olhos do computador.

—Ben, você precisa se alimentar não é saudável pular as refeições. - Cíntia disse preocupada comigo e desviei os olhos do computador para ver a minha secretaria.

—Não precisa se preocupar Cíntia, depois peço um sanduíche e um suco para o chefe do refeitório. Pode ir almoçar sossegada, vou ficar bem. -assegurei e ela concordou a contra gosto antes de me deixar a sós e voltei ao meu trabalho.

—Benjamin? -ouvi Mel questionar assim que a autorizei a entrar sem desviar os olhos do computador em minha frente.

—Aconteceu alguma coisa na linha de produção, Mel? - questionei preocupado, afinal achei que depois de ontem ela iria me evitar a todo custo.

—Não está tudo bem. Você pediu para Cíntia me ligar, para que participasse da vídeo conferência com os diretores gerais das filiais dos laboratórios, como já está quase na hora e não o vi na sala, vim ver se estava tudo bem.- Mel disse preocupada e olhei para o relógio de pulso que usava percebendo que estava quase na hora da reunião.

—Deus, perdi a noção da hora. - disse preocupado, odiava chegar atrasado em meus compromissos de trabalho, por sorte havia conseguido terminar de redigir o documento necessário para a reunião.

—Está tudo bem, você ainda tem meia hora, por isso acho que devia se alimentar. - Mel disse e percebi que ela possuía uma vasilha térmica nas mãos assim como um copo igualmente térmico. -Enquanto almoçávamos, Cíntia me contou que você não saiu para almoçar e fiquei preocupada, afinal minha avó sempre diz que nunca devemos pular as refeições, pois elas são muito importantes.

E a sua atitude me comoveu, porque ela havia se preocupado comigo, por mas que estivesse confusa em relação ao que estava sentindo, aquele gesto era a prova de que Mel se importava comigo, nem que fosse um pouquinho.

—Isso é pra mim? - questionei tentando controlar a emoção por sua preocupação.

—Sim, pedi ajuda a Cíntia, pois não sabia que tipo de sanduíche ou suco você gostava...- ela começou a se explicar e a interrompi.

—Não tem problema Mel, pra mim está perfeito, obrigada por seu gesto. - disse agradecido e ela sorriu suave antes de me entregar as vasilhas térmicas.

Me sentei no sofá e indiquei que Mel se sentasse ao meu lado, enquanto comia um sanduíche de peito de peru e suco de abacaxi com hortelã, o meu lanche preferido.

Mel esperou pacientemente que terminasse de comer e depois fosse até ao banheiro, que havia na minha sala para escovar os dentes, antes de voltar para a sala.

—Obrigado por se preocupar comigo, Mel. - disse agradecido por seu cuidado, mas não podia criar esperanças, afinal aquele gesto poderia não ter nenhum tipo de significado.

—Não precisa agradecer, Benjamin, é um gesto que faria por qualquer pessoa. - ela disse e senti como se meu coração tivesse sido esmagado.

Era como se os passos que havíamos dado ontem em sua sala, houvessem ido por água a baixo diante do seu comentário. Eu me sentia tão frustrado e incapaz por não conseguir que Mel ao menos considerasse que poderíamos ter outro tipo de relacionamento além do profissional.

—Claro, acho melhor irmos para a sala de vídeo conferencia. -disse frustrado enquanto indicava a porta e ela concordou antes de sairmos.


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