O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 10
Melissa


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O Legado, e se preparem porque o capitulo de hoje promete.
Beijos e até sexta.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.



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Assim que entramos na sala do concelho fiquei fascinada, ela era ampla e iluminada graças as inúmeras janelas de vidro que cercavam o local, em seu centro havia uma grande mesa retangular com treze cadeiras. Ária se despediu de nós antes de seguir para o seu lugar a mesa, em seguida Benjamin me indicou o local em que sentaríamos, pelo que percebi só estava faltando nós três para que a reunião começasse-se.

—Bom dia senhores. Agora que todos os acionistas já chegaram, podemos começar a nossa reunião mensal do concelho. - Ária disse antes de começar a apresentar as pendências que seriam discutidas na reunião. Enquanto a mesma falava, acabei me distraindo pensando em tudo que havia acontecido nesse dia, e olha que estava no começo dele.

Primeiro a minha “negociação trabalhista”, pode-se chamar assim, com o meu chefe, que graças a Deus teve um final que agradou ambas as partes, pelo menos era o que eu achava.

Depois o aparecimento da minha echarpe magica, após esse fato, tentei ligar para a minha avó, mas segundo a enfermeira dela, a mesma estava no seu banho de sol diário e pedi que ela lhe informasse que ligaria depois. E agora estava na reunião do concelho, sendo analisada por todos de cima a baixo, que pareciam me recriminar por estar ali.

Ária tinha razão, o concelho era de dá medo, mas agora havia muito mais mulheres nele, que não deixavam de ser assustadoras.

Foco Mel, você não pode deixá-los te intimidarem, você é capaz e se está aqui é porque esse é o seu lugar, pensava comigo mesma antes de ter o meu monologo interrompido por Benjamin, que se aproximou de mim com a intenção de falar algo sem que os demais ouvissem.

—Está tudo bem? - ele sussurrou preocupado assim que virei para vê-lo.

E tê-lo tão perto de mim, daquela forma tão intima, fez meu coração acelerar como se quisesse sair do meu peito. O que já estava me deixando preocupada, afinal não podia reagir daquele jeito com o simples fato do meu chefe se aproximar de mim para me questionar algo.

—Sim. - menti olhando em seus olhos castanhos escuros que pareciam brilhar enquanto me olhavam.

—Não precisa ficar temerosa estou do seu lado e não vou deixar nenhum deles ser grosseiro com você. - ele prometeu enquanto me olhava intensamente e senti que aquela promessa ia além do meu temor do concelho, como se ele estivesse disposto a tudo por mim.

—Desculpe interrompê-los, mas a dama de vermelho está fuzilando os dois com o olhar, e vão por mim, não irão querer entrar na lista negra dela. - um rapaz sussurrou ao lado de Benjamin, quebrando assim aquela ligação estranha que estava desenvolvendo com meu chefe.

—Obrigado pelo aviso, Ethan. - Benjamin agradeceu ao rapaz do seu lado, mas pelo seu tom de voz, ele não parecia nada grato pelo aviso.

Olhei para o rapaz ao lado de Benjamin e percebi que eles possuíam algumas semelhanças entre si, como a cor dos cabelos, o nariz e o queixo, talvez ele fosse o filho caçula do doutor Thompson, o qual reconheci de imediato na cabeceira da mesa, pois possuía os mesmos olhos que Benjamin e Ária.

Apesar de mais novo, meu chefe se parecia muito com o pai.

—Charlotte irá distribuir a todos as pastas com os resumos dos gastos do ano passado e uma simulação dos gastos previstos para esse ano, ele está separado pelos negócios do conglomerado que incluem os Laboratórios, a rede de Hospitais, a distribuição de medicamentos gratuitos e a Fundação de música. - Ária explicava enquanto uma linda mulher loira distribuía as pastas para todos os presentes.

—Ainda bem que a mamãe não participa desse concelho, porque se não as reuniões iriam acabar na delegacia ou no necrotério. - Ethan sussurrou para Benjamin e vi a loira se curvar mais do que o necessário ao entregar a pasta para o doutor Thompson, ela estava praticamente esfregando seu decote nele que constrangido afastou sua cadeira, evitando qualquer contado com a secretária de Ária.

—Parece que outra pessoa entrou na lista negra da dama de vermelho, Ethan. - Benjamin disse ao irmão e vi Ária, que estava de vermelho, olhando sério para Charlotte.

—Essa tá demitida e não durou nem três meses. - Ethan confidenciou ao irmão enquanto fingia ler seu relatório. -Não sei porque elas ainda insistem, o papai só tem olhos para a mamãe. Bem que elas podiam dar em cima de mim, sou livre e desimpedido.

—A matemática é simples, irmão. Entre trinta e três porcento e cinquenta e oito porcento das ações, quem você acha que é um partido melhor?

—Odeio quando você frustra meus sonhos, Benjamin. - Ethan reclamou antes de olhar para mim. - Não deixe ele fazer isso com você, Melissa.

—Pode deixar. - confidenciei a ele que sorriu para o irmão mais velho.

—Olha só...Ela vai te dar trabalho, Ben...Gostei de você, Melissa. - Ethan disse e fez uma careta antes de fingir que estava lendo seu relatório, confusa olhei para frente e percebi que Ária estava nos repreendendo com o olhar por nossa conversa paralela durante a reunião.

—Estou feliz que os programas de assistência medicamentosa gratuita superaram a meta, assim como a Fundação de música São Lucas, já os lucros dos laboratórios estão excelentes, o que permite pegar uma parte deles para investir mais nos programas de assistência. - o doutor Thompson disse enquanto olhava para o relatório que estava em suas mãos.

—Esses são os planos doutor Thompson, além deles, pretendemos investir em aparelhos mais modernos para a sede da rede de hospitais, já que as filiais tiveram sua renovação de equipamentos ano passado. - Ária explicou e seu pai concordou.

—A emergência e o setor neonatal precisam de ampliação. - Ethan disse e todos desviram a atenção das suas pastas para vê-los.

—Esses setores foram ampliados recentemente Ethan. - um senhor que estava na minha frente, e que aparentava ser o mais assustador de todos daquela mesa, disse sério enquanto olhava para Ethan.

—Quer dizer a três anos Abbot. Nosso espaço não está mais suprindo as nossas necessidades.

—Supriria se o chefe da emergência, resolvesse não atender a todo mundo que bate na porta do hospital. - Abbot disse severo e Ethan sorriu sem humor.

—Como é que é? Você ouviu o que acabou de dizer Abbot? - Ethan questionou furioso enquanto se levantava do seu lugar. - Não posso negar socorro a ninguém seu idiota, fiz um juramento e irei cumpri-lo até a minha morte.

—Ethan, se controla. - Benjamin disse sério enquanto segurava o braço do irmão, forçando-o a se sentar.

—Não me peça controle Ben. Vocês ouviram o que esse idiota disse? -Ethan questionou se soltando do irmão enquanto olhava para todos nós, sem acreditar no que Abbot tinha falado.

—É para esse tipo de rapaz, que a administração da rede de hospitais será entregue? - Abbot questionou chocado e os outros acionistas começaram a deixar suas opiniões claras, e a maioria era contra Ethan.

—Se fossem entregues a você os hospitais se tornariam um matadouro. - Ethan disse furioso, ele estava a um passo de voar em cima de Abbot.

—Como todos estão vendo, o jovem doutor Thompson não tem nenhum controle emocional e muito menos preparo técnico para gerir uma rede de hospitais tão grande e complexa como a nossa, diante disso, lanço a proposta de uma votação para a expulsão do mesmo do nosso concelho e da administração da rede de hospitais Thompson...-Abbot começou a dizer mais foi interrompido por Ethan.

—É isso que você quer seu abutre. Quer me tirar do hospital para colocar o seu neto, que vai transformar o local em uma máquina de dinheiro enquanto deixa de atender os mais necessitados. - Ethan disse furioso e Benjamin se levantou para segurar o irmão, que estava prestes a pular a mesa para alcançar Abbot.

—Agora já chega. Onde os senhores pensam que estão? Isso aqui é uma reunião de trabalho e não o pátio do jardim de infância. - o doutor Thompson disse sério enquanto olhava para os dois. -Solte o seu irmão, Benjamin.  

—Pai, você ouviu o que esse idiota acabou dizer e quer me recriminar? -Ethan questionou furioso para o pai após seu irmão soltá-lo.

—Eu ouvi...Sente-se no seu lugar e peça desculpas ao senhor Abbot, por seu comportamento de criança mimada.

—Mais nem morto. - Ethan disse rebelde e o doutor Thompson olhou para o filho mais novo de forma severa.

—Não estou pedindo como seu chefe, Ethan Harry, estou mandando como seu pai. - ele disse severo e Ethan respirou fundo antes de olhar para o senhor Abbot.

—Me desculpe Abbot. - ele praticamente rosnou as palavras enquanto olhava para o senhor em minha frente.

—Ótimo, mesmo que não tenha sentido sinceridade no seu pedido. Agora pode se levantar e voltar para o hospital, você está suspenso do concelho até segunda ordem.

—O senhor não pode fazer isso...Não pode me colocar de castigo, como se eu fosse uma criança. -Ethan reclamou sério.

— Os cinquenta e oito por cento das ações que possuo, me permitem suspender qualquer acionista, segundo as normas que regem a empresa. Se você vê essa suspensão como um castigo que seja, afinal se comportou como uma criança malcriada. Agora para o hospital. - ele disse severo e Ethan levantou da cadeira a contra gosto antes de bater à porta com força.

 -Onde estávamos antes do descontrole do jovem senhor Thompson? - Abbot questionou com um sorrisinho vitorioso.

—Idiota. - Benjamin sussurrou ao meu lado enquanto olhava com raiva para Abbot e tive que concordar com meu chefe.

—Ainda não terminei Silvestre. - doutor Thompson disse interrompendo Abbot que queria dá continuidade à reunião.

—Claro doutor Thompson, por favor, prossiga.

—Peço desculpas a todos pelo comportamento explosivo do meu filho caçula. Ethan é jovem e ainda não aprendeu que conversar vence mais batalhas do que gritar, mas em uma coisa ele tem razão. -doutor Thompson disse e todos o olharam surpresos. - Não iremos fazer seleção para o atendimento das pessoas, jurei que não negaria socorro e não negarei. Nem que tenha que tirar do meu próprio bolso para melhorar os setores que precisam de atenção...E Silvestre, nunca mais grite com nenhum dos meus filhos, nem na minha ausência e muito menos na minha presença, ou esqueço a cordialidade britânica que aprendi com nosso avô e lhe ensino novamente o jeito americano de resolvermos as coisas que nos desagradam. E nunca duvidem da capacidade de Ethan em administrar a rede de hospitais Adrian Thompson, porque não haverá outra pessoa mais apaixonada e leal aos ideais da medicina e do hospital como ele. Agora, por favor se retire da sala, o você está suspenso.

—Mas...Elliot...O Ethan...- Abbot começou a dizer, mas foi interrompido pelo doutor Thompson.

—Meu filho estava errado e foi suspenso por isso, e o senhor não irá escapar da mesma punição, agora por favor, se retire.

Sem dizer uma palavra o senhor Abbot saiu da sala, em seguida o doutor Thompson respirou fundo antes de tomar um gole da sua água e Ária se aproximou para questionar algo ao pai, que respondeu com um leve aceno de cabeça.

—Agora, por favor, podemos continuar a nossa reunião. - ele disse e todos concordaram antes de voltarem a falar sobre os balancetes e gráficos.

E Graças a Deus a reunião continuou sem mais nenhuma confusão.


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