Resilience escrita por Aurora


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Último cap! Muitooo obrigada a todos que leram até aqui, e aos que comentaram e me incentivaram tanto. Amo muito vocês!



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Os dias passaram rapidamente e de forma cansativa. Lilian precisou dar várias entrevistas, recebeu prêmios por sua contribuição ao mundo bruxo, e conheceu o pai de James no Ministério da Magia, onde precisou contar tudo o que havia acontecido. As perguntas nem sempre eram justas, e as vezes ela sentia que estava em um interrogatório, mas não se importava. Voldemort e boa parte de seus seguidores não existiam mais, porém acreditar que uma nascida trouxa havia sido a responsável era algo difícil para os mais conservadores. As perguntas que mais se repetiam era porque nenhum feitiço funcionava nela e como ela descobriu a existência das horcruxes e onde elas estavam e como tinha certeza de quantas tinham. Lily dava desculpas, e seu charme era o suficiente para convence-los.

Lilian havia conseguido muita influência no mundo bruxo, conseguindo assim a guarda de Amy e uma quantia exorbitante de dinheiro proveniente dos prêmios recebidos. Lily queria comprar uma casa na praia, mas James a convenceu que Godric’s Hollow era um lugar melhor, frequentado por bruxos e trouxas, onde Amy teria muitos amigos. James frequentava tanto sua casa que não demorou para se mudar. Os outros três marotos passaram a ir tanto lá que tinham seu próprio quarto com quatro camas, onde James também dormia quando irritava Lily.

Ela aparatava as vezes no Acampamento, para manter o contato, mas ia cada vez menos. Tinha uma família agora, e se os deixassem sozinhos por muito tempo eles incendiavam a cozinha na tentativa de fazer algo para comer – Lily já havia perdido as contas de quantas vezes havia redecorado o lugar.

Lilian se casou com James aos vinte e um anos, porque a Sra. Potter reclamava constantemente sobre os dois morarem juntos e criarem uma garota sem estarem casados, mas principalmente porque o amava e não tinha motivos para esperar. Foi um cerimônia linda, onde Nico e Sirius foram os padrinhos e Marlene e Annabeth as madrinhas, e Lily mal conseguiu dançar com seu marido, pois Sirius se recusava a solta-lo. Com vinte e dois, Lily teve seu primeiro filho, Harry, e aos vinte e três veio sua primeira garota, Silena.

Amélia Bonavich Evans era tão linda quanto marota e Lily recebia cartas mensais de Hogwarts informando sobre as detenções que ela recebia, e James e Lilian nunca perdiam nenhum jogo de quadribol dela, que orgulhava James com o título de melhor artilheira da Grifinória, e deixava Lily assustada com a violência com que jogava – em seus momentos de fúria, pegava o bastão dos batedores e começava brigas sangrentas. Havia crescido e deixado aquela garotinha pequena e assustada para trás, e Lilian tinha pena de quem se colocasse em seu caminho. Conforme os anos passavam, Lily parou de receber cartas e começou a ser ativamente chamada em Hogwarts, onde passava horas sentada com Amy escutando a professora McGonagall dar seus longos discursos e exigir que o comportamento de Amélia melhorasse – o que nunca acontecia, por mais que Lily se esforçasse. Era como se Thomas tivesse a influenciado conforme cresciam, porque ela ficava cada vez mais parecida com o tigre temperamental. Por mais que houvesse adotado seu sobrenome, Amy não chamava Lilian de mãe ou irmã, e Lilian não a chamava de nada além de Amy. Ela sempre seria apresentada como uma Potter, mesmo que não tivesse esse sobrenome, e Lilian a apresentaria como filha, apenas para facilitar a explicação. No fim, elas eram família, e a nomenclatura correta não importava.

Harry era a cópia perfeita do pai, com exceção dos olhos, que eram idênticos aos de Lily. Silena tinha o cabelo ruivo como o da mãe, mas seus olhos não eram os de James, como ele havia apostado que seria quando viu a pequena cabeça ruiva – mais uma vez, eram os olhos de Lilian, mas a personalidade era praticamente inteira de James, o que fez seu pai ter cabelos brancos antes mesmo dos trinta anos. Os irmãos eram diferentes em quase tudo. Harry era mais tranquilo e empático, como Lily, enquanto Silena era convencida e astuciosa, como James. Harry se tornou um corajoso grifinório e Silena uma orgulhosa sonserina. Eles brigavam constantemente e disputavam na escola, e sempre competiam para ver quem pregava a melhor peça, quem fazia Amy enlouquecer primeiro, quem conseguia fazer o maior número de pegadinhas dentro de casa sem Lily perceber. Harry era apanhador e Silena, como batedora, tinha o único objetivo de focar o irmão nos jogos. Na formatura de Silena, McGonagall pediu para que Lily lhe escrevesse quando seu primeiro neto nascesse para que ela pudesse se aposentar a tempo – dizia não ser capaz de formar mais nenhum Potter, e Lily não a culpava nem um pouco.

Amélia havia se tornado jogadora profissional de quadribol. Harry decidiu ser auror. Silena era apaixonada por poções, e matava os pais de preocupação com seu interesse por homens mais velhos e sua proximidade com Severo Snape – que Lily havia perdoado eventualmente e se encontravam todo mês, mas Sev simplesmente não conseguia frequentar sua casa, sabendo bem que sempre teria um maroto ou mais lá.

Cuidar dos três era um trabalho em tempo integral e ainda precisava fazer horas extras cuidando dos marotos, que mesmo adultos continuavam aprontando, principalmente Sirius com sua motocicleta voadora, que Lily jurou destruir pedaço por pedaço se pegasse James nela de novo, após o marido quebrar o braço e deslocar o ombro. Peter tinha problemas amorosos, uma vez que não conseguia para de falar sobre os marotos em seus encontros e Lily sempre precisava o consolar depois. Remus havia encontrado uma bruxa exótica e divertida, Dora Tonks, que sempre brigava com o rapaz, alegando que ele ainda estava apaixonado por Dorcas Meadowes, e Remus sempre acabava dormindo na casa da Lily, reclamando sobre o temperamento da namorada – no fundo, Lily concordava com ela, mas esperava que o sentimento passasse alguma hora, já que Dorcas sempre havia sido muito complicada para Remus. Sirius e Marlene tinham um relacionamento único, onde um dos dois desaparecia no final de semana e voltava apenas dias depois, de ressaca e com chupões pelo corpo, até a garota engravidar, o que fez Sirius perder a cabeça e fugir para a casa de James, o que parecia ser bem típico dele, e Lilian quase perdeu a sanidade convencendo Sirius que ele conseguiria ser um ótimo pai – ele era um padrinho exemplar para Harry, e as vezes Silena parecia ser mais dele do que de James.

James... bom, ele a enlouquecia. Tentava cozinhar e quando nada pegava fogo, a comida era intragável, mas ele não desistia. Ensinava todos os truques dos marotos para seus filhos, que já eram bem criativos por conta própria. Escondia todas as roupas de Lily quando eles brigavam e ficava de cara fechada quando ela não o deixava jogar quadribol na chuva, mesmo ele sabendo que ficava gripado depois. Mas era carinhoso e estava sempre cuidando dela. A abraçava quando tinha pesadelos de noite e havia aprendido a tocar violão quando ela disse que gostava. Por mais que fosse um desastre cozinhando, seu café era perfeito e ele fazia todos os dias só para ela – James odiava café. Não importava quanto tempo passasse, ele sempre a olhava como se fosse a primeira vez, o mesmo ar de admiração, o mesmo desejo. Ele a irritava só para a ver vermelha e ofegante e depois a enchia de beijos até a raiva passar. Ele a enfurecia e Lily o amava.

Era como se não tivesse três filhos, e sim sete. Sua casa nunca estava vazia, dificilmente tinha uma tarde livre com seu marido, Thomas ainda a acordava no meio da noite mordendo seu pé e simplesmente se recusava a voltar a ser gato, mesmo quando tinham visitas e eram obrigados a o trancar em algum quarto, e Sirius corria em sua forma animaga atrás dos gatos da vizinha.

As vezes ela se perguntava como teria sido se Kairós não tivesse interferido. Com certeza, teria crescido com pais mais afetivos. Provavelmente, nunca teria matado ninguém. Teria crescido com sua irmã paterna, Petúnia, e teriam uma boa relação e ela não morreria. Não teria morado na rua e não teria uma relação tão distante com suas colegas de Hogwarts. Mas também não teria conhecido Silena Beauregard. Não teria salvado Amélia. Não teria todos aqueles momentos maravilhosos no Acampamento. Não teria a oportunidade de ver Harry crescendo e Silena Potter nunca teria nascido.

Não sentia mais raiva de Kairós pelo estrago que havia feito, pelo contrário, o agradecia imensamente todas as vezes que via Harry capturando um pomo e Silena rindo do irmão.

Sua vida nunca havia estado tão perfeita e Lilian estava feliz.


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Notas finais do capítulo

E... é isso.
Eu tenho outras duas versões diferentes desse ultimo cap, um com Lily contando para James sobre sua primeira gravidez, outro com ela e Nico conversando sobre as crianças, mas achei que um mais explicativo talvez fosse melhor, não sei. Foi bem difícil escrever o final, mas espero de verdade que tenham gostado de tudo.
Eu já comecei a escrever uma fic beeeeem canon da época dos Marotos, quando eu postar o primeiro cap eu coloco o link aqui para vcs.
Obrigada de coração a todos que me acompanharam até aqui!!



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