Valeran - A Ascensão dos Reis escrita por Lorde Vallex


Capítulo 5
O Mercenário


Notas iniciais do capítulo

Hello!
Seguindo aqui com a história, nossos bons alunos aprendem um pouco sobre a história da magia e um pouco de Valeran também. Enquanto isso, um certo mercenário vai começar a se divertir um pouco...



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A aula de história da magia era aguardada por Soren havia algum tempo. Mesmo antes de entrar na academia, seu desejo de aprender mais sobre a magia sempre fora enorme. O dito popular “conhecimento é poder” definia basicamente toda a vida dos magos. Soren, entretanto, costumava acrescentar: “conhecimento é poder, mas ele não possui utilidade se você não souber usá-lo.” E não havia momento melhor para adquirir conhecimento do que na história da magia.
A professora que ensinava a matéria era uma maga de invocação. Seus cabelos escuros eram curtos e ela era surpreendentemente alegre.

— No início dos tempos — contava ela —, havia apenas quatro entidades. Luz, Escuridão, Tempo e Ordem. Luz, personificada na deusa primordial Illumiony, travava uma batalha incessante contra a encarnação da escuridão, Shai'nur. Izag, deus primordial do tempo, e Hirunorn, deus primordial da ordem, ficavam de lado nessas disputas. Enquanto as batalhas eram travadas, nenhum dos lados saía vitorioso. Foi apenas no fim de tudo que Illumiony perfurou Shai'nur, e do sangue dela surgiu Apokris, o Plano das Sombras.
“Shai'nur foi aprisionada nas trevas do Abismo. Enquanto isso, Illumiony, Hirunorn e Izag criaram o resto do multiverso. Para isso, eles deram vida a outros deuses, que agora formam o nosso panteão. Cada um desses deuses criou um Plano para si, onde seu domínio era absoluto. Izag e Hirunorn não o fizeram. Izag estava em todos os planos, pois o tempo afeta a tudo. Já Hirunorn estabeleceu residência em Cymerida, o plano em que todos os deuses de reuniam.
“A primeira raça a ser criada foi a raça dos dragões. Mais especificamente, dos arquidragões. Caso estejam se perguntando, sim, os arquidragões que conhecemos eram os mesmos desde o início dos tempos, milhares de anos atrás. Tudo ia bem, mas, como dizia meu mestre, o destino sempre dá um jeito de empurrar os problemas na direção da paz. Um dragão, tão poderoso que chegava a ser assustador, voltou-se contra os deuses. Ele foi ao abismo e buscou aquilo que ele acreditava ter direito: poder. E encontrou Shai'nur.
“A deusa das trevas saiu de sua prisão, transformando o arquidragão no Arquidemônio, o primeiro e mais poderoso de toda essa nova raça. ‘Mas como surgiram os demônios?!’ Os primeiros demônios, denominados de os Antigos, foram criados pela própria Shai'nur. Mas o resto foi criado de outra forma. Shai'nur subiu o multiverso até chegar em Soleris, onde, com um sussurro, escuresceu o sol. Os anjos que estavam de guarda tentaram impedi-la. E estes mesmos anjos, momentos depois, choveram pelo mundo, na forma dos primeiros demônios.
“Decidida a se vingar de todos que lhe deram as costas por tantos anos, Shai'nur uniu demônios e, liderados pelo Arquidemônio-dragão e os Antigos, os demônios invadiram Cymerida na maior batalha que já existiu. No fim, Shai'nur retirou-se novamente para Apokris, e houve paz por milênios.”

— Nossa — exclamou Soren. — E como nós humanos sabemos disso tudo?

— Com o conhecimento que coletamos — respondeu a professora —, a custos altíssimos, dos elfos, dragões e até demônios. Mas, continuando: houve paz por muito tempo. Em algum momento, os humanos surgiram. Esta aula trata de magia, então não falarei dos continentes do leste. O que é necessário dizer é que os primeiros habitantes de Visten, o nosso continente, eram renegados de um dos grandes continentes do leste. Assim que desembarcaram em Visten, buscaram ajuda dos elfos e dos anões. Os senhores da floresta disseram que o norte era perigoso, mas que os seres hostis se mantinham afastados do centro da região.
“Com a ajuda de elfos e anões, os humanos construíram vilarejos e acampamentos na região que hoje é Valeran. Com os recursos oferecidos pelos elfos e anões, os humanos terminaram a primeira cidade um ano antes do rei Ifrit I Loernvel ter seu primeiro filho, Heylluim. Dois anos depois, nasceu Kelluim.
“O líder dos renegados, agora Rei Ifrit I, desenvolveu muito Draconart, a cidade capital, e criou outras duas cidades, hoje Ilihyn de Konatang e Dysenhart de Barun. Após certos acontecimentos, cujas nossas fontes divergem, Heylluim e Kelluim foram abençoados como Campeões Divinos de Illumiony e Shai'nur, respectivamente. Mystrin'narihn, deusa da magia, abençoou os humanos com Mana, algo que apenas os dragões e os elfos possuíam em sua plenitude, após Heylluim e Kelluim salvarem o ovo de um dos arquidragões.
“Usando o Mana dos dois garotos, a capital deu um enorme salto em relação às outras cidades. Heylluim também se tornou Cavaleiro de Platina, o melhor Cavaleiro Santo do reino naquela época. Com a magia em posse dos humanos, Ifrit expandiu seu território. Unindo forças com elfos e anões, logo eram um império. O Imperador Supremo Ifrit I Loernvel reinaria por mais cinco anos de paz, até aquele momento… a Hora Mais Sinistra, quando os Antigos se reergueram contra Kadriin, o nosso mundo.
“Demônios e as outras raças lutaram por anos. Para conseguir mais poder, Ifrit matou um dos arquidragões, e concedeu seu poder aos Quatro Cavaleiros Dracônicos Originais. Estes, liderados pelo poderoso Gwyn, o Imortal, derrotaram os Antigos.
“Um ano depois, os dragões atacaram o império em retaliação por seu irmão morto. Aquele foi o período mais perigoso da história de Valeran, e nem mesmo eles dos Tempos Antigos sabiam como sobreviveram.
“Durante isso, o filho dos Senhores da Floresta, Valadan Woodalind, Primeiro Arquimago, ajudou os seres humanos. No fim, ele traiu a nossa raça e iniciou uma Grande Guerra entre as raças. Ifrit foi morto, e Kelluim aliou-se a Valadan. A guerra durou muito, mas, como todos sabem, Valadan e Kelluim acabaram mortos.”

A professora pigarreou.

— Este período é chamado de Era das Trevas, caracterizada por muitos conflitos.

“E estaremos vivendo uma nova era das trevas em breve”, pensou Soren amargamente. “Se dermos sorte, Casymir morrerá nela.”
No restante da aula, aprenderam a origem de cada magia. A magia elemental, obviamente, foi criada pelo arquimago élfico Valadan. A magia mental foi criada poucos anos depois por uma maga chamada Hella. A magia de proteção surgiu com Aemond II, o rei Arquimago que governou Valeran no período chamado de “Ruína dos Carniceiros”, onde necromantes foram caçados e queimados vivos. A magia de invocação veio por último sob o domínio de Freya Wolfkin, ancestral do próprio mestre de invocação Aelod.
Quando a aula chegou ao fim, a professora deixou a sala, e quem entrou foi o mestre Wixxard. Vestia um casaco marrom e parecia pouco com um mago. Mesmo assim, ninguém se enganava. Wixxard era conhecido como o maior usuário de magia de proteção do reino, tanto que fora ele quem reforçou as barreiras mágicas de Greyhorn e até do próprio castelo do rei Casymir.
O mestre de magia sentou-se na cadeira com estrondo.

— Bem, crianças tolas, estou aqui para iniciar a sua primeira aula de magia básica. Muitos de vocês podem estar se perguntando qual a utilidade da magia básica, e ela é extrema. A magia básica possui três feitiços: o [Dardo Místico], a [Barreira Arcana] e a [Detecção Mágica]. Cada um desses feitiços pode ter enorme utilidade, principalmente se vocês souberem realizar uma conjuração perfeita deles, o que eu duvido que saibam.

Soren começou a assobiar, fingindo desinteresse, e logo Herys acompanhou-o, rindo por dentro. Wixxard lançou-lhes um olhar afiado.

— Significa que sabem?

— Há alguns anos — concordou Herys, e Soren concordou. Wixxard sorriu de canto.

— São pouquíssimos magos que realizam uma conjuração perfeita na idade de vocês — elogiou Wixxard. — Talvez queiram nos dar uma demonstração.

Soren levantou-se, animado em se destacar em alguma coisa. Herys levantou mais calmamente, com dignidade, e foi à frente da sala para cumprir um dever.
Quando estavam frente à frente, Herys perguntou:

— Como vai ser?

— Um de vocês — explicou Wixxard — deverá realizar uma conjuração perfeita, também chamada de conjuração não-verbal, do [Dardo Místico], enquanto outro faz o mesmo com a [Barreira Arcana].

— Você ataca — disse Soren, justo quando Herya ia dizer “eu ataco”. Mas, agora que ele falou, ela arqueou as sobrancelhas.

— Por quê?

— Porque cavalheiros não devem machucar damas.

— Espero que encontre uma bruxa ou uma succubus logo que sair daqui — esbravejou Herys. — Essa moralidade não funciona fora dos muros de castelos.

— Por sorte, estamos dentro dos muros de um castelo — comentou Soren, sorrindo. Diante da afirmação, Herys riu baixinho.

— Que seja.

Os dois prepararam-se. Agora já estavam com a simples túnica cinzenta dos alunos da academia, estas que, embora simples, lhes davam um aspecto mais… mágico?
Soren preparou-se e, no momento em que uma esfera azulada do tamanho de um punho foi disparada da mão de Herys, o garoto já havia criado um escudo azul quase transparente à sua frente. A esfera dissipou-se logo que tocou no escudo.
O nobre ia desfazer o escudo quando outros dois [Dardos Místicos] foram disparados por Herys. O segundo destruiu o escudo, e o terceiro atingiu Soren na testa, fazendo-o cair no chão.
A sala explodiu em aplausos, enquanto Herys ajudava Soren a se levantar.

— Nunca baixe a guarda — avisou ela —, nem para as damas, garoto.

— Vou me lembrar disso — assentiu Soren dando risada. Herys, novamente, espantou-se com o seu bom humor.

Wixxard foi o primeiro a começar a rir e o último a parar. Assim que recuperou o fôlego, prosseguiu com a aula.

— Bem, viram? Um único desses pode derrubar uma pessoa. É bem útil em alguns casos. Claro, a barreira nem se compara aos feitiços da escola de proteção, e os mais simples feitiços elementais superam facilmente o dardo místico, mas ainda é importante aprender esses feitiços. Em especial, a Detecção Mágica continua relevante até os níveis avançados, pois não há feitiço como este. — Wixxard fez uma pausa e então se espreguiçou. — Agora vocês vão praticar. Primeiro, vão praticar a [Barreira Arcana]. Àqueles que já sabem, só posso pedir que façam algo produtivo.

Assim a aula começou. A esmagadora maioria das pessoas não conhecia esse feitiço, então começaram a treinar. A palavra de ativação era [Varararo], acompanhada da runa arcana que representava a magia no geral. Poucas pessoas conseguiram fazer o feitiço.
Aqueles que já o conheciam começaram a tentar praticar a conjuração perfeita deste. Lira, por exemplo, estava tendo resultados.
Soren e Herys, que já haviam provado que dominavam a conjuração perfeita, começaram a “competir”. Primeiro, revezaram-se entre quem disparava e quem protegia. Depois, ambos começaram a fazer as duas coisas simultaneamente e, nos últimos minutos de aula, Soren propôs que disputassem sem usar a [Barreira Arcana].
Então a aula terminou.

— … e espero que já saibam realizar este feitiço na próxima semana — ameaçou Wixxard.

Eles então aguardaram a aula de poções e, depois, sobre criaturas mágicas.

*

O pátio era um grande espaço aberto. Mais de duas centenas de escudeiros — todos trajando armaduras de couro, com escudos de madeira e longas espadas de aço — revezavam entre golpear bonecos de treino e entre duelar entre si.
Com sua armadura de Cavaleiro Santo, Sor Arkhim Streffar observava aqueles jovens criticamente. Andava de um lado para o outro, corrigindo erros e fazendo sugestões.

— Evite atacar de cima para baixo — avisou o grão-mestre. — Você fica exposto. E, Elderat, não cruze espadas medindo forças. Qualquer cavaleiro que não for tolo irá simplesmente te empurrar ou te dar uma rasteira.

Continuou andando, corrigindo a postura dos escudeiros e observando-os duelarem. “Sem movimentos extravagantes”, repetia ele para a maioria dos escudeiros. “São ineficientes, te deixam exposto e são um desperdício de tempo e energia.”
Passou por outros dois escudeiros, alertando-os:

— Não fique dando voltas com seu oponente. Pare quando o olhar dele estiver contra o sol. Isso irá prejudicar seus movimentos, seus pensamentos e irá afetar suas reações.

Finalmente chegara em Killian. Como era de se esperar, ele duelava contra dois de seus colegas ao mesmo tempo. Sor Arkhim sorriu em aprovação. Killian sempre buscava fazer mais do que havia feito anteriormente. No dia seguinte ele provavelmente tentaria lutar contra três ao mesmo tempo até conseguir vencer.
Sor Arkhim conhecera o brilhante Sor Kane Maklaw, Flecha Cinzenta, que infelizmente falecera. Sor Arkhim imaginava que a morte do irmão fosse o motivo de Killian se esforçar tanto. “E ele talvez seja ainda melhor do que o Kane era na idade dele.”
A espada de um dos escudeiros foi interceptada pelo escudo de Killian, e o Maklaw mirou uma estocada com a espada. A lâmina chegou ao olho do escudeiro.

— Morto — anunciou ele.

Nem terminara de falar quando rodopiou para interceptar o golpe do segundo adversário com a própria espada.
Começaram uma dança de espadas. Killian era surpreendentemente rápido e forte, mas o seu adversário possuía reações rápidas — e era rápido especialmente em contra-atacar.
As espadas se chocaram várias vezes. Killian alternava entre golpes horizontais, diagonais e estocadas. Golpeava em velocidade assustadora, mas seu oponente devolvia quase todos os golpes.

— Muito bem, Kil — elogiou.

— Obrigado, Zael — respondeu Killian, com a face concentrada. — Você também melhorou muito.

— Acho que “melhorar” é pouco.

Suas espadas voltaram a se chocar em alta velocidade. Zael era quase tão bom quanto Killian — isso se levarmos em conta que o último estava lutando contra dois juntos antes de duelar apenas contra Zael —, mas também era claro que o Maklaw não aparentava ter nem metade do cansaço que Zael apresentava.
“O vigor do Kil não acaba”, pensou Zael, espantado, enquanto aparava outro golpe do amigo.
No fim, Killian golpeou a espada de Zael com o escudo, afastando-a no momento certo e, sem perder um segundo, encostou a ponta da espada na garganta do amigo.

— Morto.

— Posso ser um zumbi? — indagou Zael, esperançoso.

Killian pulou para trás e estocou novamente, mirando o coração de Zael.

— Núcleo mágico destruído, zumbi. Morto.

Sor Arkhim sorriu de canto.

— Impressionante. Vocês dois deram um espetáculo para seus colegas — comentou o Cavaleiro Dracônico.

— Obrigado, sor — agradeceu Zael, respeitoso e humildemente, mas olhando Arkhim nos olhos.

— Com todo o respeito mas, se aprouver ao senhor, não acredito que eles deveriam parar para observar um duelo — opinou Killian. — No campo de batalha não é costume observar um duelo.

— Se engana, jovem escudeiro — afirmou Arkhim, sorrindo de canto. — Muitas e muitas vezes os soldados param para observar um duelo entre seus superiores. Normalmente é feito um Duelo de Honra, que proíbe que os exércitos se agridam durante ou após o duelo, dependendo dos termos. Outras vezes, apenas é algo que chama tanta atenção que os soldados param de lutar. Normalmente, Sor Igon Ryterious, o Dominus e Cavaleiro de Platina, atrai esse tipo de atenção.

— Bem, não sou um superior, nem sou um Cavaleiro Santo para ter permissão de exigir um Duelo de Honra, então não há por que me encararem.

— Desta vez, está correto. Quero que todos realizem setenta flexões.

Killian e Zael ficaram olhando as pessoas se prepararem, mas Arkhim chamou a atenção deles.

— Vocês dois também.

— Hã? Por quê?! — indagou Zael.

— Killian por falar comigo como se soubesse algo sobre o mundo, e você por ter a arrogância de não se juntar a seus companheiros. Se tivesse tomado a iniciativa de se juntar a eles, eu te pouparia disso.

Com essas palavras, o grão-mestre foi até uma coluna do castelo e observou os escudeiros atenderem à sua ordem.

*

Em um local muito distante da Academia Greyhorn, próximo a um rio de pouca relevância, havia uma taverna simples e fedorenta, com o característico aroma de carvão, cerveja e estrume de cavalo. Algumas mesas estavam partidas ao meio, e o balcão estava sujo com hidromel.
Na taverna, um grupo de pessoas estava reunido. Eram quase vinte, todos com roupas provavelmente roubadas e bem armados. Um deles, em especial, chamava a atenção por aparentar ser o líder. Vestia um sobretudo marrom e possuía um peitoral de aço sobre este. Usava um capuz e carregava uma espada embainhada.

— Distinto senhor — chamou o líder, dirigindo-se ao taberneiro. — Quando eu peço cerveja, hidromel, vinho ou o que for, você não deve parar de me servir até que eu diga o contrário. Fui claro?

— Sim, senhor Adrian.

Adrian, o líder dos mercenários, bocejou e então olhou para o bardo no canto da taverna.

— Ei, você, trovador. Cante algo para nós, irmãozinho.

— S-sim senhor. A-alguma preferência?

— Rapazes, o que acham?

— Quero ouvir o Leão e o Dragão — pediu um brutamontes com um martelo de duas mãos encostado na mesa.

— Não. As Lágrimas de Ashfild — sugeriu um homem magro de olhos esbugalhados.

— Que tal Sopro de Ymir?

— Que seja Sopro de Ymir — decidiu Adrian, e todos subitamente sentiram a necessidade de ouvir Sopro de Ymir.

Enquanto o jovem trovador cantava e tocava — e era necessário admitir que o rapaz tinha talento —, uma pessoa entrou na taverna. Poucos perderam tempo olhando, mas Adrian dirigiu o olhar escondido pelo capuz para o recém-chegado, um homem com uma armadura que indicava que fazia (ou já fizera) parte do exército real.
Adrian soube imediatamente quem aquele mensageiro representava.

— Vejam só, um dos cães do Alastair — zombou ele. — O que o seu Mago Dourado deseja?

— Lorde Alastair deseja que você se prepare para nos auxiliar na captura de um vilarejo que ocupa uma posição estratégica, próxima à fronteira de Illuminis.

Adrian deu um sorriso macabro.

— Ora, meu irmãozinho, você falou coisas comprometedoras. Eu serei obrigado, contra a minha vontade, a matar as testemunhas.

Em um piscar de olhos, Adrian lançou uma faca que cravou-se entre os olhos do trovador. Antes que o taberneiro pudesse fazer algo, o martelo do brutamontes esmagou sua cabeça contra a parede. Os outros hóspedes foram atacados e mortos pelos subordinados de Adrian.
O líder mercenário então olhou para o mensageiro.

— E por que ele quer minha ajuda?

— Acha que a sede de sangue de seus homens deve ser saciada em algo em prol de nosso santo objetivo, em vez de atacar comerciantes e cavaleiros andantes.

— Hehehe, peguei esta espada com um cavaleiro andante. Arma mágica de primeiro nível, corta membros com um único golpe. Quer ver?

— Humildemente recuso. E então, aceita?

— Não tenho certeza…

— Alastair está disposto a pagar duas peças de ouro para cada um de seus homens.

Adrian semicerrou os olhos. Então, apontou para o brutamontes.

— O Banner conta como dois. Eu conto como três por minha deslumbrante capacidade com armas.

— Feito.

Adrian então concordou, e seus homens comemoraram. Ele não parava de pensar no azar dos habitantes do tal vilarejo.
O mercenário não conhecia o objetivo desses “fanáticos”, mas eles viviam falando de seu divino objetivo, uma mudança na raça humana. Adrian não acreditava muito mas, se fosse verdade, queria ter algum destaque. Além disso, o pagamento final do serviços era de mil peças de ouro, mais do que eles receberiam em um ano inteiro de trabalho árduo.
O mensageiro também tirou uma carta do bolso e entregou a Adrian. O criminoso leu o conteúdo em silêncio.

— E para que vocês querem isso?

— Capricho de Isnar. Ele acha desprezível o comércio dessas criaturas, e está disposto a te pagar quinhentas peças de ouro para isso.

— Aquele lagarto fedorento, mais fedorento que essa taverna, não gosta de mim. Por que ele pagaria tanto? E por que pediria a mim?

— Porque você é o único com coragem de tomar esse item a força.

Adrian sorriu.

— Que aquele monstro maldito considere feito. Partirei para Feradöhr logo que terminarmos com o vilarejo. Mil e quinhentas peças de ouro em um único ano… isso é mais do que alguém como eu sequer poderia sonhar.

O mensageiro partiu, deixando um sorridente Adrian para trás.

 


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Notas finais do capítulo

Adrian recebeu algum pedido, seja ele qual for kkkkk. E o alvo dele é Feradöhr, cidade da Academia Greyhorn :o



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