Mirtilo escrita por OmegaKim


Capítulo 4
III - Algumas pessoas não estão prontas




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Kim Ryeowook era o segundo ômega, ou seja era o segundo marido de Kim Leeteuk. Eles tinham se conhecido durante a adolescência, depois que o ômega veio de Taiwan para morar com os tios, já que os pais haviam morrido em um acidente de carro. Quando chegou para morar na Coréia, a primeira pessoa que conheceu foi Leeteuk, o alfa de sorriso fácil e ideias malucas na cabeça. Naquela época acreditava que seriam apenas eles dois até o fim da vida ou pelo menos era o que sonhava antes de descobrir que o alfa já era casado.

Mas isso foi há muito tempo, Ryeowook pensou enquanto rolava na cama, puxando o lençol para se cobrir ao mesmo tempo que via o marido sentar-se na beira da mesma e vestir-se devagar. Parecemos amantes em vez de maridos, não se surpreendeu com tanto de amargura que havia no seu pensamento, porque não era que não fosse feliz ao lado do alfa, era apenas que odiava ser sempre o segundo em tudo. Porém amava demais Leeteuk para reclamar sobre como Heechul sempre ficava com as melhores partes do marido.

Sentiu a cama afundar ao seu lado e logo o cheiro do marido estava chegando até si. Teve seu corpo virado sem resistência e aceitou os lábios do alfa contra os seus ao passo que seus braços se fechavam em volta do pescoço dele.

— Durma comigo hoje. — pediu quando sentiu os lábios do alfa-líder se separando dos seus.

— Hoje não, Wookie. — deixou mais um beijo na boca do marido quando percebeu um bico se formando ali. — Eu já dormir com você ontem, hoje é a vez de Heechul. — tentou explicar mesmo sabendo que o outro não entenderia.

Sentiu os braços do ômega deslizarem pela lateral do seu corpo e depois caírem sobre o colchão ao lado do seu corpo pequeno ao passo que os olhos grandes se desviavam dos seus, mostrando assim o seu descontentamento em ter que dividir o alfa com outro ômega. Mas o que Leeteuk podia fazer quando já era casado com Heechul quando se apaixonou por Ryeowook e mesmo assim continuou amando o outro Kim?

— Wookie... — tentou mais um pouco, pois sabia o quanto o ômega sentia ciúmes de Heechul apenas por ele ser o primeiro marido.

— É melhor você ir logo. — disse empurrando o marido de cima de si e voltando a se embrulhar, fazendo questão de esconder o rosto embaixo do lençol.

Leeteuk se deixou ser empurrado e suspirou ao perceber que o ômega não falaria mais consigo até o dia seguinte. Era sempre assim, afinal. Se colocou sentado outra vez e então saiu da cama, caminhou para fora do quarto apenas para entrar na casa ao lado da sua, onde Heechul morava junto de Junmyeon — seu filho mais velho e sucessor da Alcateia Kim.

Estava com o cheiro de Ryeowook no corpo quando entrou na pequena casa e encontrou Heechul na cozinha, sentado sozinho em uma mesa perfeitamente arrumada. Havia uma taça de vinho na sua frente e seus olhos escuros desfocados denunciavam que o ômega estava distraído e por isso ainda não o havia percebido ali. Ficou parado na entrada do lugar, fitando o ômega ainda com a imagem emburrada de Ryeowook no seu pensamento.

— Está atrasado. — foi tirado dos seus pensamentos pela voz do marido.

Piscou, meio confuso com o que ele havia dito até que lembrou-se que o outro estava se referindo ao jantar que tinham marcado, mas Leeteuk se atrasou porque Ryeowook o havia feito ficar mais cinco minutos e depois mais cinco minutos e então mais cinco...

— Desculpe-me. — pediu e deu um passo para dentro da cozinha, foi até uma cadeira vazia ao lado de Heechul e sentou-se. — Ryeowook...

— Pediu que você ficasse mais um pouco, eu sei. — o Kim disse sem humor algum apenas para beber o resto de vinho da sua taça em um gole só. — Espero que goste. Eu fiz peixe. — mudou de assunto. — É melhor quente, mas acho que frio não deve ficar tão ruim. — então se levantou, meio grogue entregando o fato de que aquela não era a sua primeira taça de vinho naquela noite.

Leeteuk levantou o rosto para fitar o ômega.

— Não vai comer comigo? — perguntou colocando o guardanapo sobre as coxas e se preparando para se servir.

— Eu já comi. — falou e afastou a cadeira para trás, começou a se afastar da mesa. — A duas horas atrás. — não perdeu a oportunidade de alfinetar antes de sair da cozinha.

O alfa soltou um suspiro, em desagrado. Ia ser uma noite longa, pensou.

***

Kyungsoo olhou-se mais uma vez no espelho antes de pular na cama do irmão gêmeo.

— Aí, Kyung! — Minseok se assustou pela presença repentina do irmão, justo quando estava estudando para a prova de álgebra na terça-feira.

Mas o garoto se limitou a soltar uma risadinha enquanto deitava-se no espaço disponível ali. Minseok ergueu uma sobrancelha em direção ao outro, os olhos gateados desconfiados sobre o gêmeo. Conhecia o irmão bem o suficiente para saber que havia acontecido alguma coisa com ele, pois havia algo no escuro dos seus olhos que denunciava isso.

— Conta. — mandou de uma vez, a curiosidade lhe causando comichões na nuca e o impedindo de prestar atenção nas matrizes no livro de álgebra.

Kyungsoo mordeu o lábio, os olhos focados no teto do quarto e as mãos se juntando sobre a barriga antes que as palavras começassem a pular da sua boca sem que conseguisse pensar sobre elas, apenas estava ansioso demais para compartilhar a sua travessura com o irmão.

— Lembra quando disse a você que ia estudar na biblioteca durante o intervalo? — Minseok assentiu. — Era mentira. Na verdade, Baekhyun me levou até a sua casa. — os olhos do irmão se arregalaram. — Nós nos beijamos. — sussurrou essa última parte, mas queria mesmo era gritar isso.

Estava animado, tinha que admitir. E nunca tinha ficado assim, ainda mais com algum alfa. Geralmente Minseok era quem ficava encarregado de suspirar pela casa e imaginar um futuro cor-de-rosa. Kyungsoo estava acostumado a receber ligações, convites para festas e fugir durante a madrugada para aproveitar o calor dos braços de qualquer um que estivesse disposto a distrai-lo. No entanto, ali estava ele, suspirando e sorrindo feito um idiota.

— Se beijaram? Kyungsoo! — o irmão repreendeu e Kyungsoo sabia bem porquê.

Aquilo não ia terminar bem, ele sabia. Em parte porque um Byun estava envolvido e em parte porque ele nunca deveria se envolver com um, ainda mais com dois Byun’s. Mas Minseok não precisava ficar sabendo dessa parte, ainda não. Por enquanto, Kyungsoo contaria apenas sobre Baekhyun. Deixaria Chanyeol para mais tarde, bem mais tarde.

— Não me repreenda, Minseok. — reclamou, virando-se na cama e ficando de barriga para baixo. — Você faz coisas piores. — e como esperado as bochechas do irmão ficaram rosadas.

— E-eu não...

— Não minta pra mim. — disse, os olhos escuros sérios sobre o irmão, mas por dentro estava se divertindo com aquilo. — Eu sei que você e Jongdae já... — deixou o resto da frase no ar.

Minseok sentiu o seu rosto ficar mais quente e por isso levou as palmas até o rosto, colocou-as contra as bochechas afim de esconder a vermelhidão delas. Porque por mais vergonha que estivesse sentindo daquele assunto, ele e Jongdae nunca haviam feito aquilo. Quer dizer, quase havia acontecido no mês passado, mas o ômega ficara tão assustado que não conseguiu seguir em frente.

— Não estou mentindo. — falou, a voz saindo nervosa porque não sabia como lidar com esse tipo de conversa mesmo que fosse Kyungsoo ali, seu irmão gêmeo.

Kyungsoo estreitou os olhos grandes para cima do loiro, e deitou a cabeça sobre as mãos. Minseok estava muito vermelho, mas os olhos gateados não vacilaram quando disse que não havia feito nada com Jongdae.

— Vocês...? Nada? — perguntou, soando meio confuso.

O ômega mais velho assentiu e retirou as palmas do rosto rechonchudo. Ajeitou o óculos no rosto, empurrando-o com a ponta do indicador.

— Uau. — o moreno soltou, muito surpreso para dizer qualquer coisa. — Sério isso? Um ano e vocês não fizeram nada?

— Bom, é. — falou, a vergonha ainda presente ali. — Por que? Você já... fez?

— Já. — Kyungsoo disse sem vergonha alguma, como se estivesse dizendo que havia jantado aquela noite.

Minseok piscou e a boca delicada se abriu em surpresa.

— Quando? Como...? Kyungsoo! — nem ao menos conseguia organizar as perguntas certas na mente.

— Foi no começo do ano. — o outro ajeitou-se na cama, de modo que ficasse sentado em frente a Minseok. — Não foi tão impressionante assim. — deu de ombros como se realmente não fosse nada demais, deixando o gêmeo cada vez mais chocado, pois ao seu ver a primeira vez devia ser especial.

— Com quem foi? — sussurrou a pergunta, a curiosidade ganhando força sobre a vergonha e confusão.

Kyungsoo lançou a ele um sorriso malicioso antes de responder:

— Não pode contar a ninguém, certo? — e ergueu o seu dedinho mindinho em direção ao gêmeo, que prontamente o entrelaçou com o seu. Selando a sua promessa ali.  — Tio Hangeng. — sussurrou mais baixo ainda.

— Fala sério! — exclamou e deu um empurrão de leve no menor, que apenas riu da surpresa do irmão.

— Não faça essa cara. Ele nem é nosso tio de verdade. — e voltou a se deitar, os olhos escuros divertidos sobre o loiro.

Minseok sabia que Hangeng não era o seu tio de verdade. Mas era primo do seu pai adotivo, Heechul, e por isso o conheciam desde que eram filhotes e o chamavam de tio. Ele era um chinês bonito e o sotaque na sua voz toda vez que dizia algo em coreano, sempre o tonava charmoso. Claro, que Minseok já tinha o olhado com outros olhos, mas ele era o seu tio e a ideia de ter qualquer coisa com ele, que era quinze anos mais velho, era no mínimo bizarra. No entanto, ali estava Kyungsoo dizendo que transara com aquele homem que eles chamavam de tio — mesmo que não fosse.

— Tá, tudo bem. Talvez pareça estranho mesmo. — soltou uma risada e rolou na cama, ficando de barriga para baixo, os pés pequenos balançando no ar tamanha sua animação. — E se quer saber, foi gostoso. Mas não teve nada daquilo que as anciãs sempre dizem. Gozar foi gostoso, mas não impressionante. Minha alma não saiu do meu corpo ou sei lá o que. Na verdade, só fiquei cansado depois.

O loiro não conseguia entrelaçar o que Kyungsoo relatava com o que as anciãs tinham dito na sua aula de educação sexual. Ele conseguia se lembrar do modo sonhador que elas tinham dito como fazer sexo com o seu parceiro abria um mundo totalmente novo de sensações, mas ali estava o gêmeo dizendo que não era assim. Dizendo que era bom, mas não tão bom como elas tinham dito. De alguma forma se pegou pensando na sua quase-primeira-vez com Jongdae, o modo como ele escorregou a mão para dentro da sua camisa e tocou-lhe a cintura nua.

Claro, que ele quis continuar, mas ficou apavorado com a ideia de fazer tudo errado e eles terem uma primeira vez ruim. Não queria que fosse ruim. Queria algo especial do modo com as anciãs descreveram, porém o relato de Kyungsoo tinha acabado de estragar isso. Pois, o irmão nunca mentiria sobre isso. E se ele não estava mentindo, então as anciãs estavam e isso... isso era totalmente frustrante, porque no fim, não ia acontecer nada especial quando fizesse sexo com Jongdae. O máximo que ele sentiria era cansaço. Fez uma careta diante disso, coisa que não passou despercebido pelo irmão.

— O que foi? — Kyungsoo perguntou. — Está pensando em Jongdae?

— É que... eu sempre achei que tinha que ser especial, mas aí você está dizendo que não existe nada disso. É só entrar e sair e pronto. Parece tão automático. — soltou um suspiro e jogou o livro de álgebra no chão, apenas para se deitar ao lado do irmão, a barriga para cima. — Estou frustrado.

Kyungsoo riu antes de dizer algo:

— Minseok, a minha primeira vez não foi especial porque eu não gostava do Tio Hangeng daquele jeito. Eu só fiz aquilo porque fiquei curioso e mesmo que ele tenha sido carinhoso, não foi como se meu lobo o reconhecesse como parceiro. Tenho certeza que se você fizer com alguém que goste, deve se tornar muito melhor e então vai sentir todas aquelas coisas que as anciãs disseram.

— Você acha?

O moreno assentiu e o loiro sorriu, mas antes que pudesse dizer alguma coisa em agradecimento ao irmão ou apenas abrir os braços e abraça-lo, escutou algo ser jogado contra o vidro da janela do quarto de ambos. Foram apenas barulhinhos mínimos mas o suficiente para que a sua audição aguçada notasse — coisa que um humano não faria.

Os gêmeos viraram o rosto na direção da janela, mas o sorriso malicioso que apareceu, adornou apenas o rosto de Kyungsoo enquanto Minseok se limitava a sorrir, apaixonado pois sabia quem estava ali. Chamando a sua atenção àquela hora da noite.

— Falando nele. — Kyungsoo disse enquanto o irmão levantava-se apressado e corria até a janela.

Ele observou quando o loiro abriu a janela e fez um sinal para o namorado e só então olhou para si, os olhos gateados cheios de pedidos.

— Esteja aqui amanhã, ok? Temos aula. — disse divertido e Minseok começou a se preparar para descer pela janela.

Não era alta, já que a casa era simples de um andar só. E ambos já estavam acostumados a sempre fugir por ali, cada um sempre acobertando o outro o máximo que podia.

Minseok ainda jogou um beijo para o irmão antes de sair correndo dali, a mão entrelaçada com a de Jongdae. Eles correram em direção à floresta, meio rindo um pro outro e cheios de olhares doces para com o outro. O ômega que estava só de pijama e com os pés descalços, bem diferente de Jongdae com o seu casaco e jeans.

A lua estava alta e iluminava o seu caminho pela floresta, deixava as folhas secas do caminho, prateadas. Em algum momento, Minseok parou e retirou o seu pijama então se transformou em lobo e seguiu o resto do caminho correndo enquanto Jongdae também fazia o mesmo. E por uma fração de tempo, os dois eram apenas dois lobos. Um prateado e um amarronzado correndo pela noite, sob o luar.

Quando pararam, Minseok ainda fez questão de correr em volta do outro. Pulando e batendo as patas contra o chão de terra ao passo que o outro entendia, que o menor o estava chamando para brincarem. E foi o que fizeram. Correram um atrás do outro, rolaram no chão de terra por entre as folhas secas até que se sentissem cansados o suficiente para terminarem no mesmo lugar de sempre. O lugar deles. A velha casinha na árvore. Jogados ao lado um do outro no chão de madeira, o corpo nu e o suor secando na pele de ambos. Pareciam duas crianças, Minseok comparou, que tinham aprontado uma travessura.

— Onde você estava? — o loiro foi o primeiro a falar quando conseguiu recuperar o fôlego.

Estava se referindo aos três dias de ausência de Jongdae da vila. O alfa nem ao menos havia dito algo decente para si além de uma velha desculpa de como precisava resolver alguns problemas na cidade. Minseok odiava desconfiar de Jongdae, mas por mais que fosse apaixonado pelo alfa, não conseguia parar de pensar no que ele havia ido fazer tão longe e por tanto tempo.

— Problemas com meus documentos. — explicou. — Precisei ajeitar algumas coisas.

Minseok piscou para o teto da casinha deles antes de se levantar e começar a vestir o seu pijama, de costas para Jongdae. O alfa por outro lado, apenas virou-se no chão, ficando de lado e observando as formas do corpo do namorado. Ainda tinha dezesseis anos e por isso as formas ainda não eram tão evidentes, mas ele particularmente gostava da curva da cintura dele e do modo como as coxas eram roliças. E essas deviam ser igualmente macias quando envolta do seu quadril.

Virou-se, ficando de barriga para cima e suspirou. Não queria forçar Minseok a nada, mas já estavam juntos há um ano e não tinham avançado muito. Eram só beijos, as vezes castos demais. O alfa sabia que devia ir com calma com o ômega, ainda mais por causa do jeito como tinha sido criado, sempre rodeado de cuidados e avisos de como se comportar. E por isso não era surpresa que o Kim se tornasse alguém tão cheio de pudores.

No entanto, Jongdae era um alfa. Ele tinha os seus desejos, desejos esses que envolviam o corpo de Minseok embaixo do seu.

— Tudo bem? — o ômega perguntou, virando-se de frente para o namorado, mas os olhos não estavam no rosto do alfa e o Jongdae sabia muito bem porque, até mesmo podia enxergar a coloração rosada nas bochechas do namorado por causa do corpo nu do Kim.

Sentou-se no chão, as pernas cruzadas. Queria que Minseok o olhasse, mas o olhasse de verdade, com desejo e sem bochechas rosadas. Precisava que o outro o desejasse, se não aquilo não ia dar certo... na verdade, se Minseok não gostasse de si do jeito que ele estava começando a gostar do Kim, as coisas iam ficar ao menos difíceis demais.

— Sim. — se escutou dizer. — Me dê a minha roupa. — pediu e Minseok virou-se, afim de pegar a muda de roupas que eles haviam trazido durante o caminho, na boca enquanto estavam em suas formas de lobo.

Começou a vestir, primeiro, a sua camisa enquanto via o ômega se agitar pela casinha. Indo até o pequeno armário, onde tinham as guloseimas que Minseok fazia questão de comprar e guardar ali, afim de que Kyungsoo não roubasse de si. A verdade, era que aquela casinha na árvore era o esconderijo secreto de Minseok e depois passou a ser o de Jongdae e Minseok. E o alfa não conseguia parar de pensar em como aquilo era doce e corajoso da parte do ômega, ao mostrar uma parte intima sua assim.

Levantou-se, sem colocar a parte de baixo da sua roupa e foi atrás de Minseok. O ômega estava de frente para a pequena janela do lugar comendo um pacote de salgadinhos de pimenta. Chegou por trás de si e enlaçou a sua cintura sem cerimônia alguma, fazendo o ômega arfar de surpresa e logo depois sorrir quando recebeu um beijo simples do namorado no pescoço. No entanto, quando notou que o alfa estava nu da cintura para baixo, não pode deixar de se sentir desconfortável ao passo que as bochechas começavam a queimar de vergonha.

Sabia que era idiota da sua parte ser tão certinho, ainda mais com Jongdae, que sempre foi tudo que quis na vida, no entanto a sua criação tinha lhe ensinado como sexo devia ser especial, feita apenas entre um ômega e seu parceiro aprovado previamente por seu lobo, e que devia acontecer depois do casamento.

Minseok sabia que isso era um pensamento antiquado, porque maioria das pessoas da vila já não faziam isso. Na verdade, nem os humanos seguiam mais essa linha. Seu irmão gêmeo estava aí para provar isso, pois mesmo que tivessem a mesma idade, Kyungsoo já era muito mais experiente que si.

Tentou se afastar quando sentiu mais beijos de Jongdae no seu pescoço, não que não gostasse. Mas era que sempre ficava apavorado com esse tipo de carinho, porque todas as partes do seu cérebro apenas gritavam como aquilo terminariam em sexo e ele não sabia como fazer nada disso. Tudo bem, que tinha encontrado aquela revista pornô no quarto do irmão Junmyeon e por isso não fosse lá tão inexperiente assim. Mas ver era bem diferente de fazer e Minseok não sabia fazer nenhuma daquelas coisas.

— Jongdae, eu acho melhor não... — começou a dizer tentando se afastar do namorado, mas os braços do alfa se prenderam em volta da cintura dele, o mantendo no lugar.

— Está tudo bem, Min. — o alfa disse suavemente, a ponta da língua tocando a base do seu pescoço e causando arrepios frios pelo corpo do ômega. — Relaxe. — sussurrou antes de beijar, mais uma vez, o pescoço do ômega. No entanto, dessa vez aproveitou para deslizar a mão sobre a barriga coberta do mesmo, descendo os dedos nervosos até a barrada calça do pijama do mesmo.

Minseok fechou os olhos muito apertados enquanto as mãos se fechavam em volta do pacote de salgadinhos e apertavam tanto, que estavam transformando os salgados em pó. Conseguia sentir os salgadinhos se quebrando dentro do pacote, o barulho regendo o seu nervosismo. Seu lobo de agitou dentro de si, como que tentando entender o que estava acontecendo com o seu lado humano, tentando entender porque o seu lado humano estava tão imensamente apavorado com aqueles toques.

Porém, Minseok tentou relaxar. Não podia surtar só porque Jongdae o estava tocando daquela maneira, afinal era Jongdae que estava ali. O cara por quem era apaixonado desde os quatorze anos. Ele amava os beijos do alfa, adorava o modo como ele sorria e sempre, sempre saberia que pertencia a aquela pessoa. Então por que — diabos — estava tão apavorado com aqueles toques? Não fazia sentido algum. Mas a verdade, a terrível verdade, era que sentia desconfortável. Não sentia como se estivesse pronto para aquilo.

— Jongdae. — chamou, o corpo inteiro se retesiando, se encolhendo dentro dos braços do alfa. — Eu não acho que estou pronto. — disse baixo, a voz saindo tremida.

— Minseok, você só tem que relaxar. — ele tentou mais um pouco. — Estamos juntos há um ano. Não confia em mim?

— Confio. — respondeu sem hesitar.

— Não me ama?

— Amo.

— Então relaxe. — meio mandou, meio pediu.

O loiro, respirou fundo e deixou os olhos fechados. Não havia o que temer. Ele amava Jongdae e sabia que o outro o amava também. E por isso, simplesmente deixou que as mãos do alfa deslizassem para dentro do seu pijama.


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