Mirtilo escrita por OmegaKim


Capítulo 27
II - A Organização Ômega




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Sehun segurou nas laterais da escada e a empurrou para o lado para que ficasse na posição certa, para só então poder subir e pegar o livro que queria. Estava na sua biblioteca particular, gastando todos os seus segundos de vida lendo qualquer coisa, ocupando sua mente e impendido que a imagem de Kim Minseok voltasse a perturbá-lo novamente. Pois já estava cansado demais de perguntar-se a mesma coisa todos os dias: Por que ele não escolheu a mim?

Com o livro em mãos começou a descer a escada, um degrau de cada vez e cuidando para não cair. Não queria ter que preocupar mais a sua mãe, já bastava a sua saúde precária para isso.

Sentou-se no chão mesmo, ao lado da escada e com as costas encostadas na enorme prateleira de livros. Os Oh’s eram um clã mais intimista se comparado com outros, não eram selvagens e tendiam a sempre agir com uma inteligência silenciosa que podia assustar outros clãs. Eram da sua Alcateia as ideias tecnológicas que as outras Alcateias usavam, como remédios e artigos de segurança. Além de serem donos de uma das artilharias mais invejáveis de todas, fato esse que sempre fazia todos pensarem duas vezes antes de atacarem a Alcateia. Eles eram bem equipados para qualquer coisa, cada lobo sabia como lutar ou montar uma arma, mas Sehun não havia sido preparado para o grande golpe que seria ter seu coração quebrado. E agora, quando lia, sozinho, seu décimo livro naquele dia, se perguntava se os lobos antes de si sabiam que havia algo pior do que um tiro pelas costas.

Lobos: a sociedade secreta. Leu na capa do livro depois que espanou um pouco da poeira com a palma da mão direita. Deveria dizer aos seus empregados para fazerem uma limpeza ali, antes que os livros fossem estragados, afinal seu avô não tinha passado metade da vida viajando o mundo atrás desses exemplares raros para que tudo fosse perdido por negligência sua.

Logo na primeira página encontrou uma dedicatória do seu avô. O velho senhor Oh era um leitor ávido e enquanto os outros clãs se fortaleciam através de treinamentos físicos, ele estudava outras culturas, incluindo humanos. Havia até mesmo um diário do homem inteiramente sobre os humanos, Sehun já havia lido aquilo mais de uma vez e por isso se achava um especialista nos seres frágeis e sem graça. Aliás, havia sido um desses seres que havia escrito aquele livro.

Já tinha lido aquele livro.

Não passava de um monte de bobagem sobre o que o humano achava que eles eram. Não chegava muito perto da verdade, apenas os taxava como lobisomens famintos por carne humana, o que não era verdade quando alguns do seu clã eram totalmente vegetarianos. Mas é claro, os humanos não ligavam realmente para isso. Só queriam um motivo para fazer um grande drama sobre tudo e isso incluía transformar o diferente em uma aberração.

Começou a folhear o livro, procurando as partes que mais gostava. Achava interessante o modo como o autor dizia que tinha provas da existência deles, do jeito como discutia certas fotos desfocadas, alegando que eram lobisomens. Contudo, achava mais interessante ainda o capítulo final do livro, a conclusão calorosa do autor alertando os outros da sua espécie sobre como o vírus licantropo podia ser passado para os humanos e como isso ia acabar com a espécie o que era totalmente mentira. Não havia jeito de tornar alguém um lobo, a pessoa tinha que nascer como um.

Terminou fechando o livro com certa pressa, soltando um suspiro cansado, estava exausto daquelas tentativas de distração. Mas nas suas condições de saúde não podia realmente sair e espairecer, podia contar apenas com aquela biblioteca para ter algum silêncio porque sabia que ninguém o incomodaria enquanto estivesse ali. Lá era o seu lugar secreto, o lugar que ninguém podia pisar sem sua permissão... era o seu pequeno refujo com cheiro de papel e tinta. Fechou os olhos e encostou a cabeça na estante, inspirando fundo e sentindo o cheiro do papel velho apenas para tossir no minuto seguinte, por causa da poeira.

Voltou a abrir os olhos e levantou-se em seguida, então subiu na escada e guardou o livro no lugar mas antes que pudesse descer e ir em busca de outro, teve sua atenção voltada para o pequeno exemplar violeta ao lado daquele que tinha acabado de guardar. Era bem fino e estava no meio, entre dois livros grossos, o que o camuflava quase que por completo das vistas de qualquer um, o que explicava porque Sehun nunca tinha reparado nele. Usou a ponta do dedo indicador para puxa-lo e só então o pegou em mãos.

Sociedades secretas.

O título era interessante, pensou erguendo uma sobrancelha. Decidiu por leva-lo, então começou a descer a escada. Voltou a sentar no chão, confortável na medida que conseguia ao encostar-se na prateleira de livros. Só então abriu o mesmo, folheou as primeiras folhas e leu algumas passagens. Falava sobre todas as sociedades secretas do mundo. Maçonaria, Thelema, Ordem rosacruz, Organização Ômega... Achou interessante essa última, nunca havia ouvido falar sobre quando as outras pareciam de conhecimento geral. Por isso se viu passando todas as folhas até chegar nela.

“Organização Ômega era supostamente formada por uma classe de humanos especiais e todos carregavam uma marca no corpo para serem reconhecidos por seus membros. Trabalhavam em prol do bem da humanidade, guardando segredos e afastando ameaças. Apenas os mais valorosos eram aceitos na Organização. Geralmente, os membros eram escolhidos ainda crianças, em parte eram descendentes de membros ativos na Organização.

Recebiam qualquer tipo de ensinamento, aprendiam até mesmo a mentir e a matar. Divididos em classes, cada membro era classificado de acordo com sua personalidade.”

Sehun parou de ler, os olhos piscando em fascinação. Nunca tinha ouvido nada sobre aquela sociedade secreta e nem ao menos sabia que havia um livro assim em sua biblioteca até o momento que o encontrou. Olhou para frente por um momento, fitando a outra prateleira de livros, sua mente viajando para bem longe dali enquanto começava a se questionar o que o autor queria dizer quando escrevia “classe de humanos especiais”. Será que se referia ao modo como só os valorosos entravam na Organização? Parecia estranho que fosse por apenas aquilo. Voltou a abaixar o rosto para continuar lendo, mas não havia mais nada para ler. O texto terminava ali, sem mais nem menos, o que só atiçava mais a curiosidade de Sehun.

No entanto, se viu fitando a imagem no meio da página, abaixo de todo o texto. Era um símbolo familiar, se deu conta. Franzio a testa em confusão com aquela coincidência, segurou o livro e o virou de lado para olhar o símbolo por outro ângulo. Parecia engraçado que aquilo estivesse ali quando ele mesmo havia deslizado as pontas dos dedos pela pele daquele que era marcado com aquilo. Mas não havia o que fazer, era o mesmo símbolo.

Era o símbolo matemático Ômega (Ω)

Leu a legenda da imagem. O autor dizia que aquele era o símbolo usado entre as pessoas que faziam parte da Organização, era a tatuagem que usavam para se reconhecerem, enquanto o símbolo brilhava diante dos seus olhos lembrou-se da breve conversa que tinha tido com Minseok sobre a sua tatuagem: “Quando eu tinha dezesseis anos fui recrutado para fazer parte de uma organização supersecreta de ômegas”. Arregalou os olhos e se pôs de pé num rompante.

Aquilo não podia ser só uma coincidência, não é? Como Minseok podia ter o símbolo do ômega tatuado em sua pele do mesmo modo que estava escrito naquele livro e ainda por cima ter dito algo para si? Sehun sentia como se alguém estivesse fazendo um jogo consigo, brincando de bagunçar sua vida e seus sentimentos, de tirar o chão sob seus pés. Era surreal.

Segurou o livro muito firme, o aproximou do rosto mais uma vez e fitou bem aquilo. Precisava ter certeza e não dava para fazer aquilo sem folhar para o símbolo por tempo suficiente para se convencer. Terminou piscando os olhos e deixando o livro cair. Era o mesmo símbolo, tinha certeza. Soltou um suspiro e levantou os braços, querendo afastar aquilo de si, então começou a andar, sem olhar para trás.

Se abanou com a mão como se o fato de ter feito aquela descoberta o tivesse deixado com calor e rumou até a saída da biblioteca, segurou na maçaneta da porta e simplesmente a abriu. Mas logo estava dando um passo para trás, assustado com a figura que encontrou. Era Henry, o amigo de Minseok, e de repente Sehun achou que estava sendo perseguido, sendo coagido a enlouquecer devagar com a imagem de Minseok, porque o Kim parecia estar preso em todos os lugares, dificultando qualquer progresso que ele pudesse ter em esquecer o ex-noivo.

Henry também deu um passo para trás, trazia uma bandeja nas mãos com um jogo de chá florido que reconheceu como sendo da sua mãe, percebendo assim que aquilo nas mãos do ômega era obra da beta.

— O que faz aqui? — perguntou, a voz saindo um tanto rude.

O garoto desviou os olhos, fitou o jogo de porcelana na bandeja. Soltou um suspiro.

— Eu liguei mas você não atendeu. — começou a falar. — Preciso conversar com você sobre algo importante. — continuava segurando na maçaneta, desconfiado e assustado ao mesmo tempo pela aparição do ômega. — É sobre os Kim’s. — terminou e o alfa se viu começando a fechar a porta.

— Não perca seu tempo. — falou, determinado a deixar qualquer coisa sobre os Kim’s para bem longe de si, precisava de um tempo daquela alcateia.

O Lu esticou o pé e o colocou entre a porta e a parede, impedindo que a mesma fechasse.

— É importante. — tentou mais um pouco e o alfa revirou os olhos. — É sobre Junmeyon.

— Não pode simplesmente cuidar disso sozinho? Achei que fosse o secretário dele.

— Se eu pudesse fazer isso, estaria fazendo e não perdendo tempo aqui. — devolveu e Sehun se viu engolindo em seco ao mesmo tempo que notava o modo como o outro parecia irritado.

— Escuta, eu não quero contato com os Kim’s. Não leu minha carta? — também estava começando a se irritar.

— Apenas achei que por Junmyeon ser seu amigo, você ajudaria. — Henry disse, os olhos se tornando aquela confusão de emoções castanhas que Sehun não sabia ler.

O alfa balançou a cabeça em negação, determinado em não se envolver com os Kim’s por enquanto, mesmo que Henry estivesse atrás de ajuda para algo importante que envolvia Junmeyon. Seu primo e amigo, Kim Junmeyon.

— Sinto muito. — disse por fim e viu Henry comprimir os lábios numa irritabilidade que não combinava com sua aparência delicada.

Então indo contra as possibilidades que Sehun imaginara, o ômega apoiou a bandeja em apenas uma mão e com a mão livre empurrou a porta. Sehun foi pego de surpresa e por isso não conseguiu impedir que a porta fosse escancarada daquele modo, tudo que pôde fazer, foi afastar-se da mesma para não ser atingindo, em surpresa.

— Segure isso. — o Lu ditou entregando ao alfa a bandeja. — E coma tudo, sua mãe está preocupada. — mandou apenas para no segundo seguinte dar as costas ao Oh, o sobretudo cinza balançando enquanto ele começava a se afastar.

O Oh fitou a figura pequena se afastando, as mãos fechadas em punho mostrando sua irritação em ter perdido seu tempo daquele jeito, o tecido do sobretudo balançava como que afim de deixar a raiva de Henry mais evidente. Contudo, o alfa se viu fitando a nuca do ômega. Seus olhos se arregalaram levemente enquanto reconhecia a figura tatuada em sua pele. Era o mesmo símbolo que tinha acabado de ver no livro antigo, o mesmo que havia na pele de Minseok, ali mesmo, parcialmente escondido pelo tecido do sobretudo bege. E sem poder se conter, largou a bandeja no chão e correu atrás do ômega. Segurou-lhe o braço, assustando o ômega e fazendo-o entrar em modo de defesa, pois nos minutos seguintes sentiu seu braço ser virado e posto em suas costas enquanto sua mão era torcida numa violência surpreendente para alguém tão pequeno e delicado como Henry.

— O que pensa que está fazendo?! — ele quase gritou. — Nunca toque em mim dessa maneira. — a ameaça estava ali, estampada em cada letra da sentença e reforçada pelo modo como ele torceu sua mão mais um pouco enviando mais dor por seu braço e fazendo-o ter certeza que o ômega podia quebrar seu braço. — Acha que só porquê é um alfa pode...

— Não. Não. — interrompeu, fazendo uma careta de dor. — Aí! — não se conteve em exclamar de dor. — Você vai quebrar, solte. — pediu.

— Peça desculpas. — Henry exigiu e Sehun achou que podia ser pior.

— Desculpe. — pediu apressado e o ômega soltou-lhe o braço.

Virou-se de frente para o baixinho, massageando a mão e o braço enquanto notava o modo como Henry erguia a gola do seu sobretudo, o rosto tão ameaçador quanto qualquer coisa que ele já virar. Eles se fitaram. Na verdade, Sehun apenas sustentou o olhar do ômega, porque sua natureza alfa o impedia de abaixar a cabeça assim, já bastava ter apanhado de um ômega menor que si, não podia deixar que o resto do orgulho que tinha fosse pro ralo.

— A tatuagem que tem na nuca... — se escutou começar e o ômega deu um passo para trás, como se pudesse ler o que ele iria dizer em seu rosto sério. — Eu sei o que significa. — terminou e Henry comprimiu os lábios, mas não do jeito irritado, parecia mais apreensivo.

— Você não sabe de nada, Oh Sehun. — o Lu disse tão sério quanto o alfa ao mesmo tempo que dava mais um passo para trás e dava-lhe as costas.

E dessa vez, Sehun não o seguiu.  

***

Minseok parou em frente a varanda, os braços se cruzaram automaticamente diante do vento frio que lhe acertou o corpo. Atrás de si, sentiu os passos de Baekhyun cessarem. Ele não se aproximou nem se afastou e por isso, o ômega se viu olhando para trás, afim de saber o que havia de errado com o alfa. Mas Baekhyun estava apenas parado, alguns passos atrás, os olhos naquele castanho escuro bonito que o loiro se perguntava o que estariam dizendo, pois as vezes sentia como se o alfa quisesse lhe dizer alguma coisa. Talvez fosse pedir desculpa pelo modo como tinham terminado juntos?

— O que há? — acabou perguntando, seus olhos nunca deixando a face do marido.

— Sobre o que aconteceu no templo... — começou a mão indo de encontro aos seus cabelos escuros.

— Não quero saber. — interrompeu, voltando a olhar para frente, dessa vez dando um passo para frente, debruçou-se sobre a pequena cerca de segurança da varanda e olhou para baixo, determinado a ignorar Baekhyun.

Ainda escutou Baekhyun suspirar antes do mesmo bater a porta ao sair. Fechou os olhos, não queria ter sido rude, mas também não queria escutar qualquer coisa sobre os Park’s, já estava assustado o suficiente sem saber o que tinha acontecido, não queria ter pesadelos a noite. Queria apenas ir embora daquele lugar e se refugiar no seu quarto na Alcateia Byun.

Respirou fundo e abriu os olhos, então limitou-se a fitar o que acontecia lá embaixo. O ômega se encontrava no prédio principal da Alcateia Park, os últimos andares pertenciam as visitas e por isso os Byun’s tinham se instalado ali depois do término da cerimônia. Baekhyun o tinha trazido primeiro enquanto Siwon e Donghae haviam ficado para conversar com os outros Park’s como se eles realmente fossem amigos, coisa que Minseok sabia que era pura mentira. Mas por enquanto era só melhor suportar toda aquela falsidade para que eles pudessem ir embora.

Focou seus olhos no Templo, não muito longe do prédio de onde estava, e por estar tão alto conseguia ter uma visão privilegiada do lugar. Havia pessoas de branco entrando no Templo, algumas traziam fitas da mesma cor em suas mãos fazendo o loiro acreditar que logo eles teriam que fazer outro Templo para poder amarrar mais fitinhas no teto, já que aquele parecia ter pouco espaço para tantas.

— Gosta do que vê? — Minseok foi pego de surpresa pela pergunta, pois até mesmo se sobressaltou, o que arrancou risada do homem que se aproximou para prostrar ao seu lado, contudo para o ômega não pareceu nada divertido ver seus óculos caírem do seu rosto e se perderem no espaço vazio que era uma queda de cinco andares.

— Meus óculos. — ainda disse, debruçando-se mais sobre a pequena cerca como se assim pudesse recupera-los, mas já era tarde demais para isso.

Ao seu lado, o homem, inclinou-se um pouco para apreciar o modo como o objeto despencava e só então virou o seu rosto para o lado para fitar o perfil do ômega loiro. Era bonito quando comprimia os lábios daquele jeito e o cabelo parecia servir apenas para destaca-lo, fazer com que ninguém fosse capaz de olhar para outra coisa.

 — Desculpe-me por isso. — falou e o ômega desviou seus olhos para o homem.

Era Park Hyukjae.

— Está tudo bem. — respondeu baixo, uma parte sua queria se afastar enquanto a outra só estava pensando como tinha perdido seus óculos de uma forma tão besta.

— Posso lhe dar um par novo. — ofereceu, a voz carregada de gentileza.

— Não precisa. — voltou a olhar para frente, mesmo que não enxergasse muita coisa além de um embaçado colorido.

Ser míope era uma das coisas que mais odiava.

Eles ficaram em silêncio. O Park não tentou puxar assunto e muito menos Minseok, na verdade, tudo que o Park fez foi se aproximar mais um pouco do ômega e fita-lhe o perfil por tempo suficiente para que o loiro se sentisse desconfortável. Queria perguntar o que havia de errado, mas não o fez. Não queria ser precipitado e tornar a relação entre Byun’s e Park’s mais turbulenta. Mas no fim, acabou se irritando com aquilo e perguntou:

— O que há de errado?

Hyukjae franzio a testa em confusão, não havia entendido a sua pergunta.

— Comigo. O que há de errado comigo para que fique me olhando assim? — não conseguiu esconder o tom irritadiço em sua voz.

— Não há nada de errado com você. — sorriu e levantou a mão para tocar-lhe a face visto que o ômega estava o fitando. — Na verdade, você é perfeito.

Minseok o encarou, os olhos se arregalando diante do modo como estava sendo tocado. Então mordeu o lábio e deu um passo para trás, afastando-se do toque.

— Não faça esse tipo de coisa. — avisou e o alfa se limitou a sorrir.

— Apenas por que é casado? Você é um ômega e eu sou um alfa, se eu quiser algo de você, terei.

O Kim engoliu em seco, sem saber mais o que deveria fazer. Tinha sido pego de surpresa com a aparição daquele homem e agora estava sendo devidamente ameaçado por ser um ômega — a classe mais baixa em um clã.

— Mas o que eu quero de você é bem simples. — ele enfiou a mão no bolso interno do seu blazer e tirou um pequeno vidrinho. — Dê isso a Baekhyun. — segurou na mão de Minseok e colocou o vidrinho ali, o ômega notou como o líquido dentro do mesmo era transparente.

— O que é isso? — perguntou confuso pela mudança repentina da conversa, segurava o vidrinho com a ponta dos dedos, aproximou do rosto para ver melhor o seu conteúdo.

— Ele não vai sentir dor alguma. — assegurou, sem realmente responder a pergunta do outro, apenas para ver os olhos do loiro se arregalarem mostrando que ele já sabia muito bem para que servia aquilo. Contudo para o alfa, a expressão do espanto do outro lhe parecia engraçada, porque ele estava sorrindo.

— Matá-lo? — soltou baixinho, como se fosse um pecado dizer aquilo em voz alta. — Mas Baekhyun é seu sobrinho, sangue do seu sangue.

Hyukjae levantou a mão e abanou no ar, como se estivesse afastando um inseto chato, então voltou a ficar de frente para a vista, debruçou-se sobre a pequena cerca e ficou ali, o rosto sério mostrando que seus pensamentos estavam bem longe dali.

— Se Baekhyun fosse realmente sangue do meu sangue teria se erguido contra o pai quando chegou a hora, mas tudo que aquele garoto faz é fechar os olhos para os crimes de Siwon como se ele fosse digno de algum perdão. — virou o rosto para fitar Minseok. — Foi minha irmã que ele matou, minha irmãzinha Jihyun. — seus olhos estavam brilhantes e por um momento o ômega achou que ele fosse chorar. — Eu estou preso a um contrato, não posso erguer um dedo contra os Byun’s, mas você, Minseok, você pode fazer muita coisa. — então estava sorrindo novamente, o sorriso perigoso que deixava os nervos do Kim agitados.

O Kim desviou os olhos do alfa, a mão voltando a se fechar em volta do pequeno vidro.

— Mesmo assim, eu não posso... — começou a dizer.

— Os Byun’s são tóxicos, Kim. Todos eles vão destruir o que você é aos poucos e quando menos esperar vai estar morto do mesmo modo que minha irmã. — afastou-se da cerca, estava em pé novamente, ereto em toda a sua arrogância.

Minseok balançou a cabeça em negação, como se estivesse dizendo não para a sua morte e para o a morte de Baekhyun.

— Não faria nem mesmo por Sehun? — jogou e mais uma vez viu os olhos do loiro se arregalarem. — Não me olhe assim. — pediu divertido, adorava o jeito como podia encurralar Minseok, como um bichinho assustado.

— Eu não...

— Pode voltar para seu querido Oh depois que fizer isso e de quebra ainda terá uma Alcateia inteira como sua, vai ser mais poderoso que qualquer clã. — falou, os olhos escuros brilhando naquele prata ameaçador que parecia fazer parte de tudo que os Park’s eram.

— Não sou um assassino. — falou e o alfa apenas riu enquanto soltava a sua mão.

— Tem certeza? Não é isso que a sua ficha na Organização Ômega diz.

Seus lábios abriram-se em espanto enquanto dava mais um passo para trás, sentia-se como um cão encurralado diante de outro maior e mais perigoso. Não entendia como o alfa podia saber tanto sobre si, saber tanto sobre uma coisa que deveria ser secreta.

— Como você...?

— Eu sei de tudo, Kim. — aquele maldito sorriso ainda continuava nos seus lábios. — Desde que descobri o que minha mãe era, comecei a monitorar todos vocês. Alguns milhões pago aqui e outros ali e bingo! Eu tive acesso a sua ficha. — ele se aproximou e segurou em seu rosto. — Ainda acho uma pena que tenha sido desativado. — fez o ômega virar o rosto para os lados, afim de poder avalia-lo melhor como se ele não passasse de uma mercadoria.

— Pare com isso. — mandou com os dentes cerrados ao passo que jogava o pequeno frasco no chão e empurrava o homem para longe de si. — Não vou fazer o que está me pedindo. Eu não faço mais parte da Organização e não sigo ordens suas.

Mas ao contrário do que o ômega pensou, o Park apenas avançou em sua direção, a mão em riste que segurou-lhe o pescoço e empurrou suas costas contra a parede mais próxima.

— O que pensa que é para usar esse tom comigo? — perguntou retoricamente, a boca encostando-se perigosamente na bochecha do loiro e fazendo-o fechar os olhos. — Só porque faz parte de um clubinho com outros ômegas não quer dizer que serve para alguma coisa. Em minha Alcateia você não é nada além de um ômega bonito.

Minseok fechou as mãos em punho e bateu em seu peito, mas Hyukjae não se afastou, ele apenas continuava intensificando o aperto em seu pescoço ao mesmo tempo que deixava o ômega saber que suas unhas estavam alongando-se e enfiando-se devagar em sua pele.

— Você até que tem um cheiro gostoso. — enfiou o seu rosto na curva do pescoço do ômega e aspirou seu cheiro como se fosse uma droga. — Você está perto do cio ou é impressão minha? — teve coragem de rir, o som enviando ondas de repulsa pelo corpo do mesmo.

Foi aí que o Kim percebeu que tinha que agir, afinal não tinha passado sua adolescência naquela academia para acabar nas mãos de um alfa como aquele. Então simplesmente ergueu o joelho e acertou bem na virilha do homem, forte o suficiente para que o alfa soltasse um grito de dor e o largasse, as mãos indo direto para aquele local ao mesmo tempo que se curvava um pouco por causa da dor, baixo o suficiente para que Minseok fechasse a mão em punho e acertasse um soco na face esquerda do homem. Mas antes que pudesse abrir a boca para dizer algo, escutou a porta ser aberta e logo a voz de Donghae estava preenchendo o local:

— Pela Grande Mãe!

Minseok olhou em sua direção, reconhecendo o a figura embaçada de Siwon e Baekhyun logo atrás do ômega mais velho.

— O que você fez?! — Baekhyun exclamou terrivelmente bravo e ele se viu encolher quando notou o alfa se aproximando, mas quando achou que estava vindo em sua direção, teve seu corpo afastado para que o Byun fosse até Hyukjae e o segurasse pela gola da camisa.

— O que aconteceu? — Donghae foi quem lhe deu atenção, segurando em suas mãos, que só então notou que estavam tremendo.

— Eu não... eu não... — não conseguia dizer as palavras, só conseguia olhar em volta para toda aquela confusão que havia causado. — Não foi culpa minha. — disse por fim e o Lee o trouxe para um abraço enquanto ele via pelo canto de olho Siwon segurar Baekhyun e afasta-lo dali.

***

Baekhyun sentou-se no sofá da sua casa, totalmente exausto daquele dia. Não muito longe de si, mais precisamente no sofá a sua frente, Minseok estava sentado. Mas do jeito como tinha sido o caminho de volta até sua Alcateia, o Byun sabia que o ômega não diria nada, então simplesmente levantou-se e se afastou. Claro que uma parte sua queria perguntar se o outro estava bem, se precisava de algo, mas o modo como o Kim tinha simplesmente fechado-se em sua bola de silêncio, o alfa entendeu que era melhor deixa-lo sozinho para lidar com aquilo.

Subiu para o seu quarto no segundo andar, enquanto afrouxava a gravata e desabotoava a camisa. Quando entrou no cômodo, tirou os sapatos e foi em direção ao banheiro para um banho.  Demorou-se o tempo que pôde ali dentro, mas no final teve que respirar fundo e enfrentar a realidade que o esperava. Estava com uma toalha enrolada na cintura e usava uma menor para enxugar o cabelo escuro, quando encontrou a figura doce de Donghae sentado à beira da sua cama.

— Omma? — assustou-se, pois não esperava que alguém fosse entrar no seu quarto. — Aconteceu alguma coisa? — preocupou-se quando notou o modo preocupado que as sobrancelhas do ômega se uniam em sua testa.

Passou a mão no cabelo antes de responder:

— Precisa conversar com Minseok.

— Omma. — resmungou em desagrado enquanto virava-se em direção ao guarda-roupa e começava a procurar algo para vestir.

— Estou falando sério Baekhyun. — cruzou os braços para tornar sua fala mais intensa e o alfa, de costas para o pai, revirou os olhos. — Minseok passou por um grande estresse hoje, talvez precise de algumas palavras de consolo do marido.

O Byun colocou primeiro uma camisa, depois que abandonou no chão a toalha que estava usando para secar o cabelo. Então virou-se para o pai, um tanto irritado.

— O que eu deveria dizer, então? Pedir desculpas por ter um tio maluco?

— Provavelmente. — disse ao se pôr de pé, andou até o filho e descruzou os braços para poder segura-lhe o rosto. — Pergunte se ele está bem e se precisa de algo. Ômegas gostam de um pouco de atenção, sim? — deixou um beijo na sua testa e começou a se afastar, mas antes que pudesse sair do quarto, virou-se para o filho novamente. — Feliz aniversário. — sorriu e o alfa olhou para baixo.

Não disse coisa alguma e Donghae não insistiu, sabia que o filho não gostava de comemorar a data do seu aniversário.  Mas também não podia simplesmente deixar que o garoto esquecesse essa data, que a escondesse como se fosse um pecado ter nascido nesse dia. E como que afim de mostrar isso ao filho, limitou-se a dar a volta e ficar de frente para o alfa mais uma vez, segurou suas mãos e começou a dizer:

— Eu fui a primeira pessoa que te pegou nos braços, sabia? — contou enquanto Baekhyun continuava de cabeça baixa. — Você era tão escandaloso quando nasceu. Mas Jihyun não quis te segurar, então eu o fiz. Era tão pequeno para alguém que gritava tanto, mas nos meus braços você parou de chorar. E foi aí que eu soube que você era meu filhote, não de Jihyun. — soltou as mãos do filho e usou para levantar o seu queixo e fazê-lo olhar para si.

— Por que está me contando isso? — perguntou, os olhos brilhando naquele infinito escuro que Donghae sabia muito bem ler.

— Para que não se culpe tanto. — disse suavemente. — Você é meu filhote e não de Jihyun, então não precisa se culpar pela morte dela. Ninguém teve culpa. — acabou o abraçando, forte. Queria poder proteger Baekhyun de todo o mal do mundo, mas sabia que não podia. Tinha que deixar que o filho trilhasse seu próprio caminho. — Amo você, Baekhyun.

— Também amo você, appa. — sussurrou em meio ao abraço e Donghae achou que fosse chorar, porque sentia sua visão embaçar.

Os hormônios da gravidez estavam o transformando em uma manteiga derretida, pensou enquanto desfazia o abraço.

— Fale com Minseok, sim? — tentou mais um pouco e Baekhyun revirou os olhos, fazendo o pai rir baixo. — Teimoso. — bagunçou-lhe o cabelo e começou a se afastar e dessa vez apenas saiu do quarto, deixando Baekhyun pensativo sobre o que deveria fazer a respeito de Minseok.

No entanto, acabou decidindo que não faria nada. Por isso apenas terminou de vestir-se e deitou-se em sua cama. Ficou bastante tempo ali, olhando para o teto e não pensando em nada. Em algum momento cochilou só para acordar assustado, a mente cheia de culpa por não fazer algo que o pai ômega havia lhe pedido. Então, por isso, sabendo que sua mente não o deixaria dormir em paz, levantou-se e foi atrás de Kim Minseok. Talvez, se só perguntasse como estava, podia se livrar dos seus pensamentos agitados.

Parou em frente a porta do quarto do Kim e respirou fundo antes de bater, mas quando o fez não obteve resposta alguma. Na verdade, a porta se abriu levemente, como se o convidasse para olhar seu interior e assim acabou fazendo, apenas para encontrar o grande nada a sua espera, pois o ômega não se encontrava naquele cômodo. Ainda olhou por todos os lados, mas incrivelmente, o loiro não se encontrava ali. Saiu do quarto um tanto apreensivo, a mente pensando em mil coisas ao mesmo tempo ao passo que o relógio no corredor marcava mais de meia-noite.

Onde Kim Minseok iria tão tarde da noite?

Para fora da Alcateia não podia ter ido, já que depois das dez da noite, Baekhyun era avisado sobre quem saia ou entrava.  E até aquele momento não havia recebido ligação alguma sobre a saída do Kim.

Optou por descer a escada e procura-lo no andar de baixo e não encontrando, saiu de casa. Andou durante um tempo pelo complexo de casas que era a Alcateia Byun, visitou os pontos públicos do complexo, mas não teve sinal algum do marido até o momento, em que sem opção, se viu entrando na sala de treinamento. As luzes estavam acesas e por isso achou que Kangin que estivesse ali, mas quando o cheiro doce de mirtilo acertou-lhe o rosto assim que entrou, se viu meio que sorrindo. Em todos os lugares improváveis que Kim Minseok poderia estar, a sala de treinamento era o lugar que ele menos esperava.

Deixou seus sapatos do lado de fora, notando o par de botas que o Kim gostava de usa, ali, fora também. Puxou as mangas da sua camisa para trás, enrolando-as nos cotovelos e só então entrou. Não sabia muito bem o que estava esperando encontrar, mas avançou assim mesmo pelo local. A área de treinamento Byun era aberta para qualquer pessoa do clã, até mesmo ômegas, que todos julgavam como frágeis demais para se defender sozinhos. Kangin era o beta responsável por treinar os lobos, seja iniciando-os desde criança nas artes marciais ou dando dicas para os mais velhos em combate.

O lugar era dividido em compartimentos. Havia a sala para luta corpo a corpo, a sala para quem gostava de treinar com equipamentos e a sala de tiro ao alvo. O Byun olhou nas duas primeiras, mas não encontrou sinal algum do ômega, o que significava que ele só podia estar em uma sala: a sala de tiro ao alvo. E foi justamente lá que o encontrou. Em pé atrás da estante de tiro alvo, mais precisamente no último compartimento.

Baekhyun se aproximou depois que escutou o primeiro tiro, apreciou o modo como o ômega acertara bem no centro do alvo. Estava usando fones de proteção, por isso não escutou quando o alfa se aproximou. Mas para o bem da verdade, o Byun não se aproximou tanto. No meio do caminho, ele se viu desviando e indo direto no armário de armas, pegou uma pistola semi-automática — a mesma que Minseok estava usando — e resolveu que ficaria no cubículo ao lado de Minseok. Colocou seus fones, carregou a arma e depois a destravou e só então mirou, erguendo a arma, o dedo indicador no gatilho e a respiração presa no momento que apertou o gatilho, contudo quando começou a solta-lo relaxou a respiração devagar enquanto os olhos estavam terrivelmente concentrados no alvo. Mas ao contrário do que pensou, o tiro não acertou o centro do alvo e por isso o ômega, no cubículo do lado soltou uma risadinha desdenhosa antes que ele mesmo mirasse a atirasse, acertando onde Baekhyun não conseguiu.

O alfa meio sorriu. Havia alguma coisa no modo como Minseok era habilidoso, que o fazia querer algo... ele sentia aquele reboliço na boca do estômago desde os tempos de escola, mas na época achava que era só uma forma do seu corpo mostrar o quanto deveria sentir repulsa de um Kim. Mas o jeito como o ômega parou na entrada do seu cubículo, o cabelo loiro bagunçado e os óculos meio tortos no rosto enquanto os fones de proteção estavam em volta do seu pescoço, fez Baekhyun chegar a conclusão que aquilo que sentia na época da escola era bem mais do que imaginava.

— Onde aprendeu a atirar tão mal? — teve coragem de perguntar, havia um tom de diversão em sua voz enquanto ele travava a arma.

— Eu não atiro mal. — defendeu-se, abaixou os fones e travou a arma ao mesmo tempo que Minseok levantava os olhos para fita-lo.

Seus olhos eram duas fendas enormes, bem delineadas nas pontas e com a cor da íris brilhando em um tom de castanho-claro diferente de todo o padrão coreano que eles pertenciam antes de serem lobos.

— Então suponho que estava nervoso? — tentou mais um pouco, o canto da boca se enrugando em um quase sorriso que Baekhyun não estava acostumado a receber.

— Por que eu estaria nervoso? — desafiou e o loiro tombou a cabeça pro lado, havia alguma coisa nos olhos dele que lembravam um felino, Baekhyun se deu conta.

— Porque você tem um tio maluco. — alfinetou, as costas encostadas no batente do cubículo, a arma ainda na sua mão, quase engatilhada.

— Vai me contar o que aconteceu lá? — perguntou deixando a arma sobre a estante e cruzando os braços em direção a Minseok.

— Seu tio sendo um idiota, foi isso que aconteceu lá. — respondeu um tanto irritado e começou a se afastar.

Baekhyun deu um passo para fora do cubículo e o viu guardar a arma no armário e deixar os fones pendurados em um dos suportes na parede. Os pés pisavam com certa força no chão quando ele simplesmente saiu da sala. O alfa não foi atrás de si, era óbvio que o loiro não queria falar sobre aquilo, então era melhor deixa-lo. Talvez, no futuro o Byun soubesse o que tinha acontecido, mas por enquanto era melhor apenas dar espaço para o ômega.

Contudo, longe dali, Minseok segurava um pequeno vidrinho em mãos. Girava-o em sua palma pensando em como poderia acabar com aquilo em um segundo, mas ao mesmo tempo podia tornar tudo pior. O alfa Park havia conseguido um jeito de colocar aquele vidrinho no bolso da sua calça, pois fora quando chegara na Alcateia Byun que encontrara aquilo novamente, coisa que só serviu para deixa-lo um tanto perturbado.

Mas, afinal, o que deveria fazer? Hyukjae havia dito que ele poderia se tornar muito poderoso, era só preciso que matasse Byun Baekhyun. Contudo, o Park havia usado a sua classificação para tentar convencer o ômega, sem saber que tudo que Minseok menos quis foi ser classificado como um ômega preto. Ele não queria matar antes e muito menos queria matar agora quando estava vivendo uma vida que não queria.

Parecia injusto com Byun Baekhyun e mais injusto ainda consigo mesmo, quando estaria indo contra todos os seus princípios. Era como seu pai alfa costumava dizer: se você quebrar seus princípios, está quebrando sua alma e com uma alma quebrada nunca conseguira nada. Minseok não queria quebrar sua alma, preferia quebrar aquele vidrinho, na verdade. Então simplesmente o jogou no chão e o pisoteou sem cerimônia alguma. Era o melhor a se fazer, no fim das contas.

A Organização Ômega podia tê-lo feito uma arma, mas isso não significava que ele devia se comportar como uma. E agora que estava desativado da mesma, só precisava trilhar um novo caminho, seguindo seus próprios princípios.


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Notas finais do capítulo

1. Na cena do Sehun, ele lembra-se de uma conversa que teve com Minseok. Essa conversa acontece em “o sacrifício do lobo”. Lá o Minseok conta como conseguiu a tatuagem, mas o Sehun não acredita.
2. O Henry tem uma tatuagem na nuca. Isso é citado em “o acordo”, além de que é por lá que ficamos sabendo que o Heechul tem uma no calcanhar esquerdo.
3. Os Park’s tem um acordo com os Byun’s desde o momento que o pai do Siwon ajudou eles a encontrarem a Jihyun, quando ela fugiu ainda adolescente. Nesse acordo ele dão a sua palavra de que serão amigos e tudo mais, sem atacar um ao outro. Mas é óbvio que os Park’s odeiam os Byun’s e isso é por causa da morte de Jihyun. O Hyukjae queria matar o Baekhyun, porque nem ele mesmo aceita o Baek como filho da irmã e porque o Baek recusou uma oferta do Hyukjae para matar o Siwon quando assumisse a liderança.



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