Mirtilo escrita por OmegaKim


Capítulo 25
Parte II: Prólogo - A princesa no alto da torre




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Primeiro, abriu os olhos e só depois soltou um suspiro, cansada demais para tentar fazer outra coisa. Fitou o teto limpo do seu quarto, sem realmente o ver. Estava ocupada sentindo a dor do vazio no ventre e o líquido quente entre as pernas, já tão cansadas de ficarem na mesma posição. Que horas eram? Quando aquilo terminaria, afinal?

As dores tinham vindo durante a noite e agora, quase meio dia do dia seguinte, Jihyun sentia que não podia mais aguentar. Estava exausta demais para continuar por mais um pouco e era justamente essa exaustão toda que lhe mostrava que havia algo errado com o bebê. “Ele está numa posição errada”. Era o que tinha escutado o médico dizer a si e a Donghae, que tinha insistido em segurar a sua mão durante o parto inteiro.

Não se mexeu quando sentiu algo entre as pernas, alertando-lhe que tinha — finalmente — acabado e como que para confirmar isso, escutou um choro de criança. Obrigou o seu cérebro a anular aquilo. Não queria escutar, não queria ver. Só queria fechar os olhos e fingir que nunca aconteceu.

— Jihyun. — escutou a voz suave de Donghae chama-la apenas para no segundo seguinte, sua face aparecer diante dos seus olhos, ocultando o teto do quarto.

O Lee não tinha mais que dezesseis anos. As bochechas fofas e os olhos inocentes, deixavam isso claro.

Ela piscou, mas não conseguiu dizer coisa alguma. Sentia-se tão cansada. Aquele bebê tinha lhe roubado todas as forças.

— Segure-o, Jihyun. — Donghae falou mais um pouco e foi aí que notou que havia algo nos braços do ômega adolescente. Mexia-se levemente e chorava alto demais, mas ao contrário do que achou que faria, não se mexeu um milímetro para observa-lo de perto ou se esforçou em dizer algo para o garoto.  

Permaneceu imóvel diante do ômega, os olhos escuros vidrados, olhava para cima e não via nada. O Lee percebeu o seu estado, então afastou-se um pouco, em seus braços um bebê chorava embrulhado em uma toalha felpuda branca. Fitou o pequeno em seus braços e o sacudiu, numa tentativa de acalma-lo. Não sabia muito bem o que fazer com aquela criança. O médico tinha simplesmente lhe entregado-a e ele teria entregado a Jihyun, se ela não parecesse nada mais que uma boneca inanimada na cama. Olhou em volta, apenas para ver a equipe médica da Alcateia Byun arruma-se aos poucos e começar a ir embora.

O médico ainda verificou Jihyun mais uma vez, para saber se ela estava mesmo bem. Avaliou rapidamente o bebê nos braços de Donghae e só então foi embora, com a promessa de que voltaria no dia seguinte para saber como os dois estariam. Donghae assentiu, sem saber ao certo o que mais deveria fazer. Voltou a se aproximar da cama, o pequeno em seus braços ainda chorando, tentou mais um pouco para que Jihyun ao menos olhasse para o filho. Mas tudo que conseguiu foi a mesma inanimação que tinha observado durante a gravidez, como se a garota que existia ali, naquele corpo, já tivesse há muito ido embora deixando para trás nada mais que uma casca em forma de gente.

— Jihyun, por favor. — pediu quando sentiu o choro começar a se formar na garganta, que servia para mostrar a mais velha o quanto ele não era mais do que um garoto, que não sabia lidar consigo mesmo ainda. Não tinha condições de lidar com uma criança assim, tão de supetão.

Porém, mais assustador do que aquela criança recém-nascida nos seus braços, era observar o corpo apático de Jihyun na cama. Se ao menos Siwon estivesse ali, pensou, poderia ajuda-lo com aquilo. Mas é claro que o pai tinha que manda-lo para alguma reunião com outros clãs em outro país, só por punição.

Soltou um suspiro ao mesmo tempo que sentava-se na beira da cama da garota Park. Voltou a olhar para o bebê e dessa vez tentou balança-lo com mais calma, do jeito que tinha lido em livros e aos poucos a criança foi se acalmando o suficiente para acabar dormido.

Mas sabia que isso era apenas temporário. Logo ele acordaria mais uma vez, chorando pela mãe, afinal ainda era um recém-nascido e precisava do calor e cuidados da mais velha, principalmente, precisava ser alimentado por esta. Mas pelo jeito como observava o estado apático da Park, sabia que ela não moveria um dedo pelo filho recém-nascido, afinal nem mesmo queria tê-lo. Teria interrompido a gravidez na primeira oportunidade, se Siwon não tivesse a ameaçado. No entanto, não era como se pudesse culpa-la por ter cogitado aquilo, pois Jihyun nunca tinha amado Siwon ao mesmo tempo que nunca tinha sido feliz vivendo ali, na Alcateia Byun. E mesmo nesses dois anos depois da morte do seu amante, a garota não tinha feito muito progresso em seguir em frente além da desastrosa tentativa de ter um relacionamento com Siwon, quando aceitou que ele a ajudasse com o cio.

— Quando se sentir melhor, por favor, me chame. — disse a ela quando ficou de pé, o bebê ainda em seus braços. — Você precisa de um banho, sim? — tocou-lhe a testa, afastando os fios escuros dali em uma caricia, tentou lhe sorrir para passar alguma segurança, mas quando os olhos da mais velha encontraram os seus, tão cheios de dor, Donghae entendeu que ela precisava bem mais do que um banho. — Eu sinto muito. — pediu desculpas por alguma coisa que não sabia ao certo, então se afastou, levando o pequeno filhote nos braços.

Seguiu direto para o seu quarto e com cuidado preparou um banho para o bebê. Tinha que limpa-lo de toda aquela sujeira vermelha sobre sua pele tão delicada. Era só uma pena ter que acorda-lo só para isso. No fundo, estava com medo de não conseguir fazê-lo dormir novamente e pensando quando teria fome e o que faria para aplaca-la, pois sabia que Jihyun não faria nada. No entanto, ao contrário do que pensou, o bebê voltou a dormir quase que imediatamente depois do banho morno, coisa que o aliviou o suficiente para que Siwon abrisse a porta do seu quarto num rompante e acordasse-o novamente, causando o seu choro alto.

— Siwon! — Donghae ralhou, então retornou para perto da cama e pegou o bebê nos braços. — Você o acordou.

O alfa continuou parado na entrada do quarto. Os olhos focados no pequeno embrulho nos braços do marido ômega e os ouvidos captando o choro da criança. Meu filho, pensou meio desnorteado. Não estava preparado para receber essa notícia, ainda mais depois de uma viagem turbulenta e de uma reunião chata com líderes velhos de mente fechada.

— Eu deveria ter chegado mais cedo. — foi dizendo ao soltar a maçaneta da porta devagar, dando passos incertos em direção ao outro. — Mas o voo atrasou e eu não sabia até que cheguei aqui. Ninguém tinha me avisado. — contou, a voz saindo cheia de desculpas que apenas Donghae era capaz de identificar, não por causa da marca mas por causa do jeito que só ele conhecia o marido.

— Seu pai é um idiota. — xingou enquanto balançava o bebê nos braços, pois sabia muito bem que aquilo era obra do pai de Siwon, ainda o punindo por ter casado com Donghae.

Mas ao contrário do que parecia, Siwon não disse coisa alguma para defender o mais velho.

— É um menino? — mudou de assunto na medida que chegava mais perto, olhando por sobre o ombro de Donghae. Pois até aquele momento não sabia qual o sexo do bebê que Jihyun carregava.

A Park nunca deixava que ele se aproximasse para acompanhar a gravidez, mas levando em conta o modo como eles não conseguiam combinar, Siwon entendia que tinha sido melhor manter-se longe dela nesse momento, mesmo que cada parte sua quisesse se aproximar e saber todos os detalhes sobre como estava sendo aquele período para ela, afinal era o seu primeiro filhote.

— Forte e saudável. — confirmou, então virou-se devagar para fitar o marido. — E ele está com fome.

— Onde está Jihyun? — meio olhou em volta, como se pudesse encontra-la ali, mas como esperava, não a viu. — Leve-o para a mãe.

— Siwon, não. — Donghae disse, os olhos se tornando aquela mistura de tristeza e pesar que o alfa tanto odiava. — Ela não o quer...

O Byun comprimiu os lábios, num desagrado doloroso aos olhos do ômega. Aproximou-se da cama e sentou-se na beira, afrouxou a gravata e tirou o paletó, então soltou um suspiro cansado demais. E realmente estava, não era só o cansaço de 16hs de viagem, mas também o cansaço mental de ter uma esposa que não o queria e que agora não queria o próprio filho também. Levantou os olhos para o Lee e disse:

— Me dê ele. — pediu. — E vá atrás da mãe de Kangin.

O Lee se aproximou e com cuidado deixou que Siwon segurasse o bebê, então olhou uma última vez para o modo desajeitado que ele segurava o filho e saiu do quarto, afim de fazer o que o marido tinha pedido, pois já podia imaginar do que se tratava. A mãe de Kangin, tinha tido um bebê há alguns meses e por isso ainda estava amamentando então podia muito bem ceder um pouco para o filho do alfa líder.

Siwon segurou o pequeno filhote com um cuidado esquisito, sentia que seus movimentos eram brutos demais para algo tão pequeno e frágil. Por um momento assustador não conseguia encaixar suas mãos no filho, achando que iria deixa-lo cair, ainda mais pelo jeito que o garotinho chorava, berrando alto sua fome para quem quisesse ouvir e deixando o Byun mais inseguro. Talvez o estivesse segurando errado e por isso o machucando? Soltou um suspiro, um tanto nervoso, e ficou de pé com a criança nos braços. Era um pai de primeira viagem, não tinha a menor ideia sobre o que mais deveria fazer. Não era para isso que tinha sido preparado desde que nasceu, não era pra isso que todo aquele tempo de estudo servia.

Deitou, de um jeito um tanto desajeitado, o corpo do bebê sobre seu peito, com a cabeça do mesmo sobre seu ombro enquanto apoiava-lhe a mão no pescoço e bumbum, achava que ele podia se acalmar assim mas tudo que o bebê fez foi chorar mais alto.

Aish. Não chore. — meio mandou, meio pediu. — Donghae foi atrás de alguém que pode lhe alimentar.

A mãe de Kangin era uma boa pessoa, tinha certeza que ela o ajudaria.

Deu batidinhas no meio da costa do bebê e começou a andar pelo quarto.

— Donghae é seu omma também, sabia? — começou a conversar com o garotinho em seus braços, achava que assim podia acalma-lo ou ao menos distrai-lo da fome. — Você tem dois ommas. — mordeu o lábio inferior, pensando em como tentaria conversar com Jihyun sobre o filhote de ambos. A mulher não podia simplesmente abandona-lo assim, como se ele não fosse mais do que um objeto descartável.  — Donghae e Jihyun. — contou ao mesmo tempo que o filho começava a se acalmar. — Donghae é uma boa pessoa. É doce e gentil...  — e sem realmente perceber estava meio sorrindo ao lembrar do marido, havia um misto engraçado de emoções no seu estômago todas as vezes que pensava ou falava de Donghae, gostava de pensar que isso era culpa da marca, mas sabia que era algo mais profundo que isso. — Sua mãe também é uma boa pessoa. — mudou de assunto ao mesmo tempo que voltava a sentar na beira da cama, com o bebê mais calmo em seus braços, ele parecia gostar do som da sua voz.

Resolveu ajeita-lo melhor nos braços, dessa vez deslizou a mão pela costa do mesmo até que sua cabeça ficasse encaixada dentro do seu antebraço. Aproximou um pouco do seu corpo, para mantê-lo aquecido com seu calor e observou bem as feições do bebê. Detinha os olhos fechados e a boquinha de lábios finos se abria levemente, indicando que estava voltando a dormir aos poucos. Era tão pequeno, pensou, tão incrivelmente molenga e tão chorão para alguém daquele tamanho que teve vontade de rir, mas se controlou no último segundo, deixando apenas que um pequeno sorriso adornasse seus lábios.

Reconheceu a pintinha no canto direito da boca, quase sobre o lábio superior. Era como a que sua mãe tinha, assim como reconheceu a pintinha no pescoço e a que existia na têmpora esquerda, quase se apagando em um marrom clarinho na sua pele tão suave de bebê.  

— Herdou as pintinhas da sua avó. — comentou baixo, pensando em como seu pai reagiria quando reconhecesse esse padrão. — Mas também se parece com a sua mãe. — começou a perceber, só para soltar mais um suspiro no momento seguinte.

Ficou um tempo em silêncio observando o filho. Seu primeiro filho e por isso o sucessor de toda uma Alcateia, de todo um legado. E olhando para aquele pequeno ser, Siwon entendeu que não era certo traçar todo um futuro para ele. Era só um bebê, afinal. Deveria ter o direito de escolher seu próprio caminho, mas eram as regras. Regras tinham sido feitas para serem seguidas. Ele mesmo teve que abdicar de muita coisa para poder ser líder suficiente para aquela Alcateia. E sabia que o filho ia ter que fazer a mesma coisa, pois não havia nada mais importante do que o bem da Alcateia.

— Sinto muito por tudo isso. — falou baixinho para o garotinho que dormia em seus braços. — Não há realmente nada que eu possa fazer e se quer saber... acho que estraguei tudo. — confessou. — Eu fiz algumas coisas ruins, você entendera melhor quando crescer, mas mesmo que entenda, elas continuarão sendo ruins. — estava pensando na primeira esposa, Jihyun.

Comprimiu os lábios e piscou os olhos demoradamente. Queria sentir mais do que o cheiro de sabonete da pele do filho, mas não havia nada. Ele ainda não tinha cheiro e por isso Siwon ainda não sabia a qual classe pertencia, mas alguma coisa no jeito como sua boca se fechava tão delicada e na forma dos seus dedinhos, denunciava que poderia ser um ômega. No entanto, havia uma irritação no canto da sua boca, suficiente para que o alfa entendesse que aquele garotinho tinha bem mais em si do que aparentava. Siwon não podia se impedir de desejar que o filho fosse um alfa, porque a vida para ômegas não era fácil e era menos ainda para ômegas como primeiros na linha de sucessão. Ninguém aceitaria um ômega como líder de uma Alcateia, ainda mais em uma poderosa como os Byun’s.

Deixou o filho apoiado em apenas um braço e ergueu a mão para tocar-lhe a testa, afastando os fios muito escuros.

— Você é tão pequeno. — falou e logo estava sorrindo contido. — Meu filho. — provou as palavras enquanto afastava os fios para trás. — Você precisa de um nome...  — se deu conta, pela primeira vez desde que soubera da gravidez da esposa.

Mordeu o lábio e ficou bastante tempo observando o filhote, avaliando a sua aparência atrás de rastros da sua possível personalidade. Mas o bebê ainda não tinha nenhuma expressão forte o suficiente para ajuda-lo nisso, era um garoto branco ainda, sem cor aparente. Cheio de pureza. Limpo de qualquer experiência ruim e Siwon desejou que o filho pudesse cultivar isso até o fim da sua vida, pois ele sabia bem como era carregar uma bolsa de erros nas costas. Escolhas tomadas de cabeça quente, palavras que ele não podia recolher, erros e mais erros que agora se acumulavam aos montes sobre seus ombros e pareciam querer escapar para os ombros frágeis do seu primeiro filho.

Baek. — soltou sem realmente perceber.

Parecia a palavra certa para descrever o que queria para o filho. Queria que ele continuasse limpo, livre de qualquer mancha. Mas acima disso, precisava que ele fosse forte e digno de todo o poder a qual estava destinado. Sabia que era um fardo pesado demais para uma criança, mas era algo do qual não se podia escapar.

Hyun. — completou e de repente estava sorrindo diante da palavra que formava. — Baekhyun. Você vai se chamar Byun Baekhyun. — e como se soubesse que aquele era o seu nome, remexeu-se minimamente nos braços do pai mas não acordou.

Acordou, na verdade, quando a mãe de Kangin entrou no quarto, acompanhada de Donghae. Siwon contou-lhe uma mentira qualquer sobre Jihyun estar cansada demais para alimentar o filho e pediu que a mulher o fizesse. Ela fez, sem contestar qualquer coisa. Ao mesmo tempo que o alfa seguia para o quarto da esposa. Sabia que não tinha direito algum de entrar naquele cômodo, mas simplesmente não podia ignorar aquilo que ela estava fazendo com Baekhyun. No entanto, quando girou a maçaneta, notou que a porta estava trancada. Suspirou, do jeito cansado que de sempre. Uma parte sua se sentia culpado o suficiente, enquanto a outra só estava puramente cansado daquela situação. Era um cansaço tão grande que sentia que estava disposto a qualquer coisa para se livrar um pouco daquilo, aquele amor enfadonho, que lhe sufocava.

Era amor, sabia disso. Amava-a tanto. Tinha se apaixonado por ela no momento em que a viu, mas Jihyun sempre teve uma personalidade difícil e também nunca quis estar ali, com ele, vivendo aquela vida. Jihyun queria fazer outras coisas, queria amar outras pessoas. Não, mentira. Jihyun queria amar apenas uma pessoa. Uma única pessoa, que já não estava mais ali. Uma única pessoa, que Siwon tinha feito questão de tirar de si.

— Jihyun... — chamou, um tanto baixo. Encostando a testa na porta, fechando os olhos e procurando o cheiro dela. — Não pode se esconder nesse quarto para sempre. — falou. — Nosso filho precisa de você.

Não houve som nenhum. Nem mesmo o som de choro a qual estava acostumado. Acabou mordendo o lábio, em nervosismo pelo silêncio. Já deveria estar acostumado, pensou. Era só o que Jihyun lhe dava desde que se viram pela primeira vez: o silêncio gelado, que deveria o afastar, mas só o trazia para perto.

— Por favor. — implorou no segundo seguinte, tão baixo que achou que ela não iria escutar. Mas sabia que sim, que a Park estava escutando-o, sim. Ele ficou em silêncio, acreditou que a Park podia dizer algo, mas não houve nada. O velho nada que parecia acompanha-los desde sempre. — Jihyun... — chamou uma última vez, o peito doendo de uma forma que não deveria. — Eu fiz coisas ruins e esses erros me assombram. Não posso voltar no tempo e arrumar as coisas, mas posso dizer que sinto muito por todo mal que te fiz. — era o seu pedido de desculpas fajuto, era tudo o que podia lhe oferecer, era tudo que conseguia mostrar-lhe, mas tinha total conhecimento de que não era suficiente.

Não apagaria as lembranças ruins, não a faria ama-lo, não a faria ser menos triste. Mas havia um pingo de esperança em si, para que ao menos, aquelas palavras servissem para encoraja-la a ficar com Baekhyun, a amá-lo.

Soltou a maçaneta devagar e se afastou, sem esperar resposta alguma. Sabia que não havia.

Ele amava aquela garota, amava de uma forma dolorosa que lhe sufocava um pouco a cada dia desde que se viram pela primeira vez porque o alfa sempre soube que ela não o pertencia, mas tinha desejado tanto ser aquele que a resgataria do alto da torre, que não tinha percebido que era aquele que a aprisionava. Contudo, conseguia ver isso agora... conseguia ver toda a dor que tinha lhe causado e no tanto que a tinha destruído. Queria poder conserta-la, conserta-la o suficiente para que ao menos amasse Baekhyun, todavia parecia tarde demais. Parecia tarde demais até mesmo para salva-la. No entanto, não era como se Jihyun quisesse ser salva pelo Byun.

A garota estava esperando outra pessoa, estava querendo outra pessoa... Ela queria o seu príncipe encantado beta, aquele que tinha enchido sua vida de momentos doces. Mas Kyuhyun estava morto e enterrado, preso em um caixão, longe demais para poder salva-la daquela vida. E por isso, Jihyun era a princesa no alto da torre eternamente esperando seu príncipe encantado. Desejando com todas as forças, que Siwon estivesse errado, acreditando em seus sonhos de garota apaixonada, tendo esperança de que Kyuhyun pularia aquela janela e a resgatasse.

E durante o tempo que Siwon se afastava daquele quarto, decidido a deixa-la ir embora quando se recuperasse, desejou que o Kim realmente pudesse fazer isso. Mas, interiormente, sabia que era tarde demais.


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