Admirador Secreto escrita por Daroon


Capítulo 3
Talvez eu tenha sido um pouco stalker




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— Não! — sibilou Danny.

Stiles olhou chocado para as costas do outro, que continuava a andar pelo corredor com seu caderno e laptop em mãos. Tornou a segui-lo, determinado.

— Mas você nem sabe o que eu ia perguntar — constatou num resmungou.

Danny parou no ato, virando-se para o outro que quase bateu de frente.

— Tenho quase certeza que é pra invadir o sistema de algum professor.

— Não. 

— Não?

— Não! — O maior olhou desconfiado para o Stilinski. — E nem do Reitor. — Já se defendeu, sabendo que o outro estava pensando exatamente nisso.

— Então o que você quer, Stiles? 

— Pode rastrear um e-mail pra mim? — Danny olhou incrédulo para o outro.

— Não! — E tornou a caminhar.

— Mas, Danny…

— Não! — Stiles permaneceu parado no corredor, resmungando, seu grande trunfo para poder descobrir quem é Sr. H foi pelos ares. Uma leve risada e um braço apoiado em seu ombro chamou a sua atenção, desviou o olhar para Isaac que tinha um pequeno sorriso no rosto.

— Com dificuldades em saber quem é o Don Juan? — O Stilinski bufou, dando um pequeno sorriso.

— Ninguém quer me ajudar a saber quem ele é e tenho certeza que todos sabem quem ele é, menos o desinformado aqui. — Tornou a resmungar, caminhando ao lado do loiro. — Qual é, até o Scott sabe quem ele é. — disse exasperado, gesticulando.

Lahey elevou sua sobrancelha.

— Scott te disse que ele sabe quem é? 

— Não, — bufou, cruzando os braços. — mas quando acusei ele de conhecê-lo por causa do que o Sr. H disse no e-mail, ficou óbvio que Scott sabe, ele é um péssimo mentiroso. E eu tenho certeza que você também sabe. — Parou de caminhar para poder encarar firmemente o loiro, que apenas sorriu docemente.

— Eu não sei quem ele é. — Stiles ficou vermelho de raiva, jogando os braços para cima.

— Mas que droga, você é tão fofo que mesmo sendo péssimo mentindo, a sua cara te deixa tão adorável ao ponto de fazer esquecer desse detalhe. — Lahey não aguentou e se dispôs a rir, era óbvio que ele sabia quem o H era, Stiles estava começando a achar que estava ocorrendo algum complô contra si, porque não era possível nenhum de seus amigos querer lhe ajudar.

— Se você acredita que nós o conhecemos, então por que não aproveita e conversa com ele? — Stiles riu, voltando a caminhar.

— Scott disse a mesma coisa, ele disse pra mim “acreditar na sua intuição”.

— E o que tem de errado na intuição dele? — perguntou o loiro, fazendo o jovem Stilinski parar e cruzar os braços, elevando a sobrancelha.

— É sério? — Não obtendo uma resposta, bufou. — Se fosse pela intuição do Scott, vocês não estariam juntos, eu lembro muito bem ele falando... — Limpou a garganta, queria imitar a voz do amigo, porque na época o McCall tinha conseguido lhe estressar em níveis alarmantes por causa do loiro. — Stiles, dessa vez é sério, minha intuição me diz que ele não gosta de mim, dessa vez minha intuição está certa, eu devo me afastar e mais um monte de bla, bla, bla que não ouvi.

Isaac levantou o dedo e abriu a boca para poder defender o namorado, mas infelizmente ele não tinha nenhum argumento contra aquilo.

— Ok, a intuição do Scott é uma bosta. — afirmou, suspirando em seguida. — Mas olha, confie então em mim, pisa fundo. 

Se aquilo era para animar Stiles, não funcionou, afinal ele não queria que lhe dissessem que deveria investir, o que queria era um nome e sobrenome. Às vezes tinha vontade de estrangular os seus amigos.

Sem tocar mais nenhuma palavra sobre o anônimo, ambos seguiram em direção a cafeteria do campus o qual Isaac trabalhava, o terceiro lugar preferido de Stiles. Quando Lahey enfim estava atrás do balcão, foi que o outro resolveu fazer o seu pedido.

— Café expresso, como sempre. — disse Isaac com um sorriso.

— Não, espera. — chamou Stilinski, lembrava-se claramente que o Sr. H sabia que ele vivia pegando café expresso, o que lhe fez pensar que ele trabalhava ali ou frequentava. Olhando em volta, vendo que como sempre estava cheio, resolveu mudar. — Eu vou querer um café latte. — Com o cenho franzido, Isaac atendeu o pedido.

Com o café em mão, despediu-se do loiro e seguiu rumo a biblioteca — não antes de passar em seu dormitório para pegar sua mochila. Em vez de sempre sentar no seu lugar, Stiles resolveu ir do outro lado do recinto. Com o seu noteboock, caderno e café em cima da mesa, resolveu pegar sua caneta que estava na mochila, quando o seu celular vibrou. Olhando por cima, vislumbrou o ícone do e-mail. Por algum motivo, respirou fundo, ficando nervoso, estava esperando pela mensagem do outro.

Com certa euforia, ligou o seu laptop. No fundo agradecia aos deuses por não ter tomado o café ainda, se não teria cuspido na tela, tanto pelo conteúdo da mensagem como também o que estava inserido no assunto.

 

De: H.
Assunto: Você é adorável.
 21/02/20 - 10:15
Para: Stiles Stilinski.

Primeiramente, bom dia e segundo, você é adorável kkkk.

Stiles, esse seu jeito irritado e atrapalhado é o seu charme, foi o que de fato me chamou a atenção sobre você, mas é a sua risada, seu sorriso —  mesmo que sarcástico — dentre outras coisas foi o que me fez ficar apaixonado por você e dizendo isso, ou melhor, escrevendo, me fez notar que talvez eu tenha sido um pouco stalker em relação a você, mas a culpa é sua, inteiramente sua por me fazer focar em você e acabar travando para me aproximar, isso me deixa frustrado e irritado comigo mesmo.

Mas seus esforços em querer descobrir quem eu sou em menos de 24 horas, não deixa de ser adorável, fazendo com que eu goste de me manter escondido só pra ver sua cara irritada ao ver que ninguém quer te ajudar kkkk, não deveria rir disso, mas é inevitável.

Mas saiba que mudando o seu lugar na biblioteca e comprando um café diferente do habitual, não fará você descobrir quem eu sou.

 

Seu rosto estava em vários tons de vermelho, juntamente com seus sentimentos completamente confusos. Queria esganar o H e ao mesmo tempo apertar as sua bochechas, mas o sentimento de esganá-lo era maior.

Com certa confiança, respondeu ao e-mail.

 

De: Stiles Stilinski.
Assunto: EU SABIA QUE ERA UM STALKER.
 21/02/20 - 10:18
Para: H.

EU SABIA QUE ERA UM STALKER!

Olha, Sr. H, tenho vontade de te enforcar, mas ok. Meus amigos te protegem, ok. Você me acha fofo, ok. Mas, eu vou descobrir quem é você sem eles, e graças ao seu e-mail já sei qual é o próximo passo.

Aliás, bom dia.

Ps: Ainda irei esfregar na sua cara que vou descobrir quem é você… Em menos de uma semana.

 

Estava nervoso, contente e começando a ficar apavorado, principalmente com a mensagem a seguir.

 

De: H.
Assunto: RE: EU SABIA QUE ERA UM STALKER.
 21/02/20 - 10:20
Para: Stiles Stilinski.

Desafio aceito!

 

Estava muito ferrado, definitivamente.

Nem tinha como responder aquele e-mail, H praticamente ignorou o resto da mensagem e focou no ps. Stiles queria se jogar da janela naquele instante, ele não pensava antes de agir. E agora precisava descobrir quem ele era, sem contar com seus amigos, claro que não iria contar antes, mas a sutil e vital diferença, era que Stiles tinha mais tempo.

Precisava manter o foco, não é só porque seu informante — Isaac, que por trabalhar na cafeteria estava sempre sabendo de tudo — não iria ajudar, que seu hacker pessoal não iria ajudá-lo e principalmente seu amigo, irmão e fiel escudeiro não iria mover o céu e a terra para lhe ajudar que iria desistir, né?

Errado, já estava em pânico, querendo desistir e mesmo que tentasse pedir ajuda a qualquer outro amigo, não teria ajuda, estava de mão atadas e, no fundo, questionou-se porque sentia aquela necessidade em querer saber quem era o Sr. H?

Talvez fosse pelo fato de ninguém ter demonstrado estar interessado em si, não saberia dizer, e naquele momento nem queria saber, apenas ansiava descobrir quem ele era.

Guardando todo o seu material e simplesmente tacando o foda-se para os estudos, pegou sua mochila e o seu café e saiu em disparada: precisava ir à cafeteria. Para ele saber sobre a mudança de café, ele tinha que estar lá, quando estava prestes a sair do recinto, parou.

Ele sabia sobre o café porque ele estava lá ou alguém passou informação? Mas isso não iria explicar como ele sabia sobre a biblioteca. Olhando desconfiado para trás, viu os mesmos alunos de sempre estudando e alguns diferentes. Quais eram as chances dele estar ali, naquele instante?

Deixou as coisas sobre uma mesa vazia e passou a andar pelos corredores, procurando alguém que tivesse a cara de que tinha um nome com H. Tão alheio e distraído, ou melhor, focado nas pessoas que estavam nos corredores, não viu quando um universitário saiu de um corredor, acabando por esbarrar em si. Naquele momento agradeceu por ter deixado o café na mesa.


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