Mexeu Comigo escrita por Ragnar


Capítulo 4
Capítulo 4 - Pare, reflita, pensa




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Um mês se passou e não era fácil esquecer uma pessoa, aliás, Izuku perdia muito fácil a atenção em alguns lugares e com pessoas e festas, era uma das coisas. Mas não com aquilo, ele se prendeu a detalhes. Não deveria, claro... Mas, sorria com o que o outro tinha falada para si e acabou por perder um pouco a concentração em algumas tarefas mais simples, como errar um produto em sua devida prateleira ou até mesmo em seu corredor, mas um erro que ele notava depois de alguns minutos e o corrigia antes do gerente dar uma linda volta e ver ser Izu tinha feito algo fora do lugar para ter motivo e o corrigi-lo sem um motivo forte. 

Não respondia as patadas de Katsuki como antes e começou a ignorá-lo com mais frequência, era até delicioso ver o mesmo puto com isso, sabia que o outro se importava com ele ou se apegou a presença de Izu e não gostava de ser deixado em segundo plano, mas a vingança naquele momento era uma pizza que se comia fria e de um final de semana na geladeira. 

Agora... Como explicar para Tenya e Uraraka essa coisa de viajar no mundo da lua...? Bem, Izu tinha um plano e que ele pensou bem depois daquela grandiosa visita a USP, o plano mirabolante dele era simplesmente procurar um cursinho de vestibular e tentar uma nota ou uma bolsa em uma universidade, fosse a menos pior possível e que desse para não ficar no aperto com a condução de ônibus e de mêtro... Talvez sua mãe o ajudasse um pouco com a condução e... 

 — Ei, empacotador! Horário de almoço — E a mulher da padaria e que era temporária tinha que ter chamado a atenção dele. 

— Valeu, tô indo! 

Deixou o carrinho com os poucos produtos que não guardou em um canto perto da padaria do mercado e se preparou para o seu lindo e maravilhoso almoço que continha simplesmente frango à milanesa com purê de batata, a melhor comida que poderia desfrutar, arrumou tudo em um canto e como os outros funcionários que tinham o horário de almoço ali junto dele, aproveitou e mexeu um pouco no celular, vendo todas aquelas notificações chatas de propagandas de operadoras ou de empregos/estágios com salários de trezentos conto sem auxilio transporte. 

Até que ele viu a notificação de Uraraka novamente e uma de um número não registrado na sua agenda. 

Era o garoto do cabelo meio ruivo... E a pergunta que não queria calar era, como, quando e porquê ele tinha o número de Izu depois de um mês sem terem se visto e só agora dava um sinal de vida? Claro, o garoto não tinha obrigação de falar com ele, nem se conheciam direito, pra que a necessidade de cavar um buraco e encontrá-lo? Ele já ‘tava um buraco, a coroa do ABC paulista... 

Respondeu primeiro a Uraraka e viu com pesar a coisa que menos desejava era o recado da antiga colega veterana do ensino médio ter falada com ela e perguntado dele. É... História complicada, mas é a amiga do casal que Izu arruinou na declaração e apenas um ser alvo de “chacota” da escola inteira, foi um dos motivos que Izu parou de tocar para qualquer um... Até para si mesmo, quase. O pedido de Uraraka era simplesmente se poderia passar o número dele para a garota. 

A resposta foi meio óbvia na cabeça dele, mas na mensagem ele digitou outra coisa. Suspirou quando enviou a mensagem e respirou fundo quando além de visualizar a mensagem, ela já respondia na velocidade da luz. Ótimo, não queria receber um presentinho assim que chegasse em casa, muito menos das pessoas que essa garota conhecia... 

Então partiu para a mensagem do meio ruivinho e qual não foi a surpresa de ver a educação em pessoa. 

“Ei, sou o garoto da república da USP, amigo do Tenya”, e era assim que começava a mensagem e Izu sorriu bobo, sem motivo nenhum. “Pedi o seu número por ele, espero que não seja um incomodo, talvez não se lembre de mim, faz um tempinho já” 

Como esquecer a queda que ele estava começando a ter? 

“Claro que lembro de você! Foi a pessoa que me recepcionou tão bem naquela universidade enorme”, respondeu e já adiantou outra mensagem, ignorando o seu almoço ali. “Só um pouco surpreso, não lembro do seu nome, mas não é fácil esquecer”, mentira, Izu lembrava e muito bem o nome do garoto e só queria que ele mordesse a isca. 

“Shoto. Shoto Todoroki”, ai que maravilha, o garoto bunito sabia responde em menos de três minutos e ainda deixava Izu entretido. “Se for um mal momento para conversarmos, posso voltar depois, Izuku”. 

E era uma pena que ele estava no bendito horário de almoço! 

Respondeu brevemente e se “despediu” do garoto com uma mão no coração só pra sentir o aperto e o drama. Talvez o seu dia não fosse terminar de forma tão ruim e... Mentira, foi uma droga!  

Começando com ele  em casa e no final do dia, esquentando a janta pra ele e sua mãe querida, dando um berro agudo pela casa com a mensagem da veterana da antiga escola dele, fazendo o prazer de lembrar da merda que ele fez e que por se manter chocado com a mesma, quase queimou o feijão. Nejire era a pessoa mais cara de pau com feições inocentes que ele conhecia, distraída e ainda por cima, cruel. Cruel em o fazer lembrar que fez o pedinte da declaração de amor, Tamaki, mudar de escola e cidade... É, Izu é um merda. 

Não ficou nem um pouco surpreso quando viu que a mesma pediu a ajuda dele, nem explicando o que era e o colocando logo em um grupo, um que tinha o alvo da declaração... A pessoa que mais o incentivou a entrar na faculdade e ainda montou na época um grupo de estudos, Mirio. Izu sabia por Uraraka que o grupo que esse formou durava até hoje lá em Minas, que ajudava estudantes de até outras escolas. 

E pensar que ele foi um cuzão... 

“Não foi sua culpa”, e era assim que a mensagem de Mirio começava, tentando apaziguar os ânimos que Izuku deveria estar sentindo naquele momento que eram ansiedade e medo. 

— Querido, você não tá queimando o feijão de novo, né? — Sua mãe gritou do quarto, o assustando e tirando sua concentração do celular. 

— Não, mãe — Respondeu, na mesma altura e olhou para o ambiente que estava. 

Estava em casa, não no ensino médio. 

— Ainda bem, ouvi você gritando e não queria entrar na cozinha — Soltou e Izu deu uma risada — Faz pipoca pra gente depois?  

— Faço sim, mãe!  

“Como você sabe que não foi? Você me odeia, fiz você passar por papel de ridículo diante da escola e da cidade, achei que fosse me dar um murro!”, mandou e o que recebeu foi um emote de Nejire com carinha de sono e saindo meleca do nariz. 

“Não foi sua culpa e você não fez nada, eu que fiz”, ok, agora Mirio o deixou confuso. “Eu que não corri atrás do Tamaki e você só o ajudou, o fez criar coragem quando eu não movi um dedo, por isso, preciso da sua ajuda” 

E foi essa frase de efeito que causou uma reação que Izu iria se arrepender amargamente. O que ele tinha a perder mesmo, não? 

“Do que você precisa?” 


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