Inesperado escrita por Typewriter


Capítulo 3
Um passo pra trás


Notas iniciais do capítulo

Oiê, Ninjas!
Desculpe a demora com essa atualização, mas tenho prova sábado, por isso, tenho estudando bastante, me mande boas vibrações, por favor ♥️

Boa leitura ❤️



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/787316/chapter/3

O  tic-tac do relógio na grande parede de madeira atrás do balcão de recepção da sede brasileira da Namikaze & Nara, uma das maiores firmas advocacia e contabilidade do mundo, só não era o  único presente naquele andar às onze horas da noite de quinta-feira, pois os passos dos lustrosos sapatos sociais de Minato ecoavam quando ele andava de um lado para o outro em frente à grande janela, que ia do chão ao teto, concedendo para quem ali estivesse uma privilegiada vista da famosa avenida Paulista. 

Cansado de andar, o homem sentou-se, mais uma vez, na pomposa e confortável cadeira com estofado de couro vegetal feito de cacto, e encarou  mais vez os documentos com as descobertas de seu sócio, Shikaku Nara, contador e atual responsável pela sede japonesa, de que os livros contábeis de um de seus principais clientes: Ramen Ichiraku, uma famosa rede de franquia de ramen e culinária japonesa. 

As contas não batiam, ele sabia disso, pois o Nara não cometeria um erro daqueles. Entretanto, aparentemente, nem ele estava conseguindo descobrir onde estava a origem da discrepância. 

O que deixou-o intrigado, e apesar de ser especialista em direito mercantil, o loiro também era muito bom em direito financeiro, de forma geral, por assim dizer, mas as contas dele também não levaram à qualquer lugar,assim como uma verificação superficial da empresa brasileira que seu associado suspeitava, demonstrava que aquele fornecedor era legítimo. 

Tomado por uma frustração maior que a anterior, Minato jogou a caneta esferográfica sobre a pessoa só para vê-la rolar sobre o tampo de vidro, antes de ouví-la cair sobre o piso de madeira. 

A porta de sua sala abriu e Shikamaru foi recebido com um enorme sorriso pelo CEO da sede brasileira, embora ele não soubesse dizer se era por sua presença ou pelo grande copo de café que ele trouxe para o chefe. 

"Desculpe te chamar na sua semana de folga, que era pra você se reacostumar com esse fuso horário, Shikamaru." o homem mais velho disse assim que o rapaz se sentou à sua frente, puxando a papelada em sua reação com uma mão, enquanto com a outra empurrava-lhe o copo de café. 

"Não por isso, Minato." ele dispensou as desculpas. "Aliás, aparentemente, parece uma coisa boa eu ainda estar no horário de Tóquio."

"Parece que, enquanto você voava de volta para São Paulo, seu pai encontrou discrepâncias no imposto de renda do Ramen Ichiraku, vindas de um fornecedor brasileiro. Ele fez uma verificação inicial nas contas e eu também, apesar dessa não ser a minha área, além disso dei uma verificada superficial, via sites governamentais, sobre essa empresa em específico e parece que tá tudo certo." Minato disse frustrado, apontando algumas anotações que tinha feito. 

"Isso vai problemático." o jovem disse antes de encarar a quantidade de papéis à sua frente. 

O Namikaze deixou sua sala em seguida, pois sabia que o filho de seu sócio era um gênio, que tinha seu próprio método e precisava de solidão e silêncio para encontrar as pontas soltas e resolver a questão. 

Com o café quente nas mãos, Minato caminhou pelo corredor ponderando se ia para a sala de reunião, onde poderia começar a montar o processo contra a suposta empresa fraudadora, e para isso teria que tomar o café, ou se ia para a sala de descanso, onde poderia dormir num sofá-cama. 

Seu próprio corpo decidiu por si quando ele soltou um bocejo longo e sonoro, o que o fez rumar para a sala de descanso.

Ao acendeu a luz, o loiro bufou pelo cansaço, ao notar que teria que arrastar alguns níveis, como a mesa de centro e uns vasos de plantas relativamente pesados, mas ele fez deixou o copo de café em cima da estante, e o trabalho e montou a cama, antes de pegar um lençol, um travesseiro, uma coberta e um pijama limpos no armário do amplo armário do corredor — onde cada membro da empresa tinha um conjunto desses, além de um com itens de higiene e roupas de trabalho limpas. 

Pegou também o kit de banho, antes de lavar-se, colocar o pijama, arrumar a cama, colocar o celular pra carregar e dormir tão logo sua cabeça tocou o travesseiro, embalado pela chuva que caía lá fora, pois tinha certeza que Shikamaru acordaria-lhe, caso descobrisse algo urgente. 

Minato raramente sonhava, mas quando acontecia ou se lembrava deles, tais sonhos sempre  envolviam Kushina, sua falecida esposa. 

Ela era juíza na suprema corte japonesa, o que fazia com que ele tivesse mais tempo livre por ser dono do seu próprio negócio, por isso era ele que cozinhava e Naruto lavava a louça na maioria dos dias. 

"Amor, você não adivinha o que aconteceu no trabalho hoje, ttebane!" exclamou alegre. 

"O que aconteceu?" perguntou passando por ela, dando-lhe um beijo na bochecha esquerda, com uma panela de ramen de porco, que foi colocada na mesa.

"Yoshino, finalmente, foi pedida em casamento pelo Nara e nos convidou para, além de sermos padrinhos, organizarmos as despedidas de solteiros deles. Eu disse que a gente aceita, essas despedidas vão ser um sucesso, ttebane!" 

“Com  certeza.” ele  concordou.

O som de seu telefone celular tocando despertou-o, desvanecendo a imagem de Kushina e sua sonolência desapareceu quando  viu que a chamada era de Hinata Hyuuga, já que, nesses quinze dias, ambos conversavam por telefone às sete horas da noite e pra ela  telefonar às cinco horas manhã. 

“Hinata?’! ’ ele perguntou preocupado ao atender o telefone. 

“Não, aqui é Tsunade Senju, clínica geral do Hospital Nipo-Brasileiro. Estou ligando do  celular da senhorita Hyuuga, pois ela sofreu uma queda nas escadas do apartamento e o senhor está listado como um  dos contatos de emergência.” a médica informou-lhe. 

“Estou a caminho.” o advogado disse antes de desligar ligação. 

Minato trocou de roupa e bebeu o café frio, antes de pegar a moto de Shikamaru emprestada e seguir para o hospital.    

               (...) 

Minato estancou ao encarar a fachada do hospital, depois de deixar a motocicleta do jovem Nara no estacionamento no outro lado da rua, finalmente se dando conta de que estava prestes à entrar num hospital.

Ali, naquele momento, era o mais próximo que o Namikaze chegou perto de um hospital nos últimos dois anos. 

Imagens de Kushina durante todo o tratamento, desde a descoberta a até o avanço da doença que tal forma que nenhuma terapia ou cirurgia seria capaz capaz de pará-la invadiram a mente masculina, num segundo e o congelaram ali, até que  ele ouviu a voz da própria esposa falecida dizendo que ele precisava se mexer, porque a garota precisava de ajuda e não era hora dele cutucar velhas feridas que estavam praticamente cicatrizadas. Era hora dele fazer o que veio fazer, ou seja, auxiliar sua jovem amiga.          

   Com isso em mente, o homem entrou na sala de  espera do hospital, que estava lotada e caótica. Crianças choravam, bêbados eram contidos por  seguranças devido à baderna que deveriam ter feito, ele supôs.  

“Bom dia. Com licença, senhora, eu recebi um telefonema daqui, pois sou contato de emergência de Hinata Hyuuga. Meu nome é Minato Namikaze”  o advogado disse ao se aproximar do balcão de informações.

“Bom dia, senhor Namikaze. Que te  ligou?” a jovem enfermeira perguntou, depois de piscar algumas vezes, para processar as  palavras, não na beleza, dele. 

“A dra. Tsunade Senju” ele respondeu. 

“Certo, ela  está fazendo alguns exames na  senhora Hyuuga, irei avisá-la de sua chegada. Assim que a paciente for levada volta ao quarto, a doutora  virá te chamar.” a enfermeira disse antes de se afastar.

Minato sentou-se numa cadeira de frente bebedouro; pois observar o movimento de algo rotineiro, que era visto praticamente em qualquer ambiente, ajudava tanto afastar as lembranças da última vez que esteve numa sala de espera como aquela— a vez em que sua esposa não voltou —  quanto no fato dele ter entrado em um hospital e permanecido ali. 

Ele não saberia afirmar quanto tempo aguardou, lutando contra memórias dolorida. Com um suspiro, enviou uma mensagem no WhatsApp da Clínica Hatake solicitando uma consulta o mais rápido possível.

"Sr. Namikaze?!" ao ouvir o chamado, o homem ergueu os olhos, antes de guardar o aparelho no bolso da calça de linho e levantou para seguir a médica com um crachá que a identificava como dra. Tsunade Senju. 

Rapidamente o homem percebeu que andar em companhia daquela médica era, aparentemente, como andar com Moisés no momento em que ele abriu o  Mar Vermelho, pois todos saiam da frente frente e quem estava relaxado ou desleixado se aprumou e voltou ao trabalho.

Não demorou muito  para chegarem na enfermaria, onde Hinata estava num quarto particular. 

"Muito bem, senhora Hyuuga, agora que o sr. Namikaze está aqui e seus exames estão prontos, posso falar o que descobrimos?" a Senju perguntou, tendo como resposta um movimento de cabeça positivo, então, continuou." A senhora quebrou o pé durante a queda, mas o bebê está bem."

A jovem piscou, incrédula, antes de sentir lágrimas escorrerem por seu rosto e a mão esquerda de Minato acariciando seu cabelo, numa tentativa de confortá-la. Respirando fundo, Hinata limpou o rostos nas mangas três-quartos da blusa antes de exclamar: 

"Neji! Obrigada, Neji!" 

"Como eu dizia." a médica continuou. "A senhora precisará ficar com o pé engessado por cinquenta dias e vou pedir que uma enfermeira marque o pré-natal. Assim que ambos os procedimentos forem feitos, a senhora terá alta." ela disse, para se retirar em seguida. 

O Namikaze fez-lhe companhia e levou-a,de táxi direto para a casa dela. Ajudando-a, inclusive à subir até o segundo andar. 

"Como você caiu, Hina?" perguntou ao acomodá-la num divã na sala. 

"Eu caí na escada da entrada, aqui do prédio, por causa da chuva." explicou envergonhada. "Obrigada pela carona. 

"Você vai ficar bem?" ele quis saber. 

"Vou, minha madrinha visualizou a mensagem que mandei enquanto vínhamos pra cá ela já está à caminho.

"Certo." o homem disse antes de se despedir. 

Foi buscar a moto de Shikamaru no hospital e voltou ao escritório, para trabalhar, pois sabia que não conseguiria dormir tão cedo. 

(...) 

Minato acordou, sobressaltado, com o som estridente do telefone da sua mesa, trocando ao lado do sua orelha, e, ainda sonolento, colocou a chamada no viva-voz, para atender.

"Sim?" disse, antes de bocejar. 

"Desculpe atrapalhar, chefe, mas o sr. Nara disse que só era pra te chamar, se o dr. Hatake ligasse confirmando a reunião às duas horas da tarde, e, bem, ele confirmou. " a voz de Ise Udon, seu assistente, ecoou na sala. 

"Certo, obrigado."agradeceu, antes desligar o telefone. Não precisava da confirmação da localização da reunião, pois seu psicólogo e psiquiatra não atendia no local de trabalho dos seus pacientes. 

(...)

Meia hora depois, Minato parou na cafeteira que tinha no primeiro andar do prédio de seu escritório, comprou um café e um pão de queijo, antes de ir andando para a sessão. 

Como Kakashi estava atendendo um outro paciente, Minato sentou-se em uma das cadeiras perto da janela e comeu tranquilamente. 

Levantou-se, jogou o copo de café vazio no lixo, junto com o guardanapo e sentou-se numa das cadeiras em frente à mesa de Shizune, onde pegou um pouco de álcool em gel, que passou nas mãos. 

"Namikaze-san, eu não te ouvi, nem te vi entrar."ela disse ao erguer os olhos para ele. 

"Não tem problema, Maito-san." o homem disse. " Como estão, você e sua família?" perguntou. 

"Olha, eu tô bem. Gai tá animado com a expansão da academia e Rock Lee, meu sobrinho, tá se adaptando com as muletas agora, ele saiu da cadeira de rodas depois de quase um ano e meio de fisioterapia."ela disse." Gai tem feito terapia com a dra. Haruno. Ter perdido a irmã é o cunhado não foi fácil, por isso a academia tá indo tão bem e nós amamos Rock Lee, como se fosse nosso filho."

"Vamos, Minato." Kakashi disse aparecendo no corredor e fazendo o Namikaze ficasse de pé e o seguisse para a sala do psicólogo. 

"Você trocou as fotos." ele disse ao entrar na saleta para a sessão de terapia. 

"Sim, gosto de manter fotos atualizadas, Hana fica mais bonita a cada dia, mas a minha favorita ainda é a do nosso casamento." ele disse apontando para um quadro atrás da mesa dele com um movimento de cabeça antes de cada um tomar o seu devido lugar, isto é, Minato no divã e Kakashi numa poltrona ao lado. 

"Você solicitou uma sessão de terapia particular de emergência, quase um ano depois da última, sou todo ouvidos." o médico disse. 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Que tal?
Respondo os comentários anteriores no sábado à noite, depois da prova ❤️
Beijinhos e até mais ❤️



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inesperado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.