Missão: Vingar a Noiva escrita por Beykatze


Capítulo 5
Detonar o cara


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura
Vamos ter um capítulo por dia que é pra conseguir postar tudo antes de acabar o mês :p



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Ágata acordou cansada, a cabeça estava dolorida de tanto pensar a noite inteira sobre maneiras de contar à sua prima que seu noivo a estava traindo. Levantou da cama, cutucando Eduardo para que fizesse o mesmo e saiu do quarto vestindo a mesma roupa que usava quando chegou na noite anterior e foi direto para o banheiro, tomar um banho e vestir algo melhor.

A água estava agradável e ela se lavou rápido, não queria dar mais motivos para provocações ou para que a atenção recaísse sobre ela. Saiu correndo do banheiro, enrolada em uma toalha felpuda e se fechou mais uma vez no quarto, largando a cobertura no chão para procurar uma roupa.

— EI! – Eduardo gritou assustando Ágata, que correu para buscar a toalha caída e cobrir o corpo mais uma vez.

— Não sabia que ainda estava aqui – Falou.

— Eu notei – Eduardo riu – E já vou saindo. Onde fica o banheiro mesmo?

Ágata, com o rosto vermelho como um morango maduro, apontou o cômodo e finalmente largou a toalha, que caiu com um som úmido. Demoradamente, colocou no corpo um vestido amarelo na altura do joelho e com margaridas na barra e arrumou o cabelo para que ficasse solto. Calçou os chinelos e saiu para esperar Eduardo na mesa para tomar o café.

Chegando na cozinha, viu que suas duas tias e sua avó já estavam ativas, lavando a louça, a roupa e varrendo a casa.

— Bom dia – Ágata cumprimentou, ignorando os acontecimentos da noite anterior.

— Bom dia, princesa – Tia Marta, mãe de Cristina, respondeu.

— Onde está seu namorado? – Tia Tânia indagou.

— Tomando banho, ele já vem – Falou, achando graça na palavra “namorado” para descrever Eduardo. 

Enquanto aguardava o rapaz, Ágata pensava em uma maneira delicada de contar à Cristina que seu noivo estava chifrando ela. Nem sequer passou por sua cabeça “será que devo contar?” porque eles iam se casar, então, sim, era claro que ela devia contar.

Mas como diria? Como não partiria o coração da prima? Se bem que essa parte Douglas devia ter pensado, não ela, a prima ali quebrando a cabeça. Com um suspiro, levantou da cadeira e foi para o jardim, onde Cristina posava para algumas fotos experimentando o vestido branco que usaria.

— Oi, prima – Ágata cumprimentou se aproximando. Os flashes piscando em sua visão e iluminando as pedras na saia dela.

— Oi, como foi a noite? – Indagou com um sorriso capturado pela lente da câmera.

— Tudo bem. Eu sei que tá ocupada, mas eu precisava falar com você – Pediu.

— Claro, não estamos com pressa – Falou seguindo Ágata para perto das roseiras, onde ficariam mais longe das pessoas e com mais reserva.

— Está fazendo fotos pro casamento? – Puxou assunto, sem coragem de tocar no tema espinhoso para o qual tinha ido ali.

— Não, é pra estética. Fazer propaganda para o nosso programa de noivas – Riu e a garota acompanhou, mexendo as mãos na barra do vestido amarelo sem parar.

— Eu... Precisava te contar uma coisa, Cris – Sentia o suor empapando embaixo dos braços, uma mistura do nervosismo com a umidade do lugar.

— Pode falar, amor – Convidou piscando seus grandes cílios e olhos azuis.

— Eu... Eu acho que o Douglas... – Não sabia uma maneira delicada de contar aquilo e acabava ficando enrolada. Se odiou por aquilo.

— Ah, eu acho que sei o que vai falar – Cristina interrompeu a tentativa fracassada de Ágata com um olhar triste – E sim, ele me traiu. Com a minha melhor amiga.

A boca da garota se abriu em surpresa e o queixo foi parar em seus pés. Então Cristina sabia? Ágata tinha sido muito ingênua achando que estava fazendo um bem quando na verdade estava apenas cutucando a ferida. Que mancada. Mais uma vez, se odiou por tudo aquilo.

— Ela era a madrinha antes de você – Comentou – Ai peguei mensagens dela com o Douglas e brigamos. Mas obrigada por querer me contar – Agradeceu sinceramente guardando Ágata no coração por tentar protegê-la.

— Não foi nada. Achei que você precisava saber – Deu de ombros – E você vai continuar com ele?

— Ah, Ágata – Suspirou limpando uma lágrima acanhada – É complicado. E a vovó é muito velha, deixa ela ser feliz com uma neta casada e tal. É o sonho dela.

— Mas o casamento é seu. Devia ser o seu sonho – Teimou.

— Eu sei. As coisas estão complicadas agora. Mas eu e o Douglas vamos fazer funcionar de novo e, ai então, vai voltar a ser o meu sonho – O tom de voz era de quem estava tentando se convencer, não de uma pessoa certa de suas ideias.

— As coisas estão bem complicadas – Ágata constatou dando um abraço sem jeito na outra garota e se afastou rapidamente, desejando com todas as forças que ela não tivesse visto que saiu chorando.

***

— Ei – Eduardo já estava na mesa sentado, esperando Ágata chegar para poder comer algo.

— Vamos tomar um café? – Ela convidou vendo que ele já se servia.

— Com toda a certeza – Falou – Estou morrendo de fome.

Ainda com o estômago afundado por pesar pela situação da prima, Ágata pegou um pedaço de pão caseiro, feito por seu avô, e passou manteiga, feita por uma vizinha. Devia comer alguma coisa, pois teriam uma manhã cheia e não seria bom que ela passasse mal por comer pouco. 

— Edu – Chamou vendo que estavam sozinhos na cozinha – Eu quero te convidar pra fazer uma coisa.

— Mais ideias malucas como me trazer aqui e fingir que eu sou seu namorado? – Sussurrou com um sorriso provocante.

— Algo desse tipo – Riu ainda pensativa – Eu contei pra Cris sobre... A coisa que sabemos sobre o Douglas.

— Oh, sim – Acenou positivamente mostrando que entendia do que ela falava – E ela?

— E ela meio que já sabia – Comentou mastigando seu pão.

— Ela sabe que o cara trai ela e ainda assim eles vão se casar? – Fez uma cara incrédula bebendo um gole do café preto – É isso mesmo?

— Infelizmente sim. E inclusive foi com a madrinha de casamento. E é por isso que nós dois estamos aqui.

— A madrinha foi demitida e nós somos o resgate? – Perguntou mordendo um pedaço de bolo de chocolate.

— Não dá pra ser demitida de ser madrinha – Riu da fala dele.

— Bom, então ela devia ser uma droga, porque ela foi – Deu de ombros voltando a comer seu bolo.

— Você tem um ponto – Parabenizou com um sorriso. Não lembrava de Eduardo ser tão divertido. Provavelmente porque estava ocupada demais pensando em Bernardo e não tinha a cabeça longe da padaria o dia inteiro.

— Enfim, o convite que ia me fazer?

— Ah, isso mesmo – Lembrou-se.

— Espero que não seja matar o cara – Eduardo falou – Porque seria bucha.

— Ai que horror, não – Gargalhou no meio do gole que dava no café com leite.

— Não tenho muitas experiências em esconder cadáveres e tal…

— Edu! - Repreendeu ele rindo.

— Então o que é?

— E quero ajuda pra detonar o cara. Eu quero que ele desista e se arrependa de ter feito merda com a Cristina.

— Ora essa, não era você que não gostava dela?

— Era até eu descobrir o quanto somos parecidas – Falou com um muxoxo.

— Sendo assim, vamos detonar o cara – Eduardo estendeu a mão para um cumprimento.

— Vamos detonar o cara – Concordou batendo a mão com a dele – E vingar a noiva.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam dessa parceria?



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