A Voz Do Destino. escrita por Flor Da Noite


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oii gente, mais um capítulo prontinho. Espero que gostem. Estou pensando em escolher um dia para ser fixo de postagem, porém, enquanto não me descido, vai ser meio irregular,
Espero que gostem!!! Não se esqueçam de comentar!



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Finalmente avisto Ocean Brezze, a cidade era realmente espetacular ali de cima com seus portos e praias encantadoras. Ela era conhecida pelos centros de resgates a animais marinhos.

Eu passei para algumas das faculdades em que me escrevi inclusive uma das melhores faculdades de medicina do país, mas convenci a Voz de que a cidade onde ela ficava era muito perigosa e consegui vir para Ocean Brezze. Desde sempre gosto muito do mar e morar tão pertinho é quase um sonho.

O piloto dá seu anúncio costumeiro sobre já estarmos pousando e o avião começa a se inclinar em direção ao solo,  eu já tinha viajado de avião outras vezes, mas o pouso era sempre a mesma adrenalina, sempre fecho os olhos e imagino as rodas se abrindo e indo com velocidade para o chão. Sempre espero o impacto da roda com o asfalto, eu nunca o sinto, mas nunca deixo de imagina-lo. 

Quando a grande máquina voadora realmente para, a maioria dos passageiros já está de pé à espera das portas se abrirem. Reviro os olhos para eles, estavam em pé se amontoando a toa já que ao saírem teria todos de se dirigir para o mesmo lugar e ainda teriam de esperar suas malas chegarem na esteira.

Matthew ainda está sentado ao meu lado, por isso continuo a olhar pela janela mostrando que continuo não querendo papo.

Quando todos saíram, inclusive ele, me levanto e pego minha mochila. Vou em direção à esteira e as malas haviam acabado de serem colocadas, espero a minha mala verde-água aparecer e a pego.

Sigo o caminho em direção ao ponto de taxi, existe outra fila, porém dessa vez sou obrigada a enfrenta-la. Pego o bloquinho onde havia anotado o endereço, só que nesse momento alguém esbarra mim e o bloquinho cai no chão, me abaixo para pegar, mas a pessoa é mais rápida.

— Me desculpe… Ah Maeve!

— Matthew. - Bufo, eu já tinha concluído que não precisaria mais vê-lo. O moreno olha o endereço no bloquinho e parece suprimir um sorrisinho, não entendo muito bem e antes que eu possa lhe questionar ele me entrega o bloquinho.

— Foi legal te conhecer Maeve Willys, adeus. - E entra no carro de alguém.

Logo chega a minha vez na fila e eu entro em um dos taxis, o  motorista é bem gente boa e tagarela, não precisei falar quase nada, ele conseguiu manter uma conversa sozinho. Acho que na verdade ele estava só pensando em voz alta mesmo.

A gente passa por bairros bastante arborizados, não havia tantos prédios, em vez disso, várias casas de um ou dois andares de cores claras e quintais floridos. Era um clima bem praiano mesmo.

"Deve fazer muito sol aqui, vai ter de usar ainda mais protetor para manter essa pele branquinha."

Não presto muito atenção no comentário da Voz, as vezes era melhor ficar quietinha e a deixar falar. Além disso, estava adorando a vista. 

O homem estaciona o carro em frente á um prédio de três andares verde claro, confiro no bloquinho, aparentemente era o lugar certo. Pago o moço e saio do carro, existe um pequeno cercado, contudo o portãozinho estava aberto e eu entro, vou pelo caminho de pedras até a entrada e digito a senha na porta que também está no bloquinho e subo para o terceiro e último andar.

É um pouco difícil de levar minhas coisas até lá em cima, mas não me importo muito com as escadas, quanto mais alto maior a chance de eu ver o mar da janela.

Quase não acredito no que vejo quando termino de por a mala em frente a minha porta. Encostado na porta do apartamento com um sorrisinho malandro no rosto está a última pessoa que imaginei que veria.

— Olhos azuis! 

— Isso não é possível. - O encaro incrédula. - Você está me seguindo? Eu vou chamar a polícia.

— Ei calma ai, você é a novata aqui, não eu. 

— Novata?

"Por que ainda está nessa conversa Maeve Willys?"

— É. Não é você a nova moradora do 301? A não ser que tenha viajado todo esse tempo só para trazer essas malas para cá.

— É, sou eu mesma.

— Prazer, antigo morador do 302. - Ele diz estendendo a mão a qual eu ignoro completamente. Destranco a porta do meu apartamento com a chave. - O que veio fazer aqui em Ocean Brezze?

Não respondo nada novamente, apenas pego minhas malas e ponho dentro da minha nova moradia, em seguida fecho a porta na cara dele. 

Ser rude não é minha atividade preferida, mas o que puder pra ficar longe dele vou fazer. Não posso por mais alguém em risco.

— Esqueceu a mochila. - Diz com a voz abafada pela porta fechada, abro a porta, pego a mochila e fecho de novo. - Grossa.

Sem querer um risinho me escapa, até que era divertido com ele, não parecia ficar chateado com minhas grosserias, o que na seria incrível se não houvesse a Voz para nos atrapalhar.

Livre daquele garoto paro para analisar o apartamento. Fico de boca aberta, era bem melhor do que uma estudante precisava. Já estava todo mobiliado, a sala era bem grande e a cozinha dividida com a sala de jantar também, eram bem legais. 

Vou em direção ao quarto, igualmente grande só que ainda mais bonito. Não tinha roupas de cama e nem travesseiros, faço uma nota mental para sair para comprar. Debaixo da janela ficava uma escrivaninha, ou se eu achasse melhor, uma penteadeira. 

A vista da janela era espetacular, perco um bom tempo só admirando aquela vista, dava pra ver a praia e o mar. Meu coração acelera um pouquinho, quanto tempo eu não via o mar.

O mar ali começava cristalino e ia até pegar tons escuros de azul, um degradê divino. Apesar de estar um pouquinho longe do mar, consigo ver alguma coisa pulando. Seria golfinhos? Eu amaria ver golfinhos, são tão lindos, quem sabe  atê nadar com eles?

"Sem chances, é muito perigoso."

Suspiro, a Voz sempre cortava o meu barato. Com o clima destruído entro em uma outra porta no quarto, um closet, legal, pego minhas malas e levo até lá. Terminaria primeiro de conhecer a casa antes de arrumar as minhas coisas.

Voltando para pegar a última bolsa na sala percebo uma porta de correr ali. Deixo a bolsa de lado por uns instantes e vou até lá. Uma sacada bem grande, com poltronas confortáveis e uma mesinha de vidro linda. Olhar o mar seria muito mais divertido e aconchegante. 

Ouço o barulho de portas abrindo, olho pra minha porta, continua do mesmo jeito que deixei, olho para o outro lado da sacada e vejo Matthew saindo pela porta.

— Era bom demais pra ser verdade. - Suspiro e entro em casa. Uma sacada compartilhada? Tudo o que eu precisava.

O telefone toca.

— Oi mãe, oi pai. - Digo, sabendo que eles estavam no viva-voz, eles sempre colocavam as ligações no viva-voz, era uma mania deles, algo como: não temos que esconder nada do outro. - Acabei de chegar.

— Fez uma boa viagem? - Minha mãe pergunta.

— Fiz sim, o voou foi bem rápido e o taxista encontrou bem rápido o endereço também.

— Isso é ótimo, e aí? Gostou do apartamento? - Meu pai pergunta ansioso.

— Ele é bem melhor do que eu merecia, pai. Eu amei. E ainda tem aquela vista perfeita do mar, tudo do que eu mais queria.   Obrigada.

— Você merece muito mais do que isso querida, mas fico feliz de saber que gostou. 

— Seu pai me disse que o vizinho tem a sua idade e que ele foi muito atencioso.

— É verdade, os pais dele são os donos do prédio e ele me recebeu muito bem, até pediu meu o número para caso tiver acontecido algo com você. - Meu pai concorda. - E sobre a sacada compartilhada, ele tem acesso pela sala dele, igual você. Mas se quiser prevenir deixe a sua trancada, a chave está no chaveiro que e te entreguei.

— Tudo bem, vou fazer isso.

— E esse vizinho… Mathias?

 - Matthew. - Corrijo.

— Isso. Então já o conheceu?

— Infelizmente. - Murmuro.

— O que disse querida?

— Que ele estava no mesmo voo que eu, coincidentemente, no meu lado.

— Mesmo? Que coincidência. - Avalio a voz do meu pai, mas ele parecia surpreso também. Tudo bem, talvez tenha sido mesmo coincidência.

— Sim… Vou arrumar minhas coisas. Amo vocês. - Também amamos você. - Os dois dizem e em seguida desligo.

 …..

Algumas horas se passam até eu organizar minhas roupas no armário e guardar outras coisas pela casa, como por exemplo, os meus livros. 

Estava cansada da viagem e da arrumação, mas precisava ir ao mercado comprar algumas coisas para a minha sobrevivência. 

Pesquiso na internet o mercado mais próximo e vou andando até lá. Além da comida e produtos de higiene, compro copos e canecas de cerâmica com cores pasteis fofinhas e ainda compro pratos combinando. 

Passo direto pelas panelas, por enquanto poderia comer comida industrializada. Mas não deixo de pegar uma cafeteira, não vivia sem meu cappuccino. 

"Desse jeito a dieta vai pro ralo." 

— Meu dinheiro não pode acabar agora, ainda não tenho um emprego. - Murmuro.

"Tudo bem, mas não abuse."

Suspiro aliviada. Eu tinha levado até que bastante dinheiro, mas se não tomasse cuidado iria tudo pro ralo em dois minutos. Afinal, além dos mantimentos eu teria de pagar a luz, a água e o transporte. 

Compro algumas roupas de cama e travesseiros. Sorte a minha que a casa já tinha uma geladeira e um fogão ou eu ficaria doida.

A conta acaba dando algo até razoável, pensei que sairia mais caro levando em conta que Ocean Brezze não é tão interior quanto Flowercity.

Com tantas sacolas na mão, acabei pegando um dos taxis em frente ao mercado para ir até em casa. Ele me ajudou a descarregar e a levar até dentro do prédio.

E foi aí que apareceu o primeiro motivo das pessoas não gostarem de morar no último andar de um prédio que não tem elevador. As escadas se tornam totalmente inimigas.

Comecei levando tudo para o primeiro andar e em seguida tudo para o segundo. Quando finalmente chego com tudo no meu andar estou morta. Mal aquentando ficar em pé me sento na porta tentando recuperar o folego.

A porta da frente ameaça a abrir e eu logo me levanto. Sempre esquecia que não morava mais em uma casa e sim em um prédio, onde havia vários outros moradores. E o morador daquela porta em específico, eu estava tentando evitar.

Levo tudo pra dentro correndo e fecho a porta desleixadamente sem me preocupar se ela iria ou não bater.

Descarrego todas as compras e guardo. Apesar de saber que logo iria me deitar, faço questão de arrumar a cama com os novos lençóis e fronhas lindinhos.

Também organizo as canecas coloridas em uma bandeja feita de metal com o fundo de vidro e a coloco sobre a bancada da cozinha. Os copos e pratos foram para o primeiro armário. 

Sorrio ao ver que a cozinha também já estava equipada com micro-ondas e lava-louças. Pego uma das lasanhas congeladas que eu havia comprado e aqueço no micro-ondas. Em seguida me sento em uma das cadeiras altas da bancada da cozinha.

Tudo estava silencioso, silencioso demais, nem a Voz estava me incomodando. Eu normalmente aproveitaria esses raros momentos, mas sempre que ficava no silencio estremo minha mente começava a trabalhar demais e eu começava a ficar louca.

Pego a minha caixinha de som e a coloco em qualquer ligar, depois ligo meu celular a ela por meio do bluethooth e ponho uma música para tocar.

— Primeiro dia na casa concluído com sucesso! - Suspiro um pouco mais animada e ponho uma garfada da lasanha na boca. - Que loucura. - Balanço minha cabeça. - Que venham dias ainda mais loucos!


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Notas finais do capítulo

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