Capítulo 14 – A família de Thuarr: Os três irmãos - P1. Hei

Hoje faz três dias que eu estou aqui... Pouca coisa realmente aconteceu, mas eu sinto como se fizesse muito mais tempo que eu convivo com todos. Eu me acostumei bem rápido a essa lógica e me adaptei a essa realidade.

A principal razão para esse fato é o “laço familiar” que eu ganhei aqui... Sem dúvidas que algo como isso somente aconteceria dentro de um jogo. Porém, eu não consigo mais dizer que isso é “somente um jogo”. Essas pessoas são reais... Os sentimentos delas não são diferentes dos nossos.

E eu sinto que viver aqui é, tecnicamente, sustentável.

Por que eu estou indo tão longe em tais pensamentos? Bom, isso não importa. Eu sei que isto não é a realidade... Basta eu me lembrar sempre de tal fato.

E hoje o dia está mais friozinho... Confortável.

Além disso, eu estou de folga!

[Dia Livre]. O rodízio de afazeres não me foi estipulado, para alegrar-me em meu bom descanso...

— Hmmmmm... Esse colchonete até que é macio. Dormir... Eu dormirei até anoitecer!

Eu quase não tive chance de terminar o meu monólogo sussurrado... Então os meus planos felizes foram interrompidos abruptamente por pequenas mãozinhas me sacudindo afim de me acordarem...

— Shhhh... Irmão. Irmão, se levanta... Não faça ruído ou barulho e nos siga.

Eu não sei quem estava me chamando, ou como teve a coragem de me privar do meu aconchego nos lençóis com aroma de mofo, mas eu obedeci e abdiquei das minhas instáveis férias de um dia.

— Un-un... Por que? Eu fui um bom garoto e trabalhei firmemente ontem... Deixe-me dormir mais um pouco.

— Irmão é dorminhoco.

— E engraçado!

— Desculpe-nos, irmão. Infelizmente não deveríamos ter te acordado, mas não tivemos outra alternativa.

— Para compensar por isso, nós vamos comer agora um delicioso bolo de frutas colhidas pela “tia” Nhaq. Ela sempre é tão gentil conosco...

— Ãhn?

— Somente acorde, irmão dorminhoco.

Eu fiz conforme fui instruído... E nós quatro seguimos até a pessoa que nos proporcionaria um delicioso desjejum...

...

Após nos alimentarmos e eu conhecer essa bela mulher, os meus irmãos insistiram em me arrastar para outro local.

Eu suspeito que hoje não haverá cochilo até tarde...

Enquanto meus pés ficavam arrastando pela terra da “rua”, algumas explicações me foram direcionadas.

— Novamente, desculpa, irmão. A gente fez as coisas sem te avisar... Mas você quase “desmaiou” ontem, assim que se deitou... Por isso, nós não te falamos disso.

— Como assim? O que houve...? Eu não estou entendendo ainda, Hei.

— Irmão sabe o quão cansativo é os afazeres do nosso povo, certo?

— Sim. Um pouco... Se aquilo que passei ontem de cansaço for constante, eu sinto muita pena pelos adultos daqui... Ugh. Meu ombro ainda dói.

— Exatamente, irmão.

— É por isso que assim que essas oportunidades surgem, nós “fugimos de casa”.

— Mas... Ãhnnn? Não faz sentido, Mey. Como isso...

— Resumindo, nós ficamos preocupados com a saúde e determinação dos nossos pais. Eles estão sempre se esforçando muito, principalmente para cuidar da gente. Eles sempre se preocupam conosco... Isso não é bom à saúde mental deles. E-então...

— O que irmão Zeimhe quer dizer é que o papai e mamãe precisam de algum tempo sozinhos... Hmmm... Eles, às vezes, precisam de privacidade para-

— Relaxar. Eles precisam de tempo para relaxarem juntos. Se nós só ficarmos incomodando eles, em dias de descanso como hoje, os dois ficariam muito estressados e cansados. Por isso, devemos passar o dia brincando [Bem Longe] de casa! Uff...

— Irmão Zeimhe é muito comportado... E, às vezes, tímido e gentil.

— Calado, Hei.

...

#Continua...