Sistema Prisma escrita por Crascutin


Capítulo 12
Diário de Bordo: 12


Notas iniciais do capítulo

Uma “curiosidade” desnecessária... Eu QUASE perdi todo este capítulo! Eu fiquei bem “cheio de adrenalina”. Kkkkk
Mas, ufa! Não foi apagado!
...



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Capítulo 12 - A família de Thuarr: Mamãe

[Missão: Coletar Recursos]

[Você, em conjunto com a sua "mãe", Arr, deverão recolher os vegetais e cereais diversificados que estejam maduros e prontos para colheita].

[Requerimento: Possuir a capacidade de "Agricultura". Utilizar uma "ferramenta de agricultor"].

[Recompensas: 4 Xp. 1 "Pão". Aprimoramento, de acordo com o nível de sua capacidade de agricultor, em forma de "Xp". +1 ponto de amizade com Arr. +1 ponto de confiança familiar. +1 ponto de credibilidade com o vilarejo].

[Limite de tempo: até o horário do anoitecer].

...

Nós conversamos por algum tempo enquanto trabalhamos na colheita de legumes e cereais plantados.

Ela me ensinava enquanto isso, também.

Havia uma dúvida em minha mente, e essa era uma grande oportunidade de saber a opinião dessa pessoa que me considera seu filho.

— “Mãe”, eu quero perguntar uma coisa. Mas isso pode ser interpretado de modo ofensivo e desagradável. Eu não quero ser ingrato por seu amor maternal e tudo, mas...

Ela fez silêncio. Não me questionou... Não me incentivou. E não aparentava incômodo por essa minha provável ofensa. Então eu continuei.

— Como isso funciona? Eu me apossei do corpo do filho de vocês? Ele era diferente de mim? Ele pensava de forma “normal” para este mundo?

Mais uma vez o silêncio. O céu estava claro e o dia ensolarado. O brilho da luz refletia os cachos negros dos longos cabelos dela. Nós estamos repletos de sujeira e o suor escorria por nossos rostos e pele, em geral. Mas a beleza natural dela era admirável. Não estou falando isso por bajulação ou vendo-a com pensamentos ousados. Eu somente enxerguei a beleza dela...

— Ele sempre foi você. Ele existe desde que “você” exista. Ele pensa se “você” pensar. Desde que ele nasceu, ele era você. Você não se lembra, ou não “existia” aqui, mas não há diferença. Você é verdadeiramente o nosso filho.

— Eu ainda não consigo entender isso. Não é algo fácil para imaginar...

— Mas isso não significa que já nos conhecemos tão bem assim. Não significa que estamos estagnados no passado... Você deve ter mudado durante esse tempo que vivemos distantes. Você já é praticamente um homem adulto agora.

— Você também mudou? Não que vá diferenciar... Mas eu gostaria de saber mais...

— Hmmm...

Enquanto ela pensava no assunto, eu voltei a me dedicar nesse esforço que era para ser um simples passeio.

Depois de alguns instantes entre eu cavando a terra e puxando alguns matos... Ela voltou a falar.

— Havia um tempo em que eu pensava... “O que é este mundo”? Hoje, porém, eu penso... O que posso fazer neste mundo para que meus filhos não se arrependam de existirem? Você foi o primeiro menino, depois veio Zeimhe, então os gêmeos Hei e Mey. A minha vida ficou mais clara, colorida e bela depois disso. Eu amadureci e passei a valorizar tal mundo ao qual há o meu lar.

Incrível... Eu senti uma intensidade nessas poucas palavras as quais eu não consigo nem repetir em minha mente...

Então isso é ser uma verdadeira mãe... Mesmo que isto seja um mundo “artificial” e programado com diretrizes de jogo, eu não acho que esta pessoa em minha frente seja “falsa”. Eu vejo nela o “brilho da vida”.

O mundo não é somente o tangível, perceptível...

Tudo pode ser muito mais do que aquilo em que acreditamos com uma limitada perspectiva fraca.

Eu acho que esse “teste beta” pode me fazer CRESCER mais como um ser humano. Porém, eu ainda sinto “calafrio” ao pensar no assunto...

— Eu não entendo como isso funciona, mas... Eu sou eu! E não quero ser tratado como algo "grandioso" ou alguma coisa sem sentido.

Ela me mostrou um sorriso brincalhão e bem espontâneo. Ela ainda tem um pouco do “jeito de criança”.

— Oh, você é bem sábio. Porém, relaxe, filho... Não temos uma mentalidade estranha dessas. Você é e sempre será "somente" o nosso filho.

Eu devo me contentar com isso, provavelmente. Mas, mesmo assim, é tudo muito intenso para um simples jogo de simulação da realidade.

Eu senti outra sensação “desagradável”. 

— Tudo bem. Isso é algo um tanto quanto estranho. Se pensarmos nisso. Mas o fato de você ser nativo de outro lar não faz deste nosso menos verdadeiro.

— V-você consegue ler os pensamentos?! Ops. Desculpa. Eu... Bom, eu irei aceitar isso, pelo menos. Eu acredito em você e que essa também pode ser a “minha família”.

...

Thuarr e Arr, mãe e filho, desfrutavam de uma bela manhã no campo para aproximarem os sentimentos familiares.

A solidão de tanto tempo sem ver o pequeno filho foi, aos poucos, acalmada. Esta criança provou ser muito carinhosa.

Não haveria preocupações quanto ao laço amoroso entre esta família.

...

Enquanto Arr mexia nos brotos e vegetações no extenso campo arado, muitas pessoas faziam o mesmo, em diversas outras áreas próximas de nós.

Eu e ela mantivemos uma constante conversa sobre os nossos passados e lembranças.

— Você nasceu aqui, mesmo. Nós éramos bem jovens na época... E o vilarejo sequer existia, propriamente falando. Você foi uma criança alegre e agitada. Tudo você perguntava o "porquê", sobre qualquer assunto, acerca de várias coisas, você era curioso quanto àquilo que te despertava a curiosidade imatura e inocente de criança.

— Huhu. Então eu era bem “normal” para um [Jogador].

— Mas é claro! Um filho meu não seria afetado por questões sem sentido como essas “diferenças”. Não há separação entre “nós” e um “jogador”.

Eu entendo... Não preciso ser arrogante ou indiferente. Basta eu relaxar.

O tempo foi passando e mais desse meu “passado implantado” foi sendo esclarecido para mim.

— Após cinco anos, nasceu o teu irmãozinho Zeimhe. Ele sempre foi um pouco “sério”, mas muito pacífico e calmo... Era interessante e divertido ver vocês dois brincando e debatendo alguns argumentos.

— Que tipo de argumentos crianças tão jovens poderiam debater? Fiquei curioso!

— Então foi a vez dos gêmeos nascerem. Com os teus sete anos... Primeiro Hei, e depois a tua “irmãzinha fofa”, Mey. Ambos são bastante espertos! Mey sempre foi a mais tímida... Enquanto Hei é o mais desbravador e motivado.

Ela fez de propósito. Eu fui ignorado e ela está brincando comigo por chamar a pequena menina, minha “irmãzinha”, de criança fofa.

— E foi quando você completou o teu oitavo ano. Essa foi a época em que tivemos que dizer adeus. Você voltou ao teu outro lar.

Ela desviou os olhos do meu rosto e passou a vislumbrar o céu colorido... Não, não acho que era para o “céu” que aquele olhar era direcionado.

Ela deveria estar repassando essa lembrança solitária pelos pensamentos. Eu senti um pouco de culpa por ter sido a causa de tal tristeza dela. Contudo, isso seria injusto. Tanto para eu, quanto para ela.

Não vou cogitar muito essa história...

— Não havíamos nos visto mais... Longos anos pacíficos foram passando após isso e seguimos o curso natural de nossas vidas. E... Desde ontem, você voltou.

Eu fiquei aliviado ao voltar a enxergar o sorriso sapeca de mais cedo retornando ao rosto dela... Aparentemente, ela começou a superar essa “cicatriz”.

— Não soubemos de muita coisa sobre como foi a tua vida nesse período que passamos distante. Mas, agora, teremos a chance de conversarmos mais, de interagirmos mais. A família está completa. E todos sorrisos estão novamente em nosso lar.

Uma pequena gotícula de água escorria pela lateral do rosto dessa pessoa...

Mas eu não sei descrever se isso era suor ou...

— Obrigado, por me contar sobre esses preciosos momentos. Eu não esquecerei mais sobre a nossa vida, sobre “este lar”.

— A vida precisa ser respeitada... E os princípios, honrados. Constituir laços familiares... Esse é o meu propósito de vida!

...

Thuarr e Arr, ambos seguravam uma enorme cesta de palha pelas alças laterais, juntos. Nela, eles estavam levando os espólios do dia do trabalho no plantio...

Todo o trabalho de colheita deles estava ali, naquele objeto.

Este seria o sustento deles por alguns dias.

[Você recebeu 3 Xp devido ao seu esforço].

[Missão concluída!]

.

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#Continua...


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Notas finais do capítulo

Somente há um Deus; único e verdadeiro. E eu jamais colocaria em uma história algo que “contradiga” a essa verdade. Por mais que a narrativa possa parecer bem “seletiva”... Não falarei quanto a qualquer teor religioso nessa obra, por isso não possuam expectativas acerca desse caminho para gerarem possibilidades confusas.
E que nosso Senhor Jesus sempre nos proteja de tudo aquilo que for ruim, amém.
Fiquem sempre felizes e confiem em Deus. O amor que Ele nos dá, em nenhum outro lugar poderá ser encontrado... ^^
Obs.: eu não questiono a fé de qualquer um. Todos possuem as próprias crenças...



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