Just another girl escrita por Nina Spim


Capítulo 4
Chapter Four


Notas iniciais do capítulo

oi oi, +1 capítulo no ar :)



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Você está pronta para o último ato?

Para dar um passo que você não pode voltar atrás?

(A step you can’t take back, Keira Knightley)

É claro que eu acordo atrasada. Apesar disso, me troco completamente devagar, porque é segunda-feira e segundas-feiras são um saco. Quer dizer, quase ninguém aparece no primeiro dia de aula, não tem matéria, não tem nada, só um monte de comunicados e orientações para planos de carreira. Como eu não me interesso por nenhum dos dois, nem sei por que estou me dando ao trabalho.

Mas eu sei por quê, no fundo: não quero decepcionar meus pais. Eles investem pesado na minha educação. Eles acham que, algum dia, vou ser bem sucedida na área que escolher atuar e que vou me casar bem e ter um ou dois filhos e, depois, me tornar dona de casa, como a minha mãe.

Só que eu não quero nada disso. Eu só quero, sei lá, ter a minha vida no agora. Por que pensar no futuro? Não tem nada lá.

— Está atrasada – minha mãe murmura quando entro na cozinha.

Ela está impecável, como sempre. Sei lá por que se veste bem dentro de casa, ela fica sozinha a maior parte do tempo.

Não digo nada, mas pego uma maçã da bancada.

— Vou indo – anuncio, já dando as costas para ela.

— Não esqueça que eu marquei aquele horário com a Srta. Pillsbury! – ela grita, quando já estou quase fechando a porta da frente. – É às 15h30!

Ah, não. Eu tinha esquecido! Gemo por dentro, ainda mais desanimada.

Planos de carreira.

Mas que carreira? Eu nem sei no que eu sou boa! Sou medíocre em quase tudo... Não à toa, ano passado eu tive reforço de matemática, física e química! Eu sou uma adolescente ridícula que não sabe o que quer.

Entro no ônibus e me sento no último banco. Espero que dê pra tirar um cochilo.

{...}

— Primeiro dia de aula é um saco – Santana diz, quando a encontro nos armários.

Abro o meu, sabendo que não tem nada ali, mas prego uma foto da Unholy Trinity no interior dele. Estávamos numa festa ridícula que tinha uma máquina fotográfica instantânea gigante. Eu estou com um óculos escuro estilo gatinho enrolada em um monte de plumas pink.

— Nem me diga – eu resmungo. Fecho o armário e fico encarando o corredor, que vai se enchendo aos poucos. Pessoas impopulares transitam entre as líderes de torcida e os atletas. – Tenho um horário com a Pillsburry.

— Mamãe já está atacando, é? – Santana me olha, sarcástica.

Faço uma careta.

— Você tem que sair daquela casa, Fabray – ela me diz.

— Aham, e vou morar no meio da rua. Vai ser ótimo.

— Pode ficar na minha casa. Minha abuela não vai se importar, tenho certeza. Ela ama Deus, e Deus diz que temos que ajudar as pessoas, ou algo assim.

— E ficar olhando pra todos aqueles crucifixos da sua casa? Hm, passo. Na minha já tem bastante.

— Credo, tô tentando te ajudar!

— Valeu, mas não está ajudando.

Santana rola os olhos e fica calada. Nisso, Brittany chega. Ela abraça Santana e, depois, a mim. Eu não gosto muito desses abraços, mas é a Brittany, então eu finjo que aceito.

— A gente tem que fazer alguma coisa esse ano – Santana volta a falar.

Tudo o que eu não quero é fazer alguma coisa esse ano. Não quero me meter em algum clube. Não quero fazer novos amigos. Não quero tentar coisas novas. Eu só quero esperar a vida passar.

Estou pensando nisso, quando ouço Santana rir. Olho para ela e, depois, para o burburinho mais adiante. Alguns materiais estão jogados no chão e Kurt Hummel está quase chorando no meio do corredor.

Rolo os olhos.

Fala sério, esse garoto consegue se dar mal até no primeiro dia de aula. Me desencosto do armário e vou até ele. Quando chego mais perto, noto que uma garota já está apanhando os materiais. Os atletas já foram embora.

— Não liga pra isso – a garota diz.

Apanho um estojo que está perto dos meus pés.

— Ei, você...? – começo, mas minha fala se acaba no meio, porque estou na frente da tal da Rachel que conheci dois dias atrás.

Ela me olha e franze o cenho rapidamente.

— Ah, não – ela parece se lamentar abertamente, ainda me olhando.

Kurt não nota nada e pega o estojo das minhas mãos.

— Valeu, Quinn – ele me diz – Foi totalmente do nada... E eu simplesmente nem abri a boca, só estava saindo do banheiro... – opa, parece que alguém está mesmo chorando.

Tento forjar um sorriso animador, enquanto bato de leve nas costas dele, tentando dizer que vai ficar tudo bem.

— Bom, bem-vindo ao McKinley – eu digo, gracejando feito uma idiota.

Kurt limpa os olhos.

— Você não me disse que estudava aqui – Rachel me dirige a mim, num tom de acusação que não entendo.

— Hm, foi mal – dou de ombros – Não sabia que isso era importante.

Rachel comprime os lábios, parecendo furiosa? Sim, com certeza.

— Vem, eu te levo pra aula – digo, enganchando o meu braço no de Kurt.

Se não sou eu, Kurt é o saco de pancadas do McKinley inteiro e nem tem um motivo específico. Não é como se os atletas precisassem de um pra enfiá-lo na lata de lixo.

Rachel anda ao lado de Kurt também, sem proferir nada. Deixo Santana e Brittany para trás, mas minha mente está meio acelerada. Tinha esquecido sobre Rachel. Não que isso seja importante, mas uma parte de mim está em pânico. E se ela descobrir o que fiz no sábado? Quer dizer, tudo bem, isso só vai acontecer se a Santana abrir a boca... E não é como se eu confiasse totalmente naquele Satã. Me sinto apreensiva.

— Quer alguma ajuda? – pergunto para Rachel, quando paramos em frente à sala de Kurt, que é Cálculo II.

Vejo-a exprimir algo nos olhos, não tenho certeza se é raiva ou sarcasmo.

Não estou entendendo por que ela está tão atacada. Eu estou tentando ser legal.

— Não – ela responde quase como em desafio.

— Segundo andar, Rachel – Kurt diz para ela e, aí, entra na sala de cabeça baixa. A autoestima desse garoto é tão baixa que eu nem sei como ele sai da cama todas as manhãs, sério.

— Vou para lá também. É o laboratório de química, não é?

Rachel afirma a contragosto.

— Podemos ser parceiras! – exclamo imediatamente – Sabe, eu sempre sobro, porque a Santana e a Brittany são sempre a dupla perfeita.

Rachel assente desinteressada e começa a andar até as escadas. Eu a alcanço.

Percebo que ela não falou nada.

— Quer ser a minha parceira de crimes químicos?

Pela primeira vez, Rachel me olha com uma cara menos anuviada.

— Você é boa em química?

— Às vezes. Bom, não muito... Ano passado passei com B menos – rio, porque foi a minha nota mais alta. Em todo o resto tirei C. Estudar não é muito comigo. Acho que nasci com algum defeito. Acho que sou burra mesmo.

Subimos as escadas e andamos em silêncio pelo corredor.

Entramos na sala e, alguns passos depois, Rachel não está mais do meu lado. Olho para trás e ela está na porta, olhando para um garoto novo, de moicano.

— Você não vem? – pergunto, no meio da sala.

Vejo Santana me acenar, mas a ignoro.

Rachel me olha e, em seguida, sai da sala.


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Notas finais do capítulo

serase a rachel vai querer ser a parceira de crimes químicos da quinn???

reviews? ♥



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